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terça-feira, 5 de março de 2013

A globalização está roubando o encanto do Carnaval?

Estaria a globalização destruindo o carnaval de Dunkerque, que já foi assunto de um texto empolgado neste blog? Recentemente, um vídeo com foliões daquela cidade cantando Les touristes, on n'aime pas ça ("Nós não gostamos de turistas") causou polêmica no Facebook.

Isso significa que aquela festa alegre e colorida se tornou hostil aos visitantes exteriores?  Não é bem assim. Minha esposa, Emmanuelle Leroy Cerqueira, dunkerquoise e carnavaleuse, escreveu um belo texto sobre o assunto. Ele está no site Global Voices. 

Para ler o original em francês, clique no link abaixo:

A tradução em português, realizada por Inês Pontes, se encontra no endereço a seguir:

Quem quiser saber mais sobre o carnaval de Dunkerque pode consultar o texto que dediquei ao assunto dois anos atrás:

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

SILAS MALAFAIA E O RELATIVISMO BARATO

Muito se falou sobre a entrevista que o pastor Silas Malafaia deu recentemente a Marília Gabriela. Suas opiniões sobre a homoafetividade geraram grande controvérsia, e um dos principais temas foi um suposto dilema entre a defesa de uma minoria historicamente oprimida e a liberdade de consciência/expressão. Daí eu me peguei com algumas perguntas: Se a pessoa é evangélica, cristã ou acredita em Deus, ela tem que estar do lado de qualquer um que compartilhe isso com ela? Combater o discurso do Malafaia é atentar contra a liberdade de expressão e de consciência? O Brasil está vivendo uma ditadura gay?

O deputado Jean Wyllys reagiu veementemente às afirmações do pastor milionário, mostrando seu ponto de vista. Elias Vieira (biólogo, mestre em genética e doutorando em genética na Universidade de Cambridge) desmontou tudo o que o pregador da televisão disse sobre as bases biológicas da homoafetividade. A réplica do Malafaia foi uma série de gritos e ataques pessoais que não apresentam nenhuma refutação direta das fontes citadas pelo especialista e investem em um entendimento equivocado do sentido da palavra “teoria” em ciência. (Para quem não sabe, uma teoria científica não tem nada a ver com um “achismo” ou uma hipótese: trata-se de um conjunto de explicações construídas a partir da observação de dados concretos. A gravidade e a existência dos germes, por exemplo, são teorias.)

O debate costuma ser acalorado, e a linguagem agressiva do televangelista costuma semear a discórdia e dificultar a discussão. Talvez por isso muita gente costume encerrar o debate com o relativismo que diz que "cada um tem a sua opinião". Mas não se pode ir além disso? O que o Malafaia disse na recente entrevista com a Marília Gabriela é um ponto de vista, OK. Mas nem todos os pontos de vista são equivalentes e nem toda opinião se justifica. A ideia que negros, mulheres e nordestinos são inferiores também é uma opinião, mas não se justifica. Para além de quaisquer princípios humanistas, há toneladas de evidências que mostram que os preconceitos de ordem étnica, sexual e geográfica não fazem sentido.

A luta dos LGBTT é simplesmente no sentido de garantir a igualdade de direitos e a proteção contra o preconceito e a discriminação dirigido a eles e às suas famílias. Todos têm direito de se sentir seguros, sem medo de ser agredidos, assassinados ou ser alvo de mentiras infundadas. As afirmações do Malafaia são baseadas simplesmente em dogmas. O que ele falou sobre genética, antropologia e psicologia é de uma falta de sentido escandalosa. E, ao contrário do que ele quer fazer parecer, seu discurso está longe de ser inofensivo. Ele pode não dizer "matem os gays", mas alimenta mentiras e fantasmas sobre os homoafetivos e reforça o ódio dos homofóbicos que "metem a mão na massa".

A questão é bem mais simples do que parece. O debate sobre o direito à opinião é importante, mas não é o fundamental da questão. O principal é que Malafaia não se contenta em exprimir um ponto de vista. Ele disse claramente na entrevista que deu a Marília Gabriela que quer influenciar na política. E, com relação à questão em foco, a grande batalha dele é impedir que os homoafetivos tenham os mesmos direitos que os héteros. Como é que a pessoa que quer ter o mesmo direito que os outros é ditadora? Poderíamos, então, falar em "ditadura negra" no caso dos negros americanos que queriam acabar com as leis racistas que os excluíam de numerosas instituições educacionais e impediam os casamentos "interraciais"? Malafaia se declarou o maior "inimigo" (a palavra é dele) dos militantes LGBTT e ninguém ignora o esforço que ele tem feito para que a homossexualidade volte a ser considerada uma doença, posição que a psicologia já abandonou há muito tempo.

E a liberdade religiosa? Malafaia tem o direito de dizer que se opõe à prática homoafetiva e que aqueles que abraçam a mesma fé que ele devem seguir o comportamento determinado pela interpretação que ele faz da fé cristã. Mas ele não quer só isso: ele quer o direito de oprimir uma parcela da população, impedindo-a de ter acesso aos mesmos direitos que todos têm. E é isso que não dá para aceitar. Além disso, é preciso ser ingênuo ou cínico para não perceber que Malafaia instrumentaliza a homofobia de muitos brasileiros como uma forma de ganhar notoriedade e alavancar seus projetos políticos. (Não, ele não precisa vir a se candidatar para ter projetos políticos.) Com relação a considerar seu discurso como de ódio: não é preciso dizer "vai lá e dá porrada" para incitar ao ódio. Quando um "homem de Deus" sustenta um discurso tão veemente contra uma minoria que está em busca de igualdade, em um país em que até hoje ocorrem muitíssimos casos de violência homofóbica, inclusive com assassinatos, em suma, quando esse pastor se declara "inimigo" desse pessoal, os homofóbicos agressivos se veem reforçados em sua intolerância.

Assim como nenhum ateu sério apoiaria alguém que dissesse que todos os cristãos são imorais, assim também os evangélicos deveriam buscar suas melhores lideranças, não sujeitos do baixo nível de Malafaia. Seu linguajar vulgar e sua tendência a querer ganhar tudo no grito mostram que ele não argumenta melhor que um pitboy. A confrontação que ele cria só serve para gerar hostilidade e separação, e o mundo precisa de informação, diálogo e amor para que possamos viver juntos. Não seria essa a mensagem mais bonita de Jesus? O importante é compreender que os evangélicos não precisam entrar no jogo do Malafaia e ficar do lado dele. Há cristãos que aceitam a diversidade sexual – os partidários do Malafaia querem negar a eles o direito de se proclamar cristãos? Justamente eles, que são protestantes e, portanto, batalharam pelo direito à liberdade de interpretação das Escrituras? Por sinal, há muitos evangélicos que fazem questão de deixar claro que o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo não os representa. Eles fizeram uma petição para mostrar sua força, cujo link está disponível no final do texto.

Quem tem amigos gays e lésbicas, como eu, não pode tolerar o preconceito, o julgamento infundado; o texto do deputado Jean Willys não se opõe à liberdade religiosa, mas à expressão de um tipo de fundamentalismo do qual o Silas é uma das expressões mais eminentes. Ninguém com um mínimo de inteligência vai defender o "direito de expressão" de falseadores como os nazistas e os fundamentalistas islâmicos, judeus ou cristãos. Da mesma forma, Silas Malafaia não tem o "direito" de continuar veiculando suas mentiras e sua intolerância sob a capa da religião e do seu diploma em psicologia.

Como lutar contra um adversário tão rico e poderoso? Foi feita uma petição para que Malafaia tenha seu registro de psicólogo cassado, em função da campanha que ele promove contra as minorias sexuais. É preciso saber que frontalmente Malafaia descumpre o estabelecido pela Resolução N.º 001/99 do Conselho Federal de Psicologia, que proíbe explicitamente os psicólogos de patologizar a homoafetividade e manter discurso público contra ela. Isso justifica, de modo objetivo, a abertura de processo administrativo contra ele dentro do Conselho Federal de Psicologia. Não se trata, portanto, de um abaixo-assinado querendo proibir suas atividades de pastor. Apesar disso, fundamentalistas evangélicos lançaram outra petição, solicitando que o mercador da fé pudesse continuar se declarando psicólogo. Felizmente, a comunidade do Avaaz.org decidiu que a segunda petição não se enquadrava dentro de seus princípios e a retirou do ar. Claro que teve gente falando em "ditadura". Vamos esclarecer isso.

Primeiramente, lembremos que um dos objetivos do Avaaz.org é lutar pela democracia e pelos direitos humanos, e uma petição para defender alguém que dedica parte considerável de seu tempo a disseminar preconceitos não faz sentido nessa plataforma. Imaginem se alguém lançasse no Avaaz.org uma petição em favor do Renan Calheiros ou da legalização do Partido Nazista no Brasil? Pois é, é a mesma coisa. Outro ponto importante é que Malafaia se apresenta como psicólogo para tentar dar mais peso a seu discurso, mas descumpre normas explícitas do Conselho Federal de Psicologia. Nesse sentido, Malafaia não tem o direito de continuar se apresentando como psicólogo. É por isso que a petição contra ele se justifica e é por isso que a resposta dos fundamentalistas evangélicos não faz nenhum sentido. Não se trata de um concurso de popularidade, mas de uma argumentação em cima do cumprimento das regras ligadas ao exercício de uma profissão. Essas regras, por sua vez, são baseadas no estado dos conhecimentos científicos do campo de saber que embasa essa profissão.

Se Malafaia quiser provar que a homossexualidade é um transtorno e que casais formados por pessoas do mesmo sexo não têm condições de educar crianças, que faça uma pesquisa séria, baseada em dados concretos, submeta-a a revisão por um conselho editorial de uma revista especializada em psicologia e convença uma parte considerável dos profissionais da área. E que consiga derrubar a Resolução N.º 001/99 do CFP. Enquanto ele não fizer isso, qualquer discurso nesse sentido é preconceito puro e simples, sem mais fundamento do que o racismo ou o machismo e merecedor do mesmo desprezo por parte das pessoas decentes e esclarecidas.

Petição dos evangélicos que não se sentem representados por Malafaia:

Petição solicitando a cassação do registro de Malafaia no CRP:

Entrevista de Malafaia com Marília Gabriela:

Notícia do comentário de Jean Willys sobre a entrevista de Malafaia:

Artigo de Alyson Freire sobre a teologia da prosperidade de Malafaia:

Crítica do geneticista Eli Vieira (biólogo, mestre em genética e doutorando em genética pela Universidade de Cambridge) às afirmações pseudocientíficas de Malafaia:

Reação de Malafaia à crítica do especialista (somente para quem consegue conter sua ânsia de vômito ao ver tanta arrogância e desinformação):

Artigo desmontando a refutação de Malafaia ao geneticista Eli Vieira:

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Gainsbourg

Acabo de voltar do meu querido Cine Metrópolis, o cinema da UFES, onde assisti a "Gainsbourg: o homem que amava as mulheres". O título em português, que não tem nada a ver com o original (Gainsbourg : vie héroïque), só faz realmente sentido quando se conhece o personagem... ou quando se vê o filme. Diferentemente do que ocorre em "Piaf - um hino ao amor" (cujo título em original é Piaf - la môme, você descobre por que com um pouquinho de pesquisa), temos nessa produção uma narrativa que mistura o real e o fantástico. 

É nisso tudo que a citação que aparece logo no início dos créditos ganha todo o seu significado. Não vou contar qual é a citação, e aliás nem é isso o mais interessante: vá ver o filme em alguma sala de projeção, baixe na internet, dê seus pulos! Se você se interessa pela cultura francesa, se você gosta de música, se você tem tesão de cinema, você não pode perder essa viagem pela biografia de um dos maiores artistas do século XX. Confesso que o estilo de Gainsbourg já me causou certa estranheza, e por sinal eu adorava provocar minhas turmas de iniciantes com Je t'aime... moi non plus, na época em que dava aulas de francês. Aliás, é preciso alertar para o fato de que o tradutor deu uma cochilada feia ao traduzir esse verso de uma das canções mais emblemáticas do eterno Serge. As legendas apresentam um "Eu te amo... eu também te amo muito" (ou algo que o valha) sem sal e simplesmente errado. A tradução correta é "Eu te amo... eu também não". É a  aparente incoerência dessa linha que a torna tão brilhante.

Irreverente, iconoclasta, irresponsável... indecente. O protagonista, sempre acompanhado de  seu cigarro, suas orelhas de abano e seu nariz indescritível, era feio de doer e simplesmente irresistível. Teve as mulheres mais lindas a seus pés, escandalizou e seduziu a sociedade de seu tempo, e está à frente do nosso. Qualquer um que já curtiu uma fossa (ou uma décadence, fica melhor em francês) num boteco fodido, qualquer um que sabe o que é ser de carne e osso, qualquer um que sente que estamos nesse mundo para algo mais do que uma rotina em preto-e-branco já teve seu momento Serge Gainsbourg.

O filme é ousado, surpreendente, empolgante. Não pude fazer outra coisa ao deixar o cinema que não comprar uma cerveja e voltar a pé curtindo o vento e o cheiro da noite. Se tudo o que eu disse ainda não te convenceu a ver o filme, talvez você se anime ao saber que é simplesmente Laetitia Casta quem interpreta Brigitte Bardot, e que a atriz inglesa que encarna Jane Birkin também não é nada mal. 

Bom, acho que é a primeira vez que falo tanto de um filme aqui no blog. Normalmente, me contento em dar um resumo magrinho da história e colocar o trailer, mas a experiência que acabo de ter no Metrópolis me exige mais do que isso. Aliás, coloco abaixo dois trailers: o que deve ser o americano (com legendas em português) e o francês (sem legendas, désolé). Você verá como a mesma película pode ser apresentada de duas maneiras completamente distintas. Não se trata de preferir uma ou outra, mas de evidenciar a riqueza de que essa diferença é a prova.

Trailer:

Bande-annonce :

P. S.: Um de meus compositores preferidos, Georges Brassens, faz uma "pontinha", cantando em uma das cenas, um pouco como acontece em Piaf. Boris Vian, um gigante da chanson que ainda tenho que me dar ao prazer de descobrir, também dá as caras em um trecho inesquecível. Não pude me impedir de pensar nas superproduções que a Marvel vem lançando, em que o Homem de Ferro ou o martelo do Thor aparecem no filme do Hulk. Bem que podiam colocar a vida de Brassens na telona daqui a alguns anos... Ah, nunca ouviu falar de Brassens? Corra para a Wikipédia e para o YouTube, escute as músicas, busque as letras e as traduções delas, você merece o prazer dessa descoberta! Claro que o mesmo vale para Gainsbourg...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Para lembrar que o futebol pode ser uma arte

Como deve acontecer quando ocorrem alinhamentos especiais entre a Terra, o sol e as estrelas, essa é uma das raras vezes em que vou escrever sobre futebol aqui neste blog. Mas acontece que o jogo entre o grande Santos e o Mengão do meu coração, na quarta-feira passada, foi simplesmente o mais incrível, o mais emocionante que eu já vi, uma daquelas obras raras que deixam a gente feliz por muito tempo. A opinião não é só minha e gostaria de compartilhar com vocês a belíssima reportagem do Esporte Espetacular, com um texto primoroso de André Boaventura e a voz marcante de... Milton Gonçalves.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Mas que jeito de começar o ano...

Eu estava cheio de espeança de começar o ano quebrando o jejum sobre a França mas... parece que vamos ter de esperar mais alguns anos. Só que eu tenho um trunfo para não sair triste de nossos confrontos futebolísticos com os gauleses: se o Brasil tiver um desempenho inferior, eu faço pirraça e começo a torcer pour les Bleus.
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É o que muitos de meus conhecidos não entendem - eles acham que eu sou a favor da França. Nada disso! Quero ver nossa Seleção brilhar e golear, mas se a Équipe de France estiver com a bola mais redonda, aproveito de meu grande sentimento de francofilia e de meu senso de justiça para desejar que vença o melhor. Mas que fique bem claro que só faço isso com a França, com toda a licença que me dão minha profissão e minhas raízes familiares distantes (meu avô era neto de francês) - nem me passa pela cabeça virar a casaca para a Itália ou para a Argentina!
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Infelizmente, tive que me valer desse truque no último dia 9. Preferia ter inaugurado o blog em 2011 de outro jeito. Seja como for, caros amantes da língua francesa, seguem abaixo dois vídeos: a narração do gol do Benzema (você vai sentir saudades do Galvão), com a belíssima festa da torcida, e uma entrevista com o nosso novo carrasco e o camarada que fez o passe, Menez.
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Em tempo: Para os fãs da pelota que querem viajar na França e discutir sobre o assunto com os frequentadores dos PMU (Pari Mutuel Urbain, reduto em que muitos franceses assistem partidas de futebol), é só clicar aqui para ter acesso a um vocabulário bastante completo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ACABOU A CAMPANHA

Acabou a campanha eleitoral. O Brasil elegeu sua primeira presidenta e acredito que teremos pela frente um horizonte melhor do que teríamos com a dupla PSDB/DEM. Em outras palavras, estou contente com o resultado! Não que vá me limitar a defender Dilma. Pelo contrário: passado esse momento, cabe a todos nós exercer nossa vigilância e nossa crítica, sem deixar de perceber os limites da ação dos poderes constituídos: parte importante da democracia se faz fora das urnas, pela ação dos cidadãos. Mas, nesse momento, vou comemorar um pouco, com licença.
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Em 2002, após a onda de pânico que o horário eleitoral dos tucanos tentou disseminar, simbolizada pelo célebre vídeo de Regina Duarte, a frase que resumiu a vitória de Lula foi A ESPERANÇA VENCEU O MEDO.
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Oito anos depois, com a campanha de Serra tendo sido manchada pelo ódio de setores religiosos fundamentalistas, por uma boataria sem nome (com a esposa do candidato do PSDB indo a igrejas dizer que Dilma "manda matar criancinhas"), pela atuação de uma imprensa que tentou como nunca manipular o público, acho que podemos cunhar uma nova frase: A VERDADE VENCEU A MENTIRA.
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Desculpem-me pelo entusiasmo mas, para mim, é um momento de alegria. Grande abraço.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

DENÚNCIA: PSDB arma nova farsa!

Não deixem de divulgar: a filósofa e professora da USP Marilena Chaui alerta sobre notícias de que o PSDB prepara um atentado para o comício do candidato José Serra do dia 29 de outubro. Militantes tucanos vestiriam camisetas do PT e iniciariam uma pancadaria generalizada, com o objetivo de culpar a candidatura de Dilma Rousseff pelo episódio. Não custa lembrar que Fernando Collor usou essa estratégia em 1989...
Confiram o vídeo:
Esperamos que a ampla divulgação dessa notícia leve os mentores desse golpe sujo a desistir da ideia.

sábado, 23 de outubro de 2010

Pra encerrar a questão da bolinha de papel

Zé Erra e a Rede Bobo continuaram o teatro infame em cima da bolinha de papel, mas vamos pôr um ponto final à questão com esse vídeo:


Se você, como eu, fica enojado com a apelação desse pessoal que não tem proposta para apresentar e quer levar a campanha eleitoral a um nível nunca visto de baixaria e apelação, vá à forra com esse joguinho que tá bombando na web:

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Serra e a bolinha de papel

Pra você se divertir um pouco com mais uma piada do PSDB. Observem atentamente o "objeto pesado de cerca de dois quilos" que atingiu a cabeça do Serra. Reparem na expressão de dor do Vampirão na hora em que aquela imensa bolinha de papel quica na careca dele. Ah!, é verdade... ele nem percebeu. Mas, em se tratando do Erra, normal que ele tenha tido um efeito retardado! Não sei o que é mais engraçado: o Ferra ou o médico (que por sinal trabalhou para o governo FHC), que nem sabia dizer onde a bolinha tinha batido. Francamente, que papelzinho, digo, papelão... Confira o vídeo:

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Desculpe, Marina, mas eu estou de mal (texto de Maurício Abdalla)

Marina, há os que a conhecem de agora, como candidata aplaudida pelos mass media. Esses podem estar de bem com você. Mas há os que a conhecem como a militante cristã, engajada nas causas sociais que os que hoje a paparicam jamais tiveram sequer conhecimento – ou, de qualquer forma, com elas nunca se importaram. Há os que também a conhecem como a doce e ferina oposição ao Governo do PSDB em seu mandato como senadora. Esses, Marina, como eu, estão de mal.
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Neutra, Marina? Neutros ficamos diante de questões que nos são indiferentes. É-lhe indiferente o futuro do nosso país? Custa-me crer, pois sua história um dia a posicionou. Posicionou-a, inclusive, ao lado de Lula. Não acredito que para você tanto faça a continuidade do atual Governo ou o retorno dos tucanos. Sabe por que, Marina? Porque não “tanto fez” para você durante os 5 anos e meio em que esteve no Governo. Ou você também ficaria tanto tempo como ministra de um Governo do PSDB/DEM? Ou se o governo Lula fosse igual ao do FHC? Alguma diferença havia de ter, não é verdade? Caso contrário, suas motivações passariam a ser um tanto quanto paradoxais.
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Em que pese às decepções que tivemos, Marina, não nos é indiferente – a nós que pensamos nos pobres e na justiça social – o fato de 30 milhões de pessoas terem, hoje, o que comer. Não podemos dizer que tanto faz um salário mínimo de R$ 300,00 ou de R$ 510,00. Que mais 15 milhões de pessoas tenham emprego, em contraste com o presidente anterior que cunhou o termo “inempregáveis” como resposta ao desemprego, é fato que não pode deixar de tocar-nos o coração.
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É diferente, Marina, tratar os presidentes de outros países, quando são índios, mestiços e ligados aos movimentos sociais, como legítimos mandatários ou tratá-los como ralé que deveria submeter-se aos EUA e ao sub-imperialismo de nosso país gigante.
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Temos severas críticas ao Governo Lula, mas nenhuma delas se assemelha às críticas das elites e de seus meios de comunicação. Nenhuma delas pode ser superada por alguma proposta do Serra. Ao contrário, o retorno do PSDB/DEM apenas aumentará as nossas bandeiras de oposição.
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Em situações como esta, a neutralidade é um péssimo exemplo para os jovens. Ainda espero que você se posicione. Ainda aguardo que você volte a ser a Marina, de família de seringueiros, cristã, militante, sindicalista e Silva. E que repita para essa juventude que não conheceu o governo do PSDB/DEM tudo aquilo que você já disse sobre ele no senado.
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Ainda espero. Pois eu, ao contrário de Caymmi – e, em certo sentido, ao contrário também de você que ainda rumina uma mágoa mal digerida do Governo – “quando me zango, Marina, eu sei perdoar”.
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(Maurício Abdalla é professor do Departamento de Filosofia da UFES)

Manifesto em Defesa da Educação Pública (texto recebido por e-mail)

Caros,
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Professores universitários escreveram este manifesto a respeito das eleicoes. Estamos colhendo assinaturas. Aqueles que concordarem com seus termos, podem mandar seu nome e universidade para mim. Ele deve ser assinado apenas por professores universitários. Aqueles que nao concordarem com seus termos, bem, isto demonstra como a amizade é algo que ignora fronteiras.
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Um grande abraco,
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Vladimir
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E-mail para os professores assinarem: vsafatle@yahoo.com
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Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico como governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro do país.
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Sob seu governo, a Universidade de São Paulo foi invadida por policiais armados com metralhadoras, atirando bombas de gás lacrimogêneo. Em seu primeiro ato como governador, assinou decretos que revogavam a relativa autonomia financeira e administrativa das Universidades estaduais paulistas. Os salários dos professores da USP, Unicamp e Unesp vêm sendo sistematicamente achatados, mesmo com os recordes na arrecadação de impostos. Numa inversão da situação vigente nas últimas décadas, eles se encontram hoje em patamares menores que a remuneração dos docentes das Universidades federais.
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Esse “choque de gestão” é ainda mais drástico no âmbito do ensino fundamental e médio, convergindo para uma política sistemática de sucateamento da rede pública. São Paulo foi o único Estado que não apresentou, desde 2007, crescimento no exame do Ideb, índice que avalia o aprendizado desses dois níveis educacionais.
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Os salários da rede pública no Estado mais rico da federação são menores que os de Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro,Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, entre outros. Somada aos contratos precários e às condições aviltantes de trabalho, a baixa remuneração tende a expelir desse sistema educacional os professores mais qualificados. Diante das reivindicações por melhores condições de trabalho, Serra costuma afirmar que não passam de manifestação de interesses corporativos e sindicais, de “tró-ló-ló” de grupos políticos que querem desestabilizá-lo. Assim, além de evitar a discussão acerca do conteúdo das reivindicações, desqualifica movimentos organizados da sociedade civil, quando não os recebe com cassetetes.
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Serra escolheu como Secretário da Educação Paulo Renato, ministro nos oito anos do governo FHC. Neste período, nenhuma Escola Técnica Federal foi construída e as existentes arruinaram-se. As universidades públicas federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ. A proibição de novas contratações gerou um déficit de 7.000 professores. Em contrapartida, sua gestão incentivou a proliferação sem critérios de universidades privadas. Já na Secretaria da Educação de São Paulo, Paulo Renato transferiu, via terceirização, para grandes empresas educacionais privadas a organização dos currículos escolares, o fornecimento de material didático e a formação continuada de professores. O Brasil não pode correr o risco de ter seu sistema educacional dirigido por interesses econômicos privados.
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No comando do governo federal, o PSDB inaugurou o cargo de “engavetador geral da república”. Em São Paulo, nos últimos anos, barrou mais de setenta pedidos de CPIs, abafando casos notórios de corrupção que estão sendo julgados em tribunais internacionais. Seu atual candidato à presidência não hesita em tentar explicitamente interferir no sistema judiciário e em controlar a produção da informação. Destrata jornalistas que lhe dirigem perguntas embaraçosas, enquanto a TV Cultura demite profissionais que realizaram reportagem sobre pedágios.
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Sua campanha promove uma deseducação política ao imitar práticas da extrema direita norte-americana em que uma orquestração de boatos dissemina a difamação manipulando dogmas religiosos. A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontram paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Serra mil caras

Ótima paródia da campanha do Serra:


Se você recebeu essa informação por e-mail, acesse o vídeo no YouTube clicando aqui.

Dez falsos motivos para não votar na Dilma - texto de Jorge Furtado*, cineasta

Tenho alguns amigos que não pretendem votar na Dilma, um ou outro até diz que vai votar no Serra. Espero que sigam sendo meus amigos. Política, como ensina André Comte-Sponville, supõe conflitos: “A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir”.

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Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista. A comparação chega a ser enfadonha e vai lá para o pé da página. Quem quiser que leia. (1)
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Ouvi alguns argumentos razoáveis para votar em Marina, como incluir a sustentabilidade na agenda do desenvolvimento. Marina foi ministra do Lula por sete anos e parece ser uma boa pessoa, uma batalhadora das causas ambientalistas. Tem, no entanto (na minha opinião) o inconveniente de fazer parte de uma igreja bastante rígida, o que me faz temer sobre a capacidade que teria um eventual governo comandado por ela de avançar em questões fundamentais como os direitos dos homossexuais, a descriminalização do aborto ou as pesquisas envolvendo as células tronco.
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Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes:
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1. “Alternância no poder é bom”.
Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.
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2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.
Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Borhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Borhausen, José Sarney é Che Guevara.
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3. “Dilma não é simpática”(?).
Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.
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4. “Dilma não tem experiência”.
Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.
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5. “Dilma foi terrorista” (foi contra os assassinos).
Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.
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6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano” (mentira).
Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.
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7. “Serra vai moralizar a política” (ridículo).
Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.
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8. “O PT apóia as FARC” (mais ridículo ainda).
Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Arthur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?
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9. “O PT censura a imprensa” (mentira, a imprensa que o censura).
Argumento falso. Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.
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10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.
Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.
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FATOS MUITO IMPORTANTES:
(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.
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Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões
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Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares
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Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões
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Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos
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Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78
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Reservas cambiais:
FHC/Serra = 185 bilhões de dólares negativos x Lula/Dilma = 239 bilhões de dólares positivos.
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Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%
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Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%
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Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%
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(2) Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo de 25.07.10:
José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro. O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.
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*Um dos mais respeitados cineastas brasileiros, Jorge Alberto Furtado, 51 anos, trabalhou como repórter, apresentador, editor, roteirista e produtor. Já realizou mais de 30 trabalhos como roteirista/diretor e recebeu 13 premiações dentre os quais, o Prêmio Cinema Brasil, em 2003, de melhor diretor e de melhor roteiro original do longa O homem que copiava.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Le monde selon Brasilia

Grande reportagem francesa sobre o Brasil (sem legendas, désolé, mas é bastante fácil de entender):
Infelizmente, não deu para incorporar aqui no blog, mas não deixe de ver: é uma excelente oportunidade de praticar o francês e de ter uma visão diferente de nosso país.

Jornalismo imparcial

Para ninguém falar que eu esqueci de mostrar o jornalismo "imparcial" da Folha de São Paulo...

Essa dispensa comentários! Mas vou fazer um: se você quiser conhecer melhor o Vampirão, sua postura sempre "democrática", confira os vídeos relacionados.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A história das coisas

Pense nisso antes de comprar uma bugiganga de plástico que não vai servir para nada mas que é "baratinha".

Veja que vergonha!

Esta campanha eleitoral tem sido marcada por um absurdo terrorismo religioso que visa simplesmente a favorecer o candidato tucano. Trata-se, de fato, de um grande retrocesso em matéria de debate político, como bem indica um artigo no site do UOL que você confere clicando aqui. Na verdade, as posições de Serra e Dilma sobre o aborto são semelhantes (aliás, esse é um dos pouquíssimos pontos positivos do Vampirão, se não o único). Veja os vídeos abaixo:
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Fala de Dilma a respeito da campanha feita contra ela na Internet 
Padre Léo em discurso bem católico contra José Serra
Percebemos que os dois candidatos assumiram posturas visivelmente populistas de ocultar suas reais posições sobre o aborto, a fim de não perder votos. Isso é compreensível no processo eleitoral, ainda mais num país onde a população, extrememante religiosa, ainda não tem maturidade para discutir essa questão à luz da concepção de um Estado laico, sem simplificar, com as bitolas de um moralismo estreito, o drama humano que o aborto representa.
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Na famosa entrevista à IstoÉ, de onde saiu uma das frases da capa da revista, Dilma explica bem sua posição: pessoalmente, ela é contra o aborto, e por sinal ninguém é "a favor", mas trata-se de uma questão de saúde pública que não pode ser abordada sob um prisma religioso. Não adianta ficar com hipocrisia e deixar um monte de mulher pobre fazendo o procedimento com açougueiros assassinos. Claro que a Veja tirou a frase de seu contexto para fazê-la significar outra coisa! Ainda com relação a isso, tentei achar no YouTube um vídeo que mostrasse a fala da ex-ministra sem criar mal-entendidos propositais e sem demonizar a candidata, mas não encontrei!
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Desse modo, notamos que os dois candidatos têm, basicamente, a mesma opinião sobre esse tema (isso não quer dizer que eles sejam equivalentes, há muito mais diferenças do que semelhanças entre eles) e adotaram o mesmo discurso simplificador para ganhar votos. As perguntas que ficam no ar são as seguintes:
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1) Como é que a campanha do Serra tem a cara de pau de criar uma celeuma em torno disso?
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2) Por que a revista Veja, com seu jornalismo tão "sóbrio" e "objetivo", só mostra a suposta "contradição" da Dilma? (Por favor, perceba que as aspas são irônicas. E só para ninguém esquecer: voto Dilma!)
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Em tempo: diferentemente do que está na imagem, escreve-se "descriminalização", com e. 

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Como e por que Serra afundaria o Brasil na crise

Muito bacana essa pequena reportagem  que está rolando no YouTube. Diferente das maluquices inventadas por alguns indivíduos que querem caluniar a Dilma, temos aqui um recorte coerente de trechos do noticiário nacional sobre a recente crise financeira. Abaixo você confere o vídeo seguido de sua descrição:



Este vídeo traça uma cronologia da crise mundial (2008-2009) sob a ótica da imprensa brasileira e da oposição ao governo Lula, do PT.
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Com pouco mais de 9 minutos de duração, o vídeo traz também uma resposta aos que não entendem como o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) conseguiu quebrar o Brasil três vezes, a despeito de ter liquidado quase todas as estatais lucrativas.
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Pois, ao que parece, os "economistas PhDs" do PSDB não conseguem enxergar além das "receitas importadas" dos seus gurus neoliberais internacionais. E no meio do "efeito manada", o economista (?) José Serra disparou a dar entrevistas em que apontava os "graves erros" que a equipe econômica do governo Lula estava cometendo para tentar superar a crise, pois "ia na contramão" das medidas adotadas pelas grande potências mundiais que, segundo Serra, "eram as únicas soluções possíveis".
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E o vídeo aponta as "medidas" e as contradições de José Serra ante a crise quando ele ainda era governador do Estado mais rico da Federação.
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Ao economista (?) José Serra (e a todos os demais "especialistas" da direita conservadora do Brasil) parece faltar a ousadia, a sensibilidade e a criatividade mostradas pelo governo do PT para superar as falhas graves, como a crise financeira mundial e a desigualdade social de um grande país que, definitivamente, não deve ficar importando "receitas de bolo" estrangeiras para superar as dificuldades internas.

O vídeo mostra também de que forma a grande imprensa brasileira (que se popularizou na blogosfera como "PIG") exerceu um papel totalmente antipatriótico. Pois que, no furor para destruir a imagem de Lula, "importou' a crise e trouxe graves consequências ao Brasil, onde a crise poderia ter batido de forma mais suave se não fosse o alarmismo dos empresários que, pelos noticiários da imprensa, resolveram erroneamente demitir funcionários.
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Em tempo: a imprensa brasileira foi a única do mundo (daqueles países que não tinham nada a ver com a crise) que expôs com destaque e sensacionalismo a crise econômica mundial. A abordagem alarmista foi ainda pior do que aquela mostrada pela imprensa norte-americana ou europeia.
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Se você recebeu esse link por e-mail, clique aqui para ter acesso ao vídeo no meu blog.

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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Liberdade de imprensa?

Não estou dizendo que o Zé Dirceu seja grandes coisas, mas vejam o que a imprensa fez com a notícia...
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