Debruço sobre a página em branco
Um novo texto irá nascer
No olho, rola um pranto.
Será obra de um novo sofrer?
Escrevo sem vontade própria,
Sou escravo de um alento.
As mãos, de vida sóbria,
São leves como vento.
Se mexem descompassadamente,
Os dedos sobre o teclado.
Aflitos, não seguem a mente,
Vai um para cada lado.
Assim se juntam as palavras eventuais,
Montando um grande mosaico.
Tentam ser especiais,
Apesar de ser prosaico.
E o texto sem conteúdo,
Revela o se passa.
Mesmo envolto em veludo,
Se mostra sem muita graça.
Vírgulas e pontos,
Tentam dar respiração.
A quem o lê de encontro,
Buscando uma emoção.
Mas emoção aqui não há,
Só dor e ressentimento.
As letras tentam abafar,
O que se passa no momento.
E o poema vazio toma forma,
Uma forma bem redondinha.
Ele viu no que transforma,
Escrever algumas linhas.
De alma lavada,
Encerro este texto aqui.
A lágrima foi arrancada,
Surgirá um novo sorrir.
Flores em tons de AZUL e ROSA
Há um dia
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