Tenho que confessar que não recordo o último livro que tenha lido de Ferreira de Castro, escritor robusto, com uma escrita que bebe no realismo, em linha com Aquilino, com textos gordos e suculentos. Este é a estória de um povo, da zona de Montalegre, do Barroso, das suas gentes e modos. Retive uma espectacular chega de bois, e a trama do emigrante, presente por todo o lado, bem com as descrições de grande qualidade do espaço.
esta Terra Fria já não existe, mas continua o espaço, ora ameaçado por vampiros que lhe querem comer a vida e esvaziar a terra da sua produtividade e ocupação.
O anarquista Ferreira de Castro deixa-nos páginas, que mesmo em memória perdida, não podemos deixar morrer.
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Domingo 6 e a guerra global parece ser inevitável.
A resistência do povo ucraniano e a ineficácia da nomenclatura oligárquica russa assim como a firmeza sancionatória, sobretudo a médio prazo, e esse hoje são dias, ocidental e global, tudo isso articulado com o id de Putin e seus acólitos não pressagia nada de bom.
Sendo um defensor da não violência e da resistência civil no quadro dessa vejo alguma esperança na própria Rússia nos milhares de presos e mais milhares de opositores. Sei que também na Ucrânia há quem defenda outras formas de luta, embora saiba que são difíceis quando caem bombas na cabeça e não esqueço o controverso Gandhi que preferia um violento a um cobarde.
Mas penso que a semeadura de ódio que se vai gerando, contra o outro indiscriminado, é a antecâmara do totalitarismo, assim como penso que a censura qualquer ela seja é a antecâmara da mentira.
Infelizmente não se vê no horizonte nenhuma luz ou ilusão. a derrota de Putin pode levar a actos de desespero a vitória, seja essa o que seja, só poderá levar a mais guerra. E a continuação desta situação no fio da navalha também não duvido que aí nos conduzirá.
Não vale a pena fazer planos. Voltaremos à idade da pedra em qualquer situação...vamos pensando.
Terminei a leitura desta recolha de artigos, desiguais desde logo, do estimado padre António Fontes, com quem partilhei pão algumas vezes. Um homem notável, um estudioso e sabedor utilizador do pensamento das terras do Barroso, onde tenho grandes amigos.
Nesta recolha há pequenas pérolas de etno-antropologia e de ruralidade, que afastarão animalistas e outros fanáticos mas dão vida a quem acha que a terra é a complexidade da criaçãop do vivo e da manutenção do espírito.
Um livro para preparar a resistência:
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