domingo, setembro 27, 2009

Alcainça em festa (parte II)


Finalmente tive oportunidade de visitar a Igreja Matriz de Alcainça, uma bonita obra do século XVII com muito interesse histórico que devido aos frequentes actos de vandalismo que ocorrem por todo o país, se encontra sempre encerrada, mantendo-se aberta apenas enquanto decorrem as cerimónias religiosas.





A capela do Espírito Santo, com o bonito portal manuelino, fica situada a escassos metros da igreja e pela mesma razão também se mantém sempre fechada.






Estava de passagem, após ter exercido o meu direito de voto e fiz um desvio passando no largo da igreja, onde algumas dezenas de pessoas se reuniam para assistir à missa, que hoje foi campal, dado que a pequena igreja em dias de festa se revela insuficiente para albergar todos os fieis.

No interior da igreja, enquanto decorriam os últimos preparativos para a cerimónia, captei algumas imagens. Não havia tempo a perder, pois a porta ficaria fechada.


















sábado, setembro 26, 2009

Alcainça em festa


Não, não tem a ver com as eleições em curso, até porque é cedo demais para deitar foguetes e eles já estoiram no ar.


Trata-se da festa em honra de S. Miguel de Alcaínça, uma freguesia do concelho de Mafra, que ocorre todos os anos no mês de Setembro e cujos festejos tiveram ontem início e se prolongarão até à próxima Terça Feira, dia 29.
O programa parece aliciante, mas não costumo participar, apenas contribuo e com pouca vontade com um pequeno donativo, porque mordomos, e organizadores da carmesse, nunca se esquecem de bater à minha porta.


E este ano o mês de Setembro é duplamente festivo, sendo ainda visíveis os cartazes alusivos à recente passagem do círio da senhora da Nazaré, a caminho da vizinha freguesia da Igreja Nova, onde permanecerá até ao próximo ano.











Mas quando amanhã chegar a hora da contagem dos votos, S. Miguel terá de ter paciência e espírito de partilha, porque nem todos os foguetes que ouvirmos estalar, serão em sua honra eheheh

sexta-feira, setembro 25, 2009

Votar ou não votar

Entendo que as pessoas tenham esgotado a paciência, que afirmem ter deixado de acreditar nas boas intençõs dos politicos e deixem a outros a decisão de escolha. Também eu me tenho sentido tentada a agir assim.

Mas embora não esteja convicta de fazer agora a escolha certa, de uma coisa tenho a certeza:

Sei o que não quero! E não quero continuar a ser (des)governada por quem não escolhi, mas a quem, pela minha inércia, cedi o comando do barco cujo rumo me conduz irrefutavelmente ao naufrágio certo.
Ó pra mim, no próximo Domingo, cumprindo o dever cívico eheheh


(desviei a imagem daqui ... espero que o dono não me processe eheheh)


domingo, setembro 20, 2009

Felizes para sempre ...





Era um Sábado, dia 20 de Setembro de 1975. Numa bonita igreja rodeada de ruínas do velho castelo, pouco mais de 3 dezenas de convidados reuniram-se com os noivos para assistir à modesta cerimónia e todos ouviram as palavras do pároco:

- "O que Deus uniu o homem não separa" ..."ide em paz e sede felizes"

Uma voz quase imperceptível acrescentou: - "para sempre" e mais alguém murmurou: - "e tenham muitos meninos" eheheh

A "princesa", na sua rebeldia e malicia, esboçou um sorriso maroto prometendo a si própria que pelo menos essa parte da história não se cumpriria.
E quanto ao resto, logo se veria, mas não tinha ilusões: Bem sabia que "nada duraria para sempre".

terça-feira, setembro 15, 2009

Fechado em casa

Um texto da Laura de réstea de sol sobre um conjunto de "chaves" e o recente aniversário do meu mano trouxeram-me à memória uma (hi)estória engraçada que envolve chaves, ou antes a ausência delas, uma cena que certamente ele há muito esqueceu, mas a mim ainda hoje faz rir (e não rimos todos nós do mal? ahahahah)

Apesar do meu irmão Carlos não ser o mais próximo de mim no grupo de 6 irmãos, separando-nos 5 anos de idade, mantivemos sempre uma relação de partilha e cumplicidade, sendo ainda hoje aquele a quem me liga o maior laço afectivo.

A sua imagem nas memórias da minha infância é muito ténue, mas há um pormenor que mantenho vivo e que tem a ver com a alcunha que nós, os irmãos, atribuíamos uns aos outros, tendo no caso aproveitado um desabafo da mãe que certo dia proferiu a seguinte frase:

- "Este miúdo é tão magrinho que nem cu tem"! E pronto, entre nós passou a ser "o sem cu" eheheh


Os nossos pais mantiveram-se na aldeia, mas eu e 2 dos meus irmãos viemos muito cedo para a capital e por cá nos orientámos. Sem progenitores por perto e como irmã mais velha, entretanto casada, era em minha casa que passavam alguns dos fins de semana livres, assim como foi com o meu apoio que contaram quando chegou a hora de cumprir o serviço militar obrigatório.


Uma das vezes em que o meu irmão ficou lá em casa, na Segunda Feira saí cedo como habitualmente, deixando-o ainda a dormir, pois só iniciava o trabalho às das 11 horas. A ideia era ele deixar a porta no trinco quando saísse, como era hábito.

A meio da manhã recebo um telefonema de uma vizinha dizendo que o moço estava fechado em casa!Eu tinha simplesmente fechado a porta à chave e ele não tinha como sair do 6º andar (ainda não tinham inventado o "red bull" eheheh)

O coitado tinha-se visto grego para me fazer chegar o recado! Colocara-se de plantão à janela, que nem "carochinha à espera do João Ratão" na esperança que alguma vizinha saisse ou entrasse pelas traseiras, para onde dava a janela do seu quarto, para mandar recado, dado que nessa altura eu não tinha telefone em casa.

Claro que 5 minutos depois o rapaz foi libertado, pois a minha madrinha que morava no 7º andar sempre teve chave da minha casa e lá resolveu a situação ahahah

Mas durante algum tempo ambos rimos da cena caricata.


Parabéns, mano Carlos

Embora tardiamente, não quis deixar de assinalar aqui a data.

É muito raro esquecer um aniversário ou uma data especial, mas por descuido ou falha nas comunicações, nem sempre me é possível felicitar o aniversariante atempadamente.

E foi assim este ano ... só ontem dei os parabéns ao meu irmão Carlos, que completou meio século no passado dia 13! E como ele só festeja décadas, faço votos para que some mais algumas, com saúde, e mantenha sempre a extraordinária disposição que lhe é peculiar eheheh


domingo, setembro 13, 2009

Maçã reineta

E enquanto aguardamos que as uvas estejam no ponto, hoje foi dia do meu hortelão se virar para a maça reineta. Apareceu-me de caixa na mão e lá ouvi o ultimato do costume:

- Vê lá se amanhã levas maças aos teus colegas eheheheh



quinta-feira, setembro 10, 2009

Blogagem Colectiva "Vindimas e Vinhos"

Hoje publico o texto com que participei na "Blogagem Colectiva" promovida por Susana Falhas do Blogue Aldeia na Minha Vida.
Para ler todos os textos dos participantes, comentar e votar, é
Aqui.

Memórias ligadas à vinha

As vindimas de que tenho lembrança remontam aos últimos anos da década de 60 do século passado, quando eu era ainda criança com 10 ou 11 anos de idade e já integrava um grupo de trabalhadores da aldeia, e durante um dia inteiro, colhia os cachos e carregava à cabeça enormes cestos de vime cheios de uvas. Na minha aldeia, no Concelho de Trancoso, na Beira Alta, as vindimas tinham início em Setembro e por vezes prolongavam-se até Outubro.

Lembro-me do Sr Alberto, um respeitável feitor que tinha a seu cargo a tarefa de cuidar das vinhas, cujos donos moravam e exerciam a sua actividade profissional na capital, apenas se deslocando esporadicamente à aldeia onde permaneciam pouco tempo e raramente eram vistos.



O pessoal contratado, na maioria mulheres, juntava-se no adro da igreja, ou junto ao cruzeiro da aldeia e partiam em grupo, umas vezes a pé, outras numa carrinha de caixa aberta quando a vinha era mais distante, levando cada um o seu próprio farnel. A tarefa era desempenhada ao som de alegres canções populares e o tempo passava sem quase darmos conta.

Retrocedendo
a essa época, acabo por constatar que aquilo que é hoje considerado "exploração infantil", constituía para mim, e disso tinha plena consciência na altura, um dos poucos factores de alegria e realização pessoal. E bem me lembro da sensação de orgulho que sentia quando ao fim do dia me cruzava com meninas da minha idade que, por protecção paternal ou por terem sido preteridas pelo contratante, ficavam a brincar nas ruas da aldeia. E hoje, por mais estranho que possa parecer, sou capaz de afirmar que me sentia privilegiada por trabalhar.

O pisar das uvas e a prova do vinho mosto são lembranças que associo à casa de família quando os meus avós maternos ainda eram vivos, mas isso numa época tão longínqua que já quase se confunde com um sonho.

Muito mudou na minha vida desde então, mas as vindimas continuam a atrair gente às aldeias, o processo será menos artesanal, o ritual mais familiar, mas os actos de colher e pisar as uvas ainda são desempenhados em FESTA!

A última "vindima" em que participei foi há mais de 10 anos, quando troquei a cidade pelo campo, adquirindo uma moradia com quintal onde moro actualmente. Nesse ano o meu "aprendiz de hortelão" aventurou-se na experiência e um dia de "trabalho intenso" de 2 adultos e 2 crianças, rendeu:

- 15 litros de vinho tinto
- 10 litros de vinho branco
- 5 litros de jeropiga (tudo de excelente qualidade eheheh)


segunda-feira, setembro 07, 2009

Este Blogue é um sonho!!!

Sinceramente não costumo aderir a estas correntes. Primeiro pela dificuldade na escolha de uns Blogues em detrimento de outros, depois por falta de tempo.

Abro uma excepção para colocar aqui este amoroso SELO criado pelo Blogue O que move você de Yara Cassiano e tentarei seguir as regras que não são muito difíceis.


As regres são simples. A saber:

1 - Referir o blog que nos premiou
2 - Publicar a imagem
3 - Atribuir o prémio a dez blogueiros

E seguem-se os distinguidos:

aldeia da minha vida

alcatruzes da roda

coisa simples

cusca endiabrada

espaço do João

parvalheiras da maria

maria besuga

maquina de letras

paris cidade luz

pequeno quiproquo

Deixo também aqui o meu agradecimento pela nomeação à menina Milu, esse sim um Blogue criativo e muito acolhedor, que adoro visitar, embora por falta de tempo não o faça com a assiduidade que gostaria.


domingo, setembro 06, 2009

Bárbara mutilação

O que mostra a foto?

Um simples conjunto de fio e medalha em ouro, certo? Não, é um pouco mais do que isso. A bonita medalha em vitral, foi um presente que eu dei a mim própria por ocasião do nascimento do meu primeiro filho, há 28 anos, tendo por isso grande valor sentimental.

Já o fio tem uma história um pouco triste. Trata-se de um de quatro fragmentos a que foi sujeita uma bonita peça, um cordão com quase 100 anos que a minha sogrinha, contrariamente ao que eu sempre lhe sugeri, com a cumplicidade de um insensível ourives, cometeu a insensatez de o fragmentar, com o fim de presentear as noras, cabendo-me um pedaço de 50 cm.

Não imagino qual o valor comercial da peça, mas apesar de actualmente nem usar ouro, apenas pelo valor estimativo, cheguei a atribuir-lhe o valor de 1.000€ para manter o cordão intacto.

Sinceramente olhando para este pedaço de ouro aparentemente novo, chego a duvidar que o "intruja" tenha tido a coragem de mutilar tão bonita peça.




quinta-feira, setembro 03, 2009

Je suis malade


"Quando a cabeça não tem juízo ..." já dizia a minha mãe, muito antes do António Variações o apregoar aos 4 ventos.
A gente vai cometendo excessos, a vesícula vai dando sinais e não ligamos, até que um dia, é "dia santo" eheheh

Pois é, desde Segunda Feira que tentava resistir, mas ontem de manhã acabei por ficar no choco. Não se assustem com o termómetro, pois é apenas elemento decorativo e dá jeito para convencer a entidade patronal caso aqui meta o nariz. Além disso a minha "maleita" não ficaria registada num aparelhómetro tão simples. O problema é a outro nível, digamos que começa na cabeça e acaba nas unhas dos pés, mas não deve ser grave, nem contagioso ... conhecem o ditado "a erva ruim a geada não mata"? Mais 1 ou 2 dias de repouso e a chá e torradas e ficarei como nova eheheheh