terça-feira, 10 de janeiro de 2012

De novo


Andar em posições intermediárias, e chegar a se classificar na última fila para uma corrida, até 2011, era uma grande novidade para Valentino Rossi. O italiano viveu no ano passado sua pior temporada no campeonato mundial, do qual participa desde 1996. 2011 foi o primeiro ano no qual Valentino não conseguiu sequer uma vitória. Melhor resultado? Um modesto terceiro lugar ainda no início da temporada, na França.

A situação de pegar uma moto tida como uma “bomba” com a missão de transformá-la em “carruagem” não é nova para ele. O título que o próprio diz orgulhar-se mais foi a bordo de uma moto que até um ano antes não havia conseguido nada melhor do que apenas um pódio. E que, por coincidência ou não, havia sido justamente na França, no degrau mais baixo, com Alexandre Barros. Falo da Yamaha de 2004, claro.

Em 2003, Valentino se sentia um prisioneiro (como suas comemorações insinuavam, inclusive) dentro dos consagradíssimos muros multinacionais da Honda. Tinha-se a ideia dentro do time de que era uma moto que poderia fazer qualquer um que estivesse sentado nela campeão. Rossi queria mostrar para ele, para os espectadores e para Honda que a moto não era tão importante assim. Topou o desafio da Yamaha... e a acertou a tempo de ganhar já a primeira corrida da temporada na África do Sul.

O título não foi tão facilmente conquistado no fim das contas como esse triunfo precoce pode dar a impressão que foi. Nas corridas seguintes ele encontrou grandes desafios nas Honda's de fábrica, como esperado. Sobretudo, na de Sete Gibernau – a quem derrotou ao fim do GP da Austrália para levantar o caneco.

Em 2010, Rossi sentia-se quase da mesma maneira que em 2003. Mas dessa vez quem o prendia não era uma fábrica, e sim seu companheiro de equipe, Jorge Lorenzo. Lorenzo copiava Rossi em tudo. Nas comemorações engraçadas, no macacão (uma perna branca e outra vermelha, enquanto Rossi sempre usou uma preta e outra amarela) e, claro, nos acertos mecânicos. Uma moto que Valentino desenvolvera ao longo de anos, era, de repente, sua maior rival.

Chegou à Ducati em 2011. Conseguiu um terceiro lugar como melhor resultado e um sétimo no campeonato. Me parece justo comparar as situações. Ou seja, o italiano enfrentará um desafio semelhante ao de 2004 em 2012. Poderá triunfar? Sim, como já fez... porém, há oito anos. É de sabedoria popular que oito anos pesam nas costas de qualquer humano.

Mas a pergunta é: Pesa na do eneacampeão mundial, The Doctor? O tempo dirá.

2 comentários:

Marcelo Betioli disse...

Valentino Rossi não precisa demonstrar mais nada. Ele estando bem e com um equipamento capaz de lhe trazer motivação, lutará pelas vitórias.

Quando tiver um tempo, dá uma passada no meu blog.

Já estou te seguindo.

Abraços.

Ron Groo disse...

E este ano ele já disse que vai ser igual, que sua Ducatti não tem condições.