oi gente
Hoje vou
escrever sobre um assunto que toda mulher gosta. Isso mesmo que você está
pensando. Moda, estilo, roupa. Bom, já escrevi aqui que depois que fiquei
cadeirante tive que doar todas as minhas calças jeans, estávamos nos anos 2000,
né gente! Calças grossas que apertavam. Ainda sou uma amante dos jeans, mas
agora compro um número a mais que uso, e também dou preferência as calças que
tem elastano ou lycra na sua composição. Eu nunca
segui muito a moda. Eu sei que a moda me seguiu desde pequena, ainda mais pelo
meu nome. Eu penso que hoje em dia a moda é você se sentir confortável dentro
da roupa. Sentir que aquela roupa combina com você. A moda é revolucionária,
ela não segue nenhum padrão, verdadeiramente ela está de acordo com o corpo que
você tem hoje e agora.
Minha mãe é
costureira então ela sempre teve um cuidado a mais com as roupas. Eu e minha
irmã em algumas ocasiões usávamos roupas iguais, só mudavam as cores. E eu
gostava disso, isso me fez perceber desde criança que não era diferente.
Depois eu fui
montando e conhecendo meu corpo mais ainda e com ele as roupas que mais
combinavam comigo, ou que me sentia confortável. Quando eu tinha 18 anos,
usei um tutor nas pernas - já falei dessa fase por aqui também, e junto com o
tutor veio as calças rasgadas, não por que eu fui uma garota rebelde (tá,
só um pouquinho rebelde). No tutor existia um metal no joelho que que puxava
toda vez que sentava para ele se articular, e então consequentemente o metal
rasgavam as minhas calças todas ali. Nessa mesma época descobri o ALL
STAR - o único calçado que coube no meu pé, pois nesse tutor existia uma base
para os pés. Uma coisa que me apaixonei pelos converses foi a facilidade de
calçá-los, pois quem é cadeirante sabe que esse é um requisito que a gente
sempre prioriza.
Com o tempo o
meu corpo se transformou, pois cada década ele estava diferente da anterior,
ainda mais do que uma pessoa normal. Pois cada década ele se transformava junto
com a deficiência progressiva, no entanto eu também mudei na forma de agir,
pensar e principalmente de me vestir. Eu sou básica, mas gosto muito de
camisetas coloridas. Na época da quimioterapia, eu abusava nas cores e nos
lenços. Na época da quimioterapia também abusei dos vestidos, pois eram mais
práticos. Tudo é uma fase e você vai evoluindo e se reconhecendo ainda mais
como pessoa. Penso que essa trajetória de se conhecer ainda mais nos faz
humanos melhores, em qualquer área que seja: profissional, emocional, ou até se
reconhecer dentro da roupa que você está usando.
Conheça bem seu corpo.
- Não tenha medo
dele ou vergonha das curvas que você tem;
-Veja seus
pontos positivos, e os que você não gosta também (seja amiga desses pontos,
tenha uma nova perspectiva sobre o seu corpo e de que você
não aceita no momento)
-Se olhe no
espelho, não tenha medo ou vergonha. Aceite-se.
Como o Pedro Bial escreveu: "Desfrute do seu corpo, use-o de toda maneira que puder, mesmo! Não tenha medo do seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele. É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir."
Depois desse
processo tenho certeza que você vai adorar a experimentar. Procure seu estilo,
veja as roupas que facilitam a sua vida, (principalmente quando se está
sentada(o) em uma cadeira de rodas). Ouse de vez em quando. Saiba qual roupa que
te faz sentir bem, bonita(o) e não deixe de se descobrir.
"A melhor cor do mundo é a que fica bem em você."
(COCO CHANEL)