insignificante
O Santo António, nem é padroeiro de Lisboa (é S. Vicente!) nem se chamava António (era Fernando!), nem sequer foi santo em Lisboa:
esta uma das milhares de provas.
Mas Anton é um "santo" malandro muito antigo relacionado com práticas sexuais, tipo salta a fogueira, e o menino nos braços .....hoje deveria ser proibido, imaginem.
Bom institucionalizado e sardinhado lá se continua. Insuperável no povo, crente ou descrente.
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Gosto de rituais, nos quais obviamente não creio nos seus consequentes, e gosto de algumas das suas relações que vêm do fundo dos tempos. Participo e comungo em muitos desses por os encontrar fruto de momentos e culturas que nos ligam ou religam.
Hoje recebo vários alusivos ao Sto dito de Lisboa (onde só ocorreu nascer e viver poucos anos, é como considerar Pessoa um poeta Sul-africano!) que de nome era Fernando, coisas das vidas.
Recebo diversos Sts, talvez confiando que me serão protectores...
Este aqui ao lado vem de Encinasola, obrigado ao Firmin e a Remédios, e é uma imagem muito curiosa.
O Santo lá está com o menino (nú) sentado num livro, duvido que naquela posição (bem sei que é santo...) o menino não desse um trambolhão (bem sei que é Deus).
A cara do Santo é também ela um espectáculo, o olhar está perdido....
não estamos todos?
Labels: religião, Rituais, Sto António
Azeite biológico, com um catrefa de certificações.....
Oleomaimona, de Santos de Maimona! Acompanharam uma tarde de simpático convívio em Zafra.
E. no dia seguinte, Domingo treze, recebi, talvez seja o 1º ano que os integrei, alguns Santos:
este veiu do amigo Firmin e da Remédios!
Labels: Azeite, Santos, Sto António
Temos uma média, absoluta de 50 visitas por dia, desde que tenho registo. Desconto as visitas por acaso, da Rússia ou Correia ou outros, e ficamos com cerca de 30.
Com um aumento significativo nos últimos tempos, o que leva a média do último ano a cerca de 75, mais de 50 nacionais.
E estou a chegar aos 4000 posts.
No total mais de 100.000 visitas nacionais e talvez umas 20.000 diversas, algumas do Brasil e de outros locais de compreensão do português, no total.
Hoje, depois de estar embrenhado em propostas para um programa comunitário e em dar-lhes um toque de mundo real apeteceu-me fazer contas...talvez seja do Sto António...
Labels: Insignificante, números, signos, Sto António
Sto António, namoradeiro que pode ser o Sto Anton a saltar a fogueira, de preferência sem o menino...
nesta imagem, cheia de kitch.
Labels: Sto António
Amanhã estarei na estrada, por isso desde já aqui deixo, plagiado, sobre Sto António:
"
Valha-nos S.to António!
A religião é uma manifestação cultural dos povos.
Embora com um lugar específico, por ter a ver com a transcendência que é a morte e a sua continuidade, a religião, qualquer religião insere-se num quadro de disponibilidade para a fé, a crença, que é determinado por enquadramentos: a natureza, a produtividade dos solos, as lógicas sociais, estrutura e hierarquia, e a continuidade e sequência das estações.
O elemento que vamos abordar aqui, por ser um dos mais determinantes e imutáveis no ciclo e organização da sequencialidade religiosa, é a passagem do tempo. As religiões que se inspiram no Livro, o judaísmo, cristianismo e islamismo, com as todas suas diversas variantes, adaptam-se ao ciclo das estações, ao ciclo da agricultura, base dos eventos festivos que marcam os seus momentos litúrgicos.
Obviamente por sobreposição aos rituais mágico /religiosos que as precederam. Ligados a esses rituais e integrando-os numa lógica de aproveitamento da religiosidade pagã /popular e também de sincretismo.
Vivemos tempos de escuridão e ignorância. Hoje quando referimos que o Vaticano está construído no local onde se organizavam os rituais mitraicos e que sumo pontífice era a designação do oficiante desses cultos, quando contamos que os primeiros padres eram ao mesmo tempo oficiantes de cultos pagãos, quando referimos como o culto de nossa senhora não é senão a continuação dos cultos da Deusa-Mãe ou Deusa-Terra (Magna Mater), que o cristianismo integrou com vista a poder penetrar na cultura popular, quando damos voz a estudos e leituras etno-históricos que explicam a religiosidade popular, e quando procuramos apontar aspectos da continuidade do "mágico", sem entrar em conflito ou sequer pôr em causa as crenças de cada um (pois essas são íntimas e pessoais e sem necessidade de mediação com o transcendente), sabemos que estamos a entrar num terreno de dificuldade.
Num terreno pasto para intolerâncias.
Para aqueles que querem saber mais sobre estas questões da nossa cultura recomendo o livro do Prof. Moisés Espírito Santo " Origens do Cristianismo Português", Edição da Universidade Nova de Lisboa.
Não é assunto que aqui, possa senão abordar pela rama, pese embora a sua ligação ao ambiente e à cultura que é a forma como organizamos a natureza e nesta construímos referentes e identidade.
Mas não resisto a falar-vos do S.to António.
Não é certo que tenha existido!
E certamente não existiu sob a forma que o cultuamos.
Santo namoradeiro e folião, ligado a momentos mais ou menos orgiáticos que o festejam. Comemorado num dia (e quase todas as comemorações cristãs o são do 25 de Dezembro, nascimento de Mitra, à Páscoa ritual das colheitas, e ao 13 de Junho!!!) em que se iniciavam os festejos e fogueiras nocturnas de comemoração do Deus-Sol (Baal). "Salta a fogueira ó meu santinho"…
O franciscano, se é que existiu, ficaria chocado com os "serviços" que a sua imagem presta, as promessas que lhe são feitas, os empenhos que lhe procuram.
O manjerico, planta efémera, como efémeros são os momentos da criação e recriação, associada ao Santo é outra confirmação do carácter licencioso destes tempos de folia, "abensonhados", como nos diz o Mia Couto, pelo dito.
António, nome com origem no fenício "antou ôniu" a planta do pranto, o manjerico?
Bons cheiros para os que podem aproveitar estes tempos para eles/elas.
Desejos deles para os outros.
"
in #Barrancos, Resiste# , Ed. Colibri
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