c/p Jornal de Negócios
(clicar no gráfico para o ver completo)
O anúncio, à espera de confirmação pelo Eurostat, que, à última hora, geralmente acaba sempre por desacertar-nos as contas, de que o défice do ano passado teria ficado em 2,1%, não mereceu reparo da oposição à direita, que prefere continuar a assobiar para o ar o tiroliroliro dos sms trocados com o sr. Domingues. enquanto, não surpreendentemente, o BE critica o governo por não ter gasto tanto quanto poderia ter gasto se não tivesse exagerado nos cortes para situar o défice abaixo das exigências de Bruxelas.
Por outro lado, o assunto do recorde do défice mais baixo em democracia, foi contestado - cf. aqui, p.e, - com o argumento de que esse recorde ainda estaria no valor atingido em 1989, era ministro das Finanças o sr. Miguel Cadilhe. O gráfico publicado no JNegócios atribui o recorde a Mário Centeno. Por uma ou duas décimas, ainda sujeitas a confirmação do árbitro.
De qualquer modo, esta é mais uma das recorrentes guerras do alecrim e da manjerona, porque nem as circunstâncias permitem comparações razoáveis nem o problema deste país é o défice mas a dívida incontrolada e os juros que ela continua a parir. Juros que, em termos históricos, nem resultam de taxas elevadas mas do elevadíssimo volume da dívida.
Quando as taxas subirem, porque um dia destes subirão, o anunciado défice de 2,1% em 2016 será uma recordação do tempo em que, à falta de outros problemas, os sms trocados com o sr. Domingues eram o problema mais intrincado da política à portuguesa.