Não
tive, em criança, triciclos
E
sobrevivi ao acne sem motorizadas.
O
único veículo da minha juventude foi
Uma
bicicleta.
Aprendi
caindo a guiar sem cair –
O
pai dizia Faz-te gente, rapaz
E
eu fiz-me gente e o pai
Morreu.
A
bicicleta, hoje, tem ferrugem
E
não tem corrente:
Está
suspensa de um prego na parede
Da
despensa
Como
um quadro antigo na parede
Do meu coração.Coimbra, 06 de Agosto de 2014.
Joaquim Jorge Carvalho
[Este poema faz parte de um volume a que chamei Escrever sobe não estares (2010). A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.delgadohumberto.blogspot.com.]
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