AMBULANTE E CAMELÔ


Está chegando a hora de votar, ou seja, de sermos eleitor. Desta vez, assim como nas outras, temos a oportunidade de mudar nosso cenário político e os políticos que não prestam.
.
A coluna do mês de agosto tem como tema essa situação: O cidadão exercendo certo o seu papel de eleitor, usando seu voto como ferramenta de mudança. A mudança que necessitamos para viver ainda dignamente no país. Vamos a ela:
.
AMBULANTE E CAMELÔ
.
O dia está chegando e não temos escolha, como sempre voltamos para votar num candidato desfigurado, já nesses processos de adaptação as conveniências das benesses do poder político e agora mais do que nunca, sem opções e perspectivas de melhora na política que temos além da pouca renovação ou quase nenhuma no mundo político, que de vez em quando coloca uma realidade no caminho do eleitor.
O político que suja sua camisa de marca e mela seus pés na lama em qualquer periferia, não faz mais do que sua obrigação, afinal, ele é o nosso instrumento para interagir com o poder público em nosso nome e não por interesses pessoais, como assistimos acontecer toda hora.
A fisionomia que aparece em todos os santinhos com suas propostas beneficentes a cidadania chega realmente a surpreender, pois passa para o seu eleitorado, um rosto de cidadão inocente, puro e verdadeiro, que juntamente com seu gesto confiante (abraços e “tapinha nas costas”) expõe a postura de um bom moço, capaz de fazer valer sua conversa em qualquer lugar. Comparo o candidato nesta fase de pré-eleição como um ambulante, que está na rua com seus produtos apresentados como de boa qualidade a custo “zero”, na qual o seu voto é o pagamento pela mercadoria, onde será vendido com a promessa de resolver seus problemas como cidadão.
Eis aí o político-ambulante que corre contra o tempo com as mangas arregaçadas e carrega consigo todos os nossos produtos e encontramos todos eles exercendo nas ruas de nossa cidade a permuta de modo ilegal, ao pedir a cada transeunte à sua volta, um voto de confiança, de merecimento e justiça, como se ali estivesse um digno representante das carências do povo. Agora imaginem nossas necessidades básicas, como habitação, segurança, emprego e educação, tão carentes no país, serem barganhadas como se fosse obrigação nossa comprar no prazo, na validade e nas condições desse político da informalidade, que promete, garante, mas não cumpre nada daquilo que prometeu em praça pública com seu discurso de bom mercador.
Ao ser eleito, este mesmo político-ambulante transformar-se em político-camelô, guarda ainda nossas mercadorias e agora com sua banca fixa, longe dos “rapas” retorna a negociar usando o terno como farda e uma carta assinada em branco (todos nós infelizmente assinamos) que lhe dá o direito a fechar grandes negociatas em benefício próprio, quando na verdade não era para estarmos à mercê da sua aparente boa intenção e sim, participar desde “comércio” político, na qual por Lei seriamos todos beneficiários.
A realidade é que somos um tipo de comprador que não se preocupa pela garantia de um serviço/produto sem uso ou que nunca foi posto em prática na sua totalidade, ao confiarmos plenamente no vendedor e na sua experiência em vendas e também por achar que não existe uma banca de artigos de primeiras necessidades que possa resolver nossas carências de modo eficiente. Somos tão culpados quanto a ele, por nos deixar levar pela sua boa conversa.