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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Uma blogger às cegas

No meio da confusão gerada pelos p-fólios do segundo semestre e outras confusões que não são agora para aqui chamadas, visitei a Yoani Sanchez no seu movimentado blog que já tinha referido aqui e aqui.

Porque o blog é censurado em Cuba aqui vai o texto original e a tradução possível.

01 07 2008
Red ciudadana
Escrito por: Yoani Sanchez en Generación Y



«Lo que comenzó como un impulso individual, se está convirtiendo en una plaza de encuentro para la discusión y el debate. Generación Y ha logrado involucrar a un montón de personas en todas partes del mundo que me ayudan con la actualización, las traducciones y la difusión de los textos. La colaboración principal ha sido para colgar los posts, pues desde la última semana de marzo no he podido acceder al sitio en los cibercafé públicos ni en los hoteles. De manera que envío mis textos por email, algunos amigos los publican y me mandan -también por correo electrónico- los comentarios que dejan los lectores. Soy una blogger a ciegas, una cibernauta con una balsa que hace aguas y que logra flotar gracias al apoyo de una espontánea red ciudadana.

Todo el portal http://www.desdecuba.com/ sigue bloqueado en los servidores de locales públicos. He ido haciendo una copia de los mensajes de error que muestran los navegadores cuando intento acceder y aquí les dejo una muestra. También sé que el apagón no es total. Amigos que tienen internet en sus centros de trabajo pueden visitar el sitio, pero eso me sirve de poco, pues a esos lugares soy yo la que no puedo entrar.

No obstante, tengo los mismos deseos de escribir en esta bitácora que cuando empecé. Ahora con más testarudez, pues no hay nada que me resulte más atractivo que aquello que se me impide hacer. Para saltar las dificultades de la conectividad y llegar a los lectores dentro de la Isla, otros amigos han creado un minidisk con el contenido del Blog, que distribuyen gratuitamente. A todos quiero agradecerles el apoyo, los remos y el viento que me permite mantener el rumbo.»

«O que começou como um impulso individual, está a tornar-se num local de encontro para discussão e debate. O Geração Y conseguiu envolver um grande número de pessoas em todas as partes do mundo que me ajudam com a actualização, as traduções e a divulgação dos textos. A principal colaboração tem sido para colocar os posts, pois desde a última semana de Março não tenho podido aceder ao site nos cibercafés públicos ou nos hotéis. De maneira que envio os meus textos por e-mail, alguns amigos publicam-nos e mandam-me - também por correio electrónico - os comentários que os leitores deixam. Sou uma blogger às cegas, uma cibernauta com uma jangada que mete água e que consegue flutuar graças ao apoio de uma rede espontânea de cidadãos.

Todos o portal http://www.desdecuba.com continua bloqueado nos servidores dos locais públicos. Tenho vindo a fazer uma cópia das mensagens de erro que os navegadores mostram quando tento aceder e aqui lhes deixo uma amostra. Também sei que o apagão não é total. Amigos que têm Internet nos seus locais de trabalho pode visitar o site, mas isso serve-me de pouco, pois nesses lugares sou eu quem não pode entrar.

No entanto, tenho a mesma vontade de escrever neste blog que quando comecei. Agora com mais teimosia, porque não há nada que resulte mais atractivo para mim que aquilo que se me impede de fazer. Para ultrapassar as dificuldades de conectividade e chegar aos leitores dentro da Ilha, outros amigos criaram um minidisco com o conteúdo do blog, que distribuem gratuitamente. A todos quero agradecer o apoio, os remos e o vento que me permitem manter o rumo.»


Não tem de quê, ajudar é sempre um prazer.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Falta de pelo



Deixá-los comentar à vontade . . . isso é falta de pelo.


sábado, 7 de junho de 2008

Os moradores que skodam

depois de ter lido este post Praça das Flores, no Arrastão, recebi isto:

«Pediram-me que divulgasse esta mensagem:

olá,

A Câmara Municipal de Lisboa e os seus vereadores marco perestrello e josé sá fernandes acharam por bem alugar a Praça das Flores, durante 17 dias, a uma marca de automóveis, a Skoda. Durante estes 17 dias, a Skoda realizará várias festas nocturnas de lançamento internacional de um seu novo modelo automóvel, ocupando ininterruptamente a praça.

As pessoas - transeuntes, população do bairro, turistas - não poderão ter acesso à praça entre as 17h e a 01h, período durante o qual decorre a festa privada da Skoda. Uma parte de estrada está vedada e o jardim está todo ele vedado, com gradeamento disfarçado de arbustos. Existem uns seguranças privados à 'porta' (?!?) do jardim e muita polícia.

Existiram já confrontos entre a polícias e os habitantes, com dois destes a serem levados para a esquadra. As festas sucessivas fazem barulho sucessivo, noite após noite. O comércio local (excepto os restaurantes e cafés mais finos que estão instalados na praça e que estão abertos apenas para os convidados-skoda) está a ser prejudicado, segundo os próprios. MAS, mais importante, há um sentimento de revolta pela privatização do espaço público que está em curso (ou, como dizia um vizinho, 'quem tem o pilim é quem manda aqui nos joaquim'). Os moradores e os comerciantes, entre a revolta e o conformismo, estão a pensar organizar algumas coisas de que darei conta assim que tiver mais informação.

Entretanto, peço-vos que divulguem esta situação.

um abraço

xxx

ps - o meu interesse nisto é triplo: como eleitor e apoiante do sá fernandes, tenho algum peso acumulado na consciência face a tudo isto; sou morador, embora o barulho não chegue à minha rua; e, por fim, tenho um preconceito ideológico que me leva a achar que os espaços públicos devem ser comunizados em vez de serem privatizados.
»

Eu divulgo e digo mais . . . sempre achei indecente a privatização do espaço público e nem sei o que faria se isto viesse a acontecer no Jardim da Estrela . . . segurem-me!

Para além disso, depois de ler este post na Gente de Lisboa, página oficial da candidatura de Sá Fernandes, sinto-me também ludibriada (pelo que omite).

«O jardim da Praça das Flores, na freguesia das Mercês vai ser totalmente requalificado, estando os trabalhos de recuperação do espaço já em curso desde a passada semana. (...) Os trabalhos de requalificação deste espaço estarão concluídos na primeira semana do mês de Junho.A recuperação total desta praça lisboeta tão característica e a sua devolução a todos os munícipes e visitantes, com as devidas condições, em termos de lazer e vivência social, faz parte do conjunto de intervenções urgentes contempladas pelo Vereador do Pelouro do Ambiente e Espaços Verdes, José Sá Fernandes, a ter lugar na freguesia das Mercês, que integram o plano de mais de 200 acções a ter lugar nas 53 juntas de freguesia da cidade até 2009, apresentado na CML no passado dia 19 de Maio.»

E pergunto . . . será que as outras 200 acções previstas, vão também ter estes contornos?

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Desolação

Depois deste post e deste, a vida na machamba foi voltando à normalidade.
Num terreno de cerca de 2000 m2, composto por mais de uma dezena de machambas, machambeiras e sem-abrigo partilham o mesmo espaço com os corvos e as galinhas do Sr. António, em quase perfeita comunhão . . . não fôra o lixo.

Uma machambeira em particular despertou-me o interesse. Chegava de manhã cedo com um bebé de poucos meses, deitava-o no chão à sombra da única mandioqueira já árvore feita e ia machambar. De início fiquei apreensiva com a possibilidade de algum bicho africano fazer mal ao pobre rebento mas com o passar do tempo, habituei-me e fui acompanhando o desenvolvimento do bebé. Ouvi o primeiro palreio e observei-lhe as primeiras tentativas para levantar a cabeça, deitado de barriga para baixo . . .
Chegado o meio da manhã, chorava de fome ou de aborrecimento e a mãe, entrouxava-o nas costas, machambava mais um pouco e ia-se embora.

Também os sem-abrigo mantiveram as suas rotinas . . . e a compostura . . .

Hoje de manhã um barulho diferente levou-nos à varanda das traseiras, para descobrirmos um tractor a arrasar, sem apelo nem agravo, todo o verde, viçoso e por colher.
Nada se salvou (o Sr. António ainda conseguiu manter parte da sua machamba . . . por hoje) e por pouco não obrigavam o tractorista a varrer os sem-abrigo também (ele parou o tractor e aparentemente recusou-se a dirigir o tractor nessa direcção . . . se os querem expulsar, vão lá falar com eles). Penso que esse foi o único objectivo desta destruição gratuita. À falta de coragem para mandar embora os suspeitos dos assaltos que alegadamente tem acontecido nas nossas barbas, sem que disso tenhamos dado conta, arrasa-se com tudo.

Em poucas horas, os responsáveis pelo terreno, conseguiram destruir o que mais de uma dezena de famílias levou anos a criar para seu sustento.
As traseiras são hoje a imagem da desolação. O lixo, triturado e espalhado pelo campo nu, é agora a única coisa que cresce por ali.

Confissão de Yoani

Tradução (dentro das minhas possibilidades) de um post de Yoani, autora do blog "Geração Y", que referi neste post.

«Denúncia - alegação - confissão

Avisam-me que em cima da mesa de um qualquer gabinete descansa o “meu caso”. Um dossier completo de provas de infracções cometidas, um volumoso processo de ilegalidades que se acumulou nestes anos. Os vizinhos sugerem-me que me disfarce com óculos escuros e desligue o telefone quando quiser falar de algo privado. Pouco, muito pouco - esclarecem-me - pode já ser feito, para que não me toquem à porta uma manhã bem cedo.

Até lá, quero assinalar que não guardo armas debaixo da cama. No entanto, cometi um delito sistemático execrável: Acreditei-me livre. Tão-pouco tenho um plano concreto para mudar as coisas, mas em mim, a queixa substituiu o triunfalismo e isso é – definitivamente - punível. Jamais pude dar uma bofetada a alguém, não obstante neguei-me a aceitar o sistemático esbofeteamento ao meu “eu cívico”. Este último é condenável no mais elevado grau. Para além disso, e apesar de não ter furtado nada alheio, quis “roubar” – em repetidas ocasiões - o que acreditava pertencer-me: uma ilha, seus sonhos, seus legados.

Mas não se fiem; não sou de todo inocente. Tenho em minha posse um montão de coisas: compradas sistematicamente no mercado negro, comentei em voz baixa – e em termos críticos – sobre quem nos governa, pus alcunhas aos políticos e comunguei do pessimismo. Para cumulo, cometi a abominável infracção de acreditar num futuro sem “eles” e numa versão da história diferente da que me ensinaram. Repeti os slogans sem convicção, lavei os trapos sujos à vista de todos e - magna transgressão – uni frases e juntei palavras sem permissão.

Eu declaro – e assumo o castigo que me calhe - que não fui capaz de sobreviver e cumprir todas as leis, ao mesmo tempo.»

Se alguém quiser fazer correcções à tradução, esteja à vontade, eu agradeço.

sábado, 3 de maio de 2008

Só 900 ??? Cadê os outros???

Eu só não entendo o seguinte, se só há 900 e tal (contando com alguns em Coimbra) consumidores em Portugal, que defendem a legalização do consumo e cultivo da cannabis (haverá mais uns tantos que não se importam de comprar), como é que isto se tornou num negócio tão rentável.

«Mais de 600 pessoas marcharam hoje em Lisboa, acompanhados pelo som do reggae e em ambiente de festa na Marcha Global da Marijuana, com o objectivo de pedir a legalização das drogas leves.
(...)
A Marcha Global da Marijuana 2008 (já vai na terceira edição) decorre hoje em 232 cidades do mundo, entre elas Lisboa, Porto e Coimbra, com o objectivo de pedir a regulamentação, legalização e consequente descriminalização do consumo das drogas leves.» (Público)

Marcha pela marijuana reuniu 300 pessoas no Porto (RTP)

«O pulmão da terra» pelas ruas do Porto (IOL Diário)

Presidente do IDT reconhece benefícios da canabbis (IOL Diário)

«Os nossos objectivos
• A legalização e regulamentação da canábis para todas as suas utilizações.
• A descriminalização total do consumo de Canábis por adultos, regulamentando modos de obtenção como o cultivo para consumo próprio ou a compra em estabelecimentos ou outros organismos autorizados e regulados.
• Encorajar o estudo e a pesquisa, públicos ou privados, das muitas utilizações benéficas da planta Cannabis Sativa L para o seu uso industrial, social, recreativo e medicinal.»
(2+2=5)

É hoje! É hoje!

A Marcha Global da Marijuana é uma iniciativa internacional, pacífica, que tem lugar em várias cidades do planeta em simultâneo, sempre no primeiro sábado do mês de Maio.

«Em Portugal o consumo da canábis foi descriminalizado em 2001. No entanto, a perseguição policial aos consumidores mantém-se e o risco de se ser tomado por traficante é demasiado grande ...
(...)
De salientar que esta lei explicita que é “sem consequências jurídicas”, o que significa aquele que tenha até àquela quantidade não será considerado um criminoso, mas poderá ser penalizado com uma contra-ordenação (multa) e poderá ter de se submeter a tratamento psicológico se o juiz de turno assim o entender.
(...)
a maior parte dos consumidores preferem comprar mais de cada vez para não ter de estar sempre a recorrer aos “dealers”, com os riscos que isso supõe não só em termos de segurança, mas pela possibilidade de ser induzido a comprar drogas verdadeiramente perniciosas.
(...)
A proibição de cultivar esta planta obriga os consumidores a alimentar actividades criminosas.»
(MGM)

«A Comissão Organizadora da Marcha Global da Marijuana em Lisboa (COM.MARIA) (...) quer a "legalização da cannabis e das suas utilizações", bem como regulamentar "modos de obtenção da cannabis" e "encorajar o estudo e a pesquisa das muitas utilizações benéficas da planta Cannabis Sativa L.".
(...)
Na opinião de Nuno Pombeiro, "a proibição não trouxe vantagens nenhumas, há mais consumo, mais tráfico e mais dinheiro envolvido, e também mais apreensões".
Questionado pelos jornalistas acerca das consequências do consumo da cannabis, Nuno Pombeiro admitiu que "não é inócuo", mas tal como não o é o consumo de qualquer substância se for em excesso, até o sal ou o doce, mas "tudo depende do seu uso, por isso é importante informar as pessoas".»

(RTP)

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Argoladas

Ora! Fui eu desafiada pelo Antropocoiso a dizer 6 coisas que não me importo de fazer ou de ter. Como as regras já têm vindo a ser subvertidas na sua demarcação “ter e fazer”, quem sou eu para quebrar correntes. Passo a bola a quem, muito melhor do que eu, saberá repor ordem na tasca.

Regras:
- Dizer 6 coisas que não se importe de fazer ou de ter.
- Colocar o link da pessoa que o "mimou".
- Colocar as regras no blog.
- Desafiar 6 pessoas, deixando um comentário nos seus blogs.

Aqui vai:

Não me importo de fumar cannabis sativa, mas só se estiver sozinha ou em muito, mesmo muito boa companhia.

Não me importo de ter preterido uma carreira musical em nome de uma dignidade (que inevitavelmente arrasto pela lama) e de uma felicidade que tem os seus altos e baixos mas que é real.

Não me importo de não receber os créditos de muitas coisas que acontecem por iniciativa minha, eu cá sei.

Não me importo de ter decidido fazer um aborto pois se não o tivesse feito, a minha vida seria o oposto do que é agora e eu não teria a filha maravilhosa que tenho, com o homem que escolhi.

Não me importo que a minha filha se pareça com o pai porque afinal . . . é dele que eu gosto e eu, vejo-me no espelho todos os dias pela manhã.

Não me importo de ter tido uma adolescência inconfessável (enquanto tudo era possível e permitido) pois é graças a essa vivência que posso agora prosseguir sem a angústia de estar a perder alguma coisa.

E a corrente segue para o Rui Tavares, o Daniel Oliveira, o Manuel Correia, o Samuel, o JPT e (por último) uma completa desconhecida que encontrei através de uma pesquisa no google (blog marta de África), a Marta.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

segunda-feira, 14 de abril de 2008

domingo, 13 de abril de 2008

Os sem-abrigo da machamba

Quem me conhece bem sabe da minha atracção por causas perdidas. Ganhei juízo e já não as tento resgatar mas o magnetismo ainda existe.

Os sem-abrigo que a machamba acolheu já são aproximadamente sete. Nuns dias aparecem mais, noutros menos.
Montaram acampamento (sem tenda, que um sem abrigo que se preze dorme ao relento e também não é conveniente despertar curiosidades) ali, a quinhentos metros da varanda onde tomo o café, fumo, lavo a roupa e lhes observo as rotinas, tão semelhantes às já conhecidas em trabalho de campo informal de outras andanças.
É o ponto de encontro onde, sentados no chão, convivem, descansam, acendem fogueiras (para cozinhar ou para aquecer), tomam banho nuzinhos como vieram ao mundo. Não consegui foi ver de onde vem a água pois nunca a vi chegar.
Sacos trazem eles muitos, de lixo. O lixo da machamba, que já tem três frentes, é lixo de professores, nada com interesse. Andam ao lixo de noite, no centro da cidade e pela manhã trazem-no fresquinho, espalhando-o para o escolher.
Chateia-me mais lixo na machamba, mas espalharem-no, não me incomoda tanto quanto ver pessoas formadas (ou as respectivas empregadas que vai dar no mesmo), com família, casa e emprego assegurados, a fazerem-no.

Agora está lá só um. Aos domingos costumam ser menos, ficam só os desamparados . . . sem-abrigo e sem família . . .
. . . uma trovoada destas, chove que Deus manda e o pobre, debaixo de um plástico no meio da machamba.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Azagaia

Já tinha ouvido alguns zuns zuns e hoje leio a notícia: "Savana" desta semana: "PGR intima Azagaia"

Ninguém parece saber porque será . . . ou colocando a coisa de outro modo, todos parecem desconfiar

. . . será por isto: Povo no poder

. . . por isto: Azagaia - As Mentiras da Verdade

. . . ou por isto: Obrigado Pai Natal

Azagaia-Obrigado Pai Natal

I
2007 começou no meio de chuva e champagne
Ninguém previa que ainda vinha muito chumbo e sangue
Tavamos todos a ressacar, babalaze de fim de ano
Povo dança pa não chorar, parece filme indiano

Janeiro:
Começa com a Soico e os tribunais
"Bens penhorados devolvidos", lia-se em todos os jornais
E recebiamos a polémica visita oriental
O presidente da China senhor Hu Jintao
E é claro que rubricámos varios acordos pragmáticos
Uma Barragem no Zambeze, e a construção do novo estádio
E a China é generosa...só quer madeira em troca
E desfloresta a nossa mata, com nossa mão-de-obra
Barata, e não se boicota como na Zâmbia
Deixa o povo só falar enquanto o nosso negócio anda
Cahora Bassa abre comportas inunda o vale do Zambeze
Deixa famílias ao relento ,em Fevereiro isto acontece
Enquanto isso Ciclone Flavio faz mais outros reféns
E as ajudas são benvindas, em dinheiro ou em bens
As calamidades não descansam põem a prova o nosso povo
É tanta ajuda p'ra gerir põe a prova o nosso bolso

Março:
Dia 22, quinta feira
O nosso paiol explodia, eram estrondos e poeira
Terror em Laulane, Bagamoyo, e Malhazine
De Jardim a Hulene, Aeroporto e Magoanine

CORO:
Pelos casos que abafamos
Pelos carros que importamos
O salário que ganhamos
Obrigado Pai natal
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.

Pelo povo que roubamos
Pelos danos que causamos
E no fim não pagamos
Obrigado Pai Natal

De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.

II
O povo...Pede a cabeça do ministro
Ali em frente a assembleia,
Nunca vi nada igual isto
Mas a policia teve e lá
E prendeu os manifestantes
Repôs a paz, lei e ordem...
No seio dos governantes
Inquéritos não deram em nada
Mais um acidente natural
Causado pelo calor, só despesas de funeral
Se não há provas não há crime
Quase mil entre mortos e feridos
É o balanço do Paiol de Malhazine.

Abril:
A policia fuzilava a luz da lua
Lá no bairro costa de sol
Que não brilhava aquela altura
O PGR, rendia-se a famosa velha luta
Contra o Crime Organizado
Na Assembleia da República
(he) Quis pescar com rede fina peixe graúdo
Ninguém foi as audiências,
Nunca se viu tamanho insulto

Maio:
Mais um Shopping Center em Maputo
É a pobreza absoluta combatida com o luxo
E o Ministério da Agricultura queimava os seus arquivos
Mais um curto circuito, não há provas nem arguidos
Lá se foi a base de dados da PROAGRI
Junho, Julho, Agosto, o pais só arde
Boas Vindas dadas ao velho Juiz Paulino
O novo Procurador Geral, tirou 7 do caminho
É bom que ele venha devagarinho
Porque a coisa tá quente no País do Foguinho.

CORO:
Pelos casos que abafamos
Pelos carros que importamos
O salário que ganhamos
Obrigado Pai natal

De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.

Pelo povo que roubamos
Pelos danos que causamos
E no fim não pagamos
Obrigado Pai Natal

De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.

III
"Agora matam-se entre eles
Traição na corporação"
Parece que o tal do Azagaia tinha razão.
Agostinho Chaúque
O homem que deu cabo da saúde
De policias implacáveis ao crime Chaúque
Não perde de tempo com fraudes
Este homem assalta bancos
Afoga Mambas no Rio,
Só em polícias foram tantos
E o deixa-andar não deixou de mais uma vez ganhar um prémio
Mo-Ibraim, parabéns camarada voce é um génio
Excelente governação,
O presidente sem governo
Agora acredito que existe
O paraíso eterno.

Novembro:
Sentimos todos no calor de Tete
O PR emocionar-se com a sua jogada de mestre
É que a divida que ainda é dívida já não é dívida pra o povo
E não importa quem duvida, se quem duvida não é o povo
E é segredo bem guardado nos negócios do Estado
Esse enredo de empossarmos... o que pedimos emprestado
Com ajuda desse Banco muito bem selecionado
"Cabora Bassa já é nossa", cada um tira o seu bocado.

CORO 2X:
Pelos casos que abafamos
Pelos carros que importamos
O salário que ganhamos
Obrigado Pai natal

De nada, filho
De nada, filho
De nada, filho
De nada, filho

Pelo povo que roubamos
Pelos danos que causamos
E no fim não pagamos
Obrigado Pai Natal
De nada, filho
De nada, filho
De nada, filho
De nada, filho

Música: Obrigado Pai Natal
Artista: Azagaia
Label: Cotonete Records

(este post esteve algum tempo por outras paragens . . . é que . . . como eu sou mãe de família . . . convém algum resguardo . . . agora, que o Azagaia já foi ouvido e muito bem resguardado também, diga-se de passagem e o calor do momento já passou, o post pode regressar ao blog de origem.)

terça-feira, 8 de abril de 2008

Eleições no Zimbabwe

O autor do blog . sugere "Siga as eleições pelos mapas da Google"
No primeiro link não consegui nada mas no seguinte, Sokwanele - Zvakwana - Enough is Enough, pode ler-se também o relato de uma testemunha, (em inglês) An eyewitness account of elections in Zimbabwe.

quarta-feira, 26 de março de 2008

A imbecilidade é mesmo coisa universal

Tenho um anónimo racista de estimação.
Eu não o estimo. De todo. Pelo contrário, sinto asco, mas ele não me larga com as tiradas de imbecil militante.

Até teria piada se não fosse triste.
Eu pago, através do meu governo, que está na penúria e que por isso mesmo me cobra impostos altíssimos, ajudas monetárias a Moçambique.
Esta foi a última: Na Ilha de Moçambique : Portugal doa 700 mil USD

Venho para cá viver uns meses, introduzir divisas no país à custa de dinheiro português, e mesmo assim há imbecis que me mandam para o meu país como se eu estivesse a roubar-lhes alguma coisa. E mesmo que fosse emigrante . . .

Faz-me lembrar aqueles portugueses, que eu sempre detestei e combati, que em Portugal mandavam os africanos, depois os brasileiros e agora as ucranianos para a terra deles.
A imbecilidade é mesmo uma coisa universal.