23 de Abril de 2009
A Administração do Porto de Lisboa (APL) quer ceder uma parte do terrapleno de Algés (Oeiras) a privados para construção de um heliporto comercial com quase três mil metros quadrados.
Em declarações à Lusa, a presidente da Junta de Freguesia de Algés, Alda Lima, explicou nunca ter sabido do projecto até receber em Janeiro um edital da entidade portuária, gestora daquele terreno ribeirinho, onde o presidente do conselho de administração, Manuel Frasquilho, afirmava que um privado com «direito de preferência» pedira a atribuição de título de utilização de uma parcela de cerca de 2.976 metros quadrados.
No documento, o responsável referia que o objectivo era desenvolver, na zona junto à Torre «VTS», a actividade de «exploração comercial de um heliporto e apoio ao serviço de transporte aéreo, bem como à comercialização de trabalhos aéreos por meio de helicópteros por si operados».
«Mandei logo para a Câmara para dar conhecimento e pedi esclarecimentos à APL, disseram que está tudo previsto, que estava a correr os seus trâmites e que não houve reclamações nos trinta dias de discussão pública», contou a autarca.
Segundo Alda Lima, a APL referiu que as licenças só seriam emitidas quando houvesse o parecer positivo de várias entidades, inclusive do Instituto Nacional de Aviação Civil, mas a Junta de Freguesia opõe-se à localização da infra-estrutura e defende a extensão da obra do Passeio Marítimo de Oeiras até Algés para usufruto da população.
A presidente considera mesmo que a escolha do terrapleno é «inconcebível» e uma «aberração», porque cria «mais uma barreira entre as pessoas e o Tejo» e permite a ocupação de uma área que, no seu entender, deveria destinar-se ao lazer, à cultura e ao desporto.
«Não sei o que vão argumentar, mas mesmo que seja para acorrer a tragédias, porque não fazê-lo numa zona mais deserta?», questionou.
O terrapleno de Algés tem estado desde Janeiro no centro de outra polémica entre a APL e o município relacionada com a construção da nova sede da empresa, uma obra contestada pelo executivo municipal e pela Junta e alvo de um abaixo-assinado que conta já com mais de 1500 assinaturas.
Diário Digital / Lusa
Notícia gentilmente enviada por: Morador NO http://fundicaodeoeiraseseutermo.blogspot.com/