Causos do mercado de quadrinhos: Batman na Marvel!Já faz algum tempo que colocar notícias falsas no dia 1º de abril virou carne-de-vaca. Lembro que, em 1999, quando colaborava com o extinto site
AREA-51, escrevi uma notinha dizendo que a
DC faria um
crossover do Flash com o Papa-Léguas. E pensar que agora tem uma propaganda bem legal do
Cartoon Network em que os dois, mais o Ligeirinho, apostam uma corrida!
Mas a história impagável de 1º de abril que vivenciei foi em 2002, quando era editor executivo da
Conrad. Logo que chegamos à redação, o meu amigo Odair Braz Júnior, vulgo Juneca, pediu pra galera bolar notas mentirosas para colocarmos no site
Herói.
E lá fomos nós. Eu escrevi que o ator David Boreanaz, o vampiro canastrão de
Angel, seria
o novo Superman do cinema; o Cleiton Campos, que
o Silvio Santos ia entrar na
Casa dos Artistas; o Mateus Reis, que o Bender, o robô doidão do desenho
Futurama, ia
fazer uma ponta em
Star Wars II - O Ataque dos Clones; e por aí afora! Tudo pura
embromation, que, com uma rápida navegada na net, qualquer um sacaria que era mentira!
Mas a melhor foi a do Juneca: o Batman tinha sido
vendido pra Marvel, ou melhor, emprestado, com todos seus coadjuvantes, por um período de dez anos, mas com chances de renovação de contrato após esse prazo!
Beleza, ficamos vendo os comentários dos leitores e dando risada. Vários sacaram, lógico! Mas eis que, no dia seguinte, eu estava fazendo meu
clipping informal pra saber se os grandes jornais do Brasil tinham dado alguma matéria sobre quadrinhos, e trombei com a notícia no site do
O Globo:
Marvel compra Batman! Checar informação pra quê, né?
Caí na gargalhada na hora e, claro, falei pro Juneca que essa era pra colocar no currículo. Logo que ele colocou no
Herói uma nota dizendo quais eram as
mentiras publicadas no dia anterior (com direito a uma sutil tiração de sarro), o site do jornal carioca sumiu com a matéria! Mas já era tarde demais!
Prevendo que isso ocorreria, sugeri ao Juneca que mandássemos um motoqueiro na banca da Rodoviária do Tietê, para comprar a edição impressa d'
O Globo daquele inesquecível 2 de abril de 2002. Dito e feito! Até hoje, ele deve ter esse
souvenir do dia em que fez um dos mais importantes jornais do Brasil dar uma "barriga" sensacional.
Ah, só pra constar: apesar de ser uma prática batida, até hoje tem
muitos veículos de comunicação que caem em brincadeiras de 1º de abril. Que beleza!