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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Inútil

Uma pessoa acorda de manhã e fica a saber que não tem serventia para coisa nenhuma, já que os deuses se esqueceram de mim e deixaram-me sem crias. Hás-de ter muitos amigos assim, ó Cardeal.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Add friend

Usa manto branco, tem ar contristado e bento, não envelhece, tem a mesma cara desde que a conheço, sai duas ou três vezes por ano arrastando multidões, diz-se que é virgem mesmo tendo um filho e está agora ao nosso alcance. Podemos mandar-lhe mensagens, subscrever as actualizações e quem sabe partilhar alguns milagres.  É a Nossa Senhora de Fátima e desceu directamente dos céus para o Facebook. Estamos conversados relativamente a milagres.



sábado, 20 de agosto de 2011

A fé ou a falta dela

Aquela manhã de Abril em que se abriram as portas dos Museus do Vaticano foi neura, neura furiosa e irritada. Afastei-me para o Pátio e deixei-me acalmar de máquina fotográfica em punho esperando que se regressasse a tranquilidade que tanto desejo em férias ou fora delas. Nem uma palavra trocada, acredito que teria um semblante daqueles de afastar até os insectos indesejados e caso alguém me tivesse dirigido uma palavra teria irrompido em impropérios coléricos. E sei que isto é um lugar-comum, qualquer pessoa minimamente inteligente se revoltará contra a riqueza e exuberância de uma religião que advoga o despojamento físico, a pobreza como forma de atingir um outro estádio de qualquer coisa, e depois ostenta a riqueza que todos conhecemos. Contudo não consigo deixar de me indignar e por isso compreendo que as pessoas se manifestem em Espanha contra os gastos absurdos que a visita do Papa implica. Numa altura de tanta austeridade seria desejável que o dinheiro fosse empregue em outras coisas, não para dar vivas ao Papa. A este ou a outro qualquer. Mas isto sou eu que me comovo mais em frente à Noite Estrelada de Van Gogh do que sucumbo a ardores de fé em qualquer altar do mundo. Se a religião fosse um clube já teria entregue o cartão de sócia há muito. Algo me escapa nos fervores místícos de dar vivas a um padre.


domingo, 21 de janeiro de 2007

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Não mesmo

É sabido que estou em rota de colisão com a Igreja Católica de algum tempo a esta parte. Não me lembro sequer de quando foi a última vez em que entrei numa igreja e ouvi uma homilia interessante, cordata e verdadeiramente cristã. Tenho dias em que me arrependo de me ter casado pela igreja, não que me tenha causado mossa, mas, na verdade, não me revejo no que fazem.
Devia ter desconfiado quando o padre proibiu flores vermelhas e roupa que não fosse imaculada. Tivesse eu dado ouvidos ao diabinho que em mim habita e teria ido vestida de vermelho da cabeça aos pés, mas porque acredito que há gente que não vale a pena, mantive-me fiel a mim mesma, ao meu ainda namorado e pais. Divertido foi mesmo o CPM, Centro de Preparação para o Matrimónio, obrigatório para quem quer ser abençoado por Deus. Nesse tempo longínquo, eu e o Hélder aprendemos ensinamentos valiosíssimos. Sábados à noite, que isto da fé não se faz sem sofrer, e sermões de casais sobre a dificuldade da vida em comum. Sim, porque só se falou das dificuldades. E já agora, será que para aquelas mentes o casamento é uma coisa BOA? Difícil é certo mas que vale a pena, assim se amem e respeitem duas pessoas. Um desses serões foi passado com um casal a dar o seu testemunho. Tinham tido muitos problemas, porque o marido chegava à noite à cama e adormecia e a mulher, coitada, depois não tinha com quem falar e ficava amuada e ele tinha de a namorar muito, até um dia ela ter percebido algo verdadeiramente inaudito: o sono é biológico, não era de propósito que o homem se resvalava nos braços de Morfeu. O homem sorria-se e ela, como boa beata, matinha o ar seráfico. Foi digno de se ouvir, a intimidade da alcova assim desvelada. Acredito que quase tudo o que é descontextualizado soa a falso, ridículo e desajustado, logo, o casal não teria feito figuras tristes, se estivesse caladinho, uma vez que tal episódio só interessa a eles mesmos e, dado que não houve ironia nem comicidade, ficaram expostos ao ridículo com a soneira inveterada. Nem sei como o meu casamento teria sobrevivido, se não fosse tal pérola.
Saí uma vez de um casamento quando o padre advertiu que, quem só vai à missa ao Domingo, não podia comungar, isto com o ar castigador e acusador de sempre. Nem tal me passou pela cabeça. Ao contrário de muitas pessoas que por lá andam, tento respeitar os ensinamentos e, portanto, não comungo desde os meus dez anos de idade talvez, nem tenciono voltar a fazê-lo nunca mais. No funeral do meu pai, o diácono verborreou até mais não contra os meios de comunicação social. Muito a propósito, de resto, ainda mais se tivermos em conta que o Hélder é jornalista. Na missa do sexto mês, foi-nos pedido dinheiro para financiar os seminaristas, coitadinhos, assim como uns meses antes num baptizado. A última aventura foi quando em Dezembro fomos a um funeral e, vindo do nada, começou uma campanha descarada contra o aborto. Que tal respeitar a família enlutada e as restantes pessoas que acompanharam a pobre D. Silvina? E a D. Silvina? Umas palavrinhas sobre a senhora seriam simpáticas, não? Aproveitar uma ocasião para fazer uma outra coisa em proveito próprio é oportunismo e, portanto, muito duvidoso do ponto de vista de carácter e moral. Incomoda-me profundamente que todas as ocasiões sejam aproveitadas para falar do mesmo. Assim ninguém consegue decidir, mas afinal, assim percebo mais uma vez quem são, afinal, e decido.

sábado, 7 de outubro de 2006

Perdoai-lhes

Começo a acreditar que a grande mais-valia deste Verão foi ter conhecido o AfuradaMan. É que mais do que uma vez já tive vontade de o citar, especialmente com aquela sua palabra tão eloquente.
Desde já aviso que este não é um post para almas sensíveis mas depois de regressada do centro de preparação para o baptismo aqui na paróquia só tenho uma palabra. Fiquei a saber que, por exemplo, hoje ser cristão é muito perigoso, que se morre por ser cristão, que algures o orientador desta belíssima sessão de Sábado à tarde teve um encontro com um muçulmano, que ele chamava Mustafá, pronto Mustafá, como um nome que se dá ao gato, e que ele, o Mustafá, quando viu o crucifixo ficou alvoraçado. A advertência foi grave e peremptória Querem continuar? Continuar a ser cristãos, bem entendido. Escusado será dizer que tive mesmo vontade de lhe dizer pare, pare aqui que saio já nesta paragem. Os presentes ficaram também esclarecidos sobre o carácter do Papa, é um vaidoso, usa sapatos de marca quando há gente a morrer de fome, que a Afrodite é o equivalente à Vénus de Milo, que se os pais fossem escolher os padrinhos por serem cristãos, a sala estava vazia, que muito perdemos em não ser católicos praticantes, se não teríamos ficado a saber que há três anos uma senhora quis mudar o padrinho do filho porque o primeiro não dava nada ao segundo, aqui disse eu que havia coisas que era até melhor nem saber e recebi um olhar de serpente de volta.
Seguiram-se as proibições. Branco sujo, pérola ou beige e derivados são cores interditas nas roupas de baptizado das crianças, com esta belíssima adenda, se branco é sujo não é branco por isso não é puro. E o problema cabal foi mesmo porque um padre cá da paróquia há uns anos se deteve com um problema gravíssimo: ao ler o texto que investe as crianças deparou-se com a ausência de vestes brancas e, portanto, não podia ler aquele texto. Ainda alvitrei que o dito padre podia ter deixado cair o adjectivo, agora uma outra denominação segundo a TLEBS, e dizer só vestes. Na, na, na! Branco é branco. E ainda, nada de toalhas com bordados cor-de-rosa ou azuis, nada de fitinhas. Nada de nada, portanto. Perguntei porquê tanto ênfase nos sinais exteriores se de um sacramento se tratava, o mais importante, de resto, a razão por que ali se estava. Estava lá escrito branco e branco é sinal de quê? De pureza, acrescentei. Pronto, aí está a razão.
Dir-me-ão que tenho o livre arbítrio e que não preciso de ir à Igreja. É o que farei.

sábado, 15 de abril de 2006

Fruta da época

O meu fim-de-semana tem quase sempre destas coisas. Acredito que também aos outros dias da semana acontecem coisas extraordinárias mas é no fim-de-semana que me deparo mais com elas. Felizmente hoje chamei o H. para vir presenciar, não vá a notícia desaparecer como daquela vez em que o advogado do pedófilo confesso foi escorraçado pela porta dum prédio da capital. Ninguém mais viu. Desta vez, estava eu tranquila, bebendo a habitual chávena de café, quando vi uma mulher a queixar-se de ter levado porrada, tareia, pancada, trolhada, bordoada, cachaporrada, dentro da igreja. Mostrava inclusive as marcas arroxeadas no rosto e isto, ao que parece, porque o padre da paróquia não quis fazer a costumeira procissão em virtude das condições atmosféricas adversas e o povo, claro está, revoltou-se, e já se sabe que o povo, mesmo um rebanho pacífico, não escolhe local para se envolver numa cena de pancadaria à moda antiga. Quem é que precisa do Bud Spencer com filmes destes? Isto de ser dentro da igreja até traz as suas vantagens. O confessionário é logo ali, sempre poupam a deslocação e quem sabe se uma confissão conjunta não sairá mais em conta, que essa dos trinta dinheiros e vendilhões do templo foi já há tanto tempo que prescreveu. Dizia um paroquiano que o pároco já tinha reduzido o percurso, desta vez, porém, recusou-se a sair, descontente com os desígnios de São Pedro. Ver se nenhum dos fiéis se lembra de morrer em dia de chuva, senão terá de ir sozinho, não vá o senhor padre apanhar chuva na moleirinha e montar-se uma cena de porrada a caminho do cemitério.

cartoon: Quino, Mafalda, a Contestatária.

sexta-feira, 14 de abril de 2006

Upgrade

Pensando bem, sou obrigada a concordar em certa medida com o Vaticano: se é para ligar a televisão, vir à net, ler jornais e descobrir que foi feito um verdadeiro upgrade dos pecados mortais, e que agora, para além dos conhecidos, até um reles jornalito pode ser preocupação eclesiástica e razão para arder nos infernos, seja lá isso onde for, em verdade vos digo que mais vale ficar na ignorância de televisão apagada, sem jornais e muito menos net. Pelo menos assim até me esqueço de que estou no século XXI e a coisa passa mais despercebida, faz-me menos mal, portanto.
A televisão tem andado renitente, no Sábado passado vimo-nos aflitos para a convencer a funcionar, o que me leva a pensar se não seria já um sinal. Quanto à net, particularmente à noite, tem prestado um serviço pouco eficaz. Começo a achar tudo isto muito estranho... A seguir estou a pensar arrancar os botões da roupa para não ceder à soberba e comprar uma saca de cinquenta quilos de batatas para não sucumbir à gula. Desconfio que mais dia menos dia ainda vou acordar mormon...

Cartoon: Gerhard Haderer, Think Positive.

domingo, 19 de fevereiro de 2006

Sucessos


Depois do Marcelo Rossi e do Padre Borga eis que se anuncia um novo sucesso.