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25 de jan. de 2013

Christopher Tolkien e a questão dos direitos autorais


Mais uma discussão sobre a questão dos direitos autorais das obras de Tolkien deixou os fãs em polvorosa. O site Tolkien Brasil traduziu um artigo interessante sobre a decisão de Christopher Tolkien, herdeiro literário do escritor, em não permitir mais nenhum filme baseado nos livros de seu pai. Para ler o artigo, é só clicar aqui.

9 de jan. de 2013

J.R.R. Tolkien e a tradição da Terra-média


2013 chegou e trouxe muitas criticas ao filme do ano (passado), O Hobbit: uma jornada inesperada, inspirado no livro de J.R.R. Tolkien. Algumas boas, outras ruins, outras ridículas e sem-noção, que insistiam em ficar comparando o filme com a trilogia O Senhor dos Anéis. Algumas outras piores ainda, que resolveram escrachar Tolkien e sua obra, relegando-o a um mero escritor de fantasia sem nenhum valor literário. No meio de tanta besteira, eis que acho o artigo do Reinaldo José Lopes, publicado na página virtual do jornal A Folha de São Paulo, sobre a importância do autor para o mundo da literatura. Vale a pena ler.

30 de out. de 2012

Porque o Hobbit não é só para crianças


No ano em que a primeira publicação de J.R.R. Tolkien, O Hobbit, comemora 75 anos, o professor Corey Olsen (cujos trabalhos relacionados ao mestre vou abordar em outro post) escreveu um artigo onde expõe as razões de O Hobbit não ser um livro somente para crianças.

“The Hobbit” is a brilliantly constructed story unfolding themes that adult readers will still find compellingly relevant to the modern world: themes such as the nature of evil and the significance of human choice, or the corruptive power of greed and the ease with which good people can be drawn into destructive conflict. So this year, I would recommend celebrating “The Hobbit’s” 75th anniversary by dusting the book off and giving it a fresh read. I’m quite sure that if you do, you will discover much more than you remember finding there as a child. 

Para ver o artigo complete, é só clicar no link a seguir: Why J.R.R. Tolkien’s The Hobbit isn’t just for kids.

15 de out. de 2012

Costume Chronicles

Eu já postei algumas traduções de artigos desta webzine aqui no blog. Agora, venho partilhar o documento que fiz, agrupando todas as traduções. A maioria dos artigos aborda Jane Austen e suas obras, mas todo o conteúdo vale uma lida. Eu gosto do jeito como as pessoas que escrevem abordam os temas.

 

9 de jul. de 2012

If Jane Austen had a laptop, por Joan Wickersham


It is a truth universally acknowledged that a bored and curious writer will occasionally plug her own name into the Amazon.com search engine. If Jane Austen were around, and decided to try this on a solitary afternoon, she might find the results excessively diverting.

Um excelente artigo escrito por Joan Wickersham, If Jane Austen had a laptop, fala o que Jane Austen faria se tivesse um compitador. Só pela frase inicial (acima), já dá pra perceber o tom de humor do texto.
Ela não só se sentiria satisfeita ao ver seus romances publicados, mas também obras da juvenília e inacabadas. Joan descreve as maravilhas que Jane encontraria na internet (ela logo colocaria na cesta de compras Orgulho e Preconceito e zumbis). O artigo original se encontra no site Boston, mas somente podem visualizá-lo na íntegra quem é cadastrado. Então, a Haline do Becoming Jane postou um resumo do artigo. É muito engraçado:

Ao perceber que no site da amazon existe uma tag onde é possível ver o que os outros leitores andam comprando quando compras os livros dela. Talvez ela pense que irá encontrar autores de sua época como Fielding, Sterne, Mrs. Radcliffe. Mas não... ela encontra algo como: Mr. Darcy Takes a Wife. Finalmente descobre que há mais de 275 livros entre continuaçòes, paródias, etc. Além é claro, dos DVDS, que ela faz o download de alguns. Jane assisti Colin Firth tentou esfriar sua paixão por Lizzy mergulhando em um lago e saindo com camisa molhada e quase mostrando tudo. Além é claro do filme de 2005, onde Keira Knightley e Matthew Macfadyen, como Elizabeth e Darcy, se beijam vestindo apenas pijamas. Jane percebe que seus personagens agora possuem atitudes modernas e poucas peças de roupas.

O artigo acabou me lembrando das confusões em que Amanda se meteu quando foi parar no enredo de Orgulho e Preconceito (na série Lost in Austen), enquanto Lizzie se deu muito bem no nosso mundo. Eu sei que Jane Austen amava Emma mais do que todas as suas heroínas, mas será que nisso ela seria semelhante a Lizzie Bennet? Ou se enrolaria toda como Amanda?

23 de jun. de 2012

Jane Austen e a fantasia de poder em Orgulho e Preconceito, por Larissa Selhorst Seixas



Um excelente artigo escrito por Larissa Selhorst Seixas, publicado no site História e-história que aborda a questão da “fantasia” (no sentido de ilusão) presente em um determinado aspecto da obra de Jane Austen, mas especificamente a fantasia de poder em Orgulho e Preconceito, enfocado o poder feminino presente na obra. A autora entra um pouco na questão da história de gênero para mostrar que tipo de poder (existente ou não) as principais personagens femininas detinham. Quem quiser dar uma olhada, é só clicar aqui.

22 de dez. de 2011

Por que ler Tolkien? Qual é o grande mérito de O Senhor dos Anéis?


Essa é uma ótima pergunta, e garanto que muitas pessoas já me fizeram. Foi um dos motivos pelos quais resolvi abordar o autor em meu TCC (também espero ter respondido essa pergunta).
O artigo Por que ler Tolkien? Qual é o grande mérito de O Senhor dos Anéis?, escrito por Rogério Lacaz-Ruiz, demonstra muito mais que os motivos para ler O Senhor dos Anéis, mas também a contribuição que a leitura desta obra fornece ao seu leitor. Texto retirado do site Portal da Família.

Deus parece que brinca de esconde-esconde com o homem. Ainda que de forma imperfeita, os homens que viveram antes de Cristo criaram deuses e semi-deuses em suas mitologias, uma vez que não conheciam a Deus. Foi justamente esta uma das inspirações de Tolkien para os seus livros: esta "fantasia" do homem na procura do transcendente. O Senhor dos Anéis virou uma obra literária de referência, conquistando milhões de fãs no mundo inteiro. Na Inglaterra, por exemplo, a história que envolve magia e seres fantásticos só vende menos do que a Bíblia. Esta é a chamada no site Submarino para a obra mais conhecida de Tolkien. E onde está a magia destes seres fantásticos? Justamente naquilo que o autor de O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien, chama de "sub-criação". Criar é um ato divino; sub-criar, um ato humano.O exercício da sub-criação é uma realidade observada em todas as pessoas. Todas?! Sim, todas as pessoas podem sub-criar, de certa maneira, seus mundos. A criança cria o seu mundo, o mesmo ocorrendo com o jovem e o adulto.
O grande insight (compreensão clara da natureza íntima de uma coisa) de Tolkien ao escrever seus livros foi o de sub-criar um mundo com todos os detalhes. O autor dizia que, para escrever este tipo de história, é preciso fazer em primeiro lugar um mapa. Caso contrário seria impossível dar continuidade à história que escrevia. Dias e noites, órbitas das luas, distâncias percorridas pelos personagens, localização de cada personagem no tempo e no espaço, tudo isto é pensado pelo autor em cada página do seu livro. Os locais e personagens existem em harmonia no seu mundo sub-criado: a Terra Média. Esta perfeição é o grande atrativo de suas obras.
Mas para que fazer uma sub-criação? Por que criar um mundo novo? E o mais curioso, um mundo que não existiu, não existe, e provavelmente nunca existirá.Ao criar um mundo, é preciso conhecer o homem, o bem o mal; a coragem e a covardia; a grandeza e a pequenez; no fundo, é preciso conhecer-se e conhecer o outro, a natureza das coisas. Ao longo da narração é possível participar da aventura em cada cena, ser um personagem, ser o pobre, ser o rico, ser o medroso, ser o paciente. Ler Tolkien é ler as nossas mentes, é refletir sobre nossas atitudes, nossa postura diante do mundo. Se alguém atuou assim na Terra Média, como atuaria eu nesta terra? Tolkien, de certa maneira, nos obriga a pensar, a buscar uma resposta para nossas vidas, e inclusive para a realidade da morte O homem pensa, raciocina, busca simplificar a vida. E, em um mundo fora do seu, permite que veja o seu mundo de fora para dentro.
Tolkien experimentou a vida em seus livros, e vivia a sua vida consigo mesmo e com os seus, e, por que não dizer, com Deus. Ao sub-criar, imaginava como Deus fez para criar e manter no ser cada coisa. Desta forma se enxergava a grandeza de Deus, sua infinitude, e nossa finitude. A fantasia não muda a natureza das coisas deste mundo, mas cria outro em que poderíamos viver. Isto é, cria um mundo em que as leis físicas, ainda que dando lugar ao estranho e ao maravilhoso, são coerentes e compreensíveis.
Ao sub-criar este mundo na mente, aprofunda-se na realidade humana, no conhecimento próprio, na existência das coisas, na grandeza e na pequenez do ser humano.
A leitura de Tolkien é um convite a viver o ato sub-criador com suas conseqüências: a compreensão da realidade e a alegria de descobrir no outro mundo criado, quem somos e o que estamos chamados a ser.
Quais as vantagens da sub-criação para a vida das pessoas? "Segundo Tolkien - nas palavras de um de seus biógrafos -, as obras nas quais o autor conseguiu uma sub-criação autêntica, como um mundo secundário, são supremas entre as do seu gênero porque oferecem ao leitor fantasia, recuperação, escape e consolação."
Fantasia é a arte sub-criadora em si; recuperação de voltar a uma visão clara: ver as coisas como realmente deveríamos vê-las; escape é uma fuga momentânea da realidade, do peso da vida, uma volta ao lar e aos sonhos da infância; e o consolo ao qual, de certa maneira, se assemelha a esperança: de que a nossa vida pode, como nos contos de fadas, ter o consolo de um final feliz.

8 de out. de 2011

A relação Beowulf e O Senhor dos Anéis

Um artigo muito interessante que faz uma ótima relação entre os personagens (masculinos) principais entre o poema Beowulf e a obra do mestre Tolkien, O Senhor dos Anéis.

3 de out. de 2011

J.R.R. Tolkien, por Lulu (parte 3)



A Lulu já falou sobre a Primeira e a Segunda Eras e sobre a ilha de Númenor. Agora, ela fala da Guerra do Anel.
Depois da (quase) batalha, onde Ilúvatar afunda a ilha de Númenor, esse é o meu episódio favorito da história de Arda e da Terra-média.

19 de set. de 2011

Personagens femininas n'O Hobbit


Inspirada por uma notícia e uma discussão da Valinor, resolvi terminar a tradução de um artigo que analisa O Hobbit.
A notícia é sobre a participação da atriz Evangeline Lilly no filme O Hobbit como uma personagem elfa que não existe no livro. O posicionamento da atriz quanto a sua participação, sendo fã (pelo menos ela afirma que é), é realista. As discussões no fórum sobre isso meio que dividiram opiniões.


O artigo original, intitulado "Where's Mama?" The Construction of the  Feminine in The Hobbit foi publicado na revista The Lion and the Unicorn, Volume 22, 1998. William Howard Green analisa a ausência e presença de personagens femininas n'O Hobbit.
O artigo é muito bom, e acho que vem bem a calhar, dado o teor dos comentários e das opiniões. Eu, como fã dos livros, prefiro esperar pra ver. E estou botando fé, afinal, algumas situações e personagens criados para a versão fílmica d'O Senhor dos Anéis não foram nada ruins.

J.R.R. Tolkien, por Lulu (parte 2)


Continuando com os posts sobre Tolkien no blog Coruja em teto de zinco quente, a Lulu dessa vez fala do fim da guerra contra Morgoth e da nova terra dada aos remanescentes da guerra: Númenor ou Númenore.

Particularmente, eu adoro O Silmarillion e o capítulo que fala sobre o surgimento desta ilha e do seu aparecimento me encantam toda vez que leio. Acho que porque eu adoro a lenda do continente perdido da Atlântida, na qual Tolkien se baseou para escrever essa parte de sua cosmogonia.

12 de set. de 2011

J.R.R. Tolkien, por Lulu


A Lulu, do blog Coruja em teto de zinco quente, começou semana passada uma série de posts sobre Tolkien e sua obra.
No primeiro deles, intitulado J. R. R. Tolkien – Parte I: O Ourives do Anel, Lulu relata quando conheceu o autor e começou a ler suas obras.
O segundo, J. R. R. Tolkien – Parte II: Os Primogênitos (A Primeira Era), fala d’O Silmarillion.

Os textos são muito bons, o que me inspira a começar a publicar aqui textos escritos, mas infelizmente descartados, do meu TCC (que falou sobre o leitor de Tolkien).

À medida em que ela for postando, eu vou estar atualizando aqui também.
Adorei seus textos, Lulu!

Tolkien X Martin (De novo...)

Eu falei aqui, não faz muito tempo, sobre uma matéria na revista Veja comparando Tolkien e George Martin e suas respectivas séries. Claro que a forma que o autor do artigo escreveu indignou muitos fãs de Tolkien.
Agora, o Reinaldo Lopes escreveu um pequeno texto para a Folha de São Paulo falando sobre essa comparação ridícula. Vou postar um trechinho aqui:

Comparar “Game of Thrones” com “O Senhor dos Anéis”, de J.R.R. Tolkien, é coisa de quem não tem o menor olho para sacar como as coisas funcionam na literatura de fantasia.
O paralelo correto para o best-seller de Martin na obra de Tolkien é “O Silmarillion”, bem mais obscuro, mas nem por isso menos genial.
Ambas as histórias não passam de competentes atualizações das sagas escandinavas, obcecadas como são por laços de sangue e pelos vários tipos de caquinha que as pessoas (sejam elfos, humanos ou mestiços) fazem por causa deles.[...]


Para ver o texto na íntegra, é só dar uma olhadinha no post da Valinor.


Na real, acho isso tudo uma bobagem sem fim. Essas comparações não levam a nada. Apesar de Tolkien ter sido influenciado em sua escrita pelos mais variados gêneros literários, ele se enquadrava perfeitamente em saga (uma categoria que ele próprio aceitava) e fantasia. Ainda não li George Martin (e confesso que essa comparação está diminuindo a minha curiosidade), então não posso classificar suas obras.


O que precisa ser entendido é que Tolkien foi único, no sentido de que criou um mundo literário totalmente novo (apesar de baseado em histórias antigas). Mesmo que Martin esteja seguindo a trilha criada pelo Mestre, a comparação continua sendo infundada.

5 de jul. de 2011

Senhor dos Anéis X Guerra dos Tronos. Será?

Saiu uma pequena matéria no site da Revista Veja comparando O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien, com o atual sucesso literário A Guerra dos Tronos, de George Martin. Melhor dizendo, a autora do artigo dá ao leitor 10 razões pelas quais o último é melhor do que a série ambientada na Terra-média.Eis a matéria:



Dez razões pelas quais 'A Guerra dos Tronos' é (muito) melhor do que 'O Senhor dos Anéis'


Não é de admirar que muitos fãs de Tolkien tenham ficado indignados. A crítica é simplismente ridícula. O que o autor da matéria faz é simplesmente expor a sua opinião (e fica claro que ELE prefere a história de Martin). Particularmente, não gostei não. Ele não é nem um pouco imparcial, o que deveria ser. São duas obras diferentes, escritas em épocas diferentes. É o tipo de comparação inútil.
Eu não li, e depois dessa não sei se ainda quero ler os livros de Martin, apesar da série da HBO estar fazendo o maior sucesso.

26 de fev. de 2011

As cores de vestidos de casamento da Regência no início do século XIX (Vic Sanborn)

Esse é um post bilíngue.
Gostei desse post. Escrito por Vic Sanborn, você pode vê-lo aqui.

This is a bilingual post.
I liked this post. Written by Vic Sanborn, you can see it here.


As cores de vestidos de casamento da Regência no início do século XIX


Os vestidos de casamento não foram sempre brancos. Até a rainha Victoria usar um vestido branco em seu casamento em 1840, as noivas escolhiam vestidos com uma variedade de cores.

No período regencial britânico, era costume a maioria das noivas de classes médias e baixas vestirem suas melhores roupas para seus casamentos e usá-las freqüentemente depois, seja na igreja ou em ocasiões especiais. Muito antes do início do século XIX, as noivas tradicionalmente usavam vestidos com uma variedade de cores. A mãe de Jane Austen, Cassandra Leigh, usava seu vestido de caminhada vermelho quando se casou com o Rev. George Austen em Bath, em 1764.
Esta decisão prática permitiu ao jovem casal sair imediatamente para o presbitério em Deane, seu novo lar. Como tantas noivas, Leigh usou seu vestido em muitas ocasiões posteriores. Mais tarde, ela transformou a roupa em um vestido de jardinagem e, eventualmente, reciclou o tecido, criando uma jaqueta de caça para seu filho de nove anos de idade, Francis. Esta tradição de usar vestidos de casamento depois da cerimônia e a reciclagem deles continuou até o período regencial (1811-1820).

Cores populares para casamento em fins do século XVIII e início do XIX
Enquanto isso se modificava, o vermelho foi uma cor popular para um vestido de casamento na época em que os Austen se casaram no século XVIII. As preferências por cores mudavam de acordo com a moda do dia. Por um tempo, o amarelo foi popular no início do século XIX. As cores que eram populares durante a Regência incluíam azul, rosa e verde. Cores escuras como preto, marrom escuro e bordô foram práticos para uma noiva das classes média e baixa, pois estas cores eram úteis em todas as tarefas do dia enquanto as mulheres faziam suas tarefas. Como a Sra. Austen em uma geração anterior, estas noivas da Regência usariam seus vestidos de casamento por muitos anos, e os vestidos escuros não mostravam a sujeira na bainha tão rapidamente quanto os leves tecidos coloridos.
A mania de escolher uma cor para o vestido de noiva mudou quando os tecidos industriais se tornaram mais baratos, as tinturas se tornaram mais claras e a lavagem tornou-se menos árdua. Um poema vitoriano, escrito algum tempo depois do período regencial, mostrou como a cor influenciou o curso do casamento (ou assim as pessoas pensavam).



Married in white, you will have chosen right.
Married in grey, you will go far away.
Married in black, you will wish yourself back.
Married in red, you wish yourself dead.
Married in green, ashamed to be seen.
Married in blue, you will always be true.
Married in pearl, you will live in a whirl.
Married in yellow, ashamed of your fellow.
Married in brown, you will live out of town.
Married in pink, your fortune will sink.


Cores para casamento para noivas ricas da Regência
Os muito ricos eram diferentes. Eles podiam pagar caros véus de laço feitos à mão, que estavam além do orçamento de uma noiva de classe baixa, e costureiras para adicionar detalhamentos exuberantes para que os vestidos fossem feitos com tecidos ricos. Nas revistas de moda popular, como a Ackermann’s Repository, fundada em 1809, chiques vestidos de casamento brancos foram mostrados como uma coisa natural. É preciso ter em mente que o branco era a cor da escolha para a maioria dos vestidos da época e da moda vigente.

Noivas reais na Regência Britânica
O vestido de casamento da princesa Charlotte foi uma pródiga criação de tecido prata, conforme descrito em La Belle Assemblee, 1816: "O vestido era prata opaca [lamé] no tecido de malha, sobre um tecido prata deslizante, bordado na parte inferior com prata opaca em conchas e flores. Corpo e mangas para combinar, elegantemente enfeitada com rendas de ponto Bruxelas. O manto era de prata forrado com tecido de cetim branco, com uma barra de bordados que correspondia ao vestido, e presa na frente com um enfeite de diamante esplêndido." Noivas reais tendiam a usar vestidos prateados, um costume que mudaria em breve.

Influência da rainha Vitoria em vestidos de casamento
Enquanto os vestidos brancos já eram freqüentemente usados pela classe superior, a rainha Vitória mudou para sempre o curso da moda para casamentos com a escolha do vestido, em 1840: ela queria que ele fosse feito de tecido branco por causa de um laço particular que ela tinha escolhido como adorno. Após seu casamento com o príncipe Albert, sua imagem fotográfica como uma noiva foi amplamente divulgada, e a partir desse momento, os vestidos de casamento, independentemente de classe, passaram a ser associados com a cor branca.

15 de fev. de 2011

O guarda-roupa de Lizzie Bennet (Linore Rose Burkard)

Esse é um post bilíngue.
Enquanto eu procurava livros sobre Jane Austen, achei romances da época da Regência escritos por Linore Rose Burkard. No site da escritora, achei as resenhas dos livros e também algunsde artigos escritos pela Linore. Elizabeth Bennet's wardrobe foi um dos que eu achei interessantes e pedi autorização da escritora pra traduzir e publicar aqui. Então, aqui está.

This is a bilingual post.
While I was looking for books on Jane Austen's novels, I found novels of the time of the Regency written by Linore Rose Burkard. On writer's website, I found reviews of books and also some articles written by Linore. Elizabeth Bennet's wardrobe was one that I found interesting and asked for authorization of the writer to translate and publish here. So, here it is.



O guarda-roupa de Lizzie Bennet


De Lizzie Bennet, a personagem principal de Orgulho e Preconceito, para a própria Jane Austen, qualquer dama da Regência dependia de um arsenal de roupas. Havia vestidos para manhã, para tarde, para o jantar, para a ceia, para bailes, ópera ou teatro. E, estes vestidos, muitas vezes, eram muito especializados para serem substituídos. Não é de admirar que a mãe de Lizzie, Mrs. Bennet, estivesse tão ansiosa para ver suas cinco filhas casadas! Ao longo de suas vidas, qualquer dama do século XIX acima da classe trabalhadora precisaria de roupas o bastante para preencher todas as categorias. “Trajes para casa”, “trajes de passeio”, “trajes sociais”, e, talvez – trajes de gala. Mas, quantos eram necessários? E, o que significa tudo isso?
Primeiro, um vestido de regência era um vestido “tornozelo no chão” com uma “cintura império”, significando que a cintura ficava logo abaixo do busto. Este estilo foi um retrato de simplicidade introduzida pelos franceses com a grande idéia de ecoar as vestes clássicas da Roma e Grécia antigas. Seu objetivo era expressar a beleza da forma humana através das roupas, em vez de escondê-la debaixo das roupas, como nos séculos anteriores.
A simplicidade da saia longa e reta e a escassez de roupas íntimas que os franceses abraçaram, cruzou o Canal da Mancha e passou a abranger uma modalidade inglesa mais modesta. As linhas clássicas de vestidos ainda eram desejadas. Mas, como a Regência continuou, o estilo cresceu com os acessórios e enfeites, voltando ao ponto de partida de suas origens clássicas.
Com efeito, o ganho em simplicidade ao abandonar ancas postiças e camadas de corsets foi perdido pela crescente especialização de vestuário. Como o título deste artigo implica, havia numerosos modos de "vestir", e eles foram todos os componentes necessários de um guarda-roupa completo. A chave para compreensão desses modos é reconhecer que os termos são categóricos, não literais. Aqui está um breve guia para ajudar tudo a fazer sentido.
O termo "undress" (trajes para casa) não significa estar sem roupa. Ele se refere ao vestuário reservados para as manhãs ou dias inteiros passados em casa. A idéia era que você não sairia em público despido. Porém, seria razoável se você fosse encontrada em casa com um traje matutino.
"Trajes de festa" se referem ao vestuário adequado para usar em público, mas não totalmente adequado para algo formal, como um baile ou um jantar chique. Esta categoria englobava caminhadas, passeios públicos, cavalgadas, andar de carruagem e vestidos para o dia.
"Trajes sociais" eram para os eventos mais formais, como assistir a um baile de fantasia, uma ópera ou teatro. Este figurino requeria luvas longas, mangas curtas, algum tipo de tiara, algumas jóias da dama, sandálias de cetim ou outro tecido rico, e, claro, um lindo vestido com um decote profundo.
“Trajes de gala” era um estilo particular reservado apenas para visitas à Corte real. As damas da Regência em um vestido da corte poderiam quase ser confundidas por suas antepassadas do século XVIII, com saias rodadas e com cauda e uma única pluma em suas tiaras. O estilo da corte inglesa não mudou oficialmente até depois da morte do rei George IV.
Algumas pessoas gostam de fixar roupas da Regência em apenas duas categorias: "trajes para casa" e "trajes sociais". Nesse arranjo, “trajes para casa” incluiriam todos os vestidos usados durante o dia. E "trajes sociais" abrangeriam todos os vestidos de noite e para a Corte. O ponto de partida foi que uma dama, jovem ou idosa, precisaria de uma variedade de vestidos para ser ativa na sociedade. Em uma pequena cidade, como Longbourne onde os Bennets viveram, as categorias de vestidos poderiam sobrepor-se mais do que seria, digamos, necessário para uma debutante da alta sociedade em Londres. No entanto, havia uma variedade de roupas dentro de cada categoria. E se as famílias tivessem mais de uma filha, provavelmente enfrentariam um desafio financeiro. (A propósito, as roupas masculinas eram muito caras, mas isso é para outro artigo!)
Para tornar as coisas mais difíceis, alguns catálogos de moda foram tão longe como diferenciar entre uma categoria, de modo que um determinado estilo de vestido de noite, por exemplo, era apropriado apenas para ópera. Outro estilo do vestido foi o melhor apenas para uma esfera. Fale sobre confusão!
Em teoria, você estava com um “trajes para casa” de manhã, “trajes de passeio” de tarde, e “trajes sociais” para eventos chiques à noite. No entanto, de acordo com Georgian Index, um recurso online maravilhoso para os fãs da Regência, vestidos para jantar e para a ópera se enquadram na categoria “trajes de passeio”, e somente vestidos para as tardes, bailes e Corte passou como “trajes sociais”. Você ainda está boiando?
Ah, tantos vestidos, tão pouco tempo! Não admira que a tão importante temporada da Regência incluísse uma variedade de entretenimentos e atividades de fazer a cabeça girar! Uma dama certamente faria uso de seus vestidos, de todas as categorias. A exceção era o vestido da Corte, para a qual somente aqueles que haviam sido introduzidos aos soberanos em uma apresentação formal usariam, ou se participassem de funções reais da Corte.
Apesar da familiaridade de espectadores do cinema moderno com o estilo regencial inglês, foi a corte francesa que influenciou a moda regencial inglesa. Josephine, a bela esposa de Napoleão, começou usando uma “nova” tendência, apelidada de “estilo imperial” em honra ao império de Napoleão!

25 de out. de 2010

Jane Austen não sabia escrever? Uma notícia chocante (ou não)

Já comentei aqui que sigo o Jane Austen Sociedade do Brasil, da Adriana. Então hoje, enquanto apagava e lia meus emails, vi a notícia da newsletter do site: Jane Austen não sabia escrever?
O que significava isso? Fui direto no post e a história é a seguinte:
Saiu na mídia mundial e brasileira a notícia de que Jane Austen era péssima em ortografia. A Adriana até disponibilizou os links de alguns sites:
Escritora Jane Austen era péssima em ortografia", diz especialista de Oxford
Jane Austen era péssima em ortografia
Escritora Jane Austen era péssima em ortografia

Essa notícia diz basicamente que, segundo Kathryn Sutherland, professora da Universidade de Oxford, a escritora desconhecia as regras gramaticais e ortográficas e que por isso suas obras eram reescritas por um revisor. Para afirmar isso, a notícia cita a pesquisa realizada por Kathryn (baseada no estudo de alguns manuscritos não publicados).

O fato é que a notícia divulgada internacionalmente desqualifica tanto Austen quanto o estudo de Kathryn. Não é por menos que o comentário da Adriana pareça agressivo. Vic Sanborn também se irritou. Estão certas, as duas.
Todo mundo sabe que a mídia informa mas também difama. Não vejo motivo pra causar tanta "sensação" essa notícia. Coisa de quem não tem o que fazer, realmente! Deixem Jane Austen e suas obras em paz! Parem de difamar autores de trabalhos acadêmicos por aí e se ocupem de notícias verídicas, e quando se dispuserem a falar de algum assunto que envolva mais de 50 anos anteriores, jornalistas, façam uma pesquisa que preste ao invés de sair espalhando qualquer coisa!

13 de jun. de 2010

Orgulho e Preconceito na Carta Capital

Achei duas notas sobre a adaptação de Orgulho e Preconceito de 2005 na revista Carta Capital.
A primeira é de 15 de fevereiro de 2006.


A outra é de 18 de julho de 2007.

13 de fev. de 2010

O Feminismo em Jane Austen

Faz um tempinho, a Elaine do Jane Austen Sociedade do Brasil postou o artigo O Feminismo em A Abadia de Northanger de Austen lá no blog. O artigo foi indicado pela Adriana e postado em inglês no periódico inglês Artifacts. A tradução foi feita pela Elaine.
Resolvi postar isso porque feminismo é um assunto que me interessa bastante, seja de que forma for abordado. É mais interessante ainda nesse caso porque se refere a uma obra de Austen que eu já li, mas não consegui captar muito bem o espírito da história. Eu também li um pouco dessa obra da Mary Wollstonecraft quando estava na pesquisa por fontes para o meu tcc. Enfim, aí está.

O Feminismo em A Abadia de Northanger de Austen

Em Uma Defesa dos Direitos da Mulher, Mary Wollstonecraft responde à obra O Legado de Um Pai Para Suas Filhas, do Dr. John Gregory, onde é discutida a sua visão sobre o comportamento adequado que uma mulher deve apresentar. As ideias de Wollstonecraft ecoam na visão de Austen de que as mulheres são indivíduos com capacidades intelectuais e criativas iguais as dos homens. Tanto em A Abadia de Northanger como em Uma Defesa dos Direitos da Mulher, as duas autoras questionam costumes sociais convencionais e afirmam que as mulheres devem agir racionalmente por elas mesmas, em vez de tentar simplesmente agradar ao sexo oposto.
O romance A Abadia de Northanger de Austen não é explicitamente descrito como feminista, mas ao retratar Catherine, Austen questiona o tipo feminino ideal na literatura. A individualidade de Catherine manifesta-se na primeira página do romance, onde Austen descreve a personagem principal como sendo tudo, menos uma heroína. “Catherine gostava de todas as brincadeiras de meninos, e tinha grande preferência pelo cricket... aos prazeres mais heróicos da infância, como cuidar de um arganaz, alimentar um canário, ou regar flores” (Austen 5). A extraordinária consciência de si que o romance possui fica patente na sátira que faz das banalidades da literatura gótica convencional, enfatizando que Catherine não é uma típica heroína e que Austen rejeita o conformismo feminino. Embora Catherine pareça muito diferente das outras heroínas de Austen por não ser especialmente inteligente, ela demonstra ter um bom discernimento em vários momentos do romance. Por não gostar de John Thorpe, Catherine mostra que pode pensar por si mesma e que não irá sucumbir às pressões sociais para se unir a ele. Catherine também acredita que casar por dinheiro é uma prática revoltante. Por ser tão comum em sua época, tal atitude também mostra que Catherine tem capacidade de formar as suas próprias opiniões, rejeitando as convenções aristocráticas por acreditar estarem erradas. Esta habilidade revela-se por si mesma quando Catherine recusa-se a entrar na mesma carruagem de Thorpe e seu irmão. Ela não permite ser manipulada e mostra verdadeiras características de uma heroína ao afirmar “se eu não pude ser persuadida a fazer o que considerava errado, eu nunca serei levada a fazê-lo” (Austen 68). Ao retratar Catherine como uma personagem não-convencional, Austen rejeita os costumes sociais convencionais para as mulheres e tenta modificá-los através de seus escritos.
A mensagem imprescindível em defesa da racionalidade das mulheres torna-se evidente em A Abadia de Northanger através da sátira do louvor à estupidez feminina. A voz do narrador serve como plataforma onde Austen pode apresentar o seu ponto de vista. Embora o narrador pareça concordar com a visão de outros autores de que as mulheres devem esconder a sua inteligência, as afirmações no romance significam exatamente o oposto de suas palavras. A famosa citação “uma mulher, especialmente se ela tem o infortúnio de saber alguma coisa, deve esconder o que sabe o quanto puder” (Austen 76) é evidente que não reflete o que Austen realmente pensava. Ao dizer coisas como estas, Austen zomba de outros autores que realmente acreditavam em tais bobagens. A escritora diretamente mostra isso quando afirma “as vantagens da tolice natural em uma bela garota já foram mostradas pela importante pena de uma autora” (Austen 76). Austen diminui os conselhos que as mulheres recebiam de homens como o Dr. John Gregory e afirma que as mulheres deveriam usar seus cérebros. Além disso, ao retratar a senhora Allen como uma mulher materialista e estúpida, Austen só faz ridicularizar mais ainda esse tipo de mulher. A senhora Allen é o perfeito retrato da esposa submissa e dependente que os homens aconselhavam as mulheres a se tornarem. A sua “mente vazia e a incapacidade para pensar” (Austen 40) permite que ela interaja com o sexo oposto com a habilidade “de administrar a vaidade dos outros” (Austen 76). Homens como Henry Tilney deleitavam-se com a ignorância porque permitia a eles que mostrassem seus conhecimentos ensinando às mulheres ingênuas. A visão de Austen sobre as capacidades intelectuais das mulheres em A Abadia de Northanger são ainda enfatizadas por Mary Wollstonecraft em Uma Defesa dos Direitos da Mulher.
Pelo fato do texto de Mary Wollstonecraft não ser em forma de romance como o de Austen, ela tem o poder de dizer exatamente o que pensa em resposta à obra de Gregory, O Legado de Um Pai Para Suas Filhas. Fazendo uso de sua própria voz e não a de um narrador, Wollstonecraft reprova o conselho de Gregory de que as mulheres deveriam ser “cautelosas ao demonstrarem... bom senso” (Gregory 221). Como Austen, Wollstonecraft acredita nas capacidades intelectuais das mulheres para pensar, assim como no seu direito de exercê-las. Ela também rejeita muitas convenções aristocráticas que privam as mulheres de agirem como elas gostam, tais como “o decoro serve para suplantar a natureza e banir toda simplicidade e variedade de caráter que não fizerem parte do mundo feminino”. Sem dúvida, o argumento mais convincente de Wollstonecraft que coincide com o d’A Abadia de Northanger é o de que a mulher não deveria fazer todas as vontades fúteis dos homens. Gregory afirma que certos homens talvez “vejam com olhos ciumentos e malignos uma mulher com muitos talentos e uma inteligência desenvolvida” (Gregory 221), no entanto, “um homem com um verdadeiro caráter e integridade é muito superior a essas baixezas” (Gregory 221). Wollstonecraft argumenta que se homens sem reais qualidades comportam-se dessa maneira, não há razão para as mulheres não demonstrarem seus dotes intelectuais diante de “tolos, ou homens... que não têm muito do que reclamar” (Wollstonecraft 224). Em vez de sempre tentar agradar aos homens, as mulheres devem falar e agir como desejarem, e um homem digno não deixará de amá-las pelo simples fato de pensarem. As ideias de Wollstonecraft ecoam na visão de Austen de que as mulheres não precisam constantemente agir de maneira diferente para cada tipo de pessoa, “isso seria bom se elas fossem somente companhias agradáveis ou razoáveis” (Wollstonecraft 225).
Tanto Wollstonecraft como Austen sustentavam pontos de vista incomuns para mulheres de sua época. Para elas, o comportamento apropriado para uma mulher parecia ilógico e exaustivo. Ambas argumentavam a favor das capacidades racionais das mulheres e acreditavam fortemente que elas tinham o direito de exercê-las. Austen usa em A Abadia de Northanger técnicas literárias, como caracterização e ponto de vista com o intuito de enfatizar suas ideias, enquanto que Wollstonecraft usa a sua própria voz. A despeito dos meios que as duas autoras utilizam para demonstrar suas opiniões, ambas opõem fortemente o conformismo feminino às normas sociais e acreditam que as mulheres são iguais aos homens em suas capacidades intelectivas.

Obras citadas:
Austen, Jane. Northanger Abbey. Ed. Susan Fraiman. New York: W.W. Norton & Company, 2004. 5-174.
Gregory, Dr. John. “From A Father’s Legacy to His Daughters.” Northanger Abbey. Ed. Susan Fraiman. New York: W.W. Norton & Company, 2004. 220-222.
Wollstonecraft, Mary. “From A Vindication of the Rights of Woman.” Northanger Abbey. Ed. Susan Fraiman. New York: W.W. Norton & Company, 2004. 222-225.