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sábado, 25 de julho de 2009

Arquitectura fractal?

Um estudo recente sobre a complexidade e os padrões fractais através da física, revelou-se importante também para a arquitectura. A fascinante “viagem” de Nikos A. Salingaros, professor de matemática na Universidade do Texas num artigo que intitulou " Arquitectura, testes padrões e Matemática" teoriza que “o sistema visual humano é especialmente receptivo a padrões”. Nesta teoria de Salingaros os padrões são definidos como “regularidade em alguma dimensão” e a matemática como uma ciência de padrões. Assim, pode ver-se como a matemática, os padrões e o gestaltismo (psicologia da forma) começaram a “entrelaçarem-se” e a ter aplicação na arquitectura. O papel dado à humanidade passa pela necessidade inata e inconsciente de “gerar padrões” e, aplicando psicologia básica, poderemos perguntar: será que os seres humanos são seres inseguros num universo caótico? … E em caso afirmativo, será então que a arquitectura preenche a ânsia de encontrar significado(s), explicação, compreensão das coisas? E se a simetria e padrões são preferidos ou considerados “bonitos” será que isso implica inversamente que o design aleatório, paredes “despidas”, pouca cor nos padrões sejam julgados como não-preferíveis ou até “feios”?

Nikos Salingaros diz-nos que, historicamente, os arquitectos eram matemáticos e que as duas disciplinas eram indistintas. As construções de pedra da época medieval denotavam um forte conhecimento de filosofia platónica, proporção e matemática e, para eles, todo o seu trabalho baseava-se na máxima pitagórica de que “tudo é numérico”. “Estudando as estruturas góticas apercebemo-nos de que as suas características geométricas e matemáticas são inteiramente tecidas nas características básicas estruturalmente físicas. Nas Culturas clássicas e na Renascença europeia os “arquitectos matemáticos” tinham padrões específicos em mente quando projectavam/desenhavam as suas estruturas, estruturas essas que reflectiam todos esses processos que são inerentes e inatos na mente humana...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Da Arte

A arte é, provavelmente, uma experiência... inútil; como a "paixão inútil" em que cristaliza o homem. Mas inútil apenas como tragédia de que a humanidade beneficie; porque a arte é a menos trágica das ocupações, porque isso não envolve uma moral objectiva. Mas se todos os artistas da terra parassem durante umas horas, deixassem de produzir uma ideia, um quadro, uma nota de música, fazia-se um deserto extraordinário. Acreditem que os teares paravam, também e as fábricas; as gares ficavam estranhamente vazias, as mulheres emudeciam. A arte é, no entanto, uma coisa explosiva. Houve e há decerto, em qualquer lugar da terra, pessoas que se dedicam à experiência inútil que é a arte, pessoas como Virgílio, por exemplo, e que sabem que o seu silêncio pode ser mortal. Se os poetas se calassem subitamente e só ficasse no ar o ruído dos motores, porque até o vento se calava no fundo dos vales, penso que até as guerras se iam extinguindo, sem derrota e sem victória, com a mansidão das coisas estéreis. O laço da ficção, que gera a expectativa, é mais forte do que todas as realidades acumuláveis. Se ele se quebra, o equilíbrio entre os seres sofre grave prejuízo.


segunda-feira, 23 de junho de 2008

Viagem fractal

Hoje trago uma partilha...Apenas para desanuviar...Para refrescar a alma...

Este video é uma verdadeira obra de arte fractal, elaborada pelo senhor Thomas Williams, cuja fantástica criatividade pode ser vista aqui.

Sem palavras, sem sentimentos, vale a pena ver e ouvir, esvaziando a cabela e o coração...Sentir-se-à PAZ nesta verdadeira "viagem fractal"!



;O)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

"Momentos de Revelação"

A história da arte (tal como a evolução da ciência) testemunha as emoções, as razões, as crises e as construções, que marcaram épocas e períodos pelos quais passou a humanidade.

A arte é documento, é denúncia, é enaltecimento é, também e sem dúvida, uma forma “subversiva” de expressão. O mais apaixonante exemplo disto é para mim é o artista plástico Piet Mondrian, o qual tive o enorme prazer de poder estudar e explorar na Universidade.
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Quadro de Piet Mondrian, 1921

Piet Mondrian era um homem cujas maneiras e cujo estilo de vida modestos escondiam um temperamento passional. A sua progressão do “naturalismo expressionista” para a calma equilibrada e para a simplicidade aparente da “abstração pura” (neoplasticismo) caracterizava-se por uma redução rigorosamente lógica dos meios e por um refinamento de propósitos. Paradoxalmente, estas economias criativas eram as mais rigorosas, apesar da força da necessidade emocional à qual elas respondiam. Assim como ocorria com Malevich e Kandinsky, a pintura para Mondrian era uma actividade filosófica e espiritual. Era o meio para a revelação de uma realidade oculta atrás das formas da natureza bem como para a criação de um modo de vida que, em última instância, libertaria o espírito humano da contingência trágica e o traria para a paz do equilíbrio perfeito – a ordem no caos.

"Fractal Mondrian" de Tim Fort, 2005

Tal como Piet Mondrian – através da pintura e do neoplasticismo (que também utiliza fórmulas matemáticas), também Benoît Mandelbrot - através da matemática e da geometria fractal (que é também uma forma de arte), tenta chegar a uma ordem no caos, sendo que ambos partem da observação das formas existentes na natureza, embora o expressem de formas diferentes. Assim, talvez possamos dizer que tanto o artista quanto o cientista, ambos com seus conflitos, emoções e frustrações, chegam aos seus "Momentos de Revelação".

Esta tem sido, indubitavelmente, uma constante na humanidade, ao longos dos tempos..

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