Tenho um acordo tácito com o Tempo, esse bicho devorador do presente: ele faz de conta que é meu - e eu sou, sem fingimento nem remédio, dele.
Uso a memória para ter a ilusão de não perder nada. Lembro-me, revivo. Ainda no domingo passado revisitei, na praia de Buarcos, quase toda a minha vida essencial.
Sofro às vezes, claro, por sentir escapar-se-me, por entre os dedos envelhecidos, a areia linda da minha existência.
Joaquim Jorge Carvalho
[Na imagem, tenho nos braços a minha filha VL e o meu sobrinho RS. Éramos todos, à época, imortais.]
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