Negociações de cinco dias entre Governo e PSD colapsaram: a explicação de Eduardo Catroga e a explicação do ministro das Finanças.
Presidente da República convoca Conselho de Estado
Como se previa, José Sócrates caiu na tentação da sua convicção de ter Pedro Passos Coelho em xeque-mate e não viabilizou nenhum acordo com o PSD.
Não sei o que vai fazer Pedro Passos Coelho mas à medida que vou conhecendo o Orçamento, feito com raiva e total falta de cuidado, e que vou percebendo o que se tem passado nas contas públicas nos últimos anos e no banquete em que se transformou o dinheiro dos contribuintes para alguns grupos, cresce em mim a dúvida se não seria melhor inviabilizar o Orçamento.
O pântano de que se queixou um dia António Guterres já é muito mais que isso. Lamentavelmente para a nossa auto-estima, uma intervenção externa poderia limpar um pouco essas águas cada vez mais turvas em que nos movemos e que escondem as vantagens que alguns retiram de comerem cada vez mais e mais à mesa do Orçamento, do dinheiro que todos pagamos para o Estado. Enquanto se vai estrangulando a economia.
É muito triste que tenhamos chegado até aqui. É com tristeza que escrevo tudo isto. Mas olhar para o futuro com esperança exige uma limpeza que seja efectivamente geral.
7 comentários:
Boa tarde,
Não poderia estar mais de acordo consigo. Apesar de, por um lado, querer que este OE fosse aprovado, o meu lado mais racional, diz-me que seria preferível não aprovar o mesmo, fazendo com que uma intervenção externa fizesse aquilo que nós não conseguimos fazer. Chegou ao ponto em que o toxicodependente precisa de ajuda externa, a sua própria motivação e força de vontade já não chega.
Não sei não. O melhor é pior? Helena, quem garante que depois da limpeza - e os outros fazem-na em nome de quê? -- nós (ou outros) somos diferentes? Não tenho dúvidas q uma limpeza geral é precisa, indispensável para a nossa sobrevivência até mental, mas a esperança tem q ser cosntruída durante,não depois.
Quer-me parecer que agora estamos todos transformados em economistas instantaneos (obviamente não é o caso da autora da post, de competencia reconhecida) tal como os "treinadores de bancada" do futebol.
O problema, parece-me ainda, é que toda a gente só sabe comentar a incapacidade da defesa da equipa, que é um problema de curto prazo, esquecendo-se da falta de capacidade de ataque para marcar golos. E nenhuma equipa ganha sem os marcar.
Também na economia não vejo NINGUÉM, mas ABSOLUTAMENTE ninguém, com uma estratégia, com uma visão, com uma simples ideia de como podemos contrariar o definhamento do nosso tecido económico.
PS: in JN:
A Comissão Europeia reviu o financiamento de 92 grandes projectos de infra-estruturas das redes transeuropeias, aceitando estender por dois anos o prazo de conclusão do que considera serem “projectos credíveis que, devido à crise económica, têm dificuldades em obter os financiamentos necessários à sua conclusão”.
Não sou adivinho, mas já previa isto. Daí ter desde logo defender o chumbo sem qualquer tipo de negociação. Sócrates é Sócrates... não ia mudar agora.
O pântano espraia-se...
De podridão em podridão,
de dolência em dolência,
é tamanha a lassidão
a caminho da falência.
À mesa do orçamento
é farta a ladroeira,
neste abjecto momento
de um regime sem eira.
Realmente não sou economista "instantâneo", mas já fui gestor administrativo e financeiro e mal de mim se tivesse deixado as empresas onde estive, chegarem ao ponto a que chegou o País. Quando um governo (ou não será antes um autêntico desgoverno?) não sabe emagrecer a despesa monstruosa do Estado, que, apesar da fome geral, engorda sempre cada vez mais à conta dos dinheiros dos contribuintes, só posso deduzir que o sr. Silva não despejou o inquilino de S. Bento - como fez Sampaio em ordem ao Santana Lopes -, porque não lhe convinha, em absoluto, ter a sua recandidatura estorvada com estes "piquenos" pormenores de somenos importância... E fala esta gente do País, dos Portugueses... o outro, antigamente, rematava sempre com o «A Bem da Nação»... Há que continuar a engorda dos sucateiros, dos emplastros, dos boys, das girls e de toda a classe dependente deste regime... É que se ele vai embora, como será depois? A razão de ser das últimas sondagens de 32% para cada um dos partidos das negociatas...
Mas quem é que tem medo do FMI? Se calhar quem tem alguma coisa a esconder...
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