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domingo, 25 de janeiro de 2009

Mais um escândalo!

(carregue na imagem para ampliar)

Esta sensação de aparente impunidade que os políticos usufruem não me abandona. A cada dia somos confrontados com escândalos, que se arrastam no tempo "ad nauseum", sem que haja face aos mesmos, a transparência inequívoca que os esclareça. 

Cimenta-se cada vez mais um desencanto perante uma democracia podre com actores políticos medíocres. Aumenta a inquietação perante uma teia de interesses económicos misturada numa promiscuidade pornográfica sem fim, com o exercício das funções públicas. Os escândalos sucedem-se e o vulgar cidadão nunca lhes vê o fim . O caso "Freeport" é só mais um de muitos. 

Mas, eu não ponho só o problema na lentidão da justiça que está formatada pela legislação produzida por estes senhores e pela falta de meios que lhes facultam. Eu coloco o problema de outra forma porque
nem tudo o que é lícito é éticamente aceitável. 

Dou-vos um exemplo, o facto de no caso "Freeport" o Governo PS, a três dias do seu fim, aprovar o seu licenciamento e em simultâneo alterar os limites da Zona de Protecção Especial (ZPE) é eticamente inaceitável, admitindo até que, pode até não ter havido nenhum ilícito. 

Porém, como se vem tornando hábito, os políticos gostam de remeter para a justiça a avaliação do seu desempenho. Se não for considerado ilícito criminal eu sou um bom político. Porém, as questões éticas ficam relegadas para as poeiras da memória, não interessando colocá-las em lugar de destaque. 

Remeter só para a justiça quando a legislação produzida pela Assembleia da República /Governo é um intrincado altamente complexo, que não permite ao vulgar cidadão o seu entendimento na globalidade e especificidade, não me é suficiente. Mais, quantas vezes não ouvimos falar doutos especialistas do "espírito do legislador" como justificador de uma interpretação mais ou menos subjectiva? Não sendo Jurista, parece-me do mais elementar bom senso que as leis produzidas sejam objectivas e claras de modo a serem aplicadas a todos de forma igual.  

Assim, independentemente do que a justiça possa ou não vir a apurar no presente caso, aquilo que é relevante e que faz a diferença é que este primeiro-ministro já tem muitos casos, já disse e desdisse muitas coisas, tem muita propaganda enganosa à sua volta, e esta forma de actuar é que faz a diferença. Portanto, Sócrates terá a minha censura porque não actua de forma transparente e ética. 

Caiu-lhe em cima a situação. Pois! Eu aguardo serenamente o resultado da justiça, mesmo que esta seja morosa e tendo consciência de que o dedo deve ser apontado aos políticos por tal facto.

Como cidadã, só posso afirmar que Sócrates não tem a minha confiança porque não esteve eticamente à altura do cargo que exerce. Políticos com ética e sentido de Estado devem agir acima de qualquer suspeita e como tal o primeiro ministro deve demitir-se. 

Esta situação irá ficar insustentável e nós precisamos, em momentos de crise como o que vivemos, de pessoas eticamente acima de qualquer suspeita.