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segunda-feira, julho 26, 2010

A delinqüência...



Quando se fala em delinqüência, muitos pais sofrem só em pensar no que esse termo representa. Alguns de nós pensamos e repensamos em como pode uma criança, dócil e amável durante a infância, tornar-se um delinqüente mais tarde. Nós não nos damos conta, mas somos, enquanto educadores, os maiores responsáveis pela delinqüência que vige no mundo. O Departamento de Polícia de Houston, Texas, elaborou uma lista, enumerando 9 maneiras fáceis de criar um delinqüente. A lista é a seguinte: 

1. Comece, na infância, a dar ao seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando crescer, acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que deseja. 

2. Quando ele disser palavrões, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante. 

3. Nunca lhe dê orientação religiosa. Espere até que ele chegue à maioridade e "decida por si mesmo". 

4. Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas. Faça tudo para ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade. 

5. Discuta com freqüência na presença dele. Assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde. 

6. Dê-lhe todo o dinheiro que quiser. Nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Por que terá ele de passar pelas mesmas dificuldades pelas quais você passou? 

7. Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. (Negar pode acarretar frustrações prejudiciais.) 

8. Tome o partido dele contra vizinhos e policiais. (Todos têm má vontade para com o seu filho.) 

9. Quando ele se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: "Nunca consegui dominá-lo." 

Por último, uma advertência: prepare-se para uma vida de desgosto. É o seu merecido castigo. 

* * * 
Quando nos queixamos do desgosto por que nos fazem passar os filhos, normalmente esquecemos todos esses detalhes enumerados pela Polícia de Houston. E enquanto nossos filhos ainda são crianças imaginamos que jamais venham a delinqüir. Em verdade é esse o nosso mais profundo desejo. No entanto, é bem possível que nos equivoquemos procurando acertar. Procurando fazer o melhor para esses seres tão queridos aos nossos corações. Se temos a intenção de fazer de nossos filhos cidadãos responsáveis e dignos, comecemos a prestar mais atenção na forma de educação que lhes damos. Ensinar-lhes a tolerar frustrações, ensinar-lhes disciplina, responsabilidade, é de bom senso. 

quarta-feira, junho 23, 2010

Crônicas com Eliane Volpato

INSTANTÂNEOS DA MANHÃ
      Tanto faz. Manhã linda de sol, chuvosa, fria ou primaveril. É sempre assim meu despertar. Olhos espelhando preguiça, boca aberta de bocejos, estalar de braços e pernas que se esticam...
     Os ouvidos... no principio, surdos.... Mas, pouco a pouco vão se acostumando com o barulho do mundo, acordando também junto comigo.
     Neste despertar lento, como andar em nuvens de algodão, olho o relógio da parede. Ele ali está e continua lá, marcando o compasso das horas, indiferente a minha ansiedade ao perceber que estou atrasada, como sempre. Isso porque tenho a eterna mania de achar que a cama tão adorável, merece mais um cadinho da minha presença.
    Desse modo entre a lassidão e a obrigação de sair correndo, opto pela última e visto-me apressadamente. Vou até a cozinha e meio sem pensar passo as mãos numa maçã,  enquanto saio mastigando-a, rua afora...
    Já na rua, em passos rápidos, meus olhos percorrem em volta e observam as flores encharcadas de orvalho, pessoas que passam levando em seus rostos, as marcas do cansaço
de noites mal dormidas e do jeito bom de quem tem sonhos e esperança. Vejo ainda, meninos e meninas deslizando sobre rodas, enchendo de risos coloridos, a rua até então adormecida.
    Meus olhos não param de ver! Tenho agora a minha frente um operário de face enrugada, olhar ausente e pouco iluminado. Acredito que já está tão cansado, que nem tenta sonhar novamente. Talvez a realidade nua e crua já tenha resolvido morar ali, naquele coração triste, de olhar triste...
   Passo pela torre da igreja, meus olhos se erguem em agradecimento ao Pai Eterno, faço uma simbólica, mas meiga e sincera prece. Meu coração se comove e se enche de prazer em viver um momento assim...
     Finalmente  chego ao lugar onde tem a cena que mais adoro...
     O homem grisalho, que desembarca, de seu carrinho branco, com uma gaiola nas mãos. Nesta gaiola está um pássaro... frágil, dependente, mas cantador!
     Vejo que no meu dia a dia, tem um ritual de manhãs... Reflito... esta ave é feliz, se não o fosse, não cantaria e nem encantaria tanto a mim. Isso me enche de indagações e questiono sobre prisões em gaiolas, mas só para pássaros que me cativam... desde então meu interior fica em paz.(Quem é esta mulher que vê a paz através de pássaros engaiolados? Ou consegue ver muito mais além?)
      Depois consegue ainda perguntar para sua alma, só como forma de confirmação, se entre trocar a solidão pelo pássaro, quem levaria a melhor?
Deveria ficar torcendo pelo velhinho ou pela ave? A resposta veio imediata, a partir do que ouviu dos dois personagens ali explícitos:  _ Aqui está bom para você?
    Estranho diálogo ocorre nessa hora, o cantar de um, o falar do outro, de forma muito suave. Vejo a comunicação entre aqueles dois seres, respiro a ternura e sorrisos chegam em mim. Ali permaneço por uns poucos segundos... com a certeza bem verdadeira, de que ouvir o pássaro e seu dono é tão emocionante como ouvir as batidas do meu coração enternecido...
   Você se imagina ouvindo aves cantantes ou prefere ouvir o seu coração, num dia qualquer...num momento qualquer... num instantâneo de manhã?
(Eliane Volpato)
Abril de 2010
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