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Se eu sei o que devo fazer, por que não faço?

Se eu sei o que devo fazer, por que não faço?

por Patricia Gebrim

"Precisamos perceber quando estamos tendendo a simplesmente "reagir" ao mundo, de acordo com uma emoção condicionada. Precisamos pensar, usar a razão para reavaliar a situação e correr o risco baseados na pessoa que somos HOJE, checar, acreditar que agora pode ser diferente do que foi lá atrás"

Muitas vezes em nossas vidas sabemos exatamente como deveríamos agir ou nos comportar, e ainda assim nos sentimos incapazes de fazer o que deve ser feito.

Como se fios invisíveis nos amarrassem e aprisionassem, limitando nossos movimentos, só nos resta a sensação de impotência, um gosto amargo de frustração e a repetição de cenas já conhecidas que nos impedem de ir em direção à felicidade.

Como se fôssemos prisioneiros de nós mesmos, ficamos lá, paralisados, embora tudo em nós grite:

- Mova-se!

Quem já se sentiu assim sabe o quanto é difícil.

- Se sabemos que devemos nos mover, por que não seguimos adiante?

É a pergunta que não nos deixa dormir em paz.

É claro que se fôssemos seres puramente racionais, nada disso aconteceria. É facil resolver as coisas no campo da teoria e daquilo que é meramente racional:

- Esse relacionamento lhe faz mal? Então deixe-o e busque algo mais saudável... Parece simples não?

Mas o fato é que não somos só uma cabeça que pensa e analisa. Somos também seres emocionais, como se dentro de nós existisse um lago feito das mais diversas emoções. A nossa cabeça pensante é como uma pedra lá no meio do lago, muitas vezes parcialmente submersa, outras vezes totalmente coberta pelas emoções, a ponto de nem mesmo conseguirmos enxergá-la.

Lago das emoções

O lago das emoções começa a surgir muito cedo na vida, a partir de nossas primeiras interações com o mundo que nos cerca. Esse lago é formado por tudo o que sentimos, desde a infância até hoje. Assim, diferentemente do lado racional que se baseia em analisar a compreensão dos fatos, num entendimento lógico do mundo; o nosso lado emocional é feito de uma mistura confusa de sentimentos. Lá no seu lago está o que você sentiu quando alguém brigou com você pela primeira vez na vida, está o seu medo do escuro, a raiva do coleguinha que grudou chiclete no seu cabelo, a tristeza que sentiu quando seu gatinho morreu, a alegria de andar na sua bicicleta nova e tantos outros sentimentos. A partir desses sentimentos, sem se dar conta, você foi aprendendo a reagir ao mundo.

O saudável seria que razão e emoção conversassem entre si e que ambas tivessem espaço em nossas vidas, em nossas decisões. Mas se o lago transborda, se a sua razão se torna uma pedra submersa, lá no fundo, tão no fundo que você mal consegue ver... então a emoção se tornará a condutora de sua vida. E a sua emoção irá sempre pelo caminho já demarcado anteriormente. Como um rio, que segue sempre pelo leito escavado na terra, a água flui por onde já passou muitas vezes, instituindo a repetição como regra em nossas vidas. E assim ficamos lá, repetindo, repetindo, repetindo.

Para que você entenda de forma prática, imagine que quando criança você sempre tenha se sentido menosprezado por seus coleguinhas na escola. Você aprendeu lá atrás a sentir-se frágil, pequeno, indefeso e inferior. A sua emoção continuará fazendo com que você se "sinta" assim. Mesmo que hoje você tenha crescido, se tornado muito forte, capaz e mais poderoso do que qualquer um de seus ex-coleguinhas; se você se deixar guiar pela emoção, talvez evite entrar em situações de confronto, esperando perder, como acontecia no passado.

MEDO (BASEADO EM EXPERIÊNCIAS PASSADAS) + GENERALIZAÇÃO = PARALISIA
Em geral ficamos paralisados porque somos prisioneiros de um passado, de uma visão distorcida de nós mesmos que nega a verdade de nosso ser.

Ficamos paralisados porque sentimos medo. Pense por um instante:

- O que você teme?

Fora alguns medos que são inatos (presentes desde o nosso nascimento e que tem a função de preservar a nossa integridade física), a maioria de nossos medos relaciona-se às nossas experiências passadas (por exemplo, um dia você foi rejeitado ao tentar brincar com um grupo de coleguinhas, e a partir daí se retraiu e passou a temer se expor em relações sociais).

Nossas emoções tendem a generalizar indevidamente as experiências que vivemos. Assim, o medo somado às generalizações acabam nos aprisionando.

- "Um dia foi assim , logo... acontecerá assim novamente!"

Para sair dessa prisão precisamos correr o risco de testar a vida novamente. Precisamos perceber quando estamos tendendo a simplesmente "reagir" ao mundo, de acordo com uma emoção condicionada. Precisamos pensar, usar a razão para reavaliar a situação e correr o risco baseados na pessoa que somos HOJE, checar, acreditar que agora pode ser diferente do que foi lá atrás.

É o seu racional que pode lhe ajudar a enxergar quem você é hoje. O seu racional poderá lhe fazer raciocinar, perceber que hoje você é um adulto bem diferente daquela criança que foi. O seu racional pode lhe mostrar fatos que comprovem sua capacidade e pode instigar você a testar o mundo com base no presente, e não no passado.

Assim, se você se encontra paralisado em alguma situação da sua vida, faça uma lista prática de todos os medos que consegue associar a essa questão, e depois, racionalmente, perceba se existem experiências passadas associadas a eles. Avalie se esses medos são reais ou são generalizações de experiências passadas. E enfrente-os! Comece pelos mais fáceis, até que vá se sentindo mais seguro e confiante.

Você é capaz de mudar sua vida. Não desista. Mova-se!
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A caridade para um mundo melhor

Mantenho blogs há quase dois anos,e, ao menos que me lembre, nunca falei de minha religião, e prometo não me estender muito no assunto por aqui, pois todos sabemos quanta polêmica o tema pode render, e não faria isso num blog no qual sou apenas colaborador.

 

Mas a questão é a seguinte: como católico, procuro ler as encíclicas, carta escritas pelos papas aos bispos e, através destes, a seus fiéis, e que trata de assuntos doutrinários em diversos campos, atualizando a fé católica. Não que eu compreenda tudo o que está escrito, mas estes escritos são de incomum deleite, por, muitas vezes, revelar aspectos da doutrina que sigo e que me é passada – seja por causa do longo caminho que percorre, seja por questões ou pontos de vistas pessoais – nem sempre da forma como se pretendia na origem.

 

carijus

 

Me deparei então, coisa de duas semanas atrás, com a  Caritas in Veritate, escrita pelo papa Bento XVI em agosto de 2009. A introdução logo me chamou a atenção por tratar de um assunto tão esquecido – apesar de, muitas vezes, demagogicamente abordado – a caridade. Pelas palavras do santo padre:

A caridade, na verdade que Jesus Cristo testemunhou com a sua vida terrena e sobretudo com a sua morte e ressureição, é a força propulsora principal [o grifo é meu] para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira.

 

e continua,

O amor – caritas – é uma força extraordinária que impele as pessoas a se comprometerem, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz.

 

Esquecendo que o papa Bento XVI é o líder do catolicismo, vamos parar para interpretar estas poucas palavras e o cotidiano que nos rodeia.

 

Vivemos numa época onde nosso umbigo é o centro do mundo, e onde o outro, cada vez menos, tem qualquer importância. Vivemos para nos satisfazer de alguma forma, pouco nos importando os reflexos que as atitudes tomadas poderão causar ao próximo. Até por que próximo hoje em dia é o sujeito da fila, apenas mais um, e não nosso igual.

 

Quanta caridade se pratica, ainda mais se não redutível do imposto de renda? Quase nenhuma. E por que não viver num mundo melhor? Por que é justamente isso que cada um de nós buscamos: viver num mundo melhor e – mais importante – só nosso.

 

Dia após dia lutamos para construir nosso mundo perfeito, nossa redoma que nos protege da devassidão que o mundo lá fora está se tornando.

 

Praticar a caridade, nos mais simples gestos cotidianos, pode não mudar o mundo da noite para o dia, nem tampouco mover montanhas, mas com certeza nos fará pessoas melhores e, consequentemente, o ambiente  que nos rodeia. São pequenos gestos que nos impulsionam para algo melhor, e nos fazem melhores.

 

Não custa nada tentar.

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Fui convidado pela Joicinha para escrever aqui e aceitei de pronto. Sou contador, funcionário público, leitor voraz e também escrevo no meu blog pessoal, o Luciano A.Santos, e no O Leitor, além das minhas crônicas estranhas que posto no Crônicas da Montanha da Neblina. Mais de mim aqui.

 

*Imagem daqui.

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Aproveitar cada momento da vida

Continue faminto. Continue tolo - Parte I




Continue faminto. Continue tolo - Parte II



O orador, e autor, do discurso mostrado nos vídeos acima é Steve Jobs, o criador da Apple. O discurso foi feito para os formandos da Universidade americana de Stanford.

é possível identificar no discurso algumas premissas fundamentais da Psicologia Junguiana de que cada ser humano caminha de encontro ao próprio destino, e de que todos os eventos da nossa vida possuem um propósito, que é o de nos ajudar a nos tornarmos nós mesmos. Além disso, a fala de Jobs está em sintonia com o conceito junguiano de Vocação, de seguir o próprio coração/intuição para realizar aquilo que você está destinado a fazer.


E outros pontos que também foram identificados e que vale a pena pensar.

- a importância da fé;

- a importância do fluxo, de aproveitar cada momento da vida como se fosse o último;

- a importância de encarar os momentos difíceis como eventos temporários, mas que são parte essencial da vida, e buscar mecanismos de superá-los;

- a importância de assumir o controle da própria vida, aceitando a responsabilidade pelas decisões tomadas e encarando as consequências de cada uma delas;

- a importância de cultivar o interesse e a curiosidade para buscar e tentar coisas novas, sempre;

- a importância de valorizar os relacionamentos afetivos e de buscar o fortalecimento dos laços familiares;

- a importância da gratidão!

Escrito por Angelita Corrêa Scardua.
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A procura da felicidade




A busca pela Felicidade sempre foi um objetivo humano, ou, pelo menos, a busca pelo entendimento de sua natureza. Contudo, penso que no passado se pensava menos na felicidade, até porque se prometia menos a Felicidade do que se faz hoje. Hoje, tudo nos promete Felicidade: o remédio para emagrecer, a griffe de roupa, o novo modelo de carro, o livro de auto-ajuda… enfim, hoje acreditamos que a Felicidade é algo externo a nós mesmos, algo que pode ser adquirido com dinheiro, atitude ou treinamento.

Pelo excesso de promessas de Felicidade, podemos pensar que ela nos falta! Se buscamos demais alguma coisa é porquê não a temos.

Ao longo da história humana, a busca por uma vida plena sempre foi motivo de reflexões filosóficas, artísticas, religiosas, etc. Mas, a conquista da Felicidade era tida como algo inseparável da vida cotidiana, em especial entre os filósofos da Antiguidade clássica. Assim, a Felicidade era vista como sendo resultado das nossas posturas éticas, das nossas práticas na vida. Via de regra, essa visão da Felicidade, como resultante da ética, fundamentava-se nas idéias de bem e virtude enquanto valores perseguidos por todo ser humano, e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz.

Não que as pessoas no passado fossem mais felizes do que nós somos hoje. O que acontece, hoje, é que estamos perdendo essa dimensão ética da vida, cada vez mais os fins justificam os meios. Com isso, estabelecemos uma separação racional entre o que deve ser feito - o que pode ser considerado bom, adequado, justo, aceitável, etc. - , e o que pode ser feito. E o que pode ser feito, nem sempre é o melhor para nós e para os outros, mas quase sempre é o que trará mais vantagens imediatas. Do ponto de vista psicológico, isso aponta para a existência de um sentimento permanente de insatisfação. É quase impossível suprir todas as demandas que se multiplicam a cada dia, há sempre algo a ser adquirido, vivido, desfrutado… é como se por mais que fizéssemos, ou realizássemos, nunca é o bastante. É difícil dar-se por satisfeito num mundo que sempre oferece mais e mais.

Aí reside o nosso problema. Porque Felicidade não é a mesma coisa que satisfação, mas estamos tão preocupados em nos satisfazer que esquecemos de ser felizes, ou então confudimos as duas coisas.

Ao mesmo tempo que conseguimos separar racionalmente o que deve ser feito, do que pode ser feito, não conseguimos fazer isso afetivamente. Cada vez que violamos nossos princípios, crenças, esperanças e sonhos em troca de satisfação imediata, entramos em conflito afetivo. Esse conflito, pode nem ser percebido conscientemente mas ele está agindo dentro de nós, gerando ansiedade, medo, dúvida, ressentimento, culpa, preocupação, nos levando a uma constante insatisfação com nós mesmos e a vida que levamos…. É um ciclo vicioso.

De fato, desde que se começou a investigar cientificamente a experiência da Felicidade, isso nos idos da década de 50, nos Estados Unidos, os índices de Felicidade relatados pelas pessoas não têm mostrado elevações significativas. Embora, do ponto de vista objetivo - acesso a serviços médicos, moradia, renda, etc. -, a vida tenha se tornado progressivamente melhor. O que implica maior satisfação. Do ponto de vista subjetivo - emoções, sentimentos, pensamentos, etc. -, as pessoas não se sentem mais felizes hoje, do que se sentiam antes.

Psicologicamente falando: podemos mesmo dizer que, à medida que as pessoas vão resolvendo seus problemas materiais, mais elas podem se voltar para os problemas subjetivos, àqueles que não dependem de recursos externos para serem solucionados. Muitas vezes, é aí que a tristeza aperta, porquê o que nos faz realmente felizes não pode ser comprado. Adquirir algo, que desejamos muito, pode elevar nosso sentimento de Felicidade por algum tempo, é o que se define em Psicologia da Felicidade como “felicidade objetiva”. Mas com o correr do calendário, nossos níveis de felicidade retornam ao padrão anterior, e àquilo que nos exultava perde o encanto e o poder de nos fazer felizes. Até mesmo os políticos, em época de eleição, utilizam-se do fator “felicidade objetiva”, ligado à melhora de vida, para seduzir os eleitores. Acontece que a felicidade não depende apenas de recursos externos.

De certa forma, nós já sabemos de tudo isso. Tanto é que proliferam os livros de auto-ajuda, as seitas religiosas, as práticas de vida alternativa, etc. Todos recursos que nos prometem o alcance da felicidade interior, supostamente a verdadeira felicidade. Mas, de novo, o que está em jogo aqui é a promessa de aquisição da Felicidade, só que, dessa vez, ela vem em modelos pré-definidos de condutas para uma vida feliz. E o equívoco, de se acreditar nessas promessas, é comprar a idéia de que a Felicidade possui uma fórmula que serve para todos. Há alguns séculos atrás, as doutrinas cristãs, em especial a católica, pregavam uma vida regrada, humilde e de privações como caminho seguro para a Felicidade eterna. Mas isso nunca funcionou na prática porque as pessoas têm necessidades físicas, emocionais e espirituais. Portanto, observamos, ainda hoje, as instituição religiosas lutando contra o “pecado” dentro de seus muros.

O ser humano é um conjunto complexo de desejos e necessidades, que precisam ser equilibrados para que se possa alcançar uma vida plena, e a medida desses desejos e dessas necessidades varia de pessoa para pessoa. Não há fórmulas para a Felicidade, não mesmo! Além disso, há o aspecto ético, que talvez seja o único aspecto que realmente possibilite o alcance de uma vida plena, feliz. Por mais alto que nossos desejos, ou necessidades, gritem, eles não podem ser satisfeitos sem que se leve em consideração os efeitos disso sobre nós mesmos e os outros. A busca pela Felicidade, não importa a época em que se dê, é uma busca por uma vida melhor no sentido mais amplo da palavra, a busca por um ser humano melhor.

A plenitude da vida reside em viver em equilíbrio com tudo aquilo que somos e podemos ser.

Escrito por Angelita Corrêa Scardua.
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Adotar é tudo de bom

Gentileza Gera Gentileza

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