quarta-feira, 24 de março de 2010

Verbo amar.

O celular tocou
eu atendi
ele falou
eu gritei
eles assustaram
elas morreram de inveja
ela saiu
- a transferência dele saiu -
nós viveremos aqui
e seremos felizes para sempre.

sábado, 20 de março de 2010

Pandora.


O flagrante, a abordagem, as algemas, a condução, tudo era real demais só que eu não sentia os meus pés no chão. Foi como se eu não estivesse na cena da prisão que fizemos essa semana. Não foi bem o tipo de prisão que se vê na TV, nem na Academia. Acho que o preso sentiu a mesma coisa. Nem ele, que era mais velho, nem eu entendíamos direito o que acontecia. O Parceiro que parecia estar com todos os músculos do corpo contraídos gritou os comandos duas vezes e por causa da muvuca e do barulho eu acho que o sujeito não percebia direito. O terceiro comando já foi com mais energia. Ele assustou feito galo marrento capturado de repente e eu mordia meu lábio inferior, tropeçando nos próprios passos. Acho que o susto foi maior ainda quando sentiu uma mão de mulher conduzindo-o pelo braço algemado. Foi estranho e engraçado. Olhou pra mim como se não acreditasse que a situação pudesse ser ainda mais surreal do que já se apresentava, mas a cada passo a prisão era mais verdade pra mim e pra ele. Depois do susto ele disse: "Até você?!". Era só um preso sem medo do ridículo arranhando uma reação normal. Nunca o vi na vida, mas mergulhei na pergunta dele. Era eu mesma! E ri, deixando solto o cabelo que devia parar atrás da orelha. Porém senti pena, um desconforto mortal e dúvidas. Pelo menos já sei que meu par de algemas funciona. Será que toda prisão é assim? Acho que essa não valeu, quero fazer de novo!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Admirável gado novinho.

É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer.
(Zé Ramalho)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Crime sem castigo.


O Pequeno Terroristazinho viu a munição ("bala" de arma de fogo) no assoalho do carro, pegou e colocou no bolsinho do shortinho da escolinha. Quando a mãezinha imprudente chegou na escolinha o "brinquedinho" estava na mão da diretora que perguntou como aquilo podia ter acontecido. Refém do próprio filho, a mãezinha, que havia respondido na ficha do aluno que era "servidora pública" ficou sem cor de tanta vergonha e susto. Entregou logo que era policial e pediu desculpas. Alguns minutos de tortura, digo, de sermão e a mãezinha saiu pela tangente fazendo perguntas sobre a segurança da escolinha. Fazia todo o sentido. Acabaram ficando amigas, e até hoje, os três são cúmplices de um crime sem castigo.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Dia da mulher.

A polícia me ajudou a resolver muitos problemas
e me arrumou outros.