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Tuesday, August 08, 2023

OS ESTIVADORES

Só eles suam mas só eles sabem
o preço de estar vivo sobre a terra
Só nessas mãos enormes é que cabem
as coisas mais reais que a vida encerra
Outros rirão e outros sonharão
podem outros roubar-lhes a alegria
mas a um deles é que chamo irmão
na vida que em seus gestos principia
Onde outrora houve o deus e houve a ninfa
eles são a moderna divindade
e o que antes era pura linfa
é o que sobra agora da cidade
Vede como alheios a tudo o resto
compram com o suor a claridade
e rasgam com a decisão do gesto
o muro oposto pela gravidade
Ode marítima é que chamo à ode
escrita ali sobre a pedra do cais
A natureza é certo muito pode
mas um homem de pé pode bem mais
Ruy Belo
(27 de fevereiro de 1933 – 8 de agosto de 1978)

Wednesday, April 24, 2019

45 anos de Abril





"De novo vieste em flor
Te desfolhei
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós"


Tuesday, September 11, 2018

Chile, 45 anos




................
foram não sei quantos mil
que nasceram para o Chile
morrendo de corpo inteiro.

Ary dos Santos

Thursday, September 28, 2017

Não me chames, eu vou já...


Queria ter palavras para ti, mas não tenho. Não hoje.

Sentes o meu cheiro? Respiro-te por cada poro da minha pele, que tu vestiste. Eu sou duas peles, a minha e a tua. E o tempo corre e a tua pele ainda está em mim. Fica. És só meu porque te engoli, e agora dormes em mim e canto-te todas as noites canções de ninar. Até que adormeces abraçado a mim. Cá dentro.

Às vezes passeamos à beira mar e ris com as ondas que te refrescam os pés que só eu vejo. Apanhas conchas e fazes-me um colar de amor que nos une ainda mais. Como se este mais fosse possível, porque já é tudo. Viverás enquanto eu viver, porque o amor só acaba quando eu deixar de existir... e da saudade que te tenho não sei a medida...

Não me chames, eu vou já...

Wednesday, September 27, 2017

*

 



É preciso coração para escrever. 
Às vezes o coração aperta-se-nos tanto que estrangula as palavras...