Últimas indefectivações

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Luz...

FC Porto: 'yes'!

"E foi este campeão russo cabeça de série! O melhor Benfica até agora. Sporting, hoje: noite N...

(...)
Benfica. Face ao grau de dificuldade, em casa de Ajax ambicioso, recheado de jovens talentos - por um triz não venceu, com merecia, na visita Bayern... -, o Benfica, quanto a mim, arrancou a sua melhor exibição nesta 1.ª fase de temporada. Tacticamente forte, com personalidade, lúcido e coeso a defender, expedito, rápido, venenoso nos contra-ataques que sistematicamente desferiu. E tinha potenciais fragilidades do melhor onze que pôde alinhar: inexperiente defesa central (Conti); o outro defesa central (Jardel) chegando de 3 semanas em baixa clínica; pilar do meio campo nas acções defensivas (Fejsa) falhando treinos, em dúvida quase até à última hora. Era de temer Benfica muito retraído. Não o foi. Teve força mental, convicção e destreza táctica para abranger todo o campo. Erik ten Hag, treinador do Ajax: «Foi jogo de 50/50. Logo que perdíamos a bola, o Benfica partia sempre para o ataque. As duas equipas poderiam ter marcado».
Na verdade, marcou o Ajax, felicíssimo ao minuto 90+2... Os tais detalhes... decisivos. Fìfia de Conti, num alívio teoricamente facílimo (global actuação de Conti tal não merecia; até evitou golo sobre risco de baliza) e remate que, embatendo em Grimaldo, mudou trajectória e, assim, tramou Odysseas (excelente exibição - mais uma - do guarda-redes que está sendo a grande aquisição benfiquista para esta temporada). Treinador do Ajax disse verdade: oportunidades de golo também o Benfica teve. E também aí se impuseram outros detalhes...; ou como, amiúde, eficácia muito tem a ver com qualidade individual nos segundos de sim ou sopas. Jonas ultrapassaria tal deficiência? Não. A actual condição física nem lhe permitiria gás para o constante alto ritmo deste renhido confronto/muito bom espectáculo.
Apenas 3 pontos na Champions (vitória na Grécia). Mas sejamos justos: este Benfica nadinha tem a ver com aquele que, desfalcadíssimo desde o tiro de partida, somou hecatombes na Champions de há um ano! - e só na 2.ª metade da época atingiu razoável afinação (até nova baixa clínica do crucial Jonas, nas semanas de sprint pelo título nacional). Este Benfica tem apetrechos (Odysseas, Gedson, Gabriel, crescimento de Rúben Dias, ressurreição de Seferovic e de Rafa, miúdo João Félix a caminho) que esse não tinha.
(...)"

Santos Neves, in A Bola

O terreno de jogo

"A 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, disputada no passado fim de semana, veio levantar de novo o problema da qualidade dos campos em que se disputam as provas nacionais.
Recordemos que nessa prova – a segunda mais importante do calendário –, a 1.ª eliminatória é disputada apenas entre equipas do Campeonato de Portugal (CP) e dos Distritais (D), com sorteio aberto; e as duas seguintes têm sorteio condicionado, com as equipas profissionais a jogarem obrigatoriamente fora da primeira vez que entram, as da II Liga na 2.ª eliminatória e as da I Liga na 3.ª eliminatória.
Na sua estreia, das 14 equipas da II Liga (as equipas B não participam), 12 visitaram equipas do campeonato de Portugal (tendo 5 sido eliminadas) e as outras 2 defrontaram equipas dos Distritais; e as 18 equipas da I Liga jogaram nos campos dos Distritais (2) e as restantes (16) do campeonato de Portugal.
Apesar das naturais diferenças de qualidade dos terrenos de jogo – nomeadamente nas dimensões e na existência de alguns sintéticos –, apenas 2 jogos não puderam ser jogados nos campos dos visitados, curiosamente de dois dos chamados grandes: o Sertanense- Benfica teve lugar em Coimbra e o Loures-Sporting em Alverca; em campos dos Distritais jogaram FC Porto (Vila Real) e Guimarães (Valenciano); e dos restantes até foram eliminados o Portimonense (pelo Cova da Piedade) e o Nacional (Lusitano de Vildemoinhos).
Uma pergunta, porventura inoportuna: será que todos aqueles campos estavam em perfeitas condições para receberem as equipas profissionais?
Mas o tema que hoje aqui nos traz diz respeito às dimensões dos relvados onde se disputam os jogos da I e da II Liga que, em nosso entender, deviam ser todos iguais: 105x70 metros (área de 7.350 m2) ou, no mínimo, 105x68 (7.140 m2), uma vez que esta largura está generalizada, não sabemos bem porquê.
De facto, embora estejam dentro das medidas legalmente definidas, todos sabemos que é muito diferente jogar num terreno de 100x64 m (6.400 m2, Aves e Covilhã), com menos 740 m2 de superfície, ou seja, menos 10% do espaço, naturalmente a permitir defender melhor e com menos esforço.
Mas não são apenas esses (dados do Guia Record 2018-19): com menos largura, Portimonense, Feirense, Aves, Covilhã, Paços de Ferreira, Braga B e Mafra (64m), Chaves, Rio Ave, Benfica B e Arouca (65), Académico de Viseu, Famalicão e Penafiel (66); e com menos comprimento, Chaves, Aves e Covilhã (100m), Mafra (101), Feirense e Tondela (102), Portimonense, Famalicão e Farense (103) e Moreirense (104).
Há apenas 5 estádios com as tais medidas padrão (105x70), obedecendo à regra do terço (2/3), tal com as balizas (7,32x2,44, 1/3): Boavista, Santa Clara, Belenenses (o Restelo, que não está a utilizar), Estoril e Académica (o Municipal); e, curiosamente, alguns até excedem o comprimento, Setúbal e Braga B (107m) e Guimarães, Penafiel e Arouca (106), que poderão ser facilmente acertados.
Entendemos que, para as ligas profissionais, não seria difícil, no prazo de dois ou três anos, conseguir a desejada uniformidade: 105/70, no mínimo 105x68 ou, ainda com alguma tolerância, 103x67, correspondente a uma área de 6.901 m2, menos 3,3% daquele mínimo; e com natural exigência para as equipas que subissem de escalão.
Identicamente, para o Campeonato de Portugal e Distritais (por arrastamento concorrentes à Taça de Portugal), Liga Revelação e Juniores, será de exigir um mínimo de 100x64 metros; e, para Juvenis, Iniciados, Veteranos e Femininos, medidas adaptadas, mas com valores tão próximos quanto possível dos aqui preconizados."

Relatórios dos árbitros

"1 -- Qual a origem da presunção de veracidade dos relatórios dos árbitros e delegados aos jogos nos termos previstos na alínea f) do artigo 13.º do Regulamento Disciplinar da Liga?
A presunção de veracidade atribuída a estes documentos visa agilizar os requisitos probatórios em sede de instrução e acusação do processo disciplinar.

2 -- Em que medida a presunção de veracidade não coarta e prejudica os direitos de defesa dos arguidos em processo disciplinar?
Esta questão impele-nos a uma reflexão sobre a sua coexistência com os princípios do ónus da prova e da presunção de inocência.
A força probatória documental dos relatórios não pode – e não deve – ser interpretada como uma verdade absoluta capaz de per si afastar e anular o princípio da inocência, servindo não raras vezes de fundamento à Instrução e Acusação do PD.
Antes deverá ser considerada como mais um meio probatório, sujeito ao princípio da livre apreciação de prova, e do qual o julgador dispõe para formular a sua convicção relativamente à conduta omitida ou praticada. Certo é que, o ónus da prova dos factos constitutivos da infracção incide sobre o titular do poder disciplinar, e deverá ter por referência os deveres regulamentares violados e não apenas o descrito nos relatórios, não devendo o titular do poder disciplinar imiscuir-se na verificação do efectivo preenchimento dos elementos do tipo de ilícito, objectivos e subjectivos, atinentes à conduta alvo de censura.
Tal não sucedendo, não deverá o julgador concluir pela prática da infracção e aplicação da respectiva sanção ao arguido, sustentado apenas na presunção de veracidade dos relatórios, uma vez que também em sede de processo disciplinar vigora o princípio da presunção de inocência e do in dubio pro reo, do qual decorre que, se o julgador não puder formular um juízo de certeza sobre a prática da infracção pelo arguido, terá de decidir de forma favorável a este."

15 momentos !!!

Parabéns...

Benfiquismo (CMLXXXIX)

15 anos...

Lanças... Reacções...

Contas... Dúvidas... Estádios, Ligas, IRS & Antecipações !!!

Vitória...

Benfica 5 - 2 Sp. Tomar

Jogo tranquilo, apesar do 1/4 nas bolas paradas...!!!
Reforços a darem excelentes sinais...
Neste início de época 'manhoso' este terá sido o jogo mais fácil... vamos ver como vão correr as próximas jornadas...

Jogo ao nível de Champions

"Primeira parte invulgarmente vertical e segundo tempo com menor pressão

Qualidades de Champions
1. Primeira parte de alta qualidade, no que se espera de um jogo de Liga dos Campeões. Duas equipas com estruturas tácticas semelhantes, organizadas em 4x3x3, com níveis de confiança e ousadia suficientes para uma vitória. Ajax e Benfica apostaram ambos, e de forma igual, em dois dos principais momentos de jogo: pressão imediata na primeira fase de construção do adversário e ataque rápido. Isto proporcionou 45 minutos de grande nível, com ambas as equipas a procurarem ganhar a bola numa posição alta do campo, num jogo algo atípico, com muito espaço para transições ofensivas.
O jogo na primeira parte foi invulgarmente vertical, muito partido. Resultou num número grande de oportunidades de golo de parte a parte. Primeira parte muito interessante, mas não era de esperar que o Benfica se expusesse tanto ao ataque do Ajax. Mas como ambas as equipas não baixaram muito os blocos, provocou um jogo com muitas situações no último terço. Restava saber como seria o ritmo no segundo tempo, depois de 45 minutos tão frenéticos.

Perda de pressão
2. Segunda parte diferente, sobretudo pela perda de pressão dos quatro jogadores que alinhavam à frente de Fejsa: Salvio, Gedson, Pizzi e Rafa. Com este bloco menos profundo em campo, a pressionar menos, o Ajax passou a atacar de forma mais permanente, num jogo mais em posse. Daí que os holandeses se tenham aproximado duas ou três vezes da baliza do Benfica. Foi por isso que as duas substituições de Rui Vitória foram as entradas de Gabriel e Cervi para os lugares de Pizzi e Rafa, respectivamente, justamente para refrescar aquela zona e ter frescura no meio-campo do Benfica. O treinador teve essa percepção. Passou a ser menos frequente ver o Benfica a chegar à baliza do Ajax, ao invés do que aconteceu na primeira parte.

Golo trouxe injustiça
3. O mau ataque à bola de Germán Conti, que até estava a ser dos mais regulares do Benfica, acabou por fazer a diferença. O golo do Ajax traz injustiça ao resultado e acaba por condicionar a classificação, no que apuramento diz respeito. Destaco a exibição de três jogadores no Benfica: o guarda-redes Vlachodimos, o médio Fejsa e, particularmente, Seferovic, ao nível ofensivo e defensivo. Foi um jogo ao nível do que se pede na Liga dos Campeões.

Fora de campo
4. À entrada para mais uma jornada das competições internacionais de clubes, e apesar do afastamento precoce do Sporting Clube de Braga, deste em especial mas também do Rio Ave Futebol Clube, que caíram na fase preliminar da Liga Europa, o que resta da representação nacional evidencia até ao momento um desempenho que, não sendo brilhante, também não compromete o objectivo perseguido por qualquer um dos três emblemas que ainda sobrevivem.
Os catorze jogos já realizados resultaram num saldo de oito vitórias, duas derrotas e quatro empates; um quadro aparentemente positivo mas que, ainda assim, reduziu de cinco para três os participantes portugueses.
Os jogos a disputar na presente semana afiguram-se, pois, de importância acrescida para que o grande objectivo da passagem à fase a eliminar venha a constituir-se uma realidade dos anos anteriores e melhorando a nossa prestação global que tem estado longe de um passado de relativo sucesso. O desfecho do jogo de hoje, contudo, não deixa antever grande sucesso."

Manuel Machado, in A Bola

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Minuto Ivanovic em Amesterdão

"Estão complicadas as contas do Benfica para o apuramento para a fase a eliminar da Liga dos Campeões. Ontem, na melhor exibição europeia dos encarnados de há pelo menos dois anos a esta parte, a sorte virou as costas à equipa de Rui Vitória, tornando um empate que se ajustava ao labor de portugueses e holandeses, numa vitória da turma da casa, obtido, não no minuto Kelvin, mas, como se tratava da Arena Johan Cruyff, no minuto Ivanovic. No que concerne à passagem aos oitavos de final da Champions, ao Benfica não resta senão vencer o Ajax na Luz, ficando depois agarrado à calculadora; outra opção remete os encarnados para a Liga Europa, que acaba por saber a poucos num grupo que não era da morte. Para além do futuro na UEFA, o Benfica continua a dar sinais por vezes contraditórios, balançando entre a convicção de Rui Vitória no 4x3x3 e um plantel que sugere outra fórmula. E essa continua a ser a questão de fundo, que vale a pena discutir. Deverá, apesar da din^mica permitida pelo 4x3x3, o Benfica, que joga 90 por cento do tempo em ataque continuado, desaproveitar as armas atacantes de que dispõe e que representam uma fatia importante da massa salarial? E  sem a fórmula vigente aquela que melhor poderá vir a potenciar, para além dos quatro pontas de lança, os talentos emergentes que são pelo nome de João Félix e Jota? Rui Vitória, na sua habitual ponderação, certamente encontrará solução para esta equação intrincada...
Hoje, o FC Porto enfrenta em Moscovo uma equipa russa, adversária directa de Portugal no ranking da UEFA. Um triunfo dos dragões seria, pois, duplamente saboroso..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Bahamas

"1. Os adeptos do Benfica que andaram a gozar com o facto de Jair Bolsonoro ter aparecido com uma camisola do FC Porto não se esqueçam que o agora presidiário Lula da Silva já recebeu uma do Benfica, na Luz.
2. É normal que Neymar tenha estado em Peniche a apoiar Gabriel Medina e que goste de surf, uma vez que é praticante. A diferença é que o faz em cima de um relvado e sem ondas. E aguenta menos tempo em pé.
3. Não me esqueço do comportamento sobranceiro e arrogante de Lopetegui enquanto trabalhou no nosso país, como se fosse o melhor treinador do mundo a trabalhar nas Bahamas (último lugar do ranking FIFA). Pois bem, agora parece um treinador das Bahamas no melhor clube do mundo.
4. Os autores do blogues como Mister do Café e Artista do Dia lembraram-se agora que têm famílias e estão com medo? A divulgação dos e-mails não me diz respeito, e nem sequer sou corporativista, mas não esqueço a forma como andaram a atacar tudo e todos, a torto e a direito, por tudo e por nada. Também eu fui vítima numa ocasião, através de uma construção ridícula. Nunca se lembraram das famílias dos outros?
5. As razões por vezes até podem ser legítimas mas os jogos da Taça de Portugal em casa emprestada dos pequenos são como uma Volta a Portugal em bicicleta só por autoestrada.
6. Estou, portanto, de acordo com Pinto da Costa. Ainda na época passada foi muito bonita a festa da Taça do FC Porto em casa do Lusitano de Évora, no Estádio do Restelo, em Lisboa.
7. Juninho, o herói do Loures que marcou o golo ao Sporting, pediu a camisola de Bruno Fernandes mais ficou com a do Petrovic. Lá diz o povo: quem não tem cão, caça com gato.
8. Disse um dia Jair Bolsonoro que se visse dois homens a beijarem-se na rua partia para a violência. E se esses dois homens forem Conor McGregor e Khabib Nurmagomedov?"

Gonçalo Guimarães, in A Bola

PS: A sério Gonçalo?! Agora já existem 'construções ridículas' com os e-mails?!
Já agora o Mister do Café e o Artista do Dia, têm o mesmo autor, não são autores!!!!

Alvorada... do Guerra

Sobre formação e formação sub

"O 'Seixal' tem sido um caminho exemplar de como tudo pode ser planeado, não de um modo onírico, mas de uma maneira estruturada

1. Há pouco mais de uma semana, Luís Filipe Vieira exprimiu o desejo e o objectivo de não só apostar sustentadamente na formação de jovens atletas, como de continuar a criar as condições técnicas, operacionais e logísticas para tal indispensáveis. De facto, a formação é, de uma maneira cada vez mais indiscutível, o melhor e mais sustentado meio para um clube de um pequeno país progredir e afirmar-se sem sobressaltos ou hiatos. O 'Seixal' tem sido um caminho exemplar de como tudo pode ser planeado, não de um modo onírico, mas de uma maneira estruturada, consistente e ambiciosa. Novos projectos e investimentos foram anunciados, assim ficando criadas todas as condições para mais sucesso. Sucesso não apenas desportivo, mas também de formação de jovens no seu desenvolvimento humano e social.
O presidente do SLB anunciou, também, uma maior estabilização nos quadros do Benfica quanto aos talentos das escolas jovens encarnadas. Espero que tal intenção possa ser passada à prática, ainda que reconheça quão difícil é resistir a transferências que continuam a ser um elemento fundamental para a estabilidade económica e financeira do clube.
Hoje mesmo, o Benfica vai defrontar o Ajax de Amesterdão, talvez o clube mundial que, ao longo de diferentes períodos da sua história, melhor personificou a ideia de escola de formação de jovens futebolisticamente brilhantes e profissionalmente retribuídos. É claro que com o advento da Lei Bosman, o clube holandês entrou em períodos de eclipse no escol do futebol europeu, o que, todavia, não o tem impedido de, ciclicamente, ressurgir com o seu futebol alegre, desenvolto, desinibido e simples praticado por quem foi formado para gostar da sua profissão e não apenas a pensar nos rios de dinheiro que cruzam o território do futebol global.
Voltando ao Benfica - e juntando os bons jogadores saídos da formação a um conjunto de contratações bem-sucedidas - imagino o que seria o plantel se houvesse condições para reter os melhores Sem ser exaustivo, e por memória, cito, do lado da formação (total ou parcial), Bernardo Silva, Ederson, Renato Sanches, Gonçalo Guedes, João Cancelo, Hélder Costa, Lindelof, Nelson Semedo, Oblak, André Gomes, André Horta, etc. Do lado das contratações, Di Maria, Rodrigo, Gaitán, David Luiz, Enzo Pérez, Matic, Ramirez, Javi Garcia, Witsel. A todos estes e outros não citados juntam-se agora João Félix, Gedson Fernandes, João Filipe (Jota), Rúben Dias, Heriberto, Alfa Semedo, Ferro, Pedro Amaral e muitos outros. Que notáveis plantéis se poderiam formar com estes jogadores, a que se juntariam craques do actual plantel desde Jonas a Salvio, Rafa a Pizzi, Fejsa a Jardel.

2. Confesso aqui a minha dificuldade para acompanhar a quantidade de sub-competições que se têm espalhado por esta Europa. São os sub-21, os sub-20, os sub-19, os sub-17, os sub qualquer idade. Ora, se bem entendo, estas equipas não são etariamente estanques. Quer dizer, como a palavra sub indica, apenas fica limitada por cima a idade dos jogadores. Assim, um jogador de 17 anos pode fazer parte dos sub-17, como de sub-maiores que 17. Não que ache mal, mas preferiria que houvesse limites de idade, um inferior e outro superior. Percebo que tal limitação poderia atrasar as oportunidades daqueles que mais se distinguem como bons atletas. Mas também seria uma forma de não acelerar demasiado, o percurso e o stress dos miúdos, de os manter com os pés bem assentes no chão, e de mão queimar etapas que, não raro, acabam por ter consequências danosas para o seu futuro.
Quantas vezes, em A Bola, olho para as notícias das competições internacionais de jovens e não consigo sequer fixar, por um minuto que seja, a evolução das nossas selecções. De repente, vejo-me a confundir uma competição com outra de um escalão inferior ou superior. Continuo a preferir a clássica seriação à portuguesa: juniores, juvenis, iniciados e infantis. Lembro-me, ainda menino, de Portugal ter vencido, pela primeira vez, o campeonato europeu de juniores numa final contra a Polónia (1961, vencendo por 4-0), com alguns jogadores de que bem me recordo em excelente carreiras como seniores, como Serafim (autor dos 4 golos), Simões e Peres. Mas lá está, era a selecção de juniores, ponto final e não uma sub-x, de que hoje certamente já não adivinharia qual a idade x...
Talvez a despropósito, associo esta reflexão a uma situação que esta temporada começou no nosso País. Trata-se da coexistência de algumas equipas B a jogar no 2.º ou 3.º escalões com uma outra formação do mesmo clube a jogar na competição chamada Liga Revelação sub-23 (lá estão outra vez os sub...). Dos grandes, o Benfica é o único clube que está nestes dois campeonatos simultaneamente. Pergunto-me se vale a pena. Bem sei que a equipa B não tem limitações de idade, tanto podendo ter jogadores com mais idade, como ser reforçada com atletas que ainda estão no escalão júnior. O que tenho mais dificuldade em compreender é a lógica dos sub-23. Em bom rigor, um sub-23 também pode jogar na equipa B ou nos juniores, embora o contrário não seja tão frequente (será mesmo possível?). Será que a equipa sub-23 é uma espécie de equipa B2 (ou equipa C?)? Haverá assim tanta necessidade de investir nesta última equipa que, pelo que li, tem jogadores que não são portugueses (no último jogo creio que 4 no onze inicial), ao mesmo tempo que há jogadores portugueses contratados, mas emprestados a equipas onde ás vezes até não jogam?
Talvez as minhas dúvidas resultem do meu limitado conhecimento desta nova competição. Mas o certo é que verdadeiramente nunca vi ninguém explicar cabal e directamente o seu interesse

3. Tivemos a Taça de Portugal este fim-de-semana. Nada fora do esperado. Quanto ao meu Benfica acho que foi sério no modo como encarou o jogo e respeitou o Sertanense. A Taça tem uma característica que a forma, futebolisticamente falando, mais democrática: a possibilidade de equipas menos fortes atingirem a final é muito maior do que no campeonato, no qual a vitória se resume aos do costume. Tratando-se de jogos a eliminar, um liliputiano clube pode sonhar derrubar um gigante porque tudo se concentra na sorte e inspiração de uma partida ou de penáltis.
Das até agora 78 Taças disputadas, houve 24 finalistas diferentes (mas apenas 9 clubes vencedores para além do Benfica, Porto e Sporting), embora só por 5 vezes a final tivesse sido sem qualquer um dos grandes.
Neste século e apesar do aprofundamento da diferença entre clubes, duas equipas do 2.º escalão conseguiram ser finalistas embora vencidos: Leixões (em 2002) e Chaves (em 2010). O maior feito deste mesmo século aconteceu no último troféu, em que o Desportivo das Aves, que se salvou à tangente da despromoção, bateu o Sporting na final.
Quanto ao calendário da Taça de Portugal (lembro-me quando se jogava toda se seguida, após o campeonato...) bom seria que se reduzisse o itinerário errático que, ano após ano, faz apelo à memória para nos recordarmos de eliminatórias perdidas no tempo ou de semanas e semanas entre a primeira e a segunda meia-final.

Contraluz
- Trocas I: nos campos da Taça de Portugal
Em boa hora se estabeleceu que na primeira fase desta competição a equipa de escalão superior jogasse no estádio do oponente. O certo é que, de vez em quando, por motivos que admito justifica´veis, se acaba por jogar num campo neutro, às vezes até longe da terra que ansiava por ver um grande clube lá jogar. Foi agora o caso do Benfica em Sertã e do Sporting em Loures. Bom seria que deixasse de haver motivos para estas alterações.
- Trocas II: Já o FC Porto foi mesmo jogar no campo do Vila Real da divisão distrital. E se estou inteiramente de acordo com a declaração do seu presidente («jogar em campo neutro não era uma festa, era apensa um jogo»), não compreendo a veemência com que criticou (implicitamente o SLB e o SCP) por terem jogado num campo de terceiros. É que, se bem me lembro, em 2017, o Lusitano de Évora - FC Porto foi jogado e... Lisboa (Restelo).
- Crise: Nova derrota do Real Madrid
Sem Cristiano Ronaldo e com o esperado fiasco Lopetegui, a equipa quase se tornou vulgaríssima."

Bagão Félix, in A Bola

A gestão europeia

"A justiça e a injustiça, a sorte e o azar são conceitos sempre subjectivos e acabam por ser, muitas vezes, elementos que perturbam uma análise mais límpida daquilo que se passa num rectângulo de relva, durante um encontro. No entanto, há jogos que parecem ser mesmo tocados pela boa ou má fortuna. Foi mais ou menos isso que aconteceu ao Benfica na Arena de Amesterdão, num jogo tão aberto que a tômbola da má sorte poderia cair para qualquer um dos lados.
O encontro entre Ajax e Benfica começou por ficar marcado por uma clara pretensão ofensiva das duas equipas, ainda que utilizando conceitos de jogo diversos, um pouco como dois alpinistas que tentam escalar a mesma montanha por vertentes diferentes.
O Ajax apostou tudo no domínio da bola e na velocidade quase furiosa de um ataque que também junta talento a essa rapidez. Os holandeses tentaram sempre colocar muitos jogadores no processo ofensivo, mas com isso também revelaram estar expostos a situações de desequilíbrio, evidentes na forma como os dois laterais se projectavam, ao mesmo tempo, no ataque. Para o Benfica, os maiores perigos surgiram do lado esquerdo, com uma sociedade eficaz entre Tagliafico e Tadic.
Os encarnados perceberam cedo as intenções do Ajax e concederam esse domínio da bola, enquanto geriam de forma criteriosa o espaço, através da aproximação entre as linhas da defesa e do meio-campo, tentando dessa forma condicionar os jovens talentos da equipa holandesa. A estratégia resultou e a resposta ofensiva do Benfica até poderia ter dado golo, mas faltou (sempre) a Rafa e a Seferovic acerto na definição dos lances. O internacional português soube, em quase todos os momentos, aplicar rapidez e explosão nas acções de ataque, com uma condução de bola muito competente e bom aproveitamento dos movimentos de Seferovic. Quase tudo perfeito, várias vezes, mas só até à zona de decisão.
O ponto que parecia estar ao alcance de mais umas voltas do ponteiro do relógio seria um resultado interessante para a equipa portuguesa, particularmente numa altura do jogo em que o Benfica aparentava gozar de uma relativa tranquilidade. É verdade que Rui Vitória poderia ter arriscado um pouco mais na parte final (lançando Jonas no jogo, por exemplo), mas a busca do golo deixou de ser uma prioridade a partir do momento em que os encarnados conseguiram um certo controlo da partida, baixando um ritmo que tinha sido quase sempre muito elevado.
O golo do Ajax teve um erro inicial de Conti, mas também uma sucessão de infelicidades, que colocam o Benfica muito mais longe do apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Rui Vitória terá agora de gerir as expectativas europeias, colocando todo o risco ofensivo no encontro com os holandeses na Luz (um jogo que será decisivo para o Benfica), mas sem perder de vista a possibilidade muito forte de ”descida” à Liga Europa, uma prova com muito maiores possibilidades de sucesso desportivo, mas uma muito mais magra retribuição financeira.
O encontro de Amesterdão terá servido para desfazer dúvidas em relação ao actual Ajax, uma equipa que não é a máquina infalível dos anos 70, mas que também já ultrapassou a fase de penumbra das últimas temporadas. O Ajax promoveu vários jovens talentos da formação (De Ligt, Van de Beek, De Jong ou o dinamarquês Dolberg), conseguindo igualmente acomodar alguns nomes consagrados, como Daley Blind, Tagliafico, Dusan Tadic ou Huntelaar. Com esta mistura, Erik Ten Hag criou uma equipa que já não sente desconforto perante os desafios europeus de mais alto nível.

P.S. - Não há Taça de Portugal sem surpresa e nesta eliminatória as más notícias foram para o Nacional, eliminado pelo Lusitano de Vildemoinhos, do Campeonato de Portugal. No entanto, outra equipa do mesmo escalão conseguiu congregar merecidos elogios. O Felgueiras, orientado por Ricardo Sousa, entrou em campo e olhou de frente para o poderoso Braga. Perdeu o jogo muito perto do minuto 90, mas ganhou a atenção e o respeito do país futebolístico."

Deus deixou cair o Bailarino Escarlate

"Em honra de Arsenio Erico Catulo Castillo fez uma milonga e Héctor Negro escreveu um poema de pássaros...

José González Castillo era um anarquista convicto. No dia 6 de Agosto de 1906, dirigiu-se a um notário para registar o seu filho recém-nascido. Foi praticamente corrido a pontapé. O tabelião ficou furibundo quando lhe pediu para oficializar o nome de Descanso Dominical González Castillo. José teve de voltar no dia seguinte, ligeiramente mais prosaico: optou por Ovídio Catulo. Sempre abrangia muita da poesia romana.
Claro que com o feitio que tinha, Castillo não aguentou muito tempo numa Argentina de convulsões sociais, entalada entre as presidências de Manuel_Quintana e José Figueroa Alcorta. Por isso, o jovem Ovídio Catulo passou a sua infância em Assunção, no vizinho Paraguai. Quando regressou a Buenos Aires filiou-se no Partido Comunista e dedicou-se ao boxe. E foi campeão de pesos-pluma. Além de compositor de tangos. Uma alma ampla.
«Pasará un milenio sin que nadie/repita tu proeza
el pase de taquito o de cabeza
Y todo lo hacía con elegancia de bailarín»: é assim que vai a letra de uma das suas milongas. Dedicada ao_Saltarín Rojo. «Um artista de circo. Um artista. Perdão, um grande artista! Nunca vi outro assim», disse um dia Alfredo Di Stéfano.
Saltarín Rojo é uma expressão do quilé. Faz lembrar o Pimpinela Escarlate, da Baronesa de Orczy. Percy Blakeney e a Revolução Francesa. O Bailarino Escarlate? Sim, por que não? Embora essa fosse somente uma das suas infinitas alcunhas: El Paraguayo de Oro, El Hombre de Mimbre, El Hombre de Goma, El Semillero de Avellaneda, El Mago, El Aviador, El Duende Rojo, El Diablo Saltarin, El Rey Del Gol, El Hombre de Plástico. Ufa! Esgotou imaginações.
Ovídio Catulo já tinha deixado Assunção quando nasceu Arsenio Pastor Erico Martinez. E estava em Buenos Aires quando, em maio de 1934, o bailarino se estreou pelo Independiente, em Avellaneda, contra o_Boca Juniors. Tinha 19 anos.
Com Erico, o malabarista, o Independiente foi campeão dois anos consecutivos. A sua linha avançada podia recitar-se como uma balada: José Vilariño, Vicente de la Mata, Arsenio Erico, Antonio Sastre e Juan José Zorrilla.
Não eram apenas os quarenta e tal golos por época do Bailarino Escarlate que deixavam os espectadores presos às bancadas, com uma baba escorrendo pelos queixos, salivando por mais. Era a forma como os marcava. Quando o viu saltando na área adversária como um cabrito, esticando as pernas para um pontapé de bicicleta irrepetível, o poeta, dramaturgo e novelista francês Paul Morand exclamou: «Mais, ça c’est Nijinski!!!». Tanto o paraguaio como o russo estavam-se nas tintas para a lei que exige matéria atrair matéria na razão directa das massas e na razão inversa do quadrado da distância. Que se lixasse o Newton.
El Hombre de Goma pinchava em todas as direcções e sempre nas mais inesperadas. Ia ao encontro da bola com uma sofreguidão de Pantagruel e Gargântua misturados. Os seus movimentos de acrobata faziam comichões no sangue. E eram de provocar aneurismas, como diria o Alencar do bendito Eça. De cada vez que espreitava o momento de um gesto ginasticado, ouviam-se gritos de expectativa. Depois transformavam-se ou em suspiros de admiração ou em vozearia de conversas que procuravam encontrar palavras para descrever tamanhas maravilhas. Finalmente, de braços no ar, Arsenio Pastor ouvia uma música de fundo:
«Estás en mi presente sin convenio
fabuloso señor de la belleza
saltando al sueño que en tu gracia empieza
y ardiendo en la gambeta de tu ingenio…
¡Angel alado!»
Os meniscos viriam a trair cobardemente o contorcionista de Assunção. Os joelhos fartaram-se de ser testados como suspensões de automóveis num caminho esburacado e pedregoso. Cada queda, cada aterragem, cada pouso, era um peso insuportável sobre os seus tendões esgaçados. Ninguém tem o segredo de voar sem sofrer as consequências. Nem Vatslav Fomitch Nijinski que se casara ali mesmo, em Buenos Aires, com a bailarina Romola de Pulszkie antes de se deixar aprisionar pela esquizofrenia.
O uruguaio Eduardo Galeano escreveu sobre o_Bailarino Escarlate: «Él tenía, escondidos en el cuerpo, resortes secretos. Saltaba el muy brujo sin tomar impulso, y su cabeza llegaba siempre más alto que las manos del arquero, y cuando más dormidas parecían sus piernas, con más fuerza descargaban de pronto latigazos al gol». Antes do fim, ainda jogou no Nacional de Assunção. E outra vez na Argentina, no Huracán. Mas já não tinha asas. Deus deixara cair o anjo. 
Se era preciso medir-lhe a largura do sofrimento, uma trombose condenou-o a viver o últimos anos sem a perna esquerda. É possível amputar mais brutalmente um bailarino, tenha ele a cor que tiver? Escarlate ou não. Ficou parado, à espera da morte, o inquieto perpetrador dos mágicos saltos. Escutando, ao longe o poema de Héctor Negro:
«Bailarín de leyenda al que amó la gramilla
Y el pajáro redondo que te prestó las alas
rompe todas las redes y al vuelo le hace astillas»."

105X68... rescaldo...

Benfiquismo (CMLXXXVIII)

Provavelmente, o melhor lateral esquerdo, de sempre do Glorioso !!!

Cadomblé do Vata

"1. Isto do minuto 92 já não pode ser coincidência, portanto vamos lá a saber... quem foi o filho da mãe do Benfiquista que bateu numa velhinha de 92 anos em 2013 e enfeitiçou o Glorioso?
2. Antes do jogo o Ajax era uma equipa excitante que tinha empatado em Munique; depois do jogo são os segundos classificados da Liga Infantil, ao alcance da Académica... as equipas que defrontam o SLB desvalorizam mais do que os carros quando saem do stand.
3. Começo a criar anti corpos complicados contra o Gabriel... vendo-o jogar ficamos a saber que demoramos 3 meses para o contratar porque esse foi o tempo que ele levou a assinar o nome no contrato.
4. A boa noticia dos últimos meses é a excelente forma do Rafa... está tão explosivo que não tarda cumpre o Ramadão também.
5. Aquele falhanço do Conti em Portugal é uma rosca... em Amesterdão é uma bola que saiu enrolada."