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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A MANCHETE


A MANCHETE

 Subestimando as boas relações entre as cúpulas de ambos os países e entendendo que a pasta dos Negócios Estrangeiros seria monótona demais, resolveu o Rui Tuga substituir-se aos jornalistas e arriscando-se a ir parar ao olho da rua, fez manchete na coisa diplomática enchendo as medidas dos órgãos de comunicação social de duas nações e demais países interessados na contenda!!
Numa de bilateral foi visitar os magnatas dos diamantes e do petróleo angolano e supondo que o seu antecessor Paulinho das Feiras o desconhecesse, desatou a palrar para os media e homólogos angolanos que em Portugal, para além das duas filhas do Kitumba, haveriam mais onze altas patentes do país anfitrião suspeitas no envolvimento em matérias ilícitas e sob investigação no Departamento Central de Investigação e Acção Penal do País visitante!!!
Como não há fumo sem fogo nem corrupto sem corruptor, a tempo oportuno imiscuiu-se um ex-embaixador angolano, denunciando que no verso da moeda estarão o dobro de gestores portugueses topo de gama ligados à banca, à energia, ao direito, à construção civil e à distribuição, envolvidos na mesma substância penal!
- Ora "porra"! 
(Atenção que isto não é a Adega de Alcanhões)
Ignorará o Rui Tuga que a cooperação luso-angolana é bilateral em todas as frentes e linhas?!
diplomata português menosprezará as regras protocolares de etiqueta e boas maneiras que desaconselham ao hóspede apontar os defeitos do anfitrião sob pena se candidatar a situações constrangedoras como esta?
Abnegará este Ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros que o preço do petróleo, a cor do dinheiro e o valor dos diamantes suplantam as meras questiúnculas judiciais? 
Não lhe terá o antecessor posto ao corrente destas regras de ouro?
O Jurista desconhecerá que o vil metal corrompe e que ganharia mais em estar calado, evitando constrangimentos diplomáticos entre as cúpulas dos dois países?
Não entenderá o ministro em exercício que quanto mais na porcaria se mexe, mais ela cheira?
Por ingenuidade desejaria o diplomata alterar o rumo da maquinação de interesses bilaterais com profundas raízes nas cúpulas económicas e sociais de ambos os países ou quereria o Parente esturricar a imagem das elites angolanas que vêm deixar milhares de dólares nas boutiques da capital Lusa?
A explicação melhor perfilada é que o Rui Tuga terá batido com a língua nos dentes por não aceder atempadamente à tese de doutoramento em Relações Internacionais por Via da Experiência defendida pelo Senhor Cassola, ex Ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, onde em determinado parágrafo estará definido que as liberdades de comunicação e de expressão são incompatíveis com a cooperação estratégica entre Portugal Angola...
Ao menos que a seu tempo pusesse os olhos no que sucedeu a Pedro Rosa Mendes por se ter esmerado numa crónica inconveniente vertendo sobre tal temática...
O Soba bem garantiu que os portugueses se encontravam em posição privilegiada perante o mercado angolano que num espírito de amizade e cooperação entre povos por aqui investe à fartazana e as reminiscências de proveniência marginal estavam identificadas e isoladas, sendo coisa remetida para o passado...
-Bolas, Rui! Há cenas que têm de ser tratadas com pinças...
Por um lado as oligarquias dos usurários à boleia da Troika e por outro, o capitalismo angolano asfixiando a nossa soberania nacional!
Já no século XV os discípulos de Diogo Cão recrutavam rapariguinhas provincianas para serem oferendadas aos haréns dos reis africanos confirmando que desde os tempos quinhentistas os negócios luso-angolanos suplantam a soberania e a independência do Poder Judicial...
A alarvice com que o Chancerelle fez manchete arrisca a termos de partilhar este solarengo rectângulo com os duzentos mil patrícios que vão fazendo vida nas áridas terras do N’dongo e do Matamba!
Vale-nos que os dissabores de política externa se cingem às cúpulas bilaterais dos Estados de direito onde se confunde diplomacia com interesses estritamente económicos e de âmbito individual...
É que o Kitumba anunciou o fim unilateral da parceria estratégica com Portugal e segundo o andamento da carroça, não tardará muito em também enviar o Colar da Ordem do Infante D. Henrique pelo esgoto abaixo...
Nem com a crise diplomática do Mantorras nos tempos sócratinos representado interncionalmemnte  pelo ministro mais bem Amado, este fulano a quem foi delegada a representação internacional da aliança Passos-Portas aprendeu a lição de que a República não deverá andar às turras com os magnatas angolanos!
Alguém tem dúvidas que este arrufo diplomático será reconciliado em nome do petróleo, do sangue do Cuangodas pedras das Lundas, do Tchege Malanje?
Até à data em que este post foi publicado, os Kitumbas de lá têm sido mais espertos do que os Kitumbas de cá...