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26 de ago. de 2010

Resenha: Aos Olhos da Morte - M. D. Amado

Aos olhos da morte – apresentação de Georgette Silen, autora de Lázarus e prefácio de Rober Pinheiro, autor de Lordes de Thargor – traz a morte em diversas formas, afinal, quem pode garantir que ela tenha apenas uma aparência ou que se apresenta da forma clássica descrita em histórias comuns, com vestes negras e foice? Somente saberemos quando chegar a nossa vez de encontrá-la, e ainda assim, não teremos a certeza se ela aparece para nós como surge para os demais.

Enquanto isso, podemos encontrá-la em trajes distintos, no conto em que dá título ao livro a beleza da morte apaixonada, necessitada de seu amor por perto, dando-lhe a visão de um mundo perfeito, com seus sonhos realizados, porém irreais, tendo somente isso para lhe oferecer e mantê-lo próximo; sentir a agonia eterna de pensar, repensar no caminho escolhido ao dizer “sim” quando pressionado pelos falsos amigos, apesar de ter opções, a mais fácil e cômoda prevalece, então será sempre responsável por isso, e terá de ver, rever... em O inferno não é como você pensa.

Algumas vezes podemos desejar ser a morte ou encurtar o tempo para encontrá-la tão intensas são algumas descrições. Como no conto mais surpreendente O som da morte, em uma página, pois não necessitaria mais do que isso, mostra o impacto da maldade humana contra toda e qualquer forma de vida. Uma das mais belas e tristes narrativas, sem dúvida.

Em Cabelos pôr-do-sol a dúvida, o medo, a morte prematura e também tardia permite o fim do sofrimento de uma pessoa e o início – por vezes quase eterno – da angústia de outra.

No conto Suzana, uma advogada responsável por libertar seus clientes corruptos, e condenar inocentes, por não ter escrúpulos e desejar ascender financeiramente, em sua nova condição percorre a cidade guiada por um ser misterioso que mostra o efeito de cada ação quando ainda era viva.

Alguns personagens, seja a morte ou suas vítimas, parece que já conhecemos, talvez porque algumas ideias sejam tão corriqueiras em nossas vidas, que algumas histórias cremos ser parte de nós.

“Mas o som da morte nunca mais sairia de meus ouvidos. E isso se repete até hoje, a cada hora, todos os dias”.
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Editora: Editora Literata/Selo Estronho
ISBN: 9788563586025
Ano: 2010
Páginas: 122
No Skoob
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8 de abr. de 2010

Resenha: Metamorfose – a Fúria dos Lobisomens – Ademir Pascale (org.)

-->Escrever sobre determinado tema é bastante desafiador. Trinta e sete escritores foram selecionados para a coletânea Metamorfose – a Fúria dos Lobisomens organizada por Ademir Pascale e prefácio de J. Modesto, autor de Trevas e Anhangá – a fúria do demônio. Sinceramente nunca havia lido uma coletânea até o final e esta experiência foi bastante agradável. Alguns dos contos têm idéias muito interessantes, porém foram mal desenvolvidas. Outros são fracos, e deles não falarei, aproveitarei o espaço para citar alguns dos contos que se destacam.

Razão e Fúria – Marcelo Hipólito
“O homem-lobo surpreendeu-se (...) E ele sentiu vergonha de sua nudez”
A maldição também pode ser ao contrário e atingir o lobo, transformá-lo em homem. E para quem seria o pior castigo na transformação, para o homem ou para o lobo que adquire consciência em sua nova condição? Ao ler este conto imaginei que poderia bem se tratar de um romance.

A alcatéia – Lino França Jr.
Admiro o trabalho do escritor e este conto não poderia ser diferente, flui sem cenas e palavras colocadas desnecessariamente.
Um comboio de caminhões devidamente protegidos com prata, afinal em seu interior os seres temíveis, os lobisomens que foram capturados e, nesta tentativa de levá-los à capital pela ambição humana por poder que desafia até o desconhecido, mas nunca sai impune.
“(...) quando se lida com o sobrenatural, tudo que parece certo, pode deixar de ser em poucos segundos”.

Lobo Homem – Pedro Moreno
“Entre os rugidos de dor do animal e as gargalhadas dos homens estava meu rosnar”.
Aqui, uma criatura se preocupa com os animais da floresta em que vive, com a toda a destruição causada pelo homem – o verdadeiro mal. Mas ele é um instrumento da Natureza para afastar os seres cruéis que só fazem destruir.

O melhor amigo – André Bozzetto Junior
O horror de não se ter um amigo, de ser sozinho, leva Bruno a se aproximar de Jarbas, que descobre ser um lobisomem justiceiro. Neste conto há momentos de aversão como quando
“(...) caído no chão e gastava suas últimas forças gritando por sua mãe, enquanto a criatura bestial lhe arrancava as pernas”.

Sina – Jocir Prandi
“Numa mão, amor, carinho; na outra, rígida, cerrada, uma crescente fúria vingativa”.
A vingança que faz gerar mais vingança, uma bola de neve que sempre acaba por voltar. Quem mais sofre é aquele que permanece. Apesar de ser uma fera, também é possuidor de sentimentos.

O último baile: Pontos de vista – M. D. Amado
O conto é dividido em três partes: “A dança” em que a criatura fala enquanto toma para si a moça; “A caça”, o caçador busca e vinga a terrível cena que vê
“Teu erro, besta fera, foi roubar minha Marcelina”
“A fúria” é Marcelina quem fala sua tristeza.
Três visões diferentes do mesmo terrível momento em um belo, suave e poético texto sem deixar de ser terrível.

O Vampiro e o lobo – Adriano Siqueira
Num conto rápido, sem perder tempo, o lobo, grande inimigo do vampiro, se entrega, depois de tentar diversas vezes mata-lo, sem sucesso.
“Lobo! Não é pela tua fúria que conseguirá me atingir”.

Apavore-se com diversas versões pra uma criatura.

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Editora: All Print
ISBN: 9788577185382
Ano: 2009
Páginas: 200
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