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Carta aberta aos leitores


Sabem quando a gente, ousadamente, deseja ser lido pelo maior número de pessoas? É assim aqui no Palimpnóia. Somos ousados nos desejos. Mas desejos não devem ser ousados? Ou devemos desejar apenas o que nos parece possível? Na minha visão de amante da palavra e de editora deste blog, ousar no querer é inerente ao humano. E aqui, o grupo é humano, demasiado humano.
Mas para ousarmos neste querer, precisamos ter substância. Esta substância envolve vários aspectos. Alguns, do próprio grupo. Outros, vindos de vocês, os leitores. Porque se queremos ser lidos é preciso também que saibamos ler vocês – aqui nos comentários e em seus espaços – e conhecê-los e respeitá-los nas suas crenças, desejos e sonhos.
Tudo isso foi discutido intensivamente pelo grupo de colunistas nestas duas ultimas semanas. Mas esta compreensão não nos veio através de uma bola de cristal. Foi preciso viver a saída do nosso querido companheiro Dácio Jaegger. Dácio saiu por motivos pessoais e nos deixou um vácuo. Deste vácuo, vieram os questionamentos. Cada um de nós incorporou o Palimpnóia e partimos da célebre frase de Hamlet: ser ou não ser, eis a questão.
Instaurou-se uma crise. Crise, em grego, significa crescimento. Foi o que nos aconteceu. A perda de uma pessoa querida nos fez repensar nossos rumos e estender o nosso olhar de forma ampla e irrestrita. Enxergamos vocês, os nossos leitores, como parte integrante do nosso processo. A partir daí, modificações estruturais começaram a acontecer no grupo e culminaram em mudanças neste espaço. E destas mudanças é que quero falar – apesar do preâmbulo um tanto grande, convenhamos. Relevem. A culpa é deste meu exagerado amor à palavra. Mas vamos lá.
A partir de agora, convidamos vocês a fazer parte deste espaço. Não substituiremos o nosso querido Dácio. As duas contribuições mensais que seriam dele, passarão a ser o espaço de convidados do Palimpnoia. Na primeira quinzena, convidaremos um dos nossos leitores para contribuir com uma crônica. Na segunda, o grupo sabatinará e apresentará aqui uma entrevista com outro convidado. As escolhas destes convidados serão feitas pelo grupo, dentro dos temas propostos e com a antecedência necessária.
Também para nós, colunistas, haverá mudanças. Voltando à primeira frase deste texto, queremos todos ser lidos por todos. Nosso desejo é que os leitores da Euza (Loba) leiam também o Jens, a Shirley, o Zeca, a Aline (Cherry) e os convidados. Que os leitores do Jens leiam também todos os outros. E assim sucessivamente. Porque aqui deixamos as vaidades pessoais, próprias dos nossos espaços individuais, para sermos um grupo. E é este grupo que quer, com a participação de vocês, transformar este num espaço que possa fazer alguma diferença entre tantos e tantos outros na blogosfera.
Para isso, estamos nos propondo uma linha editorial mais ampla e mais interessante. Dentro das variedades de estilos e visões, traremos temas de interesse geral para que possamos discuti-los. E discuti-los significa interagir com vocês nos comentários, levar em consideração as críticas e sugestões e, acima de tudo, transformar o Palimpnóia num espaço democrático e de todos nós.
Portanto, meus queridos leitores, por já considerá-los parte importante deste blog, vamos começar desde já a interação. Critique, sugira, divulgue e traga seus amigos. E se possível, leve o nosso selinho para seus espaços. Quanto maior for o nosso grupo, maior será a interação e, em conseqüência, mais fortemente se processarão as trocas, estabelecerão os laços e cresceremos enquanto pessoas. Este é nosso desejo e acreditamos que também seja o seu.
E agora, a bola é de vocês. Agradecemos a leitura e contamos com a colaboração de todos. A gente se encontra na caixinha de comentários, combinado?

Euza Noronha



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