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terça-feira, 21 de março de 2017
AGRADOS & PERDIDOS I
Arte Igor Zenin
Ele, abriu as mãos
então juntas
como em quase prece.
Mostrou-lhe Tudo
que a deslumbrava!
Ela, viu esmeraldas, rubis,
antúrios azuis, orquídeas,
nuvens grávidas de avencas.
Até oceanos e rios,
refletindo a Lua,
pensou ter visto.
Foi quando ouviu
sua voz forte, solar
crua e nua ecoar.
Querida, aqui estão
os mais caros;
precisos presentes:
Todas as coisas Eternas!
Cuidado,
nem todas são Ternas.
Jairo De Britto,
em "Aquarela da Madrugada"
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
SEM MEDO OU PIEDADE
Arte Victor Bregeda
A página
em branco,
que a tantos
assusta,
na verdade
pouco custa:
Era aquilo,
agora é isso!
Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
domingo, 2 de outubro de 2016
APRENDENDO A VERBEJAR*
Engatinhar
sem rumo previsto.
Nunca aceitar imposto
diverso caminho.
Balbuciar,
sem uso bem visto,
em inverso e vário
mais atrevido abuso.
Até silabar,
de repente, a mesma
palavra frequente
como original avatar.
Repetir
tudo aquilo,
num grave grito aflito,
e num arguir tranquilo.
Dizer,
diante da vida
e da morte, Tudo:
Antes do fim previsto!
Até um dia sentir
o saber, a dor,
a alegria e gosto
da frase inédita:
Todos os tempos do Verbo
inquieto – a dieta angélica,
a gramática rupreste,
a tempestade que invade
a majestade da Língua!
(Essa, a glória profana;
a ousadia do bardo bárbaro Ser!)
Jairo de Britto,
em “Aquarela da Madrugada”
Vitória, Espírito Santo - Brasil
domingo, 31 de maio de 2015
LEO-NARDO, ALEGRIA EM MAIO*
Arte de Margarita Sikorskaia
31 de maio de 2015 às 04:56
I
Era uma vez Ele.
Que sorria encantado, quando
em meu colo dormindo,
ouvia-me ao violão dedilhar:
dó, ré, mi, fá, sol, lá, si.
II
Era uma vez Ele.
Da palma da minha mão,
num pulo a pouso na cesta
que escolhi da Malásia:
corpo d'Água Viva - cipó, coração.
III
Era uma vez Ele.
Pequeno grandes olhos de rubis
brilhando. Cor do sangue
em nossas veias, adormece
alerta em Luas Novas e Cheias.
[Enquanto ouve o caminho inverso:
dó, sí, lá, sol, fá, mi, ré, dó]
IV
Era uma vez Ele.
Que, safo, nunca pergunta
o quê menos ou mais dizer:
Sempre sabe o mais preciso saber!
V
Era uma vez Ele.
Um Leão. Beduíno que alimenta
o Atlântico Dragão Cigano: fera
infante insone em veloz (a)crescer.
Coração de Planalto e Mar íntimos,
Ele gosta de ferramentas.
Um martelo laranja sorvendo
e socando o Verão.
Gosta de mais brincar - com lápis
livros, cores, fitas e bolas de sabão:
Nelas, atrevido, mira.
Nelas atira
um alicate ou flecha - que explodiam
em sussurro marretados nos Legos.
VI
Era uma vez Ele.
Que dormia ao som das notas que,
indo e vindo, dó a dó - não escondiam
uma risada em Sol Maior...
VII
Era uma vez Ele.
Gêmeo de nós, Leo. Invernos de mim
- que quase tudo já disseram Winters!
Que não precisa a ninguém seguir:
À frente, pronto a me encontrar
com ferramentas d'Alma; cores
e dores remidas em safras por vir.
Leo, Lion - cobra Alegria ao Dragão.
VIII
Era e sempre foi Ele.
Nas Savanas de Maio, um Cigano
assim. Ele, mínimo e máximo:
corpo inteiro entregue à Vida.
Veste-se pois em farra de cores
e olhos - como quem declara só
querer Ser a criança que o pai
procura dentro e fora de si, sol, Dono!
*Jairo De Britto, em "Dunas de Marfim"
[São Paulo/SP - Brasil - 2005]
Para: Leonardo Ramon
Para/To: Leo Winters (In memoriam)
quarta-feira, 13 de maio de 2015
A IMPLACÁVEL COLHEITA
Quando criança, roubaram-lhe
(em nome da cara boa conduta)...
o direito à Alegria. Ele resistiu.
Quando jovem, roubaram-lhe
(em nome da ordem e progresso)
o direito à Rebeldia. Ele revidou.
Quando adulto, roubaram-lhe
(em nome do mais querido Ter)
o direito de Ser. Ele assentiu.
À meia idade, roubaram-lhe
(em nome dos bons costumes)
o sagrado Querer. Ele aceitou.
Quando completou seus 80 anos,
(aniversariante obediente ao rito)
viu o quê permitiu! Ele perdeu.
Ele, atônito fantasma de si à deriva:
que nada a ninguém pediu e culpa.
Ele, dono do Tempo agora inútil.
Ele, só – diante do horror do não-Ser!
*Jairo De Britto,
em “Dunas de Marfim”
sábado, 18 de abril de 2015
ORAÇÃO DE INVERNO*
Quero viver
a puros e plenos pulmões.
Respirar sem temer
apuros nem desilusões.
Quero viver
savanas de caro inverno.
Aspirar ao impossível
tudo que sabe a eterno.
Quero viver
viúvo de más astúcias.
Abarcar aldeia e mundo
salva-vidas de alegrias!
Quero viver
avesso ao labirinto.
Alvejar roupas, seios e rio
com poemas em claro cio.
Quero viver
a Tudo derramar profundo.
Sempre alerta - em fértil
e vasto campo minado.
Quero reler
tudo que alheio à sorte
escrevo e ofereço à morte.
Tarefa rica em pretensão:
Talvez somente brinquedo;
talvez apenas vã Oração.
*Jairo De Britto,
em “Dunas de Marfim”
POEMAS MALDITOS*
Poemas malditos
são sempre escritos
como um vendaval
de verdades.
Poemas malditos
são sempre escritos
como vielas de voz única.
Poemas malditos
são sempre escritos
com suor e simplicidade.
Despidos de toda vaidade,
são aqueles, Mundo afora,
escritos em qualquer Idade.
Livrai-nos pois os deuses
daqueles poemas mal ditos
que desprezam verdades!
*Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
NASCENTE AZUL
imagem by Igor Zenin
O meu mais infante e puro Amor
repousa além das mais próximas estrelas!
Caminha altivo e feliz, sobre todos
os cardos e engodos – origem da Dor.
Ele sabe o quanto lhe amo, o quanto
lhe quero; quanto lhe espero encontrar.
Sabe que um manso amanhecer haverá:
Capaz de nos reunir em congresso solar.
O meu mais infante e puro Amor
resgata, a cada dia, nossa cúmplice idade.
Assim cultivamos e mantemos harmonia
e alvo: o claro encontro noutra Cidade.
Sabemos que Aquém e Além não existem!
Nosso Tempo é doce brevidade – Alegria.
De pai para filho, um anoitecer não há:
Rapaz, cultiva o jardim de Luz em Nosso Lar.
*Jairo De Britto,
em “Dunas de Marfim”
(Vitória, Espírito Santo/ Brasil - 28/12/2014)
domingo, 2 de novembro de 2014
RIO GRANDE ACIMA*
Ouro, prata, cascalho, cal, barro.
O rio
e a flora Vida que acolhe e afronta.
Água, areia, árvores, frutas, faro.
O rio
e a fauna que há séculos alimenta.
Rumo País acima sobre eras além.
O rio,
seus braços, boca e veia
amazônica - no bravo dorso de Belém.
Avanço com o grande rio;
avisto Atlântico oceano - delta além.
Avanço com o grande rio,
vomito peixes, estrelas, rimas fáceis.
(Saúdo a bendita companhia dos botos)
Avanço com o grande rio,
seu visceral odor e perene casto lavor.
Avanço com o grande rio,
suas artérias abertas; sua cara dor.
Enveredo por sua atávica coreografia;
sua capilaridade que revela orgânico plano.
Armo redes, deito esteiras rente ao mar:
naquele espoucar de estrelas, aspiro
cometas insanos em sua trajetória sã.
Olhar e ver; avançar com o grande rio,
fauna e floresta afoitas, a força do Verde,
que tudo abarca - nunca é tarefa vã!
*Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
domingo, 3 de agosto de 2014
FILHO PRÓDIGO -
I
Ele me olha
com a expectativa do mundo.
Sonda o que sei,
pensa que eu sei.
II
Ele me acompanha
com os olhos da vida.
Mira o que dei,
julga o que eu sei.
III
Ele me abraça
com os anos da infância.
Acha que sou rei,
acredita que eu voltei.
IV
Ele me beija
com os lábios da inocência.
Escolhe as palavras,
multiplica suas vidas.
V
Ele me descobre
no ocaso da existência.
Confere o que sei:
já sabe que não sou rei.
Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
12 de outubro de 2011 às 17:35
sábado, 2 de agosto de 2014
CÚMPLICE ALENTO
I
Sou lento.
Mas, atento
aos meus passos,
pesados e passados,
recupero minha História.
E persigo fantasmas
que até do diabo fogem:
aqueles que aflitos se escondem
não sei ainda por onde.
II
Sou vento.
Mas avento,
por entre as quatro Estações,
atos que aprendi a sentir,
sem pompa ou circunstância,
da Alma Feminina: de seus argutos,
áridos, vis ou nobres corações.
III
Sou advento.
Mas desinvento
cada passo e contrapasso
do meu Tempo e Memória.
Trapiche de infinitos universos,
amargo presenças e presentes:
escassos como parentes;
vários como meus únicos versos.
IV
Sou alento
para o leitor atento,
capaz de reler cada linha;
de arguir e beber cada ato.
Ele navega comigo.
Sem perceber o momento,
deslinda meu suposto intento:
torna-se cúmplice de inteiro trato.
*Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
quarta-feira, 23 de abril de 2014
VIAJAR É MAIS QUE PRECISO*
Preparou-se para aquela
que não sabia ser sua pequena,
grande ou maior viagem.
Preparou-se para aquela
que não sabia ser sua amena,
áspera ou derradeira viagem.
Preparou-se para aquela
que não sabia ser penúltima,
ou mais uma daquelas passagens.
E o fez com o mais cuidadoso
e lúcido, ácido e ávido pensar.
Sabia que devia; que havia
de assim melhor ser: para ele
um singular e sobreviver:
Fosse na Luz aguda e infinita
Ou na Treva arguta e maldita.
Mas, sem rancor ou medo,
ímpar Fé ou maior descrer,
sabia que já estava pronto.
Mãos e olhos fixos; o corpo
disposto, as mãos desatadas:
nos lábios as últimas palavras.
Por entre os dedos, o Tempo,
em horizonte perto ou distante,
não mais lhe ditava as regras!
Ele, nem vítima, herói ou rei,
não mais construía verdes pontes.
Agora, só admirava o abismo.
Assim, ciente de que o coração;
da sua, nem árdua, original, difícil
e inversa decisão, sem medos
ou oração, já não vinha tão cedo.
*Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
domingo, 22 de setembro de 2013
FARRA DAS CORES
A Primavera se avizinha:
raízes e letras
exigem sua hora e tempo.
Caminho pelo jardim.
Espinhos do alfabeto,
Azaléias da alma insone.
Caminho entre seixos.
Busco o perfeito aquário,
Onze-horas e algas
orientam os peixes.
Pedras, nuvens e letras noir.
Tudo anuncia a Primavera:
discreta, Almíscar, esperta.
Em torno dos homens
entorna suas flores, perfume,
brisa, maresia e malícia.
Palavras azuis sobre o mar.
Sobre o marfim, música,
frases, orquídeas raras.
II
A Primavera caminha anônima
como homens e mulheres na rua,
afoita com tantas luas.
A Primavera espraia
graça entre samambaias,
escala buganvílias, assanha roseiras.
Espio, solene, sapos e flores;
espreito folhagens, livros antigos.
Refaço e traço veredas,
espelho versos contra o sol.
Entre seios de nuas mulheres,
abrigo meus olhos úmidos:
Vermelhos antúrios
em fins de madrugada.
Calculo frações primas e veras;
pernas, seios, trepadeiras e lírios.
Estrelas avessas da manhã,
casuarinas de sonhos.
III
A Primavera se avizinha:
enlouquece românticos e céticos,
com sua farra de cores;
seu derrame de felicidade.
Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
quarta-feira, 27 de março de 2013
SOBRE A POESIA
Creio ser algo maior
– além de mera e fugaz
"matéria de sonho".
Algo quase tão
– insuportavelmente belo:
Quando em excelência
melhor cultivado;
Quando irrompe altivo
após chuva sobre o arado;
Quando não abriga ou tolera
riso, rima ou vereda menor!
Algo, sim – que nos alimenta
e salva da feroz vilania
do existir absurdo;
Da cotidiana demência.
Da cruel verdade e falácia:
Ambas – não privilégio
de tristes tempos nossos.
Algo que quase Tudo pode
abarcar – e que nada quer
ou pretende explicar:
Mas que, ainda assim,
sempre lemos levados por
curioso prazer – até o fim!
*Jairo De Britto,
em “Dunas de Marfim”.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
A ESTAÇÃO DAS LÁGRIMAS*
Quando a Estação das Lágrimas chegar;
Quando, diante do sal sobre seu rosto pairar
e a exata hora do terrível dia vier arder;
Quando, atrás ou adiante seu coração doído,
vir o cortinado de trevas a esconder a luz
dos seus olhos castanhos, verdes ou azuis;
Quando, sob o par de óculos de sol de Paris,
ou de esquinas do mais ermo pueril lugarejo,
não for capaz de esconder seu Luto e Pavor;
Quando tal Tempo – sempre cruel, fatal
e inesperado, tornar seu rosto disforme,
toldando-o de dores infames e sem cor;
Quando seu mais caro e próximo parente
ou amigo, aquele do peito, na Primavera
da Juventude ou Inverno da Velhice se for;
Quando a Estação das Lágrimas invadir
seus olhos vivos, tornando-se senhora voraz
do seu infante ou vetusto completo Ser:
Não adianta conselheiros sair a procurar.
Não perca seu tanto ou escasso tempo
a lhes escutar; a maior atenção lhes dar...
Não dê, alma e ouvidos, às suas tantas e tontas
palavras. Não àqueles esmerados fanáticos
(e não são poucos), no tão solícito consolar!
Antes, busque aqueles (e são poucos) que,
com discreta, sóbria e solene humildade,
lhe sussurram a clara Harmonia do Silêncio.
Aqueles que, com simples e suficientes frases,
sem nada querer, ou tanto se fazer escutar,
antes do Abraço Silente dizem carinhosamente:
“Não sei o quê falar!”
Estes são aqueles capazes de lhe ofertar alento;
de dar-lhe o primo, mais caro; necessário Silêncio,
enquanto, e sempre, que a Estação das Lágrimas
cobrir seu rosto com a ausência do calor franco.
Estes são aqueles que hão de ajudá-lo a curar
suas feridas sem Sal – até que seus olhos tornem
a suportar o Sol – que para nem todos se levanta;
para aqueles que nem sempre os sinos dobram!
Estes são aqueles que, na Estação das Lágrimas,
saberão a exata medida do Abraço à Dor Alheia
sem jamais esperar ou aventar qualquer Gratidão.
Então, enquanto o rio recebe o quê lhe cabe
da Estação das Lágrimas, em conduta a oceanos
vários, lembre-se que “Não sei o quê falar!”
diz Tudo que precisa ouvir durante o Abraço:
Tudo e Mais que irá aliviar seu cansaço; o peso
da sua Dor e Desespero – que, por anos, saberão
a fel e Amargo Desterro n’A Terra dos Homens.
Nada é mais necessário e sublime que isso; nada
melhor que, perdido no Tempo Efêmero da Vida,
lhe soará como acalanto capaz de a todos conceder
a Alforria da Terra!
Foi o quê aprendi da Estação das Lágrimas:
Tudo Preciso: na hora fatal da Lavoura Arcaica;
quando à Terra devolvi meus Pais e Filho!
Além de, à distância, ‘dizer’ adeus à Senhora:
Aquela – última guardiã, cúmplice e escrivã
das minhas Memórias de Infância, Juventude
e Velhice: Madrinha e Operária da Luz...
*Jairo De Britto - São Paulo, Capital.
(25 de Outubro - 15 de Novembro de 2012)
sábado, 24 de novembro de 2012
INÂNIME AUSÊNCIA*
Eu
sempre chego atrasado.
Não às reuniões com outros executivos;
não para dos médicos ouvir mais motivos:
Chego atrasado quando devia Presença
àqueles que na minha Vida
hoje são amarga e solene ausência!
*Jairo De Britto,
Não às reuniões com outros executivos;
não para dos médicos ouvir mais motivos:
Chego atrasado quando devia Presença
àqueles que na minha Vida
hoje são amarga e solene ausência!
*Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
VÃS CONFISSÕES*
Não quero ou pretendo mais nada.
Tive, na minha idade, o suficiente
de alegria, decepção, dor e perdas.
Só gostaria de mais árvores, flores
e alvoradas.
E, se possível, um mundo menos
inclemente.
*Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
sábado, 5 de maio de 2012
quarta-feira, 21 de março de 2012
SIM, EU TENTO
Sim, eu quis escrever
um poema alegre.
Sim, eu quis antever
um poema alegre.
Sim, eu quis até viver
um poema alegre.
Mas, a vida me impôs
uma tristeza imensa.
A vida me expôs
uma franqueza intensa.
Então, não havia escolha:
como a tristeza no bolso,
esmago a ausência insana.
Mas eu quis, sim, escrever
um poema alegre.
Apenas um, porque é preciso:
enquanto ainda sobrevivo.
Jairo De Britto, em
"Dunas de Marfim"
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