29 de dez. de 2012
Kiéra Malone
trêmula
um frio tão gelado - acendo o fogo
ele me cobre com seu corpo e me beija
com sua boca de vulcão
líria porto
Kiéra Malone
amantes
haverá medos abismos delírios
uma corda no pescoço e o gozo meu querido
muito pouco porque rápido porque escondido
porque o paraíso é o inferno duradouro
*líria porto
Kiéra Malone
para compensar a força bruta
por trás
homens e mulheres
quase iguais
frente a frente
elas têm peito
eles - pendências
*líria porto
Kiéra Malone
da última vez
meu coração fogareiro
ao ver-te tão sorrateiro
faz canção de bem-te-vi
e ao som de um bolero
no laço do teu abraço
vira flor de sabugueiro
cheiro de mato
capim bravo
com a sede do deserto
pede água chega perto
rodopia tem vertigem
tem inocência de virgem
recebe a ti todo
inteiro
(não desmaiei
eu morri)
*líria porto
Kiéra Malone
versinhos encapetados
quando nasci
não tinha anjo disponível
então um diabinho com um tridente
espetou a minha bunda e disse - vai
cai na vida
não tens outra saída
*líria porto
Kiéra Malone
finjo-me esfinge
meia-lua amor
é tua
a outra metade
guardei-a para o compadre
que me beija a boca
quando chegas tarde
da casa da outra
* Líria Porto
Kiéra Malone
afogados
omar me quer
a sua língua
lânguida quente
lambe-me os pés
omar me pede
não se contenta
toca-me as pernas
alcança o ventre
omar se atreve
roça-me o peito
suga-me a boca
o pensamento
amar oh mar
ô morte
l e n t a
* líria porto
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