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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Maze Runner - Provas de Fogo

Título: Maze Runner - Provas de Fogo
Saga/ Série: Maze Runner (Maze Runner, #2)
Colecção: Via Láctea
Autor: James Dashner
Tradução: Marta Mendonça
Edição: Ed. Presença
ISBN: 9789722350815
Nº de páginas: 368


"Atravessar o Labirinto devia ter sido o fim. Acabar-se-iam os enigmas, as variáveis e a fuga desesperada. Thomas tinha a certeza de que, se conseguissem fugir, ele e os Clareirenses teriam as suas vidas de volta. Mas ninguém sabia realmente para que tipo de vida iriam regressar...

O segundo volume da série Maze Runner ameaça tornar-se um clássico moderno para os fãs de títulos como Os Jogos da Fome."


Já não tinha achado o volume anterior aquela maravilha que toda a gente diz por aí mas, mesmo assim, decidi dar uma nova oportunidade a esta trilogia, sobretudo por causa do final do 1º volume. Bem, não sei se devia ter lido... A leitura foi fácil e rápida e o autor consegue momentos de elevada adrenalina com imensas perseguições, discussões e traições inesperadas e decisões difíceis que têm que ser tomadas. Ainda assim... Muitas destas situações são algo descabidas e, sem sombra de dúvidas, não compensam o resto.

No final do volume anterior qualquer leitor com dois dedos de testa conseguia compreender que as coisas estavam longe de ser completamente resolvidas e que os jovens que conseguiram escapar do labirinto iam poder passar por tudo menos por uma vidinha descansada. É isso que se começa logo a verificar nos primeiros capítulos. A CRUEL não tem ainda todos os valores e variáveis de que necessita e os testes continuam embora num cenário diferente. A descoberta de que o labirinto já nossos conhecido não era o único e que há um outro grupo a  passar por experiências semelhantes não atenua a descrença e frustração dos jovens. Tendo conseguido voltar para o mundo real, mesmo não sabendo nada do mesmo e não sabendo bem o que fazer, os protagonistas acedem a submeter-se a mais uma ronda de testes. Mais uma vez, a CRUEL parece funcionar como um Big Brother que tudo vê, tudo controla e tudo manipula. A única diferença é que tanto o leitor como os personagens estão mais cientes da omnipresença destas pessoas e das suas capacidades para alterar toda e qualquer realidade.

Com a nova vida num mundo exterior  e a revelação da existência de um outro grupo, o número de personagens cresce consideravelmente. Este é um factor que continua a não ter muita importância porque estes continuam a não ter densidade, são todos muito iguais uns aos outros e, muito sinceramente, não consegui sentir nenhum tipo de ligação ou empatia com nenhum deles. A única coisa boa neste aumento substancial de personagens prende-se com o facto de, finalmente, alguém ser capaz de nos dar algum tipo de informação (ainda que escassa, muito, muito escassa) sobre aquilo que aconteceu ao mundo e que teve como consequência directa na vida daqueles jovens os testes aos quais se sujeitam. Ainda assim, a informação que o leitor consegue ir recolhendo, pouco a pouco, ao longo da leitura, está longe de ser suficiente e parece até muito pouco relevante em alguns casos.

E no final, depois de correrem e enfrentarem tempestades assassinas numa terra inóspita e completamente destruída pelo calor e pela doença; depois de se verem obrigados a trair e a aceitar a traição de que são vitimas; depois de enfrentarem doentes em fase terminal que se transformam em autênticos lunáticos canibais; depois de deixarem para trás os amigos mortos... Nada se resolve. Ora ai está, é mesmo assim, nada se resolve e o leitor consegue adivinhar que vem ai mais uma louca ronda de testes. Senti-me algo enganada, frustrada e revoltada com este final, principalmente porque tinha esperança que as memórias recuperadas pelo protagonista fossem, finalmente, servir para alguma coisa. Mas parece que me enganei  e que a este se seguirá mais um volume em que o leitor apenas se limitará a ler cenas pejadas de sangue, violência e com muita adrenalina enquanto segue as escolhas de um grupo de jovens com pouca personalidade. E respostas? Nem vê-las.

Concluindo, se gostaram muito do primeiro volume e conseguiram criar algum tipo de empatia com os personagens, com certeza vão gostar deste volume. Se esse não for o vosso caso, se são um leitor que precisa de respostas, de saber o como e quando (para, entre outras coisas, tentarem descortinar o porquê)... Esqueçam, esta trilogia não satisfaz.

5/10

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Maze Runner

Título: Maze Runner - Correr ou Morrer
Série/ Saga: Maze Runner (Maze Runner, #1)
Autor: James Dashner
Edição: Ed. Presença
ISBN: 9789722348508
Nº de páginas: 397

Quando desperta, não sabe onde se encontra. Sons metálicos, a trepidação, um frio intenso. Sabe que o seu nome é Thomas, mas é tudo. Quando a caixa onde está para bruscamente e uma luz surge do teto que se abre, Thomas percebe que está num elevador e chegou a uma superfície desconhecida. Caras e vozes de rapazes, jovens adolescentes como ele, rodeiam-no, falando entre si. Puxam-no para fora e dão-lhe as boas vindas à Clareira. Mas no fim do seu primeiro dia naquele lugar, acontece algo inesperado - a chegada da primeira e única rapariga, Teresa. E ela traz uma mensagem que mudará todas as regras do jogo.

Decidi ler este livro, como tantas vezes acontece, depois de ter visto opiniões muito favoráveis de outros bloggers que, normalmente têm opiniões muito semelhantes às minhas. Não é que me tenha desiludido, simplesmente não o achei tão bom quanto os outros diziam. Talvez o mal tenham sido as expectativas elevadas com que parti para a leitura... este é um aspecto que pode arruinar tudo! Não é um mau livro, só não o achei uma verdadeira maravilha.

Toda a acção tem lugar num gigantesco e claustrofóbico labirinto (eu sei, gigantesco e claustrofóbico são ideias algo antagónicas mas... acreditem) no qual os personagens se encontram cativos. Numa primeira análise, conseguimos perceber que são todos jovens, todos rapazes de idade indeterminada e nenhum sabe como foi ali parar. Ainda assim, resignam-se ao seu destino e organizam a sua sociedade de maneira a que funcione sem grandes problemas e seja sustentável. Até aqui percebo, afinal de contas um corpinho ocupado pelo trabalho acaba por conseguir manter ao largo ideias subversivas e esperanças vãs. Mas... aceitar as coisas assim de animo leve? "As coisas são o que são e aguenta-te com isso"... não me parece. Não bate certo, são adolescentes, estão na idade de descobrir, de não aceitar e de se revoltar. Claro que o facto de o labirinto parecer não ter saída e albergar uns seres assassinos geneticamente modificados pode contribuir para a aceitação da situação mas achei-a muito forçada. Tão forçada como alguns dos personagens. Bem, na verdade são todos muito parecidos (os rapazes que estão dentro do labirinto) e até o personagem principal me pareceu algo fraquinho, pouco profundo. O personagem que me parece mais bem conseguido é mesmo o antigo "caloiro", o "amigo" do Thomas (o personagem principal), um personagem secundário mas que me fez, de facto, pensar que é dotado de uma personalidade mais complexa que os demais. Quanto ao elemento destabilizador da história, a única rapariga no labirinto, Teresa, achei-a tão apagada que é quase como se não estivesse ali. Quer dizer, ela traz toda uma série de informações e desencadeia uma série de acontecimentos que vão virar o labirinto do avesso contudo, no que à personalidade diz respeito, nada nela se destaca.

Se a densidade psicológica e a descrição física dos personagens é fraca o mesmo não se pode dizer das descrições das cenas de acção e dos cenários em que as mesmas decorrem. Este é um dos pontos altos do livro. Não sabemos nada do mundo para lá do labirinto mas as descrições deste, da Clareira e a forma como a vida nela está organizada são algo a realçar. Às vezes parecia-me que se levantasse os olhos da página ia ver aquelas enormes paredes cobertas de trepadeiras ali mesmo à minha frente. Gostei do medo e da tensão crescente que o autor consegue transmitir ao longo das últimas cenas, com as lutas a serem travadas em diferentes planos e os personagens, literalmente, a correr pela vida. Aqui o leitor consegue mesmo ter a percepção do que poderia sentir se algum dia se visse a braços com uma situação daquele tipo, sem saber quem é, porque está em determinado local, porque é atacado.... tudo desaparece menos a vontade de lutar e/ou fugir o mais rápido possível. A transmissão de sentimentos é, definitivamente, algo em que o autor é muito bom (coisa estranha dada a densidade psicológica dos personagens!!!).

Relativamente à narrativa em si, o autor, verdade seja dita, não perde tempo e logo nas primeiras páginas deixa alguns elementos de mistério e suspense que nos irão acompanhar ao longo de todo o livro (e mais além em alguns casos). Ainda assim, na primeira metade do livro o ritmo a que a narrativa se desenvolve é bastante lento e isso causou-me algumas dificuldades. Tem uma abertura em grande e o abrandamento que se verifica logo de seguida pode ser um pouco frustrante. A partir do meio do livro as coisas começam a mudar. A acção torna-se quase frenética e grande parte das nossas perguntas conseguem ter resposta. Confesso que este foi um ponto de que gostei no livro, o leitor consegue, de facto, ver alguns daqueles que parecem ser os grandes mistérios da trama resolvidos e justificados. Coisa rara numa série? Pois sim, mas parece-me que algumas coisas ainda podem mudar de figura!!

Concluindo, os personagens são fracos e irritaram-me um bocadinho pela previsibilidade mas há outros pontos que compensam esta falha e o mistério deixado no ar mesmo na última página deixou-me com vontade de ler o segundo volume (à laia de segunda oportunidade). Pode ser que no próximo livro os pontos negativos sejam esbatidos e me veja mais envolvida na história, mais ligada aos personagens.

6/10