"Atitude de mãe"...vá lá uma mãe entender ...
Devido à relação um pouco conflituosa com os meus rebentos, dou muitas vezes comigo a tentar recuar no tempo, procurando falhas em cada pormenor, ou em cada momento da nossa já longa “relação mãe-filhos”.
Seguindo aquele princípio de que “quem procura ... acha”, busco respostas espiolhando cada recanto e avalio exemplos, acabando sempre frustradíssima após cada "auto-análise falhada e inconclusiva.
Ao fim de algum tempo de insucesso, o desgaste é grande e suponho ser legítimo que surjam ideias meio disparatadas: Ora quem me diz que devo procurar respostas no mundo dos humanos? Afinal não é a mãe natureza quem tudo nos ensina?
Há algum tempo atrás coloquei aqui a foto duma ninhada de bichanos (2 gatinhas e 1 gatito), filhos da minha gata negrita, lembram-se? Estão agora com quase 3 meses e dá gosto observar cada gesto, cada movimento, cada atitude, e verificar que têm personalidades diferentes, sendo cada um igual a si próprio … sim, fiquei com todos!
Há no entanto uma atitude da “mãe gata” que ainda não vos contei, que nunca entendi e que cada dia que passa me deixa mais intrigada. Logo na primeira semana, parecia rejeitar um dos seus rebentos! Por 2 vezes a vi saltar da janela do anexo onde tinha a cama, com o filhote na boca, largava-o no chão frio do quintal e voltava para o ninho e ali ficava aparentemente despreocupada. Claro que imediatamente me apressava a devolver-lhe o filho, pregando-lhe um valente sermão ... “sua mãe desnaturada! sua grande marota! Atão este filhote não é também seu? Que tem ele de errado, hein? Que mal fez? Não é lindo e perfeitinho como os outros?” Uma das vezes, ao chegar à cama, reparo que apenas ali estavam, quentinhos e muito bem aconchegados 2 dos gatinhos. Da mãe e do 3º filhote, nem sinal! Disponho- -me a procurá-las (por esta altura já eu me tinha apercebido de que o filhote rejeitado era sempre o mesmo e era, afinal, uma gatinha).
Acabo por encontrar a mãe a trepar entre 2 móveis velhos e descubro a cria largada lá no fundo, no chão frio de cimento, e ela preparava-se para voltar, sorrateiramente, para junto dos 2 filhotes “escolhidos”.Lá se seguiu mais um sermão, filha colocada de novo sobre a mãe, um caldinho, ao de leve, no alto da cabeça, enquanto ela me fitava parecendo decidida a conformar-se.
O tempo passou … mãe e filhos têm hoje uma relação normal e, curiosamente, apercebo-me que a “fininha” (chamo-lhe assim por ser a mais franzina) se tem revelado a mais meiga e carinhosa para com a sua progenitora.
Moral da estória:
Afinal ainda tenho muito que aprender sobre educar filhos ... no meu extremoso papel de mãe faltou-me certamente fazer algo … “talvez devesse ter largado os filhotes da janela” !!! Que acham??? eheheheh