Pedindo o título emprestado ao nosso Luís, digo que o sítio onde eu gostaria de estar era em Basel (Basileia, no vulgo português). Acaba amanhã, dia 8 de Setembro, a retrospectiva sobre Max Ernst que está presente na Fondation Beyeler.
A noite ia avançada. Mr Green pôs-se a encher o cachimbo. Um sossego completo, não fosse o estalar da lenha no lume e um vago rumor de penas. Entretanto, surpreendida com a loquacidade de Mr Green, eu ia dando conta de quanto ele estava a parecer-se com um pássaro. Caminhava aos saltinhos; bebericava o chá erguendo e baixando a cabeça; ao contrário do que se espera de um inglês, abria os braços a meio da conversa, como se batesse as asas; e os seus olhos miúdos e de bordos avermelhados, piscavam mansamente como os de um pombo.
Maria Ondina Braga, " O Homem Pássaro", in estação morta, Lisboa: Vega, 1980, p.88.
Livro de Horas: manuscrito entregue Max Ernst: A virgem espancando o Menino-Jesus perante três testemunhas: A.B., P.E. e o artista. Köln, Museum Ludwig
Graças a este quadro a exposição foi encerrada e o artista recebeu a excomunhão pelo Arcebispo de Köln (Colónia). Hoje já poucos se lembram do Arcebispo... O quadro está no Museu. A.B. = André Breton P.E. = Paul Eluard
Foi inaugurada em Paris no passado dia 30 uma exposição sobre um livro/objecto de arte que é considerado como uma das bíblias do Surrealismo: Une semaine de bonté ou les Sept Pechés capitaux, o romance feito com colagens por Max Ernst em 1934.
- Les collages de Max Ernst- Une semaine de bonté, Musée d' Orsay, até 13 de Setembro.