A minha euforia acontece assim, quando tudo parece que se encaixa, tudo se encaminha. Não por forças divinas, por esforço meu mesmo. Aferir os resultados é minha recompensa. "Colher os frutos" como diria a sabedoria popular. A incerteza gera uma certa adrenalina que te move pra frente, mas minha gasolina mesmo são os resultados do meu trabalho, daquilo que eu dediquei tempo, os feedbacks. Talvez por isso essa ideia de "estabilidade" que todo mundo corre atrás em um emprego público não me convença. Outro dia, conversando com uma amiga "mais experiente" (para ela não ficar irritada), coloquei meu ponto de vista. Acho ilusória o conceito que estabilidade que todos buscam, por quê tanto medo? A competência é o melhor cartão de visitas, qualquer um que for bom no que faz não corre risco de morrer de fome, sempre haverá uma porta com uma oportunidade a espera, basta batalhar por ela. E mais, trazer bons resultados para a empresa, orgão, seja-lá-no-quê-que-você-trabalhe é maior motivo para ter seu lugar garantido.Se não tiver, o mundo é o limite, criatividade e disposição estão aí para criarmos novos caminhos. Mas ela me fez pensar em algo mais distante. Quando somos jovens, independentes, tudo parece lucro e vantagem. Um albergue com café da manhã simples e barraca de camping parece ser a experiencia antropológica mais interessante para qualquer viagem. Sair de casa sem ter a mínima ideia de como voltar no meio da madrugada chega a ser excitante. Mas aí você decide colocar alguém no mundo. E eu, por mais sozinha e egoista que possa ser as vezes, deixo guardado esse desejo latente de ser mãe que um dia perderá o controle e acontecerá no tempo de ser. E aí, como fica toda essa aventura? Eles precisam comer na hora certa, ter abrigo e a certeza da cama quente na madrugada fria. Talvez um emprego diferente a cada dois meses não seja a solução mais tranquilizadora com um filho chorando nos braços. E parece mesmo tão distante. Há tanto tempo vivo por minha conta, cuidando do meu, pensando num mundo que me afeta apenas. Viver se afastando de apegos maiores faz com que achemos estranha a possibilidade de uma vida que não gire mais apenas em torno do "eu". Uma vida que toma rumo em torno de um "nós", e muito provavelmente o "eles" chegue a vir sempre antes em algum momento. É estranho, de repente você desviar o foco assim. E olha que ainda nem aconteceu.
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