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terça-feira, 9 de abril de 2019

Histórias de Amor



A formiga vivia entediada, seu serviço de cortar folhas e andar sempre em fila era muito maçante. Mas um dia tudo foi diferente: a pata gigantesca de um elefante pisoteou as companheiras que marchavam mais adiante e ela escapou de ser esmagada por um triz. Fascinada pela experiência de se defrontar com animal de tamanho poder, a formiga não conseguia deixar de pensar no elefante.

Nunca tinha visto aquele ser enorme tão de perto e precisava repetir a experiência, tentar se aproximar mais uma vez. Sempre que podia, disfarçava e fugia do serviço. Ficava horas no mesmo local esperando, numa louca expectativa. Dias depois avistou o animal, que se tornava maior e maior na medida em que se aproximava. A pobre formiga enlouqueceu. Delirava, num sonho quimérico de se tornar uma fortaleza ambulante. Paralisada, não conseguiu se desviar de suas patas e dessa vez morreu esmagada também. Lá se foi o elefante, sem sequer imaginar que matou a criatura que mais o idolatrava na face da Terra.

Moral da história: baixa autoestima faz mal à saúde.

(A tirinha é de Fernando Gonsales)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

HISTÓRIAS DE AMOR


Marilene sempre foi devota de Santo Antônio. Na sala de sua casa havia um lugar de destaque para o oratório com a imagem do santo casamenteiro. Mesmo com toda essa devoção, Marilene não tinha sorte no amor. Depois de Rômulo, um rapaz que preferia beber com os amigos a namorar, Marilene perdeu a paciência e colocou Santo Antônio no freezer, de castigo. - Só sai daí quando me arrumar um noivo decente!

De tempos em tempos Marilene conversava com Santo Antônio pela frestinha da porta do freezer. Perguntava: - E então? Quer mesmo continuar aí nesse frio ou vai dar um jeito na situação?

Alguns meses se passaram, até que Marilene conheceu Ronaldo, um moço simpático, educado, de boa índole, que se revelou apaixonado e disposto a se casar. Após a lua-de-mel Santo Antônio voltou ao seu lugar de destaque no oratório. Até hoje Marilene pede perdão e oferece flores semanalmente ao Santo.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

HISTÓRIAS DE AMOR


Cinco da tarde na Fifth Avenue, NY City. Angela caminhava displicentemente, admirando as vitrines, mas decidiu apertar o passo quando viu que estava atrasada. Tom se aproximava na direção contrária, também apressado pra uma reunião. Angela logo distinguiu Tom dentre a multidão de pessoas, carros, placas e sinais. Era um moço bem vestido, caminhar confiante.

Tom também notou Angela, uma mulher alta, elegante, cabelos longos. A cada passo, não desviavam olhares. Corações sobressaltados, pararam um na frente do outro. Agiam sem pensar, movidos por irrefreável impulso instintivo. Sem trocar palavras, beijaram-se demoradamente. Despediram-se apenas com outra demorada troca de olhares e seguiram seus rumos.

Tom caminhou sem olhar para trás e sem entender direito o que aconteceu. Sentiu muita familiaridade pela garota, por que não falou com ela? Angela também não olhou pra trás. Gostou dessa paixão instantânea, criada por uma situação original. Digna de um filme. Tinha certeza que em breve encontraria o rapaz e dessa vez não o deixaria escapar.

sábado, 3 de dezembro de 2011

HISTÓRIAS DE AMOR


Ana e Rubens foram pra Poços de Caldas passar a lua-de-mel. Chovia muito naquele dia, foi pouca gente na festa por causa da chuva. Com muito sacrifício Rubens não bebeu, mas fez questão de levar as bebidas que sobraram na viagem.

Resultado: a estrada estava lisa que nem um sabão e o carro acabou rodando. O susto foi grande, na hora viram morte de perto, graças a Deus não aconteceu nada mais grave. As garrafas se espatifaram com o acidente, vocês podem imaginar o cheiro que aquilo deixou no carro.  Como se não bastasse, o Rubens sentou em cima do pacote de salgadinhos e do pedaço de bolo que a sogra preparou pra levarem.

Chegaram finalmente no hotel, entraram no quarto. Ana olhou pro Rubens naquele estado, fedido de bebida, lambuzado de bolo. Rubens olhou pra Ana... e explodiram num ataque de riso delicioso. Gargalhadas intermináveis! Já naquele dia, ambos souberam que seu casamento sobreviveria a qualquer coisa.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

HISTÓRIAS DE AMOR


Roseli tinha uma atração natural por borboletas desde criança. Principalmente as azuis. Ficava encantada quando via uma e sempre interpretava como bom sinal. – São mensageiras de boas notícias! – Dizia.

Um belo dia, a caixa de correios de sua casa se quebrou com uma bolada dos garotos vizinhos. Cleiton, o carteiro, teve que bater à sua porta para entregar a correspondência em mãos. Qual não foi a surpresa de Roseli quando, ao apanhar as cartas, viu que uma de suas borboletas preferidas pousou no boné daquele simpático rapaz? Não teve dúvidas: convidou-o pra um café.

Cleiton e Roseli se casaram exatamente um ano depois. Graças ao incentivo da esposa, Cleiton hoje é o chefe da Agência de Correios em sua cidade. Todos os anos, o quintal de sua casa é invadido por uma revoada de borboletas azuis e é com grande alegria que o casal leva seus três filhos para vê-las passar.

domingo, 17 de abril de 2011

HISTÓRIAS DE AMOR


No lago onde Narciso se admirava, havia uma ninfa que a cada dia se tornava mais e mais apaixonada por ele. Essa paixão não demorou pra se transformar em verdadeira obsessão. Fez uso de todas as suas artimanhas para seduzi-lo: sussurrava palavras doces ao pé de seu ouvido, passava maravilhosa e perfumada em sua frente, roçava suas vestes de seda na nuca do belo jovem. Nada de atrair sua atenção. Narciso não tinha olhos para nada além de sua própria imagem.

Com o orgulho ferido, a ninfa finalmente perdeu a paciência. Na verdade, foi ela quem o afogou no lago e depois transformou seu corpo numa bela flor.

domingo, 23 de janeiro de 2011

HISTÓRIAS DE AMOR - Blogagem Coletiva do Cantinho She


A arrumadeira Betina nutria um amor platônico por seu patrão, Rodrigo, um solteirão convicto. Todo dia chegava mais cedo e ia embora mais tarde, só pra poder passar mais tempo ao lado daquele homem, considerado o melhor do mundo. Ficava a espiá-lo pelo buraco da fechadura, a cuidar de suas coisas com verdadeira devoção, a adorar sua foto no porta-retrato... mas ele nem desconfiava de suas verdadeiras intenções.

Até que um belo dia, num acesso de loucura, Betina o esperou deitada nua em sua cama. Ao chegar, Rodrigo levou tamanho susto que ficou branco, sem reação. Pediu para que ela se vestisse e fosse embora, dizendo que a respeitava muito para se aproveitar da situação. Conversariam no dia seguinte. Mas Betina, morta de vergonha, não apareceu. Depois disso Rodrigo não conseguia tirá-la do pensamento... só então que descobriu que a amava também.

(Este mini-conto faz parte da blogagem coletiva do CANTINHO SHE que hoje faz aniversário. Parabéns, She, vida longa ao seu blog!!!)

domingo, 9 de janeiro de 2011

HISTÓRIAS DE AMOR


Edmilson, filho de Edméia com Wilson, trabalhava há anos como motorista para a família do empresário Roberto Mauad. Seu patrão depositava nele plena confiança, tanto que fora incumbido de levar a filha, Suzana Mauad, para a fazenda de uma amiga, onde ela passaria o final de semana.

Ao carregar a bagagem no carro, a moça disparou:
– Nós vamos para o aeroporto, eu vou fugir.
- Não posso fazer isso, Suzana. Seu eu te levar, perco o emprego.
- Mas você vai comigo, eu te amo!

Tudo isso aconteceu no início de dezembro e a família não sabe para onde foram. Há rumores de que estão em Fortaleza, Ceará.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

HISTÓRIAS DE AMOR

Severina Xique-Xique montou uma butique pra vida melhorar. Pedro Caroço, filho de Zefa Gamela, passava o dia na esquina acenando pra ela. Mas Severina não tava nem aí. Aliás, ela não dava atenção pra nenhum homem da cidade. Corriam boatos de que a moça era frígida...

Até que um belo dia, Rosângela, uma caminhoneira, estacionou seu caminhão em frente à butique. Severina finalmente descobriu sua real tendência. Não teve dúvidas: vendeu a butique e montou uma borracharia. Hoje vive muito bem com Rosângela e é recordista mundial em velocidade na troca de pneus.

sábado, 21 de agosto de 2010

HISTÓRIAS DE AMOR


Camila preparava uma surpresa pra Jefferson. O casal havia se conhecido há pouco tempo, tiveram alguns encontros, mas desta vez Camila queria uma noite especial. Convidou Jefferson para jantar em sua casa e se esmerou na cozinha. Tudo pronto: flores, velas e pratos deliciosos. O jantar foi um sucesso. Na hora da sobremesa, Camila chega com um bolo de chocolate em forma de coração, enfeitado com morangos e diz a Jefferson: - Este é o meu coração, que entrego a você numa bandeja. Daqui pra frente, você será o dono da minha felicidade!

Ao ouvir tal declaração, Jefferson se engasgou com um caroço de azeitona. Ficou roxo e sem ar. Com muito custo, conseguiu cuspi-lo e foi ao banheiro lavar o rosto. Na sequência, inventou que iria até a rua para respirar ar fresco e fugiu. Camila o procurou por um bom tempo, mas Jefferson sumiu do mapa. Nunca mais o encontrou.

terça-feira, 23 de março de 2010

HISTÓRIAS DE AMOR


Cleiton, um transexual mais conhecido como Gláucia, estava confuso(a). O fato é que já há algum tempo não estava tão bem resolvido(a) em relação à sua sexualidade. Assim, sem mais, descobrira-se perdidamente apaixonado(a) por sua amiga de infância – Gabriela, mais conhecida como Roberto (outra transexual, só que ao contrário).

Com tantas dúvidas e todo esse avesso do avesso, a mente de Gláucia estava a ponto de dar nó. Para agravar a situação, percebera que Roberto a tratava diferente. O amigo andava calado, introspectivo, como se quisesse lhe contar algo mas faltasse coragem.

Um belo dia, Gláucia vinha caminhando pela praça da República quando não se conteve. Expressou seus pensamentos em voz alta para a primeira pessoa que lhe apareceu na frente: - Oh, meu Deus! Não sei o que fazer! Não sei se sou menina, não sei se sou menino... Que dúvida cruel!

Quem a ouviu foi uma simpática velhinha, que mais do que depressa respondeu: Não importa, minha querida. Você veio para brilhar!

Estas palavras mágicas ditas por um anjo surtiram profundo efeito em nossa personagem. Seu rosto se iluminou. Imediatamente se lembrou da frase de um poeta que adotara como lema na adolescência, mas que estava perdida em sua memória: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

Gláucia tomou coragem e declarou seu amor a Roberto. O excêntrico casal completa hoje três anos de namoro e estão de casamento marcado para o próximo mês, inclusive no religioso.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Histórias de Amor


Ao completar 15 anos, Juca pediu um binóculo de presente para o pai. Esse objeto seria de imensa ajuda em sua nova obsessão: contemplar Rosana, bela donzela que morava ao lado. A janela de seu quarto dava pra janela do quarto de Juca, que sorrateiramente a espreitava de manhã, quando vestia o uniforme da escola, à tarde, quando chegava e à noite, quando vestia a camisola de dormir. Vício, fascínio, paixão platônica. Juca não ia bem nos estudos e mal se alimentava.

Um dia foi diferente, Juca acordou e como de hábito correu para a janela. Surpresa: os vizinhos estavam de mudança. Sentiu que o chão abaixo de seus pés desmoronava, seu objeto de adoração partia para nunca mais. Adoeceu. Já não queria mais viver e seus pais não sabiam mais que providências tomar. Até quando novos vizinhos chegaram e para o mesmo quarto foi morar Marina, ainda mais bela que Rosana. Juca rapidamente recuperou a saúde e nunca mais pensou na antiga vizinha.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Histórias de Amor


imagem daqui

O que a cidade de Mirajuí mais gosta é de sua bandinha. Todos os domingos a população se reúne no coreto da praça para ouvir seu seleto repertório. Os astros principais são Osmar, o maestro, e Alaor, o tocador de tuba, que são tidos como verdadeiros virtuoses pelos cidadãos mirajuenses. 

Até que surgiu um problema: o maestro e o tubista se apaixonaram pela mesma mulher, Maricléa. A banda já não é mais aquela. Desafina até nas partituras mais básicas. A cidade anda meio triste e só Maricléa, surda de nascença, é que ainda não percebeu nada. 

domingo, 2 de agosto de 2009

Historias de Amor



Depois do primeiro aniversário de casamento, Branca de Neve começou a sentir saudades dos sete anões. É claro que o Príncipe Encantado era tranqüilo, forte, corajoso, destemido, belo, educado, gentil. Mas faltava alguma coisa. Os anões, mesmo sendo um pouco baixinhos eram mais divertidos e sempre havia a variedade, fator que tanto auxilia a preservar os afetos. 

Depois de muito hesitar, Branca de Neve olhou para o Espelho Mágico e perguntou de quem ela mais gostava. O Espelho respondeu que ela amava os anões e ela mais do que depressa fugiu de volta para a floresta. Os anões, quando a viram chegar, fizeram sete dias de festa. O Príncipe ficou um tanto triste no começo, mas logo consolou-se no braço de uma arrumadeira. Aí sim, todos viveram felizes para sempre.

sábado, 25 de abril de 2009

Histórias de Amor




A libido do pré-adolescente Marquinhos já estava começando a se manifestar. Ele passava horas teclando com Ritinha, sua amiga virtual, e depois se trancava no banheiro. Depois de meses decidiram marcar um encontro, mas como fazer? Eram muito jovens pra sair de casa sozinhos. Marquinhos com muito custo conseguiu convencer a mãe, que havia se separado do marido e não tinha desculpa, estava com tempo de sobra pra dedicar ao filho. Ritinha bateu o pé e também conseguiu convencer sua mãe, que acabou concordando pra dar um basta na choradeira da filha. 

Combinaram um filme no Espaço Unibanco. Marquinhos de boné preto e camiseta vermelha, Ritinha de rabo-de-cavalo e camiseta das Meninas Super-Poderosas. Ambos com as mães a tira-colo, fazer o quê? Marquinhos mal controlava a ansiedade e o nervosismo, mas quando por fim se encontraram, emudeceu. Tanto assunto que tinham foi pro espaço, eles mal trocaram duas palavras. As mães até deixaram eles se sentarem sozinhos um pouco mais a frente durante o filme, o que foi até pior, os dois assistiram ao filme duros como estátuas. Saíram depois pra um lanche, Marquinhos e Ritinha mudos, de cabeças baixas e suas mães tagarelando sem parar. 

Depois disso nunca mais se viram. Em compensação suas mães ficaram amigas… muito mais que amigas… mas isso é segredo, por favor não conte pra ninguém!
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