No ontem da minha memória é noite, como hoje e talvez o amanhã, que devia ser feito de sonhos de olhares, de beijos, em cada página da nossa vida, do nosso olhar, que ficou tão perdido, no teu silêncio, no meu corpo, no nosso olhar, nos meus gritos surdos de mágoa, no que podia ter sido um entardecer de vida com palavras, com gestos.. com corpos cheios de sol, com amanhã. Mas só o silencio das lágrimas a suplicar amor, numa noite interminável, que atravessa o meu rosto vazio da tua imagem...que já não és tu.
Arrependo-me das horas que perdi, do esquecer do lembrar, dos dias que passam devagar...onde já não existes, onde só existe o esquecimento, o não esperar nada, só o silêncio que existe em nós, no tempo que temos para esquecer, em todos os instantes que fecho os olhos, e vejo a noite...uma escuridão infinita, de um passado triste, sem rosto de futuro, no silêncio negro da morte de todos os sonhos, dos sentimentos que não são sentimentos.