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sábado, 5 de novembro de 2016

Cézanne e Zola: uma longa amizade

O filme é um bocado lento, mas gostei, talvez porque fiquei a saber um pouco mais sobre duas figuras que aprecio e admiro: Zola é um escritor que devorei na minha adolescência; Cézanne é um génio da pintura - «o pai de todos nós», como disse Picasso.

Cézanne - Retrato de Émile Zola, 1864

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A Paris de Zola

Paris: Hazan, 2008

Em toda a obra de Zola perpassa o fascínio pela cidade para onde se mudou aos 18 anos.  é rica em seu fascínio para a cidade onde chegou aos dezoito anos e onde veio a falecer.  Foi em paris que ele viveu e construiu a sua carreira, enfrentando campanhas literárias e políticas. 
Nesta cidade do século XIX, alojou as intrigas dos seus romances mais lidos: La Curée, Ventre de Paris, L’Assommoir ou Au bonheur des dames.
Paris foi para além o local de todos os sonhos, fantasias , obsessões , símbolos, pesadelos ou utopias que povoam sua existência imaginário e história. A sua visão romântica de Paris ressalta duma experiência dupla: a sua vida, mudando de casa, a frequência de casas dos amigos, dos teatros, cafés ou jornais: e as investigações de locais para colocar a ação dos seus romances, procurando atmosferas e decorações. 
Zola não é um passeante, tudo o que ele mais gosta é de trabalhar sozinho no seu escritório, o que não o impediu, como disse, de procurar as ruas de Paris para alojar os seus personagens. 
O livro, de Henri Mitterrand, um dos maiores especialistas na obra de Zola, é um verdadeiro guia, pelo que não se pode mais passar na rua Guénégaud sem ver a silhueta de Thérèse Raquin; olhar para uma gravura dos antigos Halles, sem tentar reconhecer a peituda Lisa Macquart; descer em Barbès, sem tentar encontrar o Hotel Boncoeur, etc. 
O livro é ainda ilustrado por pinturas de Manet, Courbet, Monet, Pissarro, Béraud, Raffaelli ou Steinlen, alguns dos quais foram amigos do escritor. 

A rue Guéguénaud, na atualidade. À direita, na rua, estão as traseiras do edifício Monnaie de Paris.
Gravura de E. Bourdelin


Gervaise Macquart vive no Hotel Boncoeur.

terça-feira, 8 de abril de 2014

In Secret


Uma nova adaptação, desta vez americana, do romance Thérèse Raquin (1867), de Émile Zola, vai estrear para a semana nos cinemas portugueses. Inicialmente, intitulado Thérèse.

Em 1953, Marcel Carné realizou um filme do livro de Zola, com Simone Signoret e Raf Vallone. Não me lembro de o ter visto. Deste filme, apenas encontrei uma canção no YouTube.


Li o livro de Zola há muitos anos e voltei a lê-lo, pelo menos, mais uma vez.
Trad. de João Gaspar Simões.
Lisboa: Arcádia, 1964. (BAB: 38)

«Ao fundo da rua G´négaud, vindo do cais, fica a viela do Pont-Neuf, espécie de corredor estreito e sombrio, que liga a rua Mazarine à rua de Seine. Esta viela tem trinta passos de extensão e dois de largura, quando muito; o pavimento é de lajes pardacentas e gastas, desconjuntadas, que ressumam uma humidade ácida; o tejadilho envidraçado que o cobre , em ângulo reto, é negro de sujo.» (p. 15) Assim começa o romance de Zola, numa rua ali para trás da Biblioteca Mazarine. 
Zola escreveu um prefácio para este livro, talvez para a sua 2.ª edição, porque a crítica o acolheu «com uma voz brutal e indignada».
«Na Teresa Raquin quis estudar temperamentos e não caracteres. Nisso está o livro inteiro. Escolhi personagens soberanamente dominadas pelos seus nervos e pelo seu sangue, desprovidas de livre arbítrio, arrastadas a cada ato da sua vida pelas fatalidades da sua carne.» (p.7-8)

Boa noite!

domingo, 9 de junho de 2013

Onde eu gostava de estar hoje? À Compiègne!

Abriu há dois dias, no Palácio Imperial de Compiègne, a exposição Folie Textile: Mode et décoration sous le Second Empire
Como Émile Zola escreve em Le bonheur des dames, o Segundo Império foi a era da folie textile (loucura têxtil): em todo o lado há coisas de lã, algodão, seda, linho ou cashmere, com arabescos em cores brilhantes, flores exóticas e  riscas.
Esta exposição destaca o turbilhão criativo e estético, que foi possível graças à Revolução Industrial e suas inovações técnicas e alterações sociais: com o advento da máquina de costura, das cores artificiais, da impressão em tecido e dos grandes estabelecimentos comerciais, as possibilidades decuplicaram.
Cadeiras, cortinas e telas, assim como chapéus, vestidos e crinolinas, pinturas e aguarelas testemunham a elegância e a arte de viver que influenciaram tanto a moda como decoração de interiores na França do século XIX.
Não me importava de estar hoje a visitar esta exposição, até porque não conheço Compiègne. :)
Nessa impossibilidade, vou dar uma voltinha pelo livro O paraíso das damas (Lisboa: Guimarães, 195-?), traduzido por Beldemónio.

«Era um armazém de modas à esquina da rua de Michodière e da rua Nova de Santo Agostinho - um armazém cujas exposições se destacavam em manchas vivas, naquele brando e pálido dia de outubro. [...]
«- Safa! - exclamou João - isto deixa Valognes a um canto... Lá o teu armazém não era tão bonito.
«Dionísia acenou com a cabeça. Vinha de passar dois anos no Corneille, o primeiro negociante de modas da cidade; e aquele armazém com que topava de súbito, aquela casa enorme para ela, enchia-lhe as medidas, retinha-a comovida, cheia de curiosidade, esquecida de tudo o mais. Na esquina que deitava para a praça de Gaillon, a porta alta, toda de cristais, chegava até à sobre-loja, por entre uma barafunda de ornatos, sobrecarregado de doirados. Duas figuras alegóricas - mulheres que sorriam de colo nu e cabeça recostada - desenrolavam a tabuleta: Ao Paraíso das Damas(p.5-6)
Extrato do filme inspirado no romance de Zola, realizado por Julien Duvivier, em 1930.

Se tiverem tempo, vejam este documentário sobre o aparecimento dos Grandes Armazéns, em Paris.

sábado, 14 de abril de 2012

Resposta ao desafio - parte II

Estes dois livros foram-me dados em aniversários, o primeiro por uma colega de escola e o segundo por uns primos. Ambos foram lidos vezes sem conta. Podia acrescentar a lista.
Este livro foi-me dado pelo meu pai e comprado na Feira do Livro. Marcou-me bastante esta leitura. Já fiz um poste sobre este livro no blogue. 
Foi o primeiro livro que li de Zola. A ele se seguiram Germinal e quase toda a saga dos Rougon-Macquart.
Outro livro que me marcou muito, mas que só compreendi verdadeiramente uns anos mais tarde, quando o voltei a ler. Atrás deste seguiram-se muitas outras obras de Sartre.
Foi o primeiro livro de Erico Veríssimo, também uma oferta do meu pai e também adquirido na Feira do Livro. De seguida, li todas as obras deste escritor que, na altura, se encontravam publicadas em Portugal. Ainda hoje, gosto bastante de Erico Veríssimo. 
Este foi o primeiro livro de Jorge Amado que li, em 1968, pouco antes da vinda a Portugal do escritor. Depois deste, devorei uns quantos mais. Comprado pela minha mãe numa papelaria que havia na Av. da Igreja, a Havaneza, onde hoje está uma filial da Caixa Geral de Depósitos.
Foi o primeiro contacto que tive com a poesia de O'Neill e também foi um amor para a vida. O livro foi-me oferecido por um grande amigo. 
Foi-me também dado por uns amigos - os mesmos que me ofereceram o livro de Henry Miller, de que falei ontem - e foi o primeiro contacto que tive com a poesia de Herberto Hélder. Anteriormente só tinha lido a Apresentação do rosto
Este livro não foi obviamente o primeiro contacto que tive com a obra de Mário Cesariny, mas tem para mim um grande valor afetivo. E aqui ficam os meus três poetas preferidos, sem ordem.

Cingi-me a ofertas, tal como se encontrava pedido no desafio. 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Vinheta



Quase, quase a terminar o dia certo, mas ainda coincide a troca de vinheta com a efeméride que achei bem evocar.
A carta de Zola decerto que a cada um despertará múltiplas perspectivas. Podia mencionar a intervenção cívica como virtude, a maleita dos preconceitos, a natureza precária da justiça humana, eu sei lá.
Mas escolhi-a apenas como símbolo do que foi a imprensa e provavelmente já não é, neste turbilhão vertiginoso que a cada dois minutos nos serve nova especulação ou uma outra, em "notícia" requentada.

Boa noite!

domingo, 28 de novembro de 2010

Um atelier


Frédéric Bazille (1841-1870) - L'Atelier de la rue de la Condamine, 1870
Paris, Musée d'Orsay

«Pour avoir une vision de l'atmosphère chalereuse et sincère qui entourne Manet, il n'est que de regarder le tableau de Frédéric Bazille, exposé au musée d'Orsay, qui représente Un atelier. La scène se déroule 9 rue de La Condamine, à deux pas de chez Manet, donc toujours aux Batignolles, mais cette fois c'est Manet qui est en visite et Bazille qui reçoit. À l'époque, Bazille partageait son atelier avec Renoir. Il l'avait précédemment partagé avec Monet, lequel a provisoirement rallié celui de Fantin-Latour, rive gauche. Voici, donc, à nouveau réunis, Renoir, Zola, Monet, Bazille et Edmond Maître, donc Toujours les mêmes, entourant Manet, sa barbe blonde et son oeil joyeux, qui concentre une nouvelle fois la lumière. Edmond Maître est au piano; Zola, penché sur la rampe d'escalier, s'adresse à Renoir, nonchalamment assis sur le rebord d'une table; Manet et Monet regardent la toile que Bazille leur montre. Bazille est en effet l'auteur du tableau, Manet l'a peint lui-même, tel un géant près de son chevalet: "Je me suis amusé à peindre mon atelier et Manet m'y a fait moi-même", écrit Bazille à ses parents. Pour tous ces peintres l'amitié, l'amour sont peut-être le sel de la vie, mais l'atelier en est le coeur. Décor souvent des plus dépouillés, qui serait nu sans les tableaux, il leur est un havre. Il abrite leur travail. Il concentre et stimule leurs recherches. Il leur permet ces réunions d'hommes, si agréables et propices à leur bonne humeur. Il leur donne une liberté totale: hors du foyer, une liberté de moeurs et d'imagination, une liberté de fréquenter qui bon leur semble. Les amis - sans parler des amies - ne sont pas tous reçus à la maison.» (Dominique Bona - Berthe Morisot: Le secret de la femme en noir. Paris: Grasset, 2010, p. 20-21. Le Livre de poche; 15347)

Bazille morreu há 140 anos em Beaune-la-Rolande.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Nana

Em Agosto passado, a propósito de operetas não pude deixar de me lembrar de Nana, romance de Zola, cuja história pode ler em http://fr.wikipedia.org/wiki/Nana_(roman). Publicado em 1880 é o 9.º volume da série Rougon-Macquart.
E o post ficou adiado para hoje, dia em que passam 108 anos sobre a morte do escritor.


Édouard Manet - Nana
Óleo sobre tela, 1877
Hamburgo, Kunsthalle


«Às nove horas, a sala do Teatro das Variedades ainda estava ainda vazia. Algumas pessoas, no balcão e à frente da plateia, esperavam, perdidas por entre cadeiras de veludo carmesim, baçamente iluminadas pela luz difusa do lustre. A grande mancha vermelha do pano de boca estava inundada pela penumbra e nem um ruído vinha do palco, com a ribalta apagada e as estantes dos músicos desarrumadas. Apenas em cima, na terceira galeria, em torno da rotunda do tecto, onde mulheres e crianças desnudas iniciavam o seu voo para um céu a que o gás dava y«um tom esverdeado, gritos e risos se sobrepunham ao marulhar contínuo das vozes e cabeças cobertas por bonés e por barretes surgiam atrás dos amplos parapeitos dourados. [...]
«- Espere lá! - respondeu Fauchery. - Antes de poder falar sobre a sua Nana, é indispensável que a conheça... E , além disso, não prometi nada. [...]
«-Disseram-me - recomeçou ele [La Faloise ...] - que Nana tinha uma voz deliciosa.
«- Ela?- exclamou o director, encolhendo os ombros. - É uma verdadeira cana rachada!
«O jovem apressou-se a acrescentar:
«- Uma excelente comediante, apesar disso.
«- Ela?... Um verdadeiro cepo! Não sabe onde pôr os pés e as mãos.
«La Faloise enrubesceu levemente, Não compreendia nada, Balbuciou:
«- Por nada deste mundo perderia a estreia desta noite, Sabia que o seu teatro...
«- Diga antes o meu bordel - interrompeu novamente Bordebnave, com a obstinação de um homem convicto.»

Émile Zola
In: Nana / trad. Carlos Loures. Lisboa: Europa-América, 1973, p. 7-9


Renoir - O camarote
Óleo sobre tela, 1874
Col. particular



Nana, Filme de Jean Renoir, de 1926.


Do filme (1981) para televisão de Maurice Cazeneuve (1923-), adaptação de Nana de Zola.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sabiam?


Alexandre Dumas - O Conde de Monte-Cristo. Lisboa : Guimarães, ca 1930

«Há um século, nas tabaqueiras cubanas onde se faziam os charutos, havia alguém que em vez de manipular as folhas de tabaco folheava um livro. Era o "lector de tabaquera", lendo em voz alta para os torcedores das folhas. Liam-se romances de aventuras (daí, um dos charutos mais conhecido ser "Montecristo", do conde de Dumas), e, sobretudo, o "Germinal" de Zola. Neste, a classe operária, nas minas de carvão do Norte de França, aprende a organizar-se e decide-se entre marxistas e anarquistas. Diz-se que esse passado de "ouvidor" de romances de consciência social fez dos cubanos revolucionários mais tarde. [...]»
Ferreira Fernandes
In «Victor e Soledad ainda se amam?», DN, Lisboa, 20 Set. 2010, p. 56http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1666588&seccao=Ferreira%20Fernandes&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco
Eu desconhecia.

domingo, 4 de julho de 2010

Jardins - 3


Jean-Louis Forain (1852-1931) - Le jardin publique
Óleo sobre tela, 1884
Vendido pela Christie's de Nova Iorque em 1998

«Je passe des après-midi délicieuses dans mon jardin, regardant tout vivre autour de moi. En vieillissant, je sens que tout s'en va, et j'aime tout plus passionnément.»
Émile Zola (1840-1902)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Roma, 7 de Novembro [de 1786]
Noutros lugares temos de procurar os objectos mais significativos, aqui somos esmagados e afogados por eles. Qualquer que seja o ponto em que estamos, oferecem-se-nos perspectivas de toda a espécie, palácios e ruínas, jardins e parques, espaços abertos e apertados, casinhas, estábulos, arcos de triunfo e colunas, muitas vezes tudo tão junto que podia ser representado numa folha. Seria necessário escrever com mil lápis: para que nos serviria aqui uma pena? E depois chegamos à noite cansados e esfalfados de tanto ver e admirar.
Goethe
In: Viagem a Itália. Lisboa: Círculo de Leitores, 1992, p. 161

Ele não tinha a pretensão de conhecer Roma em três semanas! Eram precisos seis meses, um ano, dez anos! A primeira impressão era sempre desastrosa; e, para alguma coisa se saber, exigia-se uma demorada permanência.
Émile Zola
In: Roma. Lisboa: Guimarães, 1932-1933, vol. 1, p. 63

Há cidades que nos voltam as costas, sem chegarem sequer a olhar para nós. Há outras que nos sacodem a mão, cordialmente, num sóbrio shake-hand de boas-vindas, e que depois lá seguem para os seus afazeres, os seus divertimentos, os seus labirintos em que nunca haveremos de penetrar. Há também as que discutem connosco, mas que por isso mesmo se nos tornam indispensáveis. E as que nos provocam; as que nos irritam; as que se divertem à nossa custa. Há ainda as que sabem de cor os mais secretos dialectos do desejo - para nos deixarem enrodilhados, insatisfeitos e melancólicos, na madrugada de frios arrabaldes. Há todavia, pelo contrário, as que nos vestem de música e de luz; que nos fazem lembrar, a cada passo, as irmãs mais velhas que não tivemos; que nos escutam com atenção – quando ficamos em silêncio – nas esplanadas do crepúsculo.
David Mourão-Ferreira

terça-feira, 16 de junho de 2009

Elysée Montmartre


Adolphe Léon Willette
Cartaz, 1890-1900



Jules Chéret (1836-1932)
Cartaz, 1891


Este cabaré, onde se dançava o cancan, abriu em 1807. Foi aqui que se estreou Louise Weber - a Rainha de Montmartre -, mais tarde, estrela do Moulin-Rouge.
Ficou imortalizado, nas letras, por Zola em A taberna, e, na pintura, por Toulouse-Lautrec.
Em 1900, vítima de um incêndio, foi objecto de uma redecoração. No pós-Guerra foi palco de boxe e wrestling, mais tarde um clube de striptease, sendo actualmente uma casa de espectáculos.


Toulouse-Lautrec - À l'Elysee Montmartre

«A taberna do tio Colombo, ficava situada à esquina da rua Poissoniers, no boulevard Rouchechouart. A palavra DESTILAÇÃO, em letras largas e azuis, apanhava todo o comprimento da tabuleta. À porta em duas meias pipas, viam-se uns loureiros empoeirados. À esquerda da entrada ficava o balcão enorme, com duas fileiras de copos, uma torneira e umas poucas medidas de estanho: e toda a vasta sala era guarnecida em volta, por grandes tonéis pintados de amarelo claro, reluzentes do verniz, com os arcos e as torneiras de cobre cintilantes e cor de ouro. Mais acima, sobre as prateleiras, havia garrafas de licor, compoteiras com frutas, frascos de toda a espécie, muito bem arrumados, ocultando as paredes e reflectindo no espelho que estava colocado por detrás do balcão, as suas vivas cores verde-maçã, ouro pálido e laca suave. Mas o que constituía a curiosidade da casa e que ficava ao fundo, para lá da cancela de carvalho, no pátio de tecto envidraçado, era um aparelho de destilação que os fregueses viam funcionar, com os alambiques de tubagens coleantes e serpentinas que vinham até ao chão, espécie de cozinha do diabo, perante a qual se extasiavam os operários fascinados
Emile Zola
In: A taberna. 5.ª ed. rev. Lisboa: Guimarães, s.d., p. 39

www.elyseemontmartre.com/
72 boulevard de Rochechouart
Paris

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A paixão dos livros - 3


Édouard Manet - «Émile Zola» (pormenor)

«Comprar livros, como fazem certas pessoas que não se servem deles, somente porque foram impressos por um impressor célebre, é pouco mais ou menos como se alguém comprasse fatos que lhe não servissem, simplesmente por terem sido feitos por um alfaiate de fama.»
Pope