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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Datas


Datas valem o que valem
Sim, datas, ano/mês/dia/hora.

Acontece que a nossa vida é gerida por elas.
A data da nascença, do baptizado, do primeiro dente, da primeira sopa, do primeiro encontro…
São datas, que marcam a nossa vida, são datas que comemoramos, são datas que choramos...

As datas são definitivamente importantes.

E eu não sou diferente.

A minha vida resume-se a um conjunto de datas que guardo ou não conforme o que representam.
As que não gosto não retenho, as que gosto guardo no calendário as outras não preciso guardar, fazem parte de mim e não abro mão de as comemorar como puder, mesmo que sozinha.



quinta-feira, 13 de julho de 2017

Um amor antigo



Um dia ou melhor um grande grande dia, encontrei quase tudo o que procurei na minha vida toda.

De certo modo tive a oportunidade que sempre pedi. 

Presenciei, acompanhei e saboreei momentos únicos e inesquecíveis. Entrei num mundo que não era o meu, vivi momentos que não me pertenciam por natureza, encontrei companheirismo e aceitação, fui verdadeiramente bafejada pela sorte, presente inesquecível que o universo me proporcionou.

Não sei se algum dia poderei agradecer convenientemente o tanto que ri e aprendi.

Não sei se algum dia poderei aceitar convenientemente não ter conseguido parar o tempo.

O verdadeiro Amor, o antigo, é e continua a ser verdadeiramente inspirador e motivador.  

Neste momento fica a saudade, a nostalgia e a alegria desses momentos fabulosos, vividos intensamente e sem filtros.

Neste momento fica a esperança que um dia eles possam voltar a ser uma realidade.

Neste momento fica o vazio das palavras que nunca se disseram.

Neste momento fica o suspiro de um sonho já vivido e outro que ficou por viver.

O Amor Antigo
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda a parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Amar se Aprende Amando' 

sábado, 6 de maio de 2017

Chegou a hora



Pessoas como eu que não gostam e têm medo de errar e perder, um dia percebem que chegou finalmente a sua hora de arriscar e andar para a frente. 

Pois bem, ainda que a tristeza me envolva e que as memórias não me sejam de todo indiferentes e que a pena de deixar o mundo dos sonhos seja ainda uma realidade, chegou a hora.

A hora em que perder não é mais um erro e o erro será não dar espaço de entrada a outras vivências.

A arvore secou e não ha mais como voltar para trás. Chegou finalmente a altura de voltar a semear e ver crescer novos rebentos.

As memórias, essas ficarão para sempre. 

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Quase...




Quase quase quase pronta.
Falta só o “quase”.
Essa é a parte mais difícil.
Mas a verdade é que, quando menos se espera o “quase” já foi.
Vale a pena relembrar que não há nada que o tempo não cure, até mesmo o “quase”.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Eu Sabia


Eu sabia.
O natural seria assim!
Eu temia
A vontade é implacável
Bebi cada dia
Mas eu sabia
A dor entraria
Um dia teria que acontecer

Eu acredito
A vida encarrega-se de esconder
quem não quer estar
E confirmo
A nossa memória tenta manter vivos os escondidos,
Mas eu sei
Desta luta surda e cega,
Ganha a vida.
E também sei
O tempo substitui recordações,
Porque a vida é assim
É inflexível
O sol nasce a cada dia,
Impondo-se,
Contraria as nossas vontades
Vai contra os nossos desejos mais profundos.

E eu acredito
Um dia a luz vai entrar
Mostrando a beleza de cada estação
E sobre o mar ficará a pairar
o reflexo do que um dia foi
bonito 
mas agora sem dor

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Quando o Coração se Fecha


Há alturas em que o coração sente necessidade de se fechar.
Parece que o mundo a nossa volta fica a pairar e não assenta. Nada do que se passa tem a ver connosco. 
Se nos tornarmos invisíveis tanto melhor. 
Não há sentimento que entre, não há musica que se oiça ou cheiro, ou som, ou sabor, que nos avive a memória. Todo o nosso corpo evita entrar em confronto com o que quer que venha do passado, presente ou futuro. 
Não há lágrima fácil, não há reação, não há sentimentalismos nem emoções no ar.
O medo fecha a porta. A vontade desaparece e entra uma frente gelada e cinzenta que nos faz cerrar os dentes, fechar a boca e olhar em frente. 
As conversas e os passos são mecânicos, abruptos e compulsivos, arrastam-nos para a frente sem olhar para o caminho que fazemos.
O coração fica impenetrável.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Estar ao lado de alguém que não fala



“Estar ao lado de alguém que não fala, é como estar ao lado de algo inerte, a quem nos parece que passa tudo ao lado. Gera-nos insegurança, porque quem não fala, não se dá a conhecer, e ao mesmo tempo alguma antipatia, porque não falar pode significar não querer dar confiança. Ouço o silencio, mas não no entendo, por isso escancaro as portas as portas do silencio. Encontro pessoas com medo de falar, pessoas com baixa auto estima, pessoas inseguras, mas em todas elas há um traço comum: a solidão. Sente solidão aquele fisicamente está sozinho, mas também aquele que não fala. Por isso nunca se cale, e ajude os outros a falar.”  Francisco Salgado

Ontem li este texto que fala de como nos sentimos quando estamos ao lado de alguém que não fala. Quantas e quantas vezes isto não me aconteceu. Alias parece que sempre vivi deste lado. Sentimos muita, mas mesmo muita insegurança, desconforto e alguma solidão. Insegurança porque não conseguimos conhecer, saber, ter cumplicidade, logo não conseguimos ser nós. Desconforto porque para alem de tudo o que já foi referido não conseguimos ter aprovação e deixamos de ter chão, Solidão porque de repente estamos sozinhos em “orbita” a dar tudo por tudo sem receber absolutamente nada. 

Estes sentimentos geram muita tristeza e comportamentos estranhos, comportamentos que não reconhecemos em nós e, numa “bola de neve”, apanhamo-nos em situações que nunca na vida imaginaríamos que pudessem ser reais.

Falar, para mim sempre foi banal. Diria mesmo que muito vulgar. Falar sobre tudo e muito, proporcionou-me tantas vezes o estatuto de loira burra. Mas eu sempre assumi. Quando se fala muito diz-se muitas asneiras mas também gera muitos momentos de alegria e boa disposição, cria empatias e geralmente grandes cumplicidades. Nunca me dei por vencida, nunca parei, mesmo quando me diziam que deveria. 

Mas hoje, finalmente cai em mim e apercebi-me que deixei de falar.

Não foi certamente pelo estatuto de loira burra, digo eu, pois esse eu sempre aguentei bem. Nem todos podemos ser iguais, há os mais e os menos e eu nunca entrei em guerras, não me aflige ser menos, sinto-me bem pior quando me sinto mais.

Assim o porquê, não sei. Não sei o quê ou quem me levou a vontade, mas o facto é que deixei de falar e, o pior é que cada vez me sinto mais calada. Não falar, não implica só ser-se mais sozinho e mais triste, implica também menos conhecimento, chegar a menos pessoas, parar na aprendizagem da vida. 

E sempre ouvi dizer que parar é morrer.

Cheguei à conclusão de sempre, bom mesmo é as coisas acontecerem quando têm que acontecer e ter lido este texto ontem abriu-me o espírito. É preciso combater. Ora então vamos a isso.

"A maior doença do Ocidente hoje não é a lepra nem a tuberculose; é ser indesejado, não ser amado e ser abandonado. Nós podemos curar as doenças físicas com a medicina, mas a única cura para a solidão, para o desespero e para a desesperança é o amor. Há muitas pessoas no mundo que estão morrendo por falta de um pedaço de pão, mas há muito mais gente morrendo por falta de um pouco de amor. A pobreza no Ocidente é um tipo diferente de pobreza – não é só uma pobreza de solidão, mas também de espiritualidade. Há uma fome de amor e uma fome de Deus."
Madre Teresa de Calcutá

sexta-feira, 15 de julho de 2016

A nossa paz interior é sagrada


É estranho quando as verdades nos entram pelos olhos a dentro sempre que precisamos de as ouvir.
Hoje entrei na garagem cheia de pressa, carreguei no botão de chamamento do elevador e esperei pacientemente. O tempo de espera foi tão grande para a quantidade de coisas que ainda tinha para fazer e para a minha falta de paciência que ultimamente se esgota por nada, que comecei a ficar mesmo irritada e soltei em surdina um palavrão qualquer.
Foi então que o senhor asiático, que esperava como eu o elevador, olhou para mim, viu o meu desespero e muito calmo e com o ar mais simpático deste mundo, disse – “ A nossa paz interior é sagrada, não a percas com estas coisas!”. Foi tão certeiro que fiquei, muito loira, sem expressão a olhar para a porta do elevador. Vá lá que ainda tive reação para fazer um sorriso amável e agradecer a dica. E não é que a razão estava mesmo do lado dele.
Fez-me ficar a pensar até agora, que raio de coisas ou situações merecerão a perda da nossa paz?
Ainda não me surgiu nenhuma.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Também eu tenho uma História


Também eu tenho uma história.

Uma história que se pode contar e outra que devo manter para mim, como toda a gente. E ainda tenho uma história contada e outra por contar. 

E podia continuar, pois ainda como toda a gente, tenho pequenas histórias engraçadas e pequenas histórias tristes, grandes histórias que me fazem rir e outras grandes histórias que fazem pensar, há a história de amor e as outras, as que me fazem saudades e as que gostaria de ver longe, as que me lembro e as que quero esquecer, as que trago comigo sempre e que vou deixando aqui e ali.

Enfim, afinal parece-me que sou muito comum, sou como toda a gente.

Chego à feliz conclusão que as histórias repetem-se. A minha não é diferente. A única coisa que tem diferente é ser eu e não outra qualquer. 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A outra maneira de ver a vida

Há sempre outra maneira de ver a vida.

O grande desafio é tentar descobrir esse outro lado.

É raro chegar-se lá sozinho, mas entre amigos, leituras, meditações e algum treino, nada que não se consiga.

Hoje descobri este texto:

“Podes chorar por ela ter partido, ou podes sorrir porque ela viveu.
Podes fechar os olhos e rezar para que ela volte, ou podes abri-los e ver tudo o que ela deixou.
O teu coração pode estar vazio porque não a podes ver, ou pode estar cheio do amor que partilharam.
Podes virar as costas ao amanha e viver o ontem, ou podes ser feliz amanha por causa do ontem.
Podes lembrar-te dela apenas porque partiu, ou podes guardar a sua memória e deixa-la viver.
Podes chorar e fechar a tua mente, tornar-te vazio e virar as costas, ou podes fazer o que ela gostaria que fizesses: Sorri, abre os olhos, ama e segue em frente”

Não sei de quem é, mas fez-me sorrir e perceber o outro lado de tudo aquilo que eu estava a sentir.

A partida seja de quem for que tenha feito parte da nossa vida, tem o seu lado muito bom que é composto de todos os momentos em que esteve presente e é dando vida ao que aprendemos e ao que vivemos em conjunto nesses momentos, que a nossa própria vida começa a fazer sentido.
O português correcto falha-me nestas alturas, mas que se lixe o português, fiquei feliz com a descoberta.
É legitima a tristeza, é legitima a falta que nos faz, é legitimo o vazio, mas é legitimo também tantas coisas boas vividas, tantas alegrias, tanto preenchimento, tanto amor. Todos sabemos que nascer significa um dia morrer e que é no meio de um e do outro que a nossa vida enriquece e toma corpo.
Lá vem a minha frase de eleição e, desta vez, com outro sentido ainda maior:

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.  “
Antoine de Saint-Exupéry

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Dizer o quê?


Há dias em que tudo é claro. O que é importante e o que não é, o que queremos e o que não queremos, o que precisamos e o que nem por isso, quem queremos ao lado e quem queremos longe, quem se poe ao fresco e quem está verdadeiramente do nosso lado, quem se preocupa e quem só olha para o seu umbigo.

Desilusões… Ou nem por isso, somente a aceitação do que é e, confesso, até com uma certa indiferença.

O tempo vai passando e os ensinamentos vão-se acumulando. A vida ensina-nos que acreditar no ser humano, vai sendo cada vez mais difícil.

Não é triste, é a vida! Não adianta chorar sobre os factos, adianta não esperar das pessoas, aquilo que elas não são capazes ou não querem dar.

No entanto, aprendi que, aquilo que os humanos não conseguem dar, os animais encarregam-se de o fazer de uma forma incondicional e absolutamente verdadeira. É o verdadeiro “até que a morte nos separe”.

Infelizmente eles separam-se de nós muito antes do que gostaríamos e deixam-nos o sabor amargo na boca de não ter conseguido chegar aos calcanhar em tudo o que tínhamos para lhes dar e uma saudade eterna do seu gostar puro, duro e incondicional e da sua companhia insistente, persistente e até por vezes obstinada.
Vou morrer de saudades!

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Um sorriso por aquilo que hoje sou



Um sorriso por aquilo que hoje sou

Ontem olhei para a lua
Estava grande e brilhante
Pensei em ti
Pensei em nós
Lembrei-me do caminho que vi
E porque o segui
Hoje no escuro da noite
Senti o fardo que carrego
e vejo reflectidas no meu chão
Cada linha desenhada
Na palma da minha mão
Por cada uma que trago
Vai uma lágrima e um sorriso
Uma lágrima por tudo o que te dou
Um sorriso por aquilo que hoje sou
Não sei ver se são bons ou maus, se estão bem ou mal escritos, se tem rimas...
Também não sei explicar de onde surgiu a ideia, nem porquê.
Sei eventualmente que transbordou de um daqueles meus arremessos sentimentais.
Seja o que for olho para eles e nem consigo acreditar que fui eu que os escrevi. 
Hoje reli este e tal como o escrevi, tal como o senti agora. Há coisas que nunca passam.
Mas não é só na escrita que me consigo surpreender, acontece também quando percebo que não me consigo desfazer de alguns sentimentos que trago em mim desde "quase" sempre.
Há de facto coisas que nunca mudam e nunca deixam de existir e inclusivamente há algumas que se tornam mais consistentes. no matter what,

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Se me Esqueceres!

Sem mais, nem porquê.
É assim que quero sentir hoje e mais nada!
Um misto de raiva, amor,desilusão, esperança, medo, ciúme, desejo, insanidade, vontade...
Hoje nem eu sei o que sinto.
Se me quiserem dizer que é medo aceito, se me disserem que é ansiedade acedo, ja se for amor, digo que é verdade,..
Há dias assim! Também posso dizer que há dias e dias e que este é daqueles que eu gostaria de voltar a viver.
Parece contrassenso!?
Até admito que sim. 
São sinais de outros registos. 

Se Me Esqueceres
Quero que saibas 
uma coisa. 
Sabes como é: 
se olho 
a lua de cristal, o ramo vermelho 
do lento outono à minha janela, 
se toco 
junto do lume 
a impalpável cinza 
ou o enrugado corpo da lenha, 
tudo me leva para ti, 
como se tudo o que existe, 
aromas, luz, metais, 
fosse pequenos barcos que navegam 
até às tuas ilhas que me esperam. 

Mas agora, 
se pouco a pouco me deixas de amar 
deixarei de te amar pouco a pouco. 

Se de súbito 
me esqueceres 
não me procures, 
porque já te terei esquecido. 

Se julgas que é vasto e louco 
o vento de bandeiras 
que passa pela minha vida 
e te resolves 
a deixar-me na margem 
do coração em que tenho raízes, 
pensa 
que nesse dia, 
a essa hora 
levantarei os braços 
e as minhas raízes sairão 
em busca de outra terra. 

Porém 
se todos os dias, 
a toda a hora, 
te sentes destinada a mim 
com doçura implacável, 
se todos os dias uma flor 
uma flor te sobe aos lábios à minha procura, 
ai meu amor, ai minha amada, 
em mim todo esse fogo se repete, 
em mim nada se apaga nem se esquece, 
o meu amor alimenta-se do teu amor, 
e enquanto viveres estará nos teus braços 
sem sair dos meus. 

Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda" 

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O não poder ter, dói!


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Tanto sorrio de felicidade como choro de tristeza profunda. O medo toma conta do meu pensamento.
Tenho o coração cheio e a cabeça vazia, sinto cada segundo, revivo cada gesto, oiço cada palavra dou-lhes vida, tiro-lhes sentidos,  e quando fecho os olhos, o meu corpo dança lentamente a música que sinto dentro de mim e estremece em ondas de prazer que se propagam bem devagar, levantando até a roupa que trago vestida. A respiração fica mais funda, o estômago encolhe levemente e as lágrimas começam o seu percurso, numa manifestação de desejo insano e urgente. É aqui que o prazer vira quase tortura e a dor aperta cada prega da minha alma. O não poder ter, dói!

"É tão difícil falar, é tão difícil dizer coisas que não podem ser ditas, é tão silencioso. Como traduzir o profundo silêncio do encontro entre duas almas? É dificílimo contar: nós estávamos nos olhando fixamente, e assim ficamos por uns instantes. Éramos um só ser. Esses momentos são o meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isso de: estado agudo de felicidade."
Clarice Lispector

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Serenidade



Hoje, serena! Está bem, um pingo de nostalgia, mas muito serena.

Ver o caminho a percorrer no distanciamento dos sentimentos é outra loiça.

Nada me diz que o desassossego não volte e que esta tranquilidade não passe do olho do furacão. Mas enquanto foi e não voltou consigo desfrutar da calmia dos meus passos.

É bom apreciar a bonança, claro que sim, no entanto o que nos faz sentir vivos é todo este constante movimento à nossa volta. As abanadelas dos ventos e as ansiedades das tempestades são os contrapontos, só existindo isto conseguimos dar o devido valor á suavidade dos dias bons e calmos.

Há quem afirme que os momentos bons não se sentem, vivem-se e que os momentos maus doem na pele. Por isso os maus esquecem-se depressa e os bons deixam saudades.

Ai que saudades.......


segunda-feira, 20 de julho de 2015

O que um não quer, dois não conseguem.



E o certo é que, o que um não quer, dois não conseguem.
É tão óbvio que até mete nojo. 

Não querer ver, consegue ser pior do que ser-se cego.
Mas, infelizmente, acontece a todos.
Insiste-se, insiste-se mas sem resultados. Até que um dia a resposta sai clara que nem água. Há um que não quer.
Feita a descoberta, não se pode voltar atrás. Está visto, está visto.

E agora?
Agora... É andar para a frente e fazer o que deve ser feito.
Não deve ser muito difícil.
Pode-se começar por traçar objectivos e fazê-los cumprir a risca. Com o menor desvio possível. Para que os resultados surjam bem depressa com saldos positivos.

Há ainda, aquelas ajudas de sempre, que não nos deixam, de forma alguma, descalça. As listas e os diários.
Sim os diários. Sim as listas. Extraordinárias ferramentas para quem está temporariamente desmemorizado e desconcentrado. É que nestas alturas a pena de nós próprios não nos dá espaço, nem tempo para pensarmos em coisas razoáveis e lógicas. A concentração parece que foi de férias e o tico e teco desta vida, são como os amigos, que achamos verdadeiros, Desaparecem.
Se tivermos as listas sempre ao lado, não há problema. As coisas surgem feitas sem que se dê por isso. Uma verdadeira maravilha. já os queridos diários servem sempre para registo. Fica registado toda a nossa estupidez, para que de uma próxima vez, não aconteça o que nunca deveria ter acontecido.

É tempo de recomeçar a escrever, é tempo de começar a encaixar e perceber os danos e a aprendizagem decorrentes desta aventura.


Saudade




"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."

Clarice Lispector


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Uma porta que se abre


E quando os factos se nos apresentam, tal e qual como são, não há volta a dar. É aceitar e andar para a frente.
O que veio, já ninguém nos tira. Morre connosco.
A vida é feita do que vem e do que vai.
Interessa manter a serenidade e a felicidade e seguir, porque é certo que quando acaba uma coisa outra surge e como tal logo logo começa a  expectativa do que vem a seguir. Desenham-se caminhos, trilham-se as margens, formam-se novos sonhos!
Sabendo de antemão que aprender é a ordem da vida, as coisas novas que se avizinham são necessariamente boas e gratificantes.
Uma porta que se abre, um sorriso que se rasga.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Ausências e sombras



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(Fotografia tirada com telemóvel)

As coisas que se têm que aprender para sobreviver nos dias que correm:

A Diferença entre Amigo(a) e Amiguinho(a).
Primeira grande diferença entre Amiguinho e Amigo é que, Amiguinho serve para descarregar, desabafar e acompanhar em momentos bons e em momentos menos bons. Amigo serve para se divertir, ou melhor, Amiguinho é para o que der e vier. Amigo é para o que der.
Amiguinho empata Amiguinho. Amigo não empata Amigo.
Ao Amiguinho deve-se respeito e exige-se parcimónia, cumplicidade, atenção, fidelidade, lealdade e companhia. Do Amigo requeresse divertimento e prazer, leia-se "é para o que é".
E por ai fora...

Facto é que, Amiguinho nunca vai poder ser Amigo e Amigo nunca será Amiguinho.

Facto é que, nos dias de hoje, já ninguém quer mesmo ser Amiguinho.

Assim a primeira regra se queres um Amiguinho: sê carinhoso, preocupado, bom ouvinte, compreensivo, companheiro. Mas nunca por nunca sorrias dos seus desabafos, nem nunca por nunca o convides para beber um copo. NUNCA! 
Aviso: não é fácil. De um momento para o outro, percebes que a tua companhia foi comprar cigarros e não voltou, nem vai voltar.

Se queres um amigo então não caias na tentação de ouvir desabafos nem de desabafar, Tu não és Amiguinho por isso não queiras ser carinhoso, preocupado e tal e coisa... Pega numa "jola", sorri, brinda à vida e brinca. 

Ninguém gosta de ser radiografado.
Quando se começam a sentir radiografados, ala... que se faz tarde!
Ninguém gosta na realidade de mostrar ser quem é. Gostamos, isso sim, de mostrar aquilo que gostaríamos de ser. E mais nada!
Facto: Se transparecem... há merda no beco!
Hoje em dia tento só acreditar naquilo que me querem mostrar. E quando tiro uma pessoa de letra. Disfarço com quantas forças tenho. 
Não somos pagos para ser, somos pagos para ver. Ponto.

Por isso hoje acredito que, a vida é feita de ausências e sombras!

Existem mais umas quantas regras de ouro para se conseguir sobreviver nesta selva de cimento e pedras...Mas por hoje chega!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Fim de um ciclo!


Nunca se sabe quando chega o fim a não ser quando ele chega na realidade.
Pois foi o que aconteceu. O ciclo fechou-se. Senti-o com todas as letras que compõem a palavra FIM.
Bateu-me uma tristeza profunda. Acho que é sempre assim quando alguma coisa acaba!

Um dia escrevi:

“Dentro de mim choro
Não a tua morte
Que não morreste em mim
Mas a morte de mim em ti”

Hoje escrevo:

"Dentro de mim choro
Não a minha morte em ti
Mas a tua morte dentro de mim
E é com toda a tristeza que me curvo
Diante da doce lembrança
Do que um dia foi…"

Esta sim, ficará para sempre.