quinta-feira, 30 de maio de 2013

SPORTING A CUMPRIR O SEU DESÍGNIO OU SPORTING A (ARROZ E) FEIJÕES

 Antes do mais, ponto prévio: Jefferson é um profissional sério, que fez uma excelente época num Estoril que tem um projecto estruturado numa equipa dirigente competente e conhecedora do futebol, que tem sabido sempre colocar os interesses do colectivo acima de atitudes individualistas e assim atingiu, com todo o mérito, a qualificação europeia! 

O Sporting, legitimamente, optou por contratar um lateral esquerdo o que indicia a saída de Alvalade do lateral esquerdo da selecção argentina em ano de mundial. Rojo, concorre na posição com Leonel Vangioni, do River Plate, e afigura-se claro o desinteresse do Sporting em valorizar o jogador em ano de mundial na sua posição de origem o que só se pode explicar na sua saída eminente, ainda que o Sporting detenha apenas 25% do seu passe. 

É certo que o jogador actuou toda a época que ora findou a central e subiu de rendimento com o decorrer da mesma mas estamos perante uma conjuntura especifica e trata-se de um jogador que actua numa das melhores selecções do mundo sendo que, com todo o respeito que merece Jefferson, jogador por jogador na posição de lateral, a escolha seria óbvia.

Jefferson representou, entre 2007 e 2013, 9 clubes e soube aproveitar o supra descrito enquadramento do Estoril para estabilizar e encontrar um espaço de conforto e rotinas com os companheiros, potenciando assim as suas qualidades.

Trata-se de um jogador sem grande pedigree não obstante as passagens por Palmeiras e Fluminense, trabalhador aplicado, rápido, com propensão ofensiva acentuada, que cruza e chuta bem. Tem deficiências no posicionamento defensivo e é praticamente nulo no jogo aéreo. 

Foi um dos destaques da Liga 2012/2013 na sua posição. Mas será jogador para um clube com ambições a títulos e a fazer carreira europeia (assinou um contrato de 4 anos, recordo, e não se espera que o Sporting esteja outra época fora da Europa, para lá da que se avizinha)?

Jefferson nunca aspirará, salvo melhor opinião, a atingir a selecção brasileira até porque para tal o valor dos atletas não é, como se sabe, a condição determinante mas, neste caso, trata-se também de uma questão de qualidade intrínseca. 

Mais, seria a melhor opção a nível interno? Seria a melhor opção na relação preço/qualidade/nacionalidade? Seria ainda e tendo presente o mercado externo, a melhor opção? 

Trata-se, claramente, de uma opção para "consumo interno",  mas mesmo aqui deixo apenas um nome a titulo de exemplo no mercado interno: Rúben Ferreira, português, internacional sub-21. Forte nos duelos individuais, rápido, pior que Jefferson a atacar mas melhor a defender e muito superior no jogo aéreo, desde logo pela diferença de estatura. Com outra margem de progressão desde que devidamente enquadrado e já com experiência nas competições europeias. Veremos se ficará no Marítimo ou se irá para outra equipa e a época que ambos farão.  

Não me vou alongar sobre outras possibilidades que o Sporting teria no mercado europeu e a custo mais reduzido que os alvitrados 400 mil euros que custou o passe de Jefferson mas, reiterando o respeito pela opção dos dirigentes do Sporting, sou de opinião que independentemente do contexto financeiro, ao Sporting não se exige "muito", basta a excelência e ser primeiro em todas as competições nas quais entra! 

Tudo o que seja entrar em campo com outro pensamento que não o da vitória é renegar uma História de 107 anos. E o dinheiro ou neste caso, a falta dele, não legitima que se admita menos excelência, também na prospecção. 

A terminar, mais importante que a análise individual supra efectuada e onde de facto pretendo chegar: há planificação no futebol do Sporting? Há definição de um modelo de jogo? De um perfil de jogador que nele se integre? 

O passado recente, bem traumatizante e caracterizado por incompetência e má-fé deixou o Sporting num ponto de... não retorno! Não há segunda hipótese! Urge que o Sporting que ora se constrói caminhe de forma segura, com Esforço, Dedicação e Devoção ao encontro da Glória, do Desígnio Sporting Clube de Portugal!

Saudações Leoninas

Luís Rasquete   

quarta-feira, 27 de março de 2013

O MEU SPORTING


Agora que o processo eleitoral foi um sucesso e que a MAG (não obstante o presidente que tinha) efectuou um trabalho excepcional, verdadeiramente heroico, a quem a História se encarregará de fazer justiça, quero deixar aqui a minha ilusão sobre o que aí vem (em termos de futebol, naturalmente).

O meu Sporting é o Sporting que aprendi a amar nos anos 80 e 90. Esse Sporting tinha no seu ADN o espírito de aventura, a garra, a frontalidade de enfrentar o jogo de peito aberto, reconhecendo o risco mas sorrindo perante as adversidades, confiante e altivo a impor respeito aos adversários.

O meu Sporting tinha Homens brutos, Leões duros e implacáveis nas bolas divididas, que comiam a relva e trituravam os adversários, filhos da puta para os árbitros se os prejudicassem, para os adversários que se pusessem com jogos rasteiros que não fosse leais, batiam e batiam bem, levavam tudo à frente, nas bolas paradas impunham o terror nas áreas, rasgavam-se todos mas chegavam à linha de fundo e tiravam cruzamentos em força e com arte para a entrada de rompante dos matadores, chutavam autênticos misseis de fora da área que furavam as redes (é que furavam mesmo) com uma colocação genial e uma potência que reduzia os adversários a pó.

O meu Sporting era selvagem, parecia muitas vezes descontrolado e incontrolável, cavalgava o jogo com um arreganho e uma vontade indómita e marcava o primeiro e ia buscar a bola ao fundo da baliza porque o segundo já tardava e tinha uma fome insaciável!

O meu Sporting tinha Homens como Damas, Eurico, Barão, Virgílio, Inácio, Fraguito, Nogueira, Manuel Fernandes, Jordão, Oliveira, Ademar, Venâncio, Oceano, Valckx, Marco Aurélio, Luisinho, Douglas, Naybet, Saber, Schmeichel, Duscher, Vidigal, De Franchesci, Mbo Mpenza e, depois, Rui Bento, João Vieira Pinto, Phil Babb, Niculae e Jardel que, dentro do campo eram Leões a RUGIR BEM ALTO.

Peco por defeito porque me esqueci de vários, obviamente mas… mas… o meu Sporting não é e jamais me identificarei com um clube de “rodinhas” baixas que se amedrontam com as bolas paradas, que caem como flores ao primeiro encosto, que se realizam a dar piruetas e voltinhas estéreis à volta do seu umbigo sem produção para a equipa, que entram nas Antas ou na Luz a rezar para que aquilo acabe depressa sem… JOGAREM FUTEBOL!

Espero e desejo que o novo Presidente consiga devolver o sonho, a ilusão a Alvalade, ao Sporting, aos SPORTINGUISTAS! Mais que um Clube é um ESTADO DE ALMA!
Saudações Leoninas,

Luís Rasquete