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quinta-feira, 14 de junho de 2012

ZEP do Jardim Botânico em discussão pública

Saiu hoje em Diário da Républica:

  • Anúncio n.º 12828/2012. D.R. n.º 114, Série II de 2012-06-14
    Presidência do Conselho de Ministros - Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico, I. P.

    Projeto de decisão relativo à fixação da zona especial de proteção (ZEP) do Jardim Botânico de Lisboa, freguesia de São Mamede, concelho e distrito de Lisboa
Estará em discussao pública, conforme referido no anuncio.
Cumprimentos,
Liga dos Amigos do Jardim Botânico

terça-feira, 12 de abril de 2011

LAJB pede alargamento do periodo de discussão pública do PDM

Exmo. Senhor Presidente da CML

Dr. António Costa,

No âmbito da revisão do Plano Director Municipal de Lisboa (PDM) abriu no passado dia 7 de Abril um periodo de consulta pública com a duração de 30 dias. A Liga dos Amigos do Jardim Botânico (LAJB), enquanto associação cívica, deseja contribuir para a versão final do mais importante documento de planeamento da nossa cidade.

No entanto, e face à complexidade e volume do documento posto em discussão, consideramos insuficiente o prazo de apenas 30 dias úteis para a participação dos cidadãos. Os Planos de Pormenor, com áreas e documentos mais pequenos, recebem 30 dias úteis para discussão pública. Notamos uma grande desproporção do tempo destinado à participação pública do PDM quando comparado com um Plano de Pormenor.

Vimos assim solicitar que considere o alargamento do periodo de discussão pública para pelo menos o dobro do tempo que é habitualmente destinado a um Plano de Pormenor. O alargamento do prazo de consulta pública deve ser dimensionado à escala, complexidade e importância do novo PDM. Estamos conscientes que o actual PDM está obsoleto e que a sua revisão já devia ter sido feita em 2004. Mas pensamos que é unânime que a fase de discussão pública não pode ser abreviada sob pena da visão dos habitantes de Lisboa não conseguir esculpir o seu próximo PDM.

Com os nossos melhores cumprimentos,

LIGA DOS AMIGOS DO JARDIM BOTÂNICO

Foto: Prédio oitocentista com logradouro na Rua de Gustavo de Matos Sequeira. A nova "Carta Municipal do Património", anexa ao próximo PDM, é um dos aspectos para os quais a LAJB estará atenta. Outro tema de enorme importância é a do futuro dos logradouros - não teremos uma urbe sustentável enquanto Lisboa for a capital da Europa com maior área impermeabilizada. O que propõe o novo PDM para reverter esta trágica estatística?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

PDM: «Futuro de Lisboa está em discussão pública a partir de hoje»

«O que querem os lisboetas para a sua cidade, quais devem ser as prioridades urbanísticas? Quem tem respostas ou até perguntas para acrescentar a estas tem, a partir de hoje, oportunidade de pôr as cartas em cima da mesa. Dezasseis anos depois, a capital portuguesa volta a discutir o seu Plano Director Municipal (PDM), cuja proposta de revisão já passou pela câmara e está, desde hoje, em debate público. A cidade continua a desenvolver-se segundo o PDM de 1994

O documento de hoje já não é o mesmo que, em Outubro do ano passado, causou arrepios ao arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, que considerou "uma anedota em termos de planeamento" a ideia inicial de facilitar a construção nos logradouros lisboetas. Meio ano depois, a proposta de revisão está diferente. Não mudou nem de filosofia nem revolucionou as ferramentas, e manteve os objectivos estratégicos. Mas teve em conta os 31 pareceres legalmente previstos - 15 deles apontaram a necessidade de mexer na proposta inicial.

Houve uma reviravolta na questão dos logradouros, mas continuam no ar dúvidas e preocupações, como as que a própria vereadora Helena Roseta, do movimento Cidadãos por Lisboa, expressou, quando pôs em causa o modelo de compactação da cidade, que permite aumentar a capacidade construtiva nas áreas consolidadas. "Tenho dúvidas sobre esse modelo. Aceitá-lo-ia se houvesse contrapartidas ao nível da reabilitação urbana, mas não é isso o que vejo", disse Roseta, em Novembro.

Manuel Salgado, arquitecto e vice-presidente da câmara, deu a cara pela primeira versão da proposta de actualização do PDM, aprovada em Novembro pelo PS e PSD no executivo (um vereador "laranja" absteve-se) e continua a defender aquela que passou por reuniões de concertações com as 15 entidades que levantaram questões em relação à versão inicial. Salgado continua a defender o sistema de créditos que a proposta prevê considerando que "é inovador mesmo a nível internacional".

Créditos para recuperar

O também vereador do Urbanismo abriu mão de uma promessa eleitoral de peso: obrigar os promotores imobiliários a reservar uma parcela dos seus empreendimentos para habitação a custos controlados. Agora quer convencê-los a aderir a um sistema de créditos. "Se o promotor reabilitar um edifício antigo e se, depois das obras, mantiver lá a morar todos os agregados familiares que anteriormente lá residiam, tem direito a créditos para construir noutro lado." Isso significa que pode, nesse segundo local, urbanizar para além do que lhe seria permitido: numa zona da cidade onde o índice de construção de referência - ou seja, o quociente entre a área de construção e a dimensão do terreno - é de 1,7, por exemplo, passa a poder construir até um máximo de 2.

Os créditos para construir variam consoante a zona da cidade - "um crédito gerado na Av. da Liberdade não tem o mesmo valor do que um gerado na Ameixoeira" - e não se restringem à habitação. "Se o promotor imobiliário fizer três caves para estacionamento num edifício onde só é obrigado a construir duas, e se reservar a terceira cave para estacionamento público com tarifas idênticas às praticadas pela Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa, também tem direito a um crédito", frisa Manuel Salgado. "O mesmo acontecerá se transformar um quarteirão com uma fabriqueta no meio num logradouro de uso público. Ou se restaurar um edifício que está integrado na carta municipal do património sem subir a cércea [altura]". Dotar os empreendimentos imobiliários de equipamentos sociais, como creches ou lares, também dará direito a créditos, o mesmo sucedendo com o reforço da segurança sísmica ou com a manutenção de lojas de comércio tradicional durante obras de restauro de um imóvel.

"Tudo o que pudermos fazer através de incentivos, em vez de imposições, tornar-se-á mais eficaz. Se assim fosse, parte dos edifícios da carta do património não estaria no estado degradado em que se encontra". E acrescenta: "Tenho andado a estudar o que se faz no Japão, na Holanda e noutros países, e este é um regulamento muito inovador". É, também, um dos principais pontos de discórdia com os partidos da oposição. A medida apenas beneficia os grandes construtores, dizem os comunistas. "Se a maioria das pessoas rejeitar este sistema, não terei outro remédio senão meter a viola no saco".

Contrariado, o vereador do Urbanismo também teve de ceder na questão dos logradouros. "Os logradouros de Alvalade, do bairro Lopes e da colina do Castelo ficaram todos defendidos, e isso acho bem. Mas noutros casos foi-se demasiado longe, ao fixar num máximo de dez por cento a área impermeabilizável. Uma regra cega como esta é errada, porque as pessoas têm direito a ter carro. Também é importante ter estacionamento para residentes na cidade".

Preencher o que está vazio

Quanto à possibilidade de a câmara construir silos automóveis, Manuel Salgado fala das dificuldades de o fazer nas zonas históricas: "Há poucos edifícios de grande porte e parte dos que existem não pode ser demolida porque tem valor patrimonial". O autarca rejeita as críticas que lhe têm sido feitas de que este PDM irá servir para expulsar os mais pobres para os subúrbios, por via do licenciamento de obras de reabilitação que aumentarão necessariamente o valor das rendas: "É exactamente o contrário", assegura.

"Vamos procurar ter habitação a custos acessíveis. Um T2 pode vir a custar entre 400 e 500 euros por mês, consoante a zona". O cenário nunca foi tão propício à recuperação das casas antigas: "Noventa por cento das obras licenciadas pela câmara já são de reabilitação urbana". Numa altura em que "82 por cento da cidade estão urbanizados", o objectivo é recuperar o que já está construído "e preencher o que está vazio" nos espaços urbanizados.» In Público (7/4/2011)

Nota: para a LAJB o grande equívoco do Vereador do Urbanismo/CML é a defesa que fazem de uma cidade em que cada municipe tem/terá o direito a uma viatura de transporte particular assim como a um lugar de estacionamento. Se os logradouros de Lisboa estão em perigo de extinção é apenas devido à perseguição obessesiva deste ideal insustentável e obsoleto.

Foto: O fim dos logradouros em Lisboa? Em primeiro plano vemos um antigo logradouro impermeabilizado para a construção de caves de estacionamento (a relva que vemos é só para disfarçar a laje de betão da cobertura da garagem); em segundo plano, atrás do muro branco, vemos logradouros originais, ainda permeáveis e repletos de plantas. Este PDM irá decidir qual destes dois modelos ficará consagrado para o futuro.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Aires Mateus disposto a alterar plano para Parque Mayer e Jardim Botânico de Lisboa

"O arquitecto limitou-se a passar a desenho o que lhe foi pedido pela universidade. Quem sou eu para pôr em causa o que ela decidiu?", pergunta Manuel Salgado

O autor do plano de pormenor para o Parque Mayer e zona envolvente, Manuel Aires Mateus, está disposto a alterar algumas opções do projecto se for provado que são prejudiciais para o Jardim Botânico de Lisboa, ali ao lado.

É o caso do edifício de quatro pisos previsto para a futura porta de entrada do jardim, na Rua do Salitre, um centro interpretativo orçado em 6,7 milhões de euros que terá um elevador até à zona da Rua da Escola Politécnica. "Não fazemos finca-pé nele. Se a cidade o considerar negativo para o jardim... Até agora tanto a câmara como a Universidade de Lisboa [proprietária do recinto] sempre nos disseram que era um edifício interessante", diz o arquitecto. A ideia é que os autocarros com visitantes deixem de congestionar a Rua da Escola Politécnica e passem a estacionar na Rua Castilho. O elevador do edifício de acolhimento serviria os visitantes com mobilidade reduzida.

Outro aspecto que tem sido alvo de crítica é a possibilidade de aumento da altura dos prédios mais baixos da zona. A Liga dos Amigos do Jardim teme que a transformação crie um efeito de estufa que seria letal para determinadas espécies vegetais. "Os estudos que temos dizem que o alinhamento das cérceas não terá efeitos negativos. Mas se nos provarem que tem... Estamos empenhados em arranjar a melhor solução para o jardim, que é frágil e cuja preservação é central para nós", assegura Aires Mateus. O arquitecto sublinha que a subida das cérceas teria como contrapartida a demolição dos anexos construídos nos respectivos logradouros, parte dos quais clandestinos. "Isso aumentaria a área permeável do solo", explica. E nega que o seu plano implique danificar a cerca pombalina que rodeia o jardim, recentemente classificado como monumento nacional. "Nem sequer é tocada", garante.

Uma petição posta ontem a correr na Internet por várias associações cívicas (http://www.gopetition.com/petition/39771.html) defende a reformulação do plano, considerando-o "desajustado, desintegrado e altamente lesivo para a salvaguarda deste quarteirão histórico". O abaixo-assinado sugere que seja feita "uma verdadeira expansão territorial do Jardim Botânico para parte dos terrenos do Parque Mayer, com exposição de flora portuguesa". A solução encontrada por Aires Mateus para dar continuidade aos dois recintos, com a colocação de uma cobertura vegetal sobre os edifícios no Parque Mayer, não agrada aos autores da petição.

"O Jardim Botânico pertence à Universidade de Lisboa, e é a ela que cabe zelar pela salvaguarda deste património", declara o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, confrontado com as críticas. "O arquitecto Aires Mateus limitou-se a passar a desenho o que lhe foi pedido pela universidade. Quem sou eu para pôr em causa o que esta instituição decidiu?"

Tanto Aires Mateus como Manuel Salgado estão hoje numa sessão de esclarecimento sobre o plano, às 18h30 no Teatro Maria Vitória, ao abrigo da discussão pública do documento, que termina daqui a uma semana.» In Público 16/11/2010

Foto: Rua do Salitre. Entretanto a impermeabilização de logradouros na Zona de Protecção do Jardim Botânico prossegue. Se este Plano de Pormenor avançar, este cenário será aplicado a muitos mais logradouros confinantes com o nosso Jardim Botânico. É inaceitável defender este modelo de desenvolvimento, obviamente insustentável.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

«Oposição teme que novo PDM retire protecção à Lisboa antiga»

Mais construção e demolições nas zonas históricas alvo de críticas. "Se formos muito exigentes não reabilitamos nada", responde Salgado

Efectuar demolições ou construir prédios mais altos na zona antiga de Lisboa ficará mais fácil com o novo Plano Director Municipal (PDM), alertam vários vereadores da oposição que ontem ficaram a conhecer a proposta de revisão do PDM da maioria socialista liderada por António Costa. "A proposta de novo plano director apresenta como um dos critérios válidos para demolição de um edifício o facto de ele ser economicamente inviável", explica o vereador do CDS-PP António Carlos Monteiro. "Com as rendas baixas que existem nas zonas históricas, isto constitui um autêntico terramoto."Em causa está a o conceito de zona histórica que existe no PDM ainda em vigor para os bairros antigos, restringindo o aumento do volume de construção e as demolições. No documento ontem apresentado e discutido na câmara, esta designação é alargada a toda a cidade, mas as restrições são em parte banidas. Nalguns casos passa a ser possível subir a altura dos prédios existentes em obras de reabilitação e também aumentar profundidade das empenas (distância entre a fachada e a parede das traseiras) dos actuais 15 para 17 metros.

Igualmente criticada, quer pelo CDS-PP quer pelo vereador José Sá Fernandes, independente da lista de António Costa, é a possibilidade de construção nos logradouros - quintais e outros terrenos habitualmente situados nas traseiras dos prédios. O actual PDM limita a construção nestes locais a 20 por cento da área total, de forma a permitir a infiltração das águas da chuva no solo. A maioria que governa a autarquia defende a compactação da cidade mas esta "tem de ser mais regulamentada e bem pensada", alertou o comunista Ruben de Carvalho. "Senão, pode ter efeitos dramáticos." António Carlos Monteiro diz que existe o risco de acabar com os quintais e de impermeabilizar por completo a cidade.

As críticas relativas ao aumento de construção estendem-se ao sistema de créditos engendrado pelo executivo para promover a reabilitação urbana. Quem reabilitar um prédio e nele incluir habitação a custos controlados fica com créditos de edificabilidade para construir naquele ou noutra zona da cidade - créditos de construção que pode usar ou mesmo vender. Para Ruben de Carvalho, trata-se de uma medida que "apenas tem no horizonte o grande construtor". A vereadora do PSD Mafalda Magalhães de Barros, tem opinião idêntica: "Os incentivos preconizados são incompreensíveis ou nulos para o pequeno proprietário urbano que queira recuperar o seu edificado, embora favoreçam os grandes promotores imobiliários com projectos de construção nas zonas a consolidar." "De que servem os mencionados bónus de edificabilidade a um pequeno proprietário descapitalizado da Mouraria, de Alfama ou de outro qualquer bairro histórico?", questionou. Manuel Salgado, subscritor da proposta, respondeu: "O sistema pode fazer baixar as rendas.

"Quanto ao aumento da construção e à ocupação de logradouros, Salgado falou da necessidade de conciliar interesses divergentes: "Já ninguém quer fazer habitação sem estacionamento. E se formos muito exigentes com a pedrinha e com o azulejo não conseguimos reabilitar nada." Daí a possibilidade, também prevista nesta revisão do PDM, de mudar os velhos chafarizes de local. Uma ideia que deixou atónita Mafalda Magalhães de Barros, mas cujos efeitos Manuel Salgado desvalorizou. António Carlos Monteiro acredita que os socialistas vão ainda negociar alterações ao documento com as restantes forças políticas: "O plano só passa na assembleia municipal se tiver a maioria dos votos. E eles sabem disso."

in Público com Lusa

Foto: Logradouro arborizado no Chiado. Interiores de época e quintais serão espécies ameaçadas se esta visão mercantilista para o novo PDM for aprovada.

domingo, 8 de março de 2009

Apresentação dos Termos de referência do Plano de Pormenor do Parque Mayer e Jardim Botânico

Amanhã, dia 9 de Março, às 17h00, terá lugar no antigo Laboratório Chimico da Escola Politécnica a sessão pública de apresentação dos Termos de Referência do Plano de Pormenor do Parque Mayer e Jardim Botânico. Estará presente o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa. A LAJB apela á participação de todos os interessados, em particular dos seus sócios.

FOTO: Maqueta da proposta vencedora para o Plano de Pormenor

domingo, 1 de março de 2009

PUALZE: Sessão de Discussão Pública

A CML convida V. Exa. a participar na sessão de discussão pública do «Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente que terá lugar nas instalações do Cinema São Jorge, Avenida da Liberdade, 175, no dia 2 de Março às 18 horas. No final da sessão haverá lugar a debate e recolha de sugestões.

Câmara Municipal de Lisboa
Direcção Municipal de Planeamento Urbano
Tel. 21 798 93 04
http://ulisses.cm-lisboa.pt/

domingo, 15 de fevereiro de 2009

PUALZE: discussão pública até 7 de Março

Foi publicado em Diário da República de 9 de Fevereiro último, um aviso da CML sobre a abertura de discussão pública do Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente - PUALZE. O Jardim Botânico e os edifícios do MNHN estão incluídos, na íntegra, na área de intervenção deste Plano. A LAJB, enquanto interessada neste plano, irá participar apresentando as suas reclamações, observações ou sugestões.

Discussão Pública entre 9 de Fevereiro e 7 de Março.

Os interessados poderão consultar a proposta de plano e demais documentação que consubstanciou o período de acompanhamento, bem como o local, dia e horas onde terá lugar a sessão pública no site de urbanismo da CML, na Secção de Planeamento Urbano (http://ulisses.cm-lisboa.pt/) ou nos locais a seguir identificados:

Centro de Informação Urbana de Lisboa, Rua Viriato, 13-17
Direcção Municipal de Planeamento Urbano, Campo Grande 25, 3.ºF
Junta de Freguesia de São Sebastião da Pedreira
Junta de Freguesia do Coração de Jesus
Junta de Freguesia de São Mamede
Junta de Freguesia de São José
Junta de Freguesia de Santa Justa
Junta de Freguesia de Pena.

A formulação de reclamações, observações ou sugestões deverão ser feitas por escrito, dirigidas ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, utilizando, para o efeito, o impresso próprio, que pode ser obtido nos locais acima referidos ou no site de urbanismo da CML.

FOTO: Planta do PUALZE (Fonte: DN)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Plano de Pormenor para o Parque Mayer vai abri-lo à cidade

in Diário de Notícias, 29 de Janeiro de 2009

Operação urbanística. No Verão a proposta de Plano de Pormenor para o Parque Mayer e edifícios da Universidade de Lisboa na Rua da Escola Politécnica deverá entrar em fase de discussão pública. Ontem a sua elaboração foi aprovada pelo executivo municipal.

Oposição questionou a viabilidade financeira. O tempo começou a contar. Ontem a Câmara de Lisboa aprovou os termos de referência (as linhas com que o arquitecto se cose) para a elaboração do Plano de Pormenor do Parque Mayer. Manuel Aires Mateus, o arquitecto vencedor do concurso de ideias promovido no ano passado pela autarquia da capital, tem agora 180 dias para elaborar uma proposta preliminar e posteriormente o plano de pormenor na sua versão definitiva. "Vamos abrir o Parque Mayer à cidade", disse ao DN.

Feitas as contas, o documento estará pronto para discussão pública no Verão. "É uma abordagem muito contida", disse a vereadora Helena Roseta a propósito das ideias que ontem foram apresentadas durante a reunião pública do executivo municipal. "Apesar de tudo, as coisas correram como deve ser. Foi feito um concurso de ideias, apurou-se um número restrito de propostas e destas foi escolhida a vencedora. Para o Capitólio, os procedimentos foram igualmente transparentes já que a solução encontrada também saiu de um concurso", sublinhou a representante do movimento Cidadãos por Lisboa.

Helena Roseta aproveitou a oportunidade para lembrar que "durante anos o Parque Mayer foi um sorvedouro de dinheiros públicos", referindo-se, por exemplo, aos 2,5 milhões de euros em honorários que a autarquia pagou ao arquitecto Frank Gehry pelos estudos que elaborou e que acabaram por não ser aproveitados. Sublinhe-se a propósito que Manuel Aires Mateus deverá receber 150 mil euros pelo trabalho. Este conhecido projectista que também é responsável, em co-autoria, com Frederico Valsassina pelo projecto do edifício do Largo do Rato, aponta a abertura do recinto do Parque Mayer à cidade como um dos aspectos estruturantes da solução que apresentou. "A criação de novas ligações do Parque Mayer à Rua do Salitre e à Praça de Alegria fazem dele mais um pedaço de cidade, apesar de este espaço continuar a ser uma zona recatada", sublinhou.

O Plano de Pormenor que abrange além do Parque Mayer os edifícios da Universidade de Lisboa (Museus da Politécnica e Jardim Botânico) prevê a construção de um hotel com 100 quartos, atrás do edifício do Capitólio, um teatro com cena à italiana e capacidade até 600 espectadores e a possibilidade de remodelação do Variedades. "A revista terá sempre lugar neste novo Parque Mayer", disse ao DN Aires Mateus que destacou igualmente a extensão do coberto vegetal como um factor determinante para a articulação do Parque Mayer com o Jardim Botânico.

FOTO: Maqueta da proposta vencedora para o Plano de Pormenor.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Projecto de Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação de Lisboa (RMUEL)

Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa:

A LIGA DOS AMIGOS DO JARDIM BOTÂNICO

Vem apresentar junto de V. Exa., no âmbito do processo de Discussão Pública do Projecto de Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação de Lisboa (RMUEL), as seguintes sugestões:

1. Considerações gerais

-Considerando que os portugueses precisam de alterar os actuais comportamentos insustentáveis (são dos cidadãos da União Europeia com maior Pegada Ecológica);

-Considerando que Lisboa é uma das capitais da Europa com menos metros quadrados de espaços verdes por habitante;

-Considerando que Lisboa é uma das capitais europeias com menor investimento na reabilitação e conservação urbana, prova de um sector imobiliário muito insustentável;

-Considerando que a mobilidade em Lisboa é centrada nas viaturas de transporte individual (os transportes públicos estão a perder utentes);

-Considerando que os projectos de edifícios com estacionamento se traduzem num aumento significativo do número de viaturas de transporte individual (com consequente acumular de emissões poluentes e temperatura);

-Considerando que aprovação de projectos de edifícios com estacionamento incentiva o uso de viaturas de transporte individual nas deslocações dentro da capital;

-Considerando que a actual primazia das viaturas de transporte individual na maioria das deslocações dentro da capital penaliza gravemente a qualidade de vida de todos os lisboetas, resultando em parte, da oferta de transportes públicos ainda deficiente (a importância do transporte individual na região de Lisboa aumentou de 26% para 46% entre 1991 e 2001).

2. Comentários sobre estacionamento e logradouros

-Aplaudimos o facto de um dos grandes objectivos do presente regulamento ser o "desencorajar a demolição e substituição dos edifícios existentes e incentivar a respectiva conservação e reabilitação e a implementação de soluções de reciclagem, reutilização, racionalização de recursos e aproveitamento de energias alternativas".

-Aplaudimos também a decisão da Câmara Municipal de incluir no RMUEL um conjunto de medidas que visam garantir um futuro mais sustentável como "Eficiência, reutilização e reciclagem de águas" (Artigo 28), "Parqueamento de bicicletas" (Artigo 58), "Melhoria do desempenho energético dos edifícios e racionalização de recursos naturais e energéticos" (Artigo 59), "Eficiência energética" (Artigo 60), "Utilização de energias renováveis" (Artigo 63), entre outras.

-Gostaríamos que estas medidas, para um planeamento urbano e edificações sustentáveis, apresentassem uma ligação mais coerente com a política de reabilitação urbana. Na opinião da LAJB, o presente projecto do RMUEL apresenta algumas contradições, nomeadamente:

-Se por um lado "são incentivadas pelo Município as acções que visem a conservação e reabilitação dos espaços urbanos e do edificado onde a escala volumétrica dos edifícios, características dos elementos arquitectónicas, as tipologias construtivas, o desenho urbano e o ambiente social, lhes confiram uma forte identidade social, arquitectónica e urbana", por outro lado aparecem diversos artigos que, directamente ou indirectamente, incentivam a destruição de edifícios e logradouros.

-Existe uma preocupante tendência em Lisboa para demolir edifícios e conjuntos urbanos, em zonas consolidadas, para se construirem novos edifícios com estacionamento em cave. A intensificação dos pedidos de demolição de imóveis está directamente ligada ao insustentável modelo do "fogo com lugares de estacionamento subterrâneo" que domina o mercado imobiliário. O fraco investimento nacional em projectos de reabilitação e restauro deve-se, em grande parte, ao facto de em Portugal ainda se promover este modelo de mobilidade centrado no transporte individual.

-A enfâse que é dada ao estacionamento, à superfície ou em caves, acaba não só por encorajar a demolição e substituição dos edifícios existentes como também a mobilidade urbana assente no transporte individual. Como habitualmente a demolição de um edifício é acompanhada pela destruição do seu logarouro / jardim, os prejuízos ambientais são particularmente graves.

-No Artigo 40, "Logradouros", a Câmara Municipal considera, logo no ponto 2, a ocupação em cave sob os logradouros desde que tratado "com coberto vegetal e árvores". Chamamos atenção para o facto da cobertura de um edifício em cave não ter viabilidade para o crescimento de árvores. Quanto ao ponto seguinte, "Nos casos em que o logradouro seja parcialmente em terraço ajardinado, a altura entre a camada drenante e a superfície de terra viva não pode ser inferior a 0,80 m", alertamos para o facto de nesta espessura de solo ser viável apenas o desenvolvimento de espécies herbáceas e arbustivas.

3. Recomendações

-Com o objectivo de reduzir o número de veículos de transporte individual nos centros urbanos, várias cidades da Europa, como por exemplo Londres, oferecem incentivos fiscais aos projectos imobiliários que optem por não construir caves para estacionamento. O investimento em projectos imobiliários alternativos desta natureza, que promovem estilos de vida mais sustentáveis, devem ser fortemente apoiados. Propomos que a Câmara Municipal, mediante regulamento sobre a matéria, preveja também a redução das taxas urbanísticas aos requerentes que optem por projectos de edifícios sem caves para estacionamento.

-O incentivo referido no número anterior deverá assumir a forma de redução das taxas urbanísticas a estabelecer em regulamento municipal sobre a matéria.

-A Liga dos Amigos do Jardim Botânico vê este projecto de RMUEL como uma oportunidade para o urgente ordenamento das ocupações ilegais e impermeabilizações dos logradouros. Para garantir a sustentabilidade de Lisboa é importante libertar os solos impermeabilizados e ocupados com construções permanentes com consequências graves para os recursos hídricos.

-Que o novo RMUEL dê mais enfâse aos logradouros e preveja incentivos para a renaturalização de logradouros mediante, por exemplo, operações de emparcelamento de modo a criar novos espaços verdes no interior de quarteirões.

-Por forma a compensar a área impermeabilizada resultante da construção de novas edificações deve ser incentivado o uso de materiais impermeáveis nos arruamentos e outras zonas pavimentadas para infiltração e retenção de águas pluviais.

-Sempre que possível, as coberturas em terraço de novos edifícios devem ser pensadas como jardins (com espécies xerofíticas) de forma a melhorar o conforto bioclimático da cidade mas também para reduzir o impacto negativo das coberturas quando vistas de cotas mais altas, como por exemplo zonas históricas e miradouros.

4. Conclusão

Preocupa-nos que, de uma forma geral, a redacção do RMUEL apresente uma tendência para incentivar a construção de estacionamento subterrâneo através da impermeabilização e destruição de logradouros. A cidade de Lisboa está perante uma oportunidade de colocar o RMUEL mais em sintonia com as novas políticas governamentais e municipais de promoção dos transportes públicos.

A Liga dos Amigos do Jardim Botânico espera que o novo RMUEL se afirme pela mudança de paradigma na gestão dos recursos naturais e construídos da capital.

Esperamos, com estas sugestões, ter dado o nosso contributo para a elaboração de um RMUEL que promova uma cidade mais sustentável. Mostramo-nos desde já inteiramente disponíveis para todo e qualquer esclarecimento e colaboração cívica que julgar necessários.

NOTA: Carta enviada pela Liga dos Amigos do Jardim Botânico ao Presidente da CML no dia 30 de Setembro de 2008

FOTO: Logradouro na Calçada do Lavra, o tipo de património ameaçado pela construção de estacionamento subterrâneo.