De mim partiste alma moribunda...vestida do corpo que é meu
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
De mim partiste alma moribunda...
De mim partiste alma moribunda...vestida do corpo que é meu
Chamando em silêncio...o tempo sem
vida...a vida sem tempo
A alma sem corpo...o rosto sem vida
dessa mulher que morreu
Abraçando esse corpo
adormecido...vestido de mágoa e lamento
Rasga esse véu de nudez...caminha alma
solitária nua e perdida
Onde só o silêncio te
acompanha...esse silêncio de eternidade
Num último gesto de adeus...te liberto
minha alma esmaecida
Deste corpo noite onde a luz se
apagou...num tempo sem idade
Vai alma branca...pelo rio de lama onde
derramaste as mágoas
Caminha desventurada pelo labirinto
onde a vida esqueceste
Na imensa noite...desfolha as rosas e
bebe o sal das lágrimas
Suave...suavemente caminha pela
escuridão onde te perdeste
Adormece agora alma minha...voa serena
enquanto é Outono
Não me lamentes...vai descansar entre
as nuvens...alma triste
Liberta-te de mim...deixa-me vagando
entre o sono e o sonho
Vai esperar pelo sol da madrugada...que
em mim já não existe
Parte de mim alma cativa...entrega-te à
terra que te viu morrer
Arrasta pelos céus os meus sonhos de
flores de giesta bordados
Envolve-os num manto de negro veludo e
deixa-os adormecer
Como tristes folhas de Outono deixa-os
neste corpo sepultados
Parte andorinha negra...voa serenamente
nesse céu cinzento
Leva contigo a noite que dentro de ti
encerras...foge de mim
Guarda em ti as últimas rosas que
ficaram perdidas no tempo
Vestida de penumbra...volta ao nada do
nada que existe em ti
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Entrego-te a minha agonia...
Entrego-te a minha agonia...o fogo do
meu corpo de ternura
O vendaval das minhas mãos de ti
vazias e sedentas de amor
Entrego-te a minha escura sombra que no
limbo te procura
Tão vazia de estar...tão perdida de
ser...tão envolta na dor
Entrego-te os doces poentes que um dia
me afagaram o olhar
O naufrágio dos meus sonhos...cais
onde meu corpo adormeceu
Nesta cama de sargaços onde o vento
vem docemente beijar
Esse corpo resignado...pensando que
ainda vive e já morreu
Entrego-te o céu anoitecido dos meus
olhos prenhes de mágoa
O afago dos meus braços tão
vazios...clamando o calor dos teus
Entrego-te este rosto
entardecido...onde dolente cai uma lágrima
No regaço frio do amor onde dormem
meus malogrados anseios
Entrego-te o silêncio do meu grito e
as algemas do meu ser
O perfume que perdi no tempo e as rosas
de amor orvalhadas
Entrego-te meu amor...o meu frio corpo
tão cansado de viver
No manto negro da noite deixo-te a
minha alma amortalhada
Entrego-te o abismo dos meu passos...o
meu riso e o meu pranto
Deixo-te a primavera que
fui...cheirando a terra quente e alecrim
Deixo-te a efémera beleza...deste
rosto cinzelado de negro manto
Deixo-te este corpo amordaçado e a
ternura do amor que despi
Entrego-te o silêncio dos gemidos do
meu leito de amor vazio
Na sepultura de todas as ilusões...na
pedra fria da indiferença
Deste fogo consumido por esse amor
entristecido que jaz frio
Nos lençóis desfeitos de renúncia
onde adormeceu a ausência
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Desafio complicado...
Recebi da Tétis :http://nuestramizade.blogspot.pt...Da Gracinhahttp://zambezianachuabo.blogspot.pt
Da Blue :http://blueshell.blogspot.pt/
Minhas queridas peço desculpa por responder ao mesmo tempo, mas achei que era melhor assim.
As regras:
- Avisar o blogueiro que o indicou quando postar o mesmo
-
Seja sincero nas respostas ou não responda
- Terá que fazer 5 indicações do mesmo para que tenha continuidade
- No final da ‘postagem’ dedicar um tema a quem o indicou
- Se for contra estas regras recuse fazer o mesmo.
- Terá que fazer 5 indicações do mesmo para que tenha continuidade
- No final da ‘postagem’ dedicar um tema a quem o indicou
- Se for contra estas regras recuse fazer o mesmo.
Vou agora responder com toda a sinceridade que me pediram
1° - Algo que você não fala para ninguém ?
Não gosto de deixar nada por dizer e por vezes falo demais
2° - Se você pudesse ouvir apenas uma música no próximo mês, qual seria?
Tantas...difícil
nomear, adoro música.
3°
- Um sentimento que
nunca sentiu
Ódio...posso sentir mágoa, mas não ódio
Ódio...posso sentir mágoa, mas não ódio
4°
- A pessoa mais importante para você?
Os
meus filhos...são o meu altar...a minha vida...eu sou eles
5° - Agora aonde você queria estar?
Talvez
voando num céu sem nuvens...para longe de mim
Em criança...e não gostei
Um
bom livro...papel e caneta
8º-Quem você mandaria para o Iraque com uma camisa escrita "I love USA"?
Os governantes deste desgoverno que é neste momento o meu País
8º-Quem você mandaria para o Iraque com uma camisa escrita "I love USA"?
Os governantes deste desgoverno que é neste momento o meu País
9° - ? oxıɐq ɐɹd ɐçǝqɐɔ ǝp ɐpıʌ ɐns ɐ ɐxıǝp ǝnb O
A falta de carácter...o egoísmo...a mentira e a ingratidão
10° - Se alguém lhe dissesse que você poderia realizar um sonho agora, qual seria?
Que nenhuma criança do mundo tivesse fome ou fosse maltratada
11º - Algo que gostaria de fazer, mas que não tem ou não teve oportunidade?
Viver-me
12° - Você não sai de casa sem o quê?
Sem mim...infelizmente tenho de me levar sempre
13° - Já beijou ou beijaria alguém do mesmo sexo?
Sim...beijos de amizade e carinho
14° - O que estaria fazendo se não estivesse fazendo isto?
Talvez
escrevendo...ou voando nas asas de algum sonho
15º - O que está pensando agora?
Que não tenho jeito nenhum para falar de mimm
Quanto às nomeações...deixo este desafio para todos que queiram falar um pouco de si.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Quando o meu corpo adormecer...
Quando o meu corpo arrefecer e não
sentires o perfume das rosas...deixa-me ir...deixa-me adormecer...não
me chames...não me beijes...não toques as minhas mãos...não me
prendas...não chames o meu nome...deixa-me ir docemente nas asas do
vento...deixa-me mergulhar na luz que me chama...no luar que me
abraça...deixa-me voltar a ser terra...deixa-me ir na mudez das
folhas...em silêncio...com um poema nos dedos e nas mãos restos de
ternura...no meu corpo sonhos desfeitos e um fino véu de amargura.
Deixa que na minha boca sequem as
palavras e do meu corpo se desprendam as mágoas...que os olhos se
fechem...se arrastem os pés...que a pele rasgada volte a ser
pétala...deixa-me voar no vazio...no abismo profundo ou no céu
infinito...deixa-me repousar no labirinto de quem se perdeu...na luz
que se apagou...nos restos do coração que gelou.
E quando de mim nada mais restar que o
silêncio de uma prece e os meus olhos se fecharem enfim sobre o nada
e arrancar de mim tudo o que me vestiu... quando as flores de Maio murcharem no meu corpo e uma lágrima cair docemente do meu rosto
frio...guarda essa lágrima e esse olhar como se fosse o último
poema...aquele que nunca leste e que no meu corpo guardei para a
derradeira viagem...são retalhos da minha alma...guarda-os com os
restos das minhas ilusões...raízes dolorosas dos meus
sonhos...guarda-as como se fossem as rosas com que bordei o manto da
minha dor...as palavras da minha lápide num poema de amor que a minha boca guardou.
Vou com a noite...deixa-me
ir...mergulhada no silêncio e com um grito no olhar...nos braços o
cansaço de mim...num voo de andorinha...leve como uma nuvem...na
suavidade do entardecer...deixa-me ir na paz da minha
planicie...num gesto de abandono...numa sede de infinito...deixa a
minha alma poisar no mármore frio da sepultura...no lugar vazio do
silêncio... fechar os olhos e deixar-me levar para longe de
mim...para o tempo além do tempo...no limite do horizonte...no
regaço da eternidade onde serei infinito.
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