Interessante essa atitude de boa parte dos comentaristas portugueses no Jornal Publico (não deixem de ler). Misturam alhos com bugalhos e metem Maitê numa noticia trágica em que homens morreram no cumprimento do trabalho. Alguns chegam ao cúmulo de referirem-se à Maitê Proença com a sigla MP. Aqui, no Brasil, Maitê tem o valor e prestígio de uma figurante de novelas, que um dia já foi famosa. Lá recebe o prestígio de uma sigla, como BNDES, CEF, UNICEF...
Será que têm noção do que seja uma metrópole de 6.000.000 de habitantes? Onde a pobreza e a miséria ainda afloram? Creio que não. Afinal, os portugueses que aqui vivem, vivem muito bem, e bem longe das favelas.
A população portuguesa está estimada em 10.600.000 habitantes. Enquanto no ultimo século vieram para cá, cerca de 1.200.000 lusitanos, sendo que a população portuguesa no Brasil é de aproximadamente 700.000 indivíduos, com maior concentração no Rio de Janeiro, que é considerada "a maior cidade portuguesa fora de Portugal".
Com tudo isso, não vejo um brasileiro que seja, um carioca sequer, reclamando dos portugueses que aqui moram. E tenham certeza de que teriam motivos para tal, pois os portugueses que cá estão, também tiram vagas de trabalho dos que amontoam-se nos guetos da minha cidade e do resto do Brasil.
Portugueses queridos (e falo diretamente àqueles que extravasam sua xenofobia, não à Nação Lusa), deixem para traz esse complexo de inferioridade e sigam suas vidas. Vivam e deixem viver. Não somos mais colônia de vocês. Somos um pais com desafios imensos para resolver, muito longe e bem mais complexos do que qualquer peido que a Maitê venha a dar.
Mas cada um dá valor a aquilo que lhes tem valor. Se o peido de uma idiota tem valor a alguns portugueses, o que se pode fazer?
Marcos Santos
Rio de Janeiro
Brasil