A avaliar pelo vibrante silêncio sobre a lista dos mais votados no programa “Os Grandes Portugueses”, conduzido por Maria Elisa, António de Oliveira Salazar venceu mesmo a primeira votação.
Só me espanta o súbito emudecimento do canal público e da usualmente palradora Maria Elisa. Se de facto o vencedor foi Salazar, a não divulgação da lista presta-lhe um inestimável tributo ao usar um dos instrumentos que notabilizou o período de governação do Botas: a censura.
Um país que vive mal com as suas memórias – com gritantes antecedentes, como, por exemplo, a mudança da bandeira em 1910 e o rebaptismo da Ponte Salazar em 1974 – não é um país sério, e jamais pode ser levado a sério.
Enfim! Resta-nos verificar os vencedores nos outros países em que se realizou o dito programa:
África do Sul – Nelson Mandela (1918-)
Alemanha – Konrad Adenauer (1876-1967)
Bélgica (Flandres) – Padre Damião (De Veuster) (1840-1889)
Bélgica (Valónia) – Jacques Brel (1929-1978)
Canadá – Tommy Clement Douglas (1904-1986)
Estados Unidos – Ronald Reagan (1911-2004)
Finlândia – Carl Gustaf Emil Mannerheim (1867-1951)
França – Charles De Gaulle (1890-1970)
Holanda – Pim Fortuyn (1948-2002)
Reino Unido – Winston Churchill (1874-1965)
República Checa – Carlos VI (Carlos I da Boémia) (1316-1378)
Roménia – Estêvão III, O Grande (1437-1504)