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Às vezes, acho que já nasci deprimida.
Certa vez falei isto com um médico e ele me disse que era possível, uma vez que perdi a mãe com alguns dias de nascida. Bebês tem depressão, disse-me ele.
Não sei precisar quando foi que os sintomas ficaram mais fortes, talvez quando perdi um ente querido, minha avó ou meu pai.
Sei que em determinada etapa, tudo ficou muito difícil e eu considero minha volta à normalidade (é possível ser normal? rsrs) a um milagre de Nossa Senora Rainha da Paz, por quem tenho extrema devoção. Mas, não vou transformar este post em uma discussão sobre milagres, até porque tenho como norma não discutir política (não tenho partido), futebol ( torço pelo Cruzeiro e pelo Corinthians) e religião (sou católica, graças a Deus).
Respeito a todos que pensam diferente de mim. VIVA A DIVERSIDADE.
Mas, voltando ao assunto, os pacientes de fibromialgia - inclusive eu - tem uma aparência saudável, dando a impressão que não estão doentes. Assim sendo, não era raro que a família, os amigos e mesmo os médicos, os tratassem com descaso, como se não tivessem nada, e eles mesmos chegavam a duvidar de si, se sentiam fracos, pequenos, com a auto estima diminuida e chegava rapidamente à depressão.
Hoje em dia, com o desenvolvimento da medicina, com os estudos mais avançados, já se tenha um outro olhar sobre as doenças auto imunes, reumatológicas, e sobre aquelas que tem um forte componente emocional.
Eu já disse em outro post: “Quem pode acreditar que alguém sinta dor, da ponta do pé aos fios de cabelos?” Parece que há algum exagero, mas eu afirmo, não é exagero, é a pura verdade.
Os estudiosos do comportamento dos portadores de Fibromialgia chegaram à conclusão que, de um modo geral, trata-se de pessoas dedicadas ao trabalho e ao próximo, chegando ao extremo de oferecerem ajuda, mesmo quando não estão se sentindo muito bem.
Sabe aquele amigo que passa a imagem de super homem, ou aquela amiga, verdadeira heroína, sempre pronta para tudo? Pois bem, é provável que ele, ou ela, sejam portadores de fibromialgia.
Também que não se cuidam, não se
alimentam bem, preferindo um cafezinho, um doce, um chocolate, a um bom
prato de comida. Não apreciam frutas e/ou legumes e verduras.
Dormem pouco, trabalham muito, estendem as atividades até tarde da noite e em alguns casos tem mais de um emprego ou função.
Vivem de stress em stress mas, não sabem lidar com ele.
Mas, como dizia minha avó, de repente "a casa cai", tudo muda, as forças diminuem, a dor aumenta e eles tem que diminuir o ritmo ou, em alguns casos, até parar de trabalhar.
Aí sim, instala-se a tristeza, a angustia, a depressão.
A gravidade do quadro, que vai depender da medida como o paciente lida com a doença, pode variar desde uma tendência depressiva até um estado de profunda depressão.
Alguns se negam a aceitar um tratamento psicológico e/ou psiquiátrico, outros, acostumados a serem tratados como mentirosos, preguiçosos, hipocondríacos, não se saem bem durante as consultas e tratamentos, porque não conseguem expressar seus verdadeiros sentimentos.
Olhados sempre com desconfiança, eles se tornam mais frágeis, com a autoestima ainda mais baixa, são mais deprimidos e mais tristes.
Não é raro ouvir um portador de Fibro dizer que deseja morrer.
Estudos revelam que a depressão é mais um sintoma que uma causa da fibromialgia.
E recomendam um olhar especial para o individuo no sentido de fazê-lo aprender a lidar com a doença.
COMO?
1. Gerenciando o stress.
2. Adequando-se à atual condição de saúde.
3. Evitando comportamentos de risco.
4. Adquirindo hábitos saudáveis de alimentação - consumindo frutas, legumes e verduras e evitando gorduras, doces e açúcar em excesso
5. Evitando cafeína, bebidas alcoólicas, drogas e cigarro
6. Adotando hábitos de sono saudável - deitar-se e levantar-se cedo, dormindo pelo menos 8 horas por noite.
7. Praticando exercícios aeróbicos, caminhada leve e, se possível, andando de bicicleta.
A alguns pacientes pdem ser indicadas as medicinas alternativas. Massagens, acupuntura, musicoterapia.
Uma vez sentindo-se melhor, com uma melhor qualidade de vida, o paciente vai ter melhorada também a sua auto estima e a visão do próprio corpo. Vai se sentir mais seguro nas crises, vai enfrentar as dores com coragem e determinação. Vai poder se cuidar e vai passar a dar menor importância aos comentários dos que não o acreditam.
No meu caso, en que eu acreditei ter SS e só agora fui diagnosticada com Fibromialgia, já seguia alguns desses conselhos, porque são recomendações comuns às duas enfermidades. Apenas houve o acréscimo de um medicamento e a diminuição da dosagem de um outro. No mais, nada de novo.
Como sempre, sigo pesquisando, e vindo aqui, passar para vocês as minhas descobertas.
Fiquem bem. Bjks. Neli