Mostrando postagens com marcador Rocco. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rocco. Mostrar todas as postagens

18 de nov. de 2012

Aprendi com Jane Austen (William Deresiewicz)


Título: Aprendi com Jane Austen: como seis romances me ensinaram sobre amor, amizade e as coisas que realmente importam.
Autor: William Deresiewicz
Editora Rocco, 254p.

Aos 26 anos, William Deresiewicz conheceu Jane Austen, por acaso. Ele nunca havia sequer cogitado a idéia de ler qualquer obra que fosse da autora, mas quando aconteceu, ele não parou mais. William estava escrevendo sua especialização, ainda vivendo com o pai, quando travou o primeiro contato com a autora. E o resultado foi, segundo ele mesmo, surpreendente. No inicio, o “relacionamento” era puro desconfiômetro, mas a medida que a leitura foi evoluindo, o autor percebeu que podia aprender muito com Jane Austen. Ao mesmo tempo em que ele narra momentos marcantes de sua vida, como a saída da casa do pai, William vai descrevendo cada obra de Austen, observando que os livros dela ensinavam a lidar com as pessoas ao seu redor e ensinando o que realmente valia a pena aprender. Cada lição de vida que ele encontrava nos romances é pontuada por experiências próprias. Com Emma, ele aprende uma nova forma de encarar o cotidiano. Orgulho e Preconceito, bastante detalhado, fez o autor reavaliar certas concepções, a leitura de A abadia de Northanger ocorre ao mesmo tempo em que ele descreve o relacionamento com seu nada convencional orientador. Mansfield Park o ensina a importância de ser autêntico. Persuasão o ensina a ver onde estão os amigos verdadeiros e Razão e Sensibilidade o ajuda a encontrar o amor verdadeiro.

Esse livro vale muuuito a pena. Como o autor (quando conheceu com Jane Austen), eu estava desconfiada em relação a ele, achando que era mais um relato de fã. Longe disso. Apesar de William ter se tornado fã de Austen, o livro começa falando que ela começou a ler suas obras por pura e simples obrigação. Só esse início já vale a pena, porque me mostrou o quanto nós nos enganamos ao ler algo novo já com “quatro pedras na mão”. A continuidade da leitura dos romances foi ensinando a ele novas percepções de vida, e a mim também. Através de suas observações, eu percebi coisas que antes me passaram despercebidas, apesar de já ter lido os romances várias vezes. Seu encantamento com Jane Austen fica visível na descrição de Mansfield Park, talvez o livro que mais o tenha ensinado (a mim também). Com cada livro, personagem e situação, ele aprende lições de vida importantes. Porque a autora aborda temas que sempre terão relevância para nós, este livro é totalmente indicado aos fãs, e principalmente aos não-fãs, de Jane Austen.

29 de jun. de 2010

Desafio Literário - Junho: Fala sério, mãe! (Thalita Rebouças)


Tema: Escritora brasileira

Mês: Junho

Título: Fala sério, mãe!

Autor do livro: Thalita Rebouças

Editora: Rocco

Nº de páginas: 176

O livro é sobre...
Que ser mãe é padecer no paraíso a sabedoria popular já tratou de espalhar para todo o mundo. Mas... e quanto aos filhos? Será que não vivem lá o seu quinhão de martírio nessa relação?
Em Fala sério, mãe!, a autora Thalita Rebouças, com seu bom humor costumeiro, apresenta os dois lados da moeda. Ao longo do livro são descritas as queixas e alegrias da mãe coruja, e um tantinho estressada, Angela Cristina, em relação à filha primogênita Maria de Lourdes, a Malu, assim como as teimosias e o sentimento de opressão desta em função dos cuidados, muitas vezes excessivos, de sua genitora.
Fala Sério, Mãe! chega às livrarias em novembro e deve repetir o sucesso de Tudo Por um Pop Star.
Para retratar os dois pontos de vista, a autora lança mão do seguinte expediente: a primeira parte do livro, da gestação de Maria de Lourdes até seus 13 anos, é narrada pela mãe, que, então, passa a palavra à filha de uma forma bastante inteligente e sensível: "É a menina cedendo lugar não à mulher, mas a uma linda mocinha. A minha mocinha (...) que se orgulha de ter idéias e ideais, que me ensina muito, diariamente, e que se expressa com clareza e coerência através de gestos, atitudes e, principalmente, palavras. É, palavras. A partir de agora, tenho certeza, ela já pode falar por si própria."
Nesse momento entra em cena a segunda narradora, a própria Maria de Lourdes, contando, de acordo com sua ótica, a relação de amor e ódio com a figura materna. Sua narração se estende até o fim da história, quando ela está com 21 anos.
No livro são descritas as habituais, e saudáveis, discordâncias existentes entre mães e filhas. As discussões entre Maria de Lourdes e Angela Cristina, às vezes sérias, outras vezes engraçadas; às vezes importantes, outras vezes irrelevantes, todas, no entanto, regadas a amor, possibilitando-lhes crescimento e amizade.
E, para fechar (ou abrir?) com chave de ouro a obra, o texto da orelha traz as duas protagonistas apresentando o livro num diálogo divertidíssimo. Ali elas dão uma palhinha do que vai ser a história: o relato da convivência, por vezes selvagem, entre criadora e criatura.

Eu escolhi este livro porque...
Eu queria ler essa coleção da Thalita. O Desafio foi a desculpa perfeita para eu pôr ele no topo da minha lista de livros que ainda vou ler.

A leitura foi...
Muito boa. O livro é divertidíssimo. Me diverti muito lendo, e não sei por quê, mas o humor desse livro é parecido com o do Veríssimo que eu li pro Desafio (As mentiras que os homens contam). Acho que é porque a Thalita, como o Fernando, fala de situações que a gente passa na nossa vida. Fala sério, mãe! É demais porque conta as expectativas da mãe desde a gravidez até a filha dela, a Malu (ela detestava Maria de Lourdes), já ser capaz de decidir sobre a sua própria vida, sem precisar da mãe. É engraçado porque pelo título a gente pensa que é a Malu quem vai narrar, mas não é. Desde o início é a mãe, até o momento em que ela vê que a filha não é mais aquela sua bebêzinha dependente dela pra tudo e diz que sua filha já pode falar por si mesma. A partir daí, a Malu começa a narrar até o final. Acho que é aos 13 anos. A narrativa fica mais divertida a partir daí, se é que é possível.
A mãe narra todas aquelas situações, na maioria das vezes constrangedoras, que ela passa (e a maioria das mães também) com sua filha. Como por exemplo, a criança soltar um pum bem barulhento no elevador e a mãe brigar com a filha, mas todo mundo pensa que ela só quer disfarçar e que está jogando a culpa na criança inocente... Ou a vez em que ela acompanhou a filha num aniversário e começou a tocar as músicas do tempo da discoteca e ela começa a se esbaldar sozinha enquanto Malu tentava se atirar num poço de tanta vergonha...
A narrativa da Malu também não deixa por menos. Ela chamando a mãe de louca quando ela planejou fazer uma viagem enorme de carro só pra aproveritar a paisagem... Também tem umas situações legais, quando as duas passam a conversar sobre homens e relações. O choque da mãe quando Malu fala sobre suas ficadas que a mãe pensa que são namoros...
Fala sério, quem nunca passou por isso com sua mãe? Eu já, várias vezes, e tenho certeza que você, leitora, também. Francamente, adorei esse livro. Não vejo a hora de ler os outros dessa coleção. Fala sério! Demais!

A nota que eu dou para o livro:
5-Ótimo (uma pena que eu não possa dar 10).