Tuesday, March 05, 2013

UMA GUERRA FECHADA

No início deste ano, um grupo de deputados PSD perguntou ao ministro das Finanças -vd aqui - "se era intenção do ministro tomar contra os devedores do BPN as mesmas medidas que está a tomar contra os devedores ao fisco". Ontem ouvimos na RTP, Duarte Marques, o líder do grupo de deputados que interpelou o ministro, afirmar que - vd aqui - "o governo está numa guerra aberta sem contemplações àqueles que devem dinheiro ao BPN". E que para isso "o executivo quer contratar até Julho uma empresa para gerir os 4,2 mil milhões de euros de créditos ao banco". Presume-se que onde se lê créditos ao banco seja antes créditos do banco ou débitos ao banco, mas com a mixórdia em causa quem é que pode estar certo do que é que eles falam?
 
Ainda segundo a mesma notícia, Duarte Marques afirma, em que qualidade não sabemos,  que "o governo anuncia que há 17 mil créditos no BPN, dos quais 13 mil já estão em processo de contencioso" .
 
Ouve-se e o nosso espanto tem o tamanho do buraco aberto pelo mostrengo: como é que depois de tanto tempo da descoberta do maior escândalo financeiro, em Portugal, depois da criação de veículos de gestão dos activos tóxicos, geridos por gente bem remunerada, alguns dos quais, aliás, foram intervenientes no desfalque, o governo se prepara agora para contratar até Julho uma empresa para gerir os salvados do desastre, se alguns sobram?
 
Satisfeito consigo mesmo e o governo que apoia, Duarte Marques garante-nos que, dos 17 mil processos, 13 mil já estão em processo de contencioso! Fantástico Marques: Quantos é que já foram cobrados ou executados como se esperaria? Marques não disse. Marques satisfez-se com pouco e a nós deixou-nos na dúvida se o mostrengo estará extinto quando os bisnetos do Marques tiverem a idade que ele hoje tem.
 
O Marques não deve ter calculado isso. Para já, interessa-lhe que o coloquem nas listas nas próximas eleições. Como cabeça de lista, não vá o diabo tecê-las.

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