junho 01, 2016

dia da criança
- escola privada – público esbulho

Já que gestores e pais sem escrúpulos se destrambelham na mobilização de crianças para manifestações de carácter absolutamente político, falacioso e oportunista, julgo ter também o direito de aqui lavrar alguns comentários a propósito:

- Com que então, se me apetecer andar num ferrari, o estado tem a pouca vergonha de NÃO me atribuir um subsidiozito para o efeito? Parece impossível! Isto já não há liberdade de escolha para um cidadão, mesmo que se vista de amarelo! Isto é, sem margem para dúvidas, um claro ataque aos meus mais elementares direitos! E, quem sabe, aos meus esquerdos, também…

Bom, como tem sido largamente difundido pelas televisões, é de vómito o argumentário dos queques defensores do ensino privado às custas dos impostos de todos.

Apetece-me sempre, nestas ocasiões, atirar-lhes para o colo com o cadáver de uma das inúmeras crianças mortas por afogamento no Mediterrâneo, por um lado porque isto anda tudo ligado e, por outro, apenas para apurarem qual o possível sentido da vida e da sua concomitante relatividade.

Um único argumento, entretanto, prevalece, subliminarmente escondido naquele argumentário: não temos pago, não pagamos e não queremos pagar! Mas queremos usufruir.

E insistem os gestores dessas escolas privadas e alguns dos papás dos meninos compulsivamente de amarelo: não nos apetece, pois, abdicar do inalienável direito de acharmos melhor que os nossos filhos usufruam de condições a que a grande parte das demais crianças não tem acesso - lá nos vão dizendo estas atrabiliárias criaturas… - e estamo-nos nas tintas para isso e para vocês! Mas queremos que nos paguem, pronto!

Assim, sim, se vê o quão socialmente solidárias são estas bizarras criaturas. E espertas que elas são, que ele, o chico-espertismo, pelos vistos campeia sem freios nestas hostes.    

- Grande lata! Então, paga-a, porra!
Não queres, antes e por exemplo, ó palerma, discutir a vida dos alunos cujos pais não têm dinheiro para os alimentar e cuja única refeição é obtida na cantina da escola?

maio 24, 2016

ainda sobre a demagogia palerma das «pobres» escolas privadas

As «pobres» escolas privadas que não irão sobreviver, as coitadas, sem os fundos sem fundo do estado, suscitam-me uma proposta, pelo menos tão demagógica e palerma como os argumentos que «elas» invocam: que tal constituírem-se numa espécie de parcerias público-privadas, mas nas quais o estado, como financiador, colhesse benefício do negócio, como mero accionista e investidor?

Ainda lhes interessaria o negócio, ou só escorrem plangências pelo «venha a nós o vosso reino»?

maio 12, 2016

Há sempre um D. Sebastião que espera por nós...

Como eu gosto de Portugal e dos portugueses! Passamos a vida a dar novos mundos ao mundo e tantas vezes nos esquecemos de que damos, amiúde, novos mundos a nós próprios... e nem notamos

Vem isto ao caso de, após um imbecilóide qualquer ter derrubado a estátua de D. Sebastião na estação de comboios do Rossio, em Lisboa, apenas para se imortalizar no efémero de um retrato – quando, afinal, poderia ter tentado o mesmo feito e com maior sucesso nos sanitários públicos da mesma estação enfiando a cabeça na bacia sifónica, sem partir nada… – e perante a estupefacção arreliada de toda uma nação, se descobre que está salva a honra do convento, do povo e do próprio D. Sebastião.

Então não é que o Instituto de Oftalmologia Doutor Gama Pinto, também em Lisboa e que teve ligações fortes à monarquia, tem um D. Sebastião igual e muito menos escaqueirado nas suas arrecadações e que, ainda para mais, poderá até ser a estátua original?

Na verdade, Edmund Bartissol, um dos engenheiros responsáveis pela obra da estação do Rossio, por ali passou, ao tempo o Palácio dos Condes de Penamacor, o que explica a posse da estátua do monarca, conforme nos esclarece o jornal Público através da administração da instituição.

Ora, essa actual instituição já contactou as Infra-Estruturas de Portugal, com notável sentido cívico e civilizacional, no sentido de proporcionar uma reparação mais célere e genuína à lesão ao nosso património causada pelo totó - do qual, aliás, se espera que tenha, no mínimo, que ressarcir o estado pesadamente pela estúpida ligeireza do seu acto estúpido.

Mas o que mais se releva de todo este feliz desenlace é este facto indesmentível de que, em Portugal, quando se adensam nuvens as mais negras sobre o destino da nação, nos aparecer um D. Sebastião ao virar de cada esquina! Rejubilemos, pois, irmãos!

(Mas não nos esqueçamos, entretanto e no meio de tanta felicidade, de punir o palerma das selfies!)

abril 14, 2016

o Colégio Militar e algum esclarecimento útil

Porque de atoardas mais ou menos disparatadas anda este nosso Portugal (e o mundo todo...) cheio, sempre com intuitos muito claros de promover desestabilidades úteis e convenientes, aqui divulgo o comunicado da Associação 25 de Abril relativamente à «questão Colégio Militar», para mais objectivo esclarecimento acerca do assunto em apreço e, já agora, repor alguma verdade nos factos.

Na verdade, os «órgão de comunicação» a que temos direito, para além da sua óbvia utilidade pública, transportam também em si quanta deliberada malevolência? E como escrutiná-los, depois? Vejamos, então:

A Associação 25 de Abril, fundada por militares de Abril, é uma associação que desenvolve as suas actividades no campo cultural e cívico e não no campo militar, ainda que procure dar também uma atenção especial a tudo o que se relaciona com as Forças Armadas e a Defesa Nacional (cumprindo assim o estabelecido nos seus estatutos).
Aliás, há momentos em que todos esses campos se misturam, se entrelaçam, sendo difícil isolá-los uns dos outros.
O caso da apresentação do pedido de demissão, por parte do general Carlos Jerónimo, do cargo de Chefe do Estado Maior do Exército é precisamente uma das situações em que a Associação 25 de Abril considera dever pronunciar-se publicamente.
Tudo teve origem em declarações públicas do subdirector do Colégio Militar que, podendo ser consideradas imprudentes e não “politicamente correctas”, foram deturpadas e deram origem às já naturais demagogias de alguns grupos de pressão, devidamente apoiados por algumas forças políticas.
Seria, aliás, interessante analisar quem provocou estas declarações e as razões escondidas porque o fez. Isto é, qual o objectivo pretendido ao provocar todo este alarido. Desde logo, podemos apontar duas hipóteses: A criação de justificações para provocar alterações na Direcção do Colégio Militar e na Chefia do Exército, ou o desviar atenções de escândalos que é preciso esquecer rapidamente… E, se assim foi como se admite que tenha sido, lá vieram logo alguns a morder a isca e a fazer o alvoroço que convinha.
Não se esperava é que o ministro da tutela, isto é, o Ministro da Defesa Nacional alinhasse na mesma tecla, desse voz à demagogia e tivesse uma inabilidade extraordinária, mostrando não perceber nada da psicologia dos militares.
Em vez de procurar resolver o problema internamente, decidiu “encher o peito” e vir para a comunicação social exigir explicações ao responsável maior do Exército, o seu Chefe do Estado Maior. Abusando ainda da sua posição de tutela e procurando intervir directamente na acção de comando que não lhe compete.
Teve a resposta que é própria dos militares com aprumo e coluna vertebral: o Chefe do Estado Maior perdeu a confiança no seu ministro e bateu com a porta.
Sintomaticamente, talvez porque o objectivo a alcançar é mesmo acabar com o Colégio Militar, como já acabaram com o Instituto de Odivelas, não assistimos à onda de indignação de tudo o que é “comentador político”, como se verificou no caso da ameaça de bofetadas feitas por um outro ministro, no caso o Ministro da Cultura.
Felicitando o general Carlos Jerónimo pela atitude firme, que o dignifica não só a si mas também ao Exército e às Forças Armadas, fazemos votos de :
·         Nomeação pelo Governo de um novo Chefe do Estado Maior do Exército, que continue o meritório trabalho que o seu antecessor vinha desenvolvendo.
·         Continuação da acção educativa e formadora do Colégio Militar, com a sua manutenção na esfera do Exército, que não teme a comparação com qualquer outro estabelecimento de ensino da mesma natureza. Nomeadamente na não descriminação de qualquer natureza, de acordo com o estabelecido na Constituição da República Portuguesa.
·         Que o Ministro da Defesa Nacional compreenda de vez que subordinação das Forças Armadas ao poder político não significa subserviência. O que implica, entre outras coisas, o respeito pelas respectivas competências e a não interferência abusiva nas competências dos subordinados.
Os militares têm como um dos princípios sagrados da sua acção esse procedimento.
Saiba o MDN compreendê-lo e praticá-lo igualmente.
Porque, se o não souber fazer, terá – ele ou quem o superintende -  de retirar as óbvias conclusões…

Lisboa, 13 de Abril de 2016
O Presidente da Direcção
Vasco Correia Lourenço


PS.
Aproveita-se para esclarecer uma noticia do Jornal  I de hoje:
1.     Nunca o coronel Vasco Lourenço fez qualquer apelo para que nenhum general aceite ser Chefe do Estado Maior do Exército.
À colocação da questão de que se sabia haver movimentações nesse sentido, limitou-se a dizer “ há quem defenda isso, por mim acho que seria desejável, mas não acredito que isso se verifique”.
2.       Nem o coronel Vasco Lourenço nem muito menos a Associação 25 de Abril estão envolvidos na preparação de qualquer manifestação contra o governo, no 25 de Abril ou noutra qualquer ocasião.

março 22, 2016

quem segura este Brasil?

Por demais enfartado com o monolitismo da «informação» oficial que nos invade e bombardeia o raciocínio até à náusea, aqui vos deixo informação alternativa que acabou de chegar ao meu conhecimento:

Caras/os amigas/os

O que se passa no Brasil está a ser tratado de forma miserável pela comunicação social portuguesa pelo que devemos fazer um esforço para ter informação de fontes que não façam parte da rede manipuladora a soldo dos interesses estadunidenses. O que ali se passa configura mais uma etapa da política dos Estados Unidos da América, que procura recuperar posições perdidas nos últimos anos na América do Sul.

Para melhor compreender o caso brasileiro, deve-se colocar ao lado o que se passou nos últimos meses na Argentina (onde conseguiram afastar a presidente Cristina Kirchner e pôr um "amigo" na presidência), e ter presente o bombardeamento a que têm sujeitado a revolução bolivariana na Venezuela, onde estão ganhando também algumas vitórias na defesa dos interesses do norte; sem perder de vista a guerra surda que movem a Evo Morales (Bolívia) e a Rafael Correa (Equador), e se desvalorizar a nova táctica em relação a Cuba (mas sem pôr fim ao bloqueio a que a submetem desde 1962). No entanto, segundo o portal do PT, a jogada reaccionária está sendo bem interpretada internacionalmente e Lula é alvo de manifestações de solidariedade. Ver a este respeito

http://www.pt.org.br/lideres-internacionais-divulgam-manifesto-em-apoio-a-lula/

Na maioria é gente que esteve no poder nos seus países e que se destacou pela honestidade e na defesa dos seus povos. Destaco o nome de Mujica, ex-presidente do Uruguay, um homem acima de qualquer suspeita de corrupção e de ter andado em negócios escuros com Lula ou com o PT. É que nestas coisas valorizo muito a posição dos que não têm rabos de palha, têm uma qualidade que prezo particularmente: autoridade moral. Valorizar os aspectos políticos revolucionários é muito importante mas devemos subestimar os aspectos éticos na prática política.

Eis o manifesto que subscreveram:

“DECLARAÇÃO

Durante várias décadas, Luiz Inácio Lula da Silva destacou-se como sindicalista, lutador social, criador e dirigente do Partido dos Trabalhadores.

Eleito Presidente da República, em 2002, Lula levou adiante um ambicioso programa de mudança social no Brasil, que tirou da pobreza e da miséria milhões de homens e mulheres. Sua política econômica permitiu a criação de milhões de empregos e uma extraordinária elevação da renda dos trabalhadores.

Seu Governo aprofundou a democracia, estimulando a diversidade política e cultural do país, a transparência do Estado e da vida pública. O Executivo, o Ministério Público e o Poder Judiciário puderam realizar investigações de atos de corrupção eventualmente ocorridos na administração direta ou indireta do Estado.

Preocupa à opinião democrática, no entanto, a tentativa de alguns setores de destruir a imagem deste grande brasileiro.

Lula não se considera nem está acima das leis. Mas tampouco pode ser objeto de injustificados ataques a sua integridade pessoal.

Estamos com ele e seguros de que a verdade prevalecerá.

Cristina Fernández de Kirchner (Argentina)
Eduardo Duhalde (Argentina)
Carlos Mesa (Bolívia)
Ricardo Lagos (Chile)
Ernesto Samper (Colômbia)
Maurício Funes (El Salvador)
Felipe González (Espanha)
Manuel Zelaya (Honduras)
Álvaro Colón (Guatemala)
Massímo D’Alema (Itália)
Martín Torrijos (Panamá)
Nicanor Duarte (Paraguai)
Fernando Lugo (Paraguai)
Leonel Fernández (República Dominicana)
José Mujica (Uruguai)
José Miguel Insulza (OEA)”


No portal do PT podem ver mais informação de última hora que vos pode dar uma ideia da dimensão da guerra que o povão brasileiro está a sofrer, por exemplo novos golpes baixos de figuras de topo da "justiça" brasileira .

http://www.pt.org.br/planalto-moro-violou-constituicao-e-medidas-judiciais-serao-adotadas/

Aos interessados em seguir o que se passa na América do Sul na sua luta contra o neoliberalismo e pela autonomia do gigante do norte recomendo vivamente que vejam TelesurTV (canal 223 para quem tem o serviço da NOS)

saudações antifascistas

março 18, 2016

elementos relevantes...

para a navegação portuguesa foram descobertos
por empresa britânica na região de Omã

Raim on Facebook

março 02, 2016

as coisas são como são...

As coisas são como são, lá se diz, com a pretensão, tímida e frustre, de não se agitar muito o pântano, em favor de que não se evolem incómodas pestilências a pituitárias mais sensíveis.

Cavaco primeiro-ministro recusa, perdão, ignora pensão a Salgueiro Maia, enquanto Cavaco presidente condecora dois pides, um dos quais responsável pelos disparos indiscriminados sobre a multidão, em pleno 25 de Abril.

Cavaco lá sabe o que faz. E, assim, Cavaco condecora com a força que o sistema eleitoral que temos lhe confere e, quanto a isso, nada a dizer. Ou melhor, talvez criar algumas salvaguardas democráticas a decisões arbitrárias dos mandantes não fosse despiciendo, até para evitar este alinhava e desalinhava em que Portugal é pródigo.

Cavaco, de uma assentada, condecorou com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, na área da Educação, Maria de Lourdes Rodrigues e Nuno Crato e brindou-nos com esta alegoria: «… as pessoas que vão ser agraciadas vão sê-lo sem que isso signifique qualquer juízo de valor em relação às políticas que executaram». Compreendi-te, como diria o nosso embriagado Vasco Santana falando para a rigidez impávida de um candeeiro.

E diz mais: que «deram o melhor de si próprio para ajudar nas suas convicções a construir um Portugal melhor».

Bagão Félix, também ele então agraciado e em paga pela fábula, retorque: «Nós observamos e agradecemos esta condecoração numa perspetiva de que a política verdadeiramente se engrandece através da diferença, diferença de ideias e de ideais em nome de Portugal».

Nesta altura, a comoção que me invadiu a par de indecoroso e inoportuno embargo da voz, não foram, no entanto, bastantes para evitar que uma dúvida atroz me assaltasse: diferença…? Onde, onde…? 

E releio os nomes: Vítor Gaspar, Bagão Félix, Álvaro Santos Pereira, Luís Campos e Cunha, Paulo Macedo, Maria de Lurdes Rodrigues, Nuno Crato e Rui Pereira. E não me ocorre um, unzinho, que não integre a mesma orquestra de interesses. Talvez os penteados sejam diferentes, 

Pouco depois, Cavaco condecora Sousa Lara, outra eminente arara desta orquestra reaccionária, que se notabilizou por boicotar a candidatura de Saramago a um prémio literário europeu por, alegadamente, o Evangelho Segundo Jesus Cristo não representar Portugal (?). Ai, reaccionário já não se usa? Tenho pena, mas não me ocorre outro termo ou expressão melhor enquadrados. Devem ser limitações minhas…

Sousa Lara, o então subsecretário do governo de Cavaco, que nem anda cá para enganar ninguém, lá foi anunciando que «um Governo tem uma conotação ideológica, não tem que agradar a toda a gente… É um Governo da maioria contra a minoria, em última análise. Toma medidas polémicas que, democraticamente sufragadas, têm de ser aceites». 

O problema do homem é não perceber (nem tal lhe interessar) que o que foi democraticamente sufragado foi o elenco parlamentar de onde resultou um governo. Não – nem nunca – as «medidas polémicas» que ele possa tomar. Essas nunca se sufragam. E talvez resida aí uma ineficiência democrática. 

Vejam lá se alguém os esclarecesse que, por essa mesma ordem de ideias, talvez fosse mais higiénico referendar ou sufragar as condecorações a atribuir, em cada ano, sem que tal estivesse dependente de algum relampejo anacrónico de qualquer personalidade política em falência técnica? 

Entretanto, os telejornais todos nos bombardeiam há semanas com a campanha eleitoral dos Estados Unidos, cuja fase final ocorrerá em Novembro de 2016 (!!!) como se tal efeméride, se não divulgada à exaustão, já hoje, nos impedisse sequer de respirar.

Olha se lhes dava para fazerem o mesmo, democraticamente, a todos os países do mundo… Era a insanidade. Atente-se a um mero exemplo: - Conforme notícia recém-chegada directamente de Ouagadougou, Roch Marc Christian Kaboré disputa a par e passo, no Burkina Faso, as eleições ao seu opositor Zephirin Diabré. Vamos de seguida proporcionar aos excelentíssimos telespectadores as duas horas de debates, convulsões e murraças que têm vindo a acompanhar estas disputadíssimas eleições ao longo da última semana…, etc., etc., etc. 

E não venham dizer-me que o Burkina Faso não integra também este mundo em que vivemos, que diabos! 

Bom e gostariam, então, que esclarecesse, nesta fase chegados, que cargas de água ligam as condecorações do Cavaco às eleições nos EUA ou no Burkina Faso: então não sabem que isto anda tudo ligado?

fevereiro 26, 2016

com a devida vénia, aqui se reproduz...

... uma reflexão/anúncio de Joana Amaral Dias que se considera interessante, por sintética e clara:

Ora bem, querem vocês saber como se faz um banqueiro em Portugal, certo? Muito simples: junta-se uma longa carreira numa jotinha partidária, uns tantos cargos políticos, fidelidade ao dono, um curso com passagem administrativa, um primeiro-ministro perigoso, um governador do Banco de Portugal pardacento, duas asas de morcego e voilà: Bingo! Miguel Relvas tem um banco! Ah, pois é. Um banco que tem licença para operar em Portugal, Moçambique, Angola e América Latina. Que lhe chegou às mãos porque o BPN - que custou ao Estado 6 mil milhões - foi vendido por Passos Coelho ao BIC por 40 milhões. Depois disso, sobrou o Efisa, uma instituição bancária de investimento do universo SLN/BPN, onde foram parar 90 milhões do dinheiro dos contribuintes via ex-primeiro- -ministro. Só então o Efisa foi vendido (por 38 milhões) à Pivot SGPS, da qual faz parte Miguel Relvas. Ou seja, pagámos 52 milhões a essa sociedade para ficar com o dito banco, livre de encargos adicionais. Bonito. Poético. Como diria Passos Coelho, "Social Democracia, sempre !" Ou, como disse o seu amigo e ex-ministro numa entrevista há uns meses: "A marca Relvas ainda é forte." Sorria, estamos a ser gamados.

Joana Amaral Dias

fevereiro 07, 2016

Centeno avalia a Troika. As vossas "reformas" foram um falhanço!

Porque é que esta notícia não passou nos telejornais? : 


As vossas "reformas" a que nos obrigaram, foram um FALHANÇO
Copio e colo o que se segue do Jornal de Negócios
Centeno contra-ataca em carta a Bruxelas: "reformas" da troika foram um falhanço
O ministro troca de papéis e passa de avaliado a avaliador. Aproveita a carta que enviou a Bruxelas para dizer que o programa de ajustamento da troika falhou, comprometendo o objectivo último do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC): 

pôr a economia a crescer.


É já no penúltimo parágrafo da carta que enviou à Comissão Europeia  e em jeito comentário final que Mário Centeno, o ministro das Finanças, se vinga da implacabilidade aplicada por Bruxelas à análise do seu esboço orçamental e às apreciações das suas políticas. Após elencar todas as novas medidas de austeridade a que foi obrigado para cumprir as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), o ministro das Finanças aponta as baixas perspectivas de crescimento de médio prazo da economia portuguesa que ficam como legado das "muitas reformas" aplicadas pelo anterior governo sob a batuta da Comissão Europeia, do FMI e do BCE. E lembra: o objectivo chave do PEC é exactamente melhorar o potencial de crescimento.
Ladrões, ou apenas " põem-se a jeito "? 
"Como sabe, Portugal completou recentemente um programa de ajustamento económico" lê-se na carta endereçada a Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia e a Pierre Moscovici (2), o comissário responsável pelos assuntos económicos e financeiros, seguindo-se uma descrição dos resultados: "Muitas reformas foram implementadas mas o seu impacto falhou em materializar-se e o crescimento económico permanece baixo, pois o programa foi orientado para o curto-prazo e não conseguiu resolver os importantes entraves ao crescimento da economia portuguesa". Mais: "Estas fragilidades estruturais são da maior relevância pois comprometem as perspectivas de longo prazo da economia portuguesa – o objectivo chave do Pacto de Estabilidade e Crescimento", atira ainda o ministro português.
Em suma: um ajustamento estrutural concentrado apenas no curto prazo, que não eliminou os entraves ao crescimento, nem aumentou o potencial de crescimento da economia.
Confiamos um cozinhado ao Magoo? Não?
Então porque é que confiamos o País a ceguetas?
Passada esta refrega orçamental, e aprovado o orçamento, Mário Centeno diz que o Governo "baseado no seu programa, prestará particular atenção no próximo ano a implementar reformas estruturais", concentrando o seu espírito reformista em quatro áreas: administração pública; segmentação do mercado de trabalho e financiamento da segurança social; capitalização das empresas; e reforma do sistema regulatório, um tema que o ministro tem repetido como urgente, especialmente após os desaires de final do ano com Banif e Novo Banco.
É caso para dizer que contas com contas se pagam !"

charlie

fevereiro 04, 2016

O sistema Neo-liberal e as novas castas.

Ao sistema só interessa o filet mignon
Desde que a crise se instalou tem-se assistido a uma progressiva clivagem entre estratos sociais, uma diminuição dos padrões da chamada classe média e um disparar das assim ditas "classes altas".
Podemos facilmente deslizar pelos argumentos recorrentes e sistemáticos e aceitar o facto indiscutível de que apenas criando riqueza se pode distribuir e que os mais bem colocados têm também outros meios para garantir a manutenção dos seus interesses. Contudo, vivemos num mundo onde nunca houve tanta riqueza produzida e contudo? Nunca as dívidas dos países foram tão expressivas como nos tempos actuais.
O que devemos concluir deste estado de coisas?
Qual a origem da súbita pressão para a resolução de dívidas num sistema que cresceu precisamente sobre os mecanismo do crédito?
Se olharmos com algum sentido crítico para os blocos publicitário das TV generalistas encontramos uma ponta  solta neste imenso novelo. A evolução das publicidade mostra algo que não nos deve surpreender. São cada vez menos empresas nacionais a publicitar e os blocos são em grande maioria de produção internacional de empresas multinacionais. Os anúncios sucedem-se em ciclos repetitivos e onde antes se viam apelos ao consumo de produções locais e nacionais o espaço é praticamente todo tomados pelos interesses gigantes
Esta constatação, aparentemente um pouco à margem do tema, é no entanto revelador das motivações e meandros com que os políticos tratam das economias dos seus Países.
Quando alguém afirma  que as pessoas podem estar pior mas que o país está melhor, então temos o princípio da formação de castas em evidência.
As pessoas, no fundo, quem faz o mercado, são relegadas para um "problema" para ser resolvido pela relação entre distribuidoras e políticos.  A um outro nível se discute o filet mignon, ou seja, as grandes movimentações de capitais onde o interesse do indivíduo é apenas um pormenor numa black-box  de um fluxograma cujo interior não cabe observar. Tal como um general para quem as tropas apenas são activos e não gente que sofre e morre, também esta nova organização social tende a olhar para as pessoas como meros activos contabilísticos englobados numa mole indistinta, numa caixa negra que é apenas um dado de importância menor.
Cada vez mais a fasquia separadora fica mais além. O sistema não quer lidar com coisas pequenas, pequenas empresas, pequenas iniciativas, até os Bancos foram progressivamente secundarizados, levados à falência, num processo que mais do que imputável aos gestores, é da responsabilidade do sistema internacional no qual eles estavam inseridos.
E, lamentavelmente, temos políticos que alinham por esta bitola.
Assim se compreende como se negociou - se é que se pode chamar negociar- durante o período de assistência financeira que por cá Passos Coelho  presidiu. Tratou-se dos interesses do país tal como dos blocos publicitários  nas TV: interesses dos grandes, que de modo geral não tem qualquer interesse para o que nos interessa individualmente.
Um mundo neo-liberal, dominado por politicos sub-servientes  sob uma pressão financeira sabe-se lá de que forma foi orquestrada, a mando das mega- corporações.
Isso por um lado.
Por outro, aquela coisa incómoda que em vez só de consumir, quer ordenados para produzir o que eles vendem, quer saúde e ensino grátis e ainda por cima, pasme-se, quer ter uns dias de descanso, uns feriados, umas férias. E depois, como se isso não bastasse, exigem uma côdea quando ficam velhotes e entram na
Pessoas, uma sub-casta incómoda...
total inutilidade.  Tudo coisas muito más para a economia.
 Despesas, está a ver-se, não está-se...?
Um problema que é preciso que a casta dos políticas resolva, diz a casta dos financeiros do alto da sua sobranceria, para quem as pessoas são menos do que uma sub-casta com a qual não sujam as mãos.
Por isso, a atitude do actual governo de Costa em  Bruxelas consegue soar-nos a estranho. Haver quem se atreva a negociar interesses das pessoas em vez de tratar dos pacotes a granel e atacado, dá uma espécie de sinal de voltar atrás, de retomar outro caminho. Vejamos se entretanto os sargentos de serviço não fizeram o que normalmente era a sua missão de combate: obstruir os pontos de retirada e dinamitar as pontes....

janeiro 26, 2016

Aberratio ictus

(Que é como quem diz, acto que, dirigido a alguém, atinge indirectamente um terceiro).

Enquanto alguns lambem feridas, mais ou menos profundas, à conta dos resultados das últimas presidenciais, a rapaziada desunha-se em interpretações fulminantes sobre os mesmos.

Estes exercícios de esgrima com os quantitativos e percentuais em eleições, quaisquer que elas sejam, enchem-nos sempre a alma de conforto. Cada um pode, aqui, com toda a força da liberdade de expressão e as respectivas idiossincrasias a tiracolo, opinar como muito bem entender, acerca de tudo, assim e assado e, até, pelo contrário.

No fundo Marcelo terá ganho por tudo aquilo que dele se diz mais pelo elementar facto de o povão ter dos aparecimentos televisivos uma postura idêntica à das aparições de Fátima. E, contra isso, batatas.

Além disso, Fátima terá ocorrido durante um dia - e veja-se o efeito prolongado do fenómeno, senhores, desde 1917! -, enquanto o São Marcelo nos aparece, regularmente, desde há quinze anos, na sarça ardente da televisão, para não falar no resto. O desequilíbrio é flagrante e manifesto.

Dir-se-ia, pois, que até a Nossa Senhora de Fátima perderia se se tivesse candidatado, nestas eleições presidenciais, contra São Marcelo.

Mérito de Marcelo, obviamente! Nada de segundas interpretações.

Agora, uma coisa que me pareceu absolutamente prodigiosa neste cortejo celestial foi a preciosa atitude em favor de São Marcelo da arcanja de Belém e Roseira, de sua graça, na sua luta infrene contra os anjos maus e diabólicos que enxamearam, à esquerda, o percurso seráfico do ungido. E o seu, a todos os títulos, extraordinário contributo para o milagre (dos rosas…?) com que todos deparámos, não deve deixar de ser sublinhado. 

Ficamos, pois, devedores, todos nós e em grande parte pela deriva reiterada das hostes socialistas quanto às presidenciais, toda a sorte com que Portugal tem vindo a ser brindado, vai para onze anos, no exercício deste cargo…  ora importante, ora decisivo, ora nem por isso e o seu contrário, mas, decisivamente, constitucional.

janeiro 25, 2016

obrigado!

Esta a  forma de agradecer que nos distingue no mundo, segundo Sampaio da Nóvoa. 

Os portugueses, entretanto, demonstraram uma vez mais a preponderância do relevo mediático nas suas vidas e o quanto são influenciáveis pelo jogo de espelhos que os media proporcionam. 

A distorção das imagens que isso ocasiona não os incomoda. Pelo contrário, convivem de tal modo bem quase como se as suas (nossas) vidas se resumam a uma passagem, de preferência longa, por um qualquer parque de diversões.

Não será impunemente que se dizia, por franças e araganças, que les portugais sont toujours gais.

Sim, lá vamos, cantando e rindo, levados, levados, sim...E eis que o velho hino salazarento assume contornos de actualidade globalizada e globalizante.

Mas Marcelo Rebelo de Sousa, convenhamos, não é mau. Podia ser muito pior. 

E como, a partir de hoje, ele é também o meu presidente, só posso desejar e esperar que venha a revelar-se muito melhor. Melhor do que sempre foi e melhor do que aquele que sai.

janeiro 21, 2016

Diz-me qual é a tua subvenção vitalícia, dir-te-ei quem és

Antes de mais, uma mais precisa informação do contexto: entrou no Tribunal Constitucional, subscrito por cerca de trinta deputados, um pedido de reversão da suspensão do pagamento das subvenções a ex-políticos com rendimentos superiores a 2000 euros, invocando estarem em causa os princípios constitucionais da proporcionalidade e da proteção da confiança e o princípio da igualdade.

A declaração de inconstitucionalidade por parte do Tribunal Constitucional (por maioria e com cinco votos contra) implica a sua aplicação retroactiva o que gera um impacto orçamental imediato de cerca de 10 milhões de euros.

Ora, as decisões do Tribunal Constitucional, por muito que nos pesem, são para aceitar, porém…

A manta de retalhos esquizofrénica em que o vulgarmente chamado centrão, instalada no poder há demasiado longos anos, tem vindo a transformar a sociedade portuguesa, com o intuito de empochar mais uns milhõeszitos em impostos daqui e dali, sempre salvaguardando, no entanto, os interesses de quem se equilibra no topo da pirâmide social, saiu-nos mais uma novidade: o regresso da protecção da vidinha dos «políticos».

Num país que, por acaso, até (ainda?) tem uma Constituição viva, documento matricial onde se prevê, preconiza e perdura o conceito de igualdade de tratamento entre cidadãos, eu tenho uma dificuldade extrema em entender estas habilidades parcelares e parciais.

Vejamos: um presumível «político», antes de o ser mas no bom caminho, inscreve-se, menino e moço, numa jotinha qualquer. Singra nos meandros oleosos da estrutura e, lá pelos seus vinte anitos, cego pela gruta de Platão em que se meteu, por opção, alcandora-se a lugar elegível, por exemplo, na Assembleia. Aí brilha, indefectível e arrojado defensor de uma qualquer ideologia – preferencialmente, daquelas muito pragmaticamente mutáveis – e torna-se estrela da companhia.

Com labor, naturalmente, mas muita manga de alpaca e arte de toureio a pé, cumpre uma legislatura, uma segunda e, mal chegado a cumprir uma terceira… abicha uma subvenção vitalícia aos trinta e dois anos! 

Note-se que refiro a arte de toureio tendo como superior referência os Cuadernos del Aula Taurina (Sevilha, 2002) onde se pode ler que «torear es el arte de burlar y dominar los toros», informação óbvia que não carece de tradução, mas que se torna mais clara se optarmos por uma interpretação livre e literal onde o touro, salvo seja, sou eu e mais uma data de cidadãos.

Caramba, aí estão ainda três quartos da população a tentar encontrar o primeiro emprego que não seja no famigerado «recibo verde», com a ameaça funesta de que nem deve pensar em poder aceder a «privilégios sociais» a que os seus pais acederam, e já este pimpolho pode desfrutar do aconchego da subvenção vitalícia para «políticos», para o que precisou tão-só de esgrimir uma meia-verónica atempada na Assembleia, uma chicuelina a-propósito a um jornalista, uma revolera oportuna aos seus pares, em congresso.

Atenção, nada de generalizações apressadas e abstrusas, que ele há muito jovem político efectivamente empenhado na res publica – mas não é disso nem desses que aqui se trata. Pelo contrário, é dos não-jovens institucionais e institucionalizados a puxarem, com despudor e energia, a brasa à sua sardinha, criando, pelo caminho, estas desigualdades escandalosas e intoleráveis, num país em que se atinge a reforma aos 66 anos de idade e depois de uma carreira retributiva de quarenta anos.

E parecia até que esta história já teria terminado, a bem da naçãoMas alguém resolveu dar novo alento a causas passadas, que a vida anda difícil…

Não há muito tempo, os coligados Passos e Portas sugaram as pensões e os ordenados em artifícios e malabarismos de IRS, invocando razões de estado e jurando pelas alminhas que se tratava de algo a retribuir (ou a repor?) posteriormente.

O Tribunal Constitucional decidiu ir na conversa do «combate à crise», desde que o saque não durasse muito tempo (?). Mas ainda dura, essa é que é essa. Porém e pelos vistos, já se revogam, apenas para alguns, poucos, alguns desses direitos (dinheiros) perdidos pelo caminho, numa lógica em que alguns portugueses têm mais direito a direitos do que outros portugueses. E começa-se por aconchegar cidadãos altamente carenciados como Bagão Félix, Ângelo Correia ou Zita Seabra. Não se entende, tenham paciência. Nem é aceitável.

Veja-se, a propósito, a decisão tão recente do mesmo Tribunal Constitucional relativamente aos complementos de reforma dos trabalhadores de empresas de transportes públicos.

Como não se entende se, relativamente a tudo que nos tem vindo a ser sonegado, a devolução implica reposição ou se a reposição implica devolução ou se nada disto é para ser levado a sério e como em português não nos entendemos, não será melhor irmos todos aprender mandarim.

O que se me depara piramidal e abjectamente hipócrita é a invocação, por parte dos subscritores parlamentares dos princípios constitucionais da proporcionalidade e da proteção da confiança e o princípio da igualdade. Então e esses princípios apenas incidem, proporcionalmente, claro, em circuito interno ou quiçá corporativo? E o resto da nação que se cate?

Para esta engenharia de prioridades selectivas com a qual o Tribunal Constitucional nos veio titilar as meninges é que, parafraseando o grande Herman, não havia necessidade… Logo eu, que até ando tão empolgado com o tempo novo… e cai-me isto, tão velho, no prato!

janeiro 15, 2016

Tribunal da Relação de Lisboa rejeita recurso do MP.

“não podemos deixar de notar que o Ministério Público não faz qualquer resumo, por pequeno que seja, sobre a factualidade e diligências que em concreto se fizeram no inquérito e mesmo relativamente às diligências a desenvolver (…), ficando-se pela abstracção e generalidades“.



A verdade é tão só um pormenor.... com pouca importância...


Está fresquinha nas memórias de todos, o tom jocoso e quase triunfal com que se coroou uma das muitas decisões que mantiveram José Sócrates na prisão. Era o famoso: " quem cabras não tem" como cereja em cima do necessário suporte técnico justificativo.  

Não tenho,- nem posso ter-, nada contra o recurso de vez em quando a ditados populares e expressões costumeiras por muito - e há muito - que o Costume tenha deixado de ser fonte formal de Direito.

Um cidadão, por acaso figura pública, e quantos não haverá em iguais ou piores circunstâncias, passou um ano em prisão preventiva tendo-lhe sido negado qualquer acesso substancial às matérias de acusação. A transcrição da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa não deixa margens para dúvidas e destaco em cima o último parágrafo com que o post é iniciado.


Tribunal da Relação de Lisboa rejeita recurso para o Tribunal Constitucional interposto pelo Ministério Público "por manifesta falta de suporte legal e constitucional"


Os advogados do Eng. José Sócrates foram hoje notificados da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa que rejeitou liminarmente o recurso para o Tribunal Constitucional interposto pelo Ministério Publico da decisão que decretou o fim do segredo de justiça interno no processo conhecido por Operação Marquês. “Por manifesta falta de suporte legal e constitucional”.

Tal como imediatamente foi denunciado pela defesa, tal recurso consubstanciou apenas mais um expediente processual ilegitimo e legalmente inadmissível do Ministério Público, “em desespero último face à evidência da ilegalidade da sua conduta de ocultação do conteúdo dos autos de inquérito desde 15 de Abril de 2015”.
E, conforme se reafirma na decisão de hoje, “não podemos deixar de notar que o Ministério Público não faz qualquer resumo, por pequeno que seja, sobre a factualidade e diligências que em concreto se fizeram no inquérito e mesmo relativamente às diligências a desenvolver (…), ficando-se pela abstracção e generalidades“.

Depois de tanto "segredo de justiça" de que apenas os tablóides e órgãos e comunicação associados fizeram excepção, depois de tanta investigação desde 2013, e um ano de "prisão preventiva"o que temos em concreto? 
Apenas isto: abstracção e generalidades apoiadas em "convicções".
E por convicção se fizeram Autos de Fé, por convicção os fundamentalistas se fazem explodir, por convicção se condena. A verdade é tão só um 


pormenor.... com pouca importância...

janeiro 12, 2016

passatempo presidencial


se já encontrou o panda e o gato tente agora o prof. Marcelo
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janeiro 08, 2016

breve reflexão de um assumido apoiante de Sampaio da Nóvoa, após o debate para as presidenciais

Não vá dar-se o caso do senhor professor Marcelo me questionar, num qualquer dia destes, acerca do que é que eu pensei no dia 07 de Janeiro de 2015 sobre ele - isto porque, presumivelmente, quase ninguém me conhece e posso querer candidatar-me à Presidência da República no futuro - , aqui fica registado que creio bem que Marcelo encontrou finalmente alguém, à altura da sua inteligência, que foi capaz de o deixar muito inquieto e tão pouco à vontade, como nunca o vi. 

E por muito que se ginastiquem os desvairados «comentadores» e «analistas políticos» da nossa praça, Sampaio da Nóvoa disse-lhe o que havia a dizer e o desconforto da careca destapada foi gritantemente patente no que a Marcelo diz respeito.