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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Mais um Carnaval na "Casa de Vó"

Voltamos! E desta feita, para falar novamente no relevante convívio entre pessoas da família, que, por motivo dos compromissos rotineiros de trabalho e outros mais, acaba vencendo dias e mais dias sem contato. Estamos curtindo mais um carnaval, na Casa de Vó, Luiza e Edson, na cidade praiana do Nordeste do Brasil. A casa acolheu muitos irmãos, cunhados, sobrinhos e netos para comemorar o carnaval, na mais perfeita folia, na intimidade e na espontaneidade que este convívio traz. Sem falar na riqueza dos costumes familiares, que são passados, naturalmente, para as outras gerações, e que se constituem, logicamente, na história que deve ser passada de pais para filhos. Temos, inclusive um novo membro este ano: Maria Eduarda, 7 meses, que vivencia pela primeira vez a festa mais animada, colorida e alegre que a família costuma comemorar intensamente, graças à casa de praia, numa cidade movimentada nesta data. Dorme-se, degusta-se sabores diferentes e brinca-se muito. As fotos demonstram este clima de felicidade. São do 1º dia de carnaval. É de fazer inveja, não?

Lygia Prudente

sábado, 11 de abril de 2009

Casa de "Vó" (3)

Simone, o "Judas" e eu.


Nada mais gostoso do que lembranças, evidentemente, boas lembranças. E elas, geralmente, estão no convívio da família. É tão rica a vivência que trazemos no nosso amadurecimento, recheada de fatos e acontecimentos que nos remetem ao passado com a sensação de paz, de deleite, de colo de mãe. Já tivemos oportunidade de falar do Natal em família, do carnaval também. Agora, os feriados da Semana Santa nos remetem, novamente, a esse convívio alegre, quando partilhávamos, ainda, da presença de filhos, irmãos, hoje distantes geograficamente, rasgando o nosso coração de saudade, consolados pela certeza da felicidade que, assim mesmo, permeia as suas vidas. Afinal, filhos são criados para o mundo. Pois é. Mas, em anos atrás, tal qual no carnaval, aproveitávamos os feriados da Páscoa para passarmos, todos juntos, em Pirambu ( uma praia no litoral norte do Estado de Sergipe), na casa de Luiza e Edson, mais uma vez citados como anfitriões. Eu e Armando, os filhos Guilherme e Simone, sobrinhos, naturalmente, Luiza e Edson, mães de Luiza e Armando e de Edson, filhos, genros e noras e amigos dos jovens que, pela ligação afetiva, eram considerados sobrinhos também. Hoje, já pais e mães, ainda me chamam de “tia” Lygia. E em um destes feriados da Páscoa, resolvemos queimar um “Judas”, conforme manda a tradição do Sábado de Aleluia, ainda fortemente respeitada no nosso Nordeste. Abrindo um parêntese: dentre os antigos ritos pagãos, a QUEIMA DO JUDAS é o mais popularmente conhecido. Acontece no sábado anterior ao domingo de páscoa, parecendo evocar a traição de Judas Escariote a Jesus Cristo, como a Bíblia nos fala. A celebração segue o rumo que vai da leitura de um “testamento” à encenação de uma condenação, cuja forma de execução, apesar do seu aspecto lúdico não exige o rigor da autenticidade, uma vez que o boneco é amarrado e queimado com fogo pirotécnico e, na narração bíblica descreve um enforcamento. O boneco a ser executado representa, sempre, alguém a quem se procura visar com a crítica social, não passando de uma mera brincadeira inofensiva. Fecha o parêntese. A movimentação que essa decisão em grupo causava, deixava no ar uma excitação geral, nos preparativos: procuravam roupas velhas, em desuso; o capim ou jornal para o enchimento; encarregavam-se de batizar o “Judas”, e finalmente, preparavam-se para escrever o testamento – a parte mais engraçada e esperada da festança. Como a família era grande, porque, além dos que estavam na casa de Luiza e Edson, outros estavam também em Pirambu, na casa de Selminha, prima de Armando e Luiza. Cerca de quarenta pessoas. Eu, particularmente, adorava toda essa movimentação. Era do meu temperamento e também, sempre me dei bem com jovens, afinal, sou professora e essa profissão não concede o luxo de trabalhar acomodada. E olhe que, tive oportunidade de lidar com jovens em momentos conturbados, difíceis, quando da minha gestão na direção de escolas, mas, sempre nos demos bem, contornando as divergências de opiniões, evidentemente construtivas, com esclarecimentos colocados de forma bastante transparente, o que me possibilitava ganhos, pela confiabilidade que isso trazia. Mas, enfim, como eu sempre gostei de escrever, o testamento do"Judas" sempre parava nas minhas mãos e com isso, a responsabilidade de ser engraçada e dizer as coisas certas para as pessoas certas. Que legal! Logicamente, eu precisava contar com a ajuda da meninada, porque detalhes de cada um eram importantes para a coerência das mensagens. E começava sempre assim: “para fulano, que não tenho o que deixar, deixo isso e aquilo para ele se arrumar....” . E a festança adentrava pela madrugada, onde se bebia para comemorar e comia também. Saudades! Só mesmo em Casa de “Vó”.

Abaixo, um vídeo que mostra a queima de um "judas" qualquer, para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de vivenciar esta tradição.


Lygia Prudente

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Casa de "Vó" (2)


Falamos da importância do contato, mesmo que esporádico, com todos que integram a nossa família, quando aproveitamos o período natalino e relatamos as lembranças inesquecíveis enraizadas nos nossos corações, do Natal da Casa de “Vó”. Percebemos que esse sentimento de saudade é universal, pela acolhida que teve aquele depoimento e pelos comentários entusiasmados despertados pelas lembranças pessoais. Por isso mesmo, e aproveitando o Carnaval, voltamos à Casa de “Vó”. Eu, Armando e nossos dois filhos, Simone e Guilherme, passávamos o Carnaval na casa de Edson e Luiza, cunhado e irmã de Armando, em Pirambu. Lá pelos idos de 1993, inauguramos a casa e daí em diante ela passou a ser o point dos feriados prolongados. Além dos proprietários serem simpáticos e acolhedores anfitriões, Pirambu é uma praia do litoral norte de Sergipe/Brasil, e, por si só, era atraente programação, principalmente para adolescentes. O Carnaval representava “lotação completa”, porque lembro bem, em um desses feriados, tivemos o prazer (nisso tem os dois lados da moeda: o trabalho e a alegria que tudo isso proporcionava) de reunir 42 pessoas. Nós locávamos uma “topic” e, além de nós quatro, iam também conosco primos e amigos, tanto de Guilherme quanto de Simone, sem falar nos demais convidados dos anfitriões, na sua maioria familiares de Edson. As tarefas domésticas e as despesas eram, na medida do possível, distribuídas entre todos numa partilha clara do ônus e do bônus, normalmente gerados por momentos marcantes. Como se pode imaginar, não havia tranqüilidade nem calmaria, porque o movimento do entra e sai de adolescentes era alucinante. Incrível como eles não cansam na mesma proporção que nós. A pracinha onde ainda acontece o carnaval, fica bem próxima do nosso endereço e a facilidade das cidades pequenas do trânsito fácil e seguro, permitia que liberássemos a programação dos jovens, desde que essa liberdade ficasse atrelada à horários e outros compromissos. A hora das refeições era uma verdadeira “festa de Babete”, pela quantidade de comida que se preparava. Eu levava para o primeiro dia da estadia, um caldeirão de feijoada. E íamos diversificando o cardápio nos outros dias. À noite, antes de irmos à pracinha, era saboreado por todos um “cachorro-quente” com refrigerante. Para que se tenha uma idéia, comprávamos por noite, cerca de 100 (cem) pães. A casa ainda era pequena, embora tivesse três quartos, e os jovens dormiam na garagem, nos dois primeiros anos, considerando que os quartos eram destinados aos casais e aos mais velhos – D. Iracema e D. Aliva, mães de Edson e de Luiza, respectivamente e, fisicamente, não mais entre nós. Depois, a casa foi crescendo na sua estrutura. Bons tempos passam depressa e os filhos crescem sem que percebamos. Pois é, os nossos cresceram, constituíram família também, e a Casa da “Vó” de Pirambu, por um período, perdeu aquele “helan”. Hoje, eu estou voltando aos velhos tempos, e retomei o carnaval passado em Pirambu, de onde agora publico essa postagem, e onde se reuniram, novamente, os não mais adolescentes – nossos filhos, desta feita com os seus rebentos, nossos netos e sentindo a ausência a esse reencontro de Guilherme que, atualmente, mora em São Paulo. Carinhosamente, dedico esse registro à Luiza e Edson por poderem ter proporcionado todo esse turbilhão de vivências e sentimentos. Posso dizer que tudo vem à tona, como boas e acalentadoras lembranças de tempos que não voltam mais, tempos do Carnaval da Casa de “Vó” de Pirambu.


Lygia Prudente



quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Casa de "VÓ"!


A casa de meus pais era o ponto de encontro da família, principalmente em comemorações, fossem elas quais fossem, até que a minha mãe perdesse a saúde, fato que transformou todo este clima de alegria em treze anos de tristeza pelo sofrimento que dela tomou conta até à sua morte. Éramos três irmãos e meu pai, a partir daí. Não era mais a mesma coisa. Mais velha dos irmãos - eu tinha então dezoito anos - e única mulher, dois anos depois casei. Com o nascimento de meus dois filhos e o casamento dos meus dois irmãos, a família cresceu e foi, aos poucos, retomando aquele clima festivo, tomando como parâmetro os tempos bons vividos sob a condução da D. Lourdes. Como os meus irmãos moravam fora do estado e meu pai passou a morar com a minha avó numa casa menor, a minha casa passou a ser a casa da "Vó" que acolhia a todos com a alegria de quem já detém uma "sabedoria" pelo tempo já vivido (o que não era o caso). Lembro-me com saudades das festas juninas e época de Natal, a excitação das crianças, juntas dia e noite, a casa bagunçada sem que isso incomodasse quem quer que fosse. À noite, os colchões eram espalhados pela sala - para elas era o melhor momento - para a dormida. Ninguém queria dormir em quarto. Só no chão e juntas. Quando estavam todas as crianças, eram em número de nove. Ao relembrar, tudo isso me emociona. Quanto prazer em tê-los na minha casa, todos juntos. Naturalmente, à medida que o tempo passou, deixaram de ser crianças e os interesses passaram a ser outros, os compromissos também. Hoje, adultos, constituíram famílias também, o que divide um pouco a presença nos eventos. Torna-se complicado conseguir juntar todos na casa da "VÓ". Mas, com certeza, a boa lembrança os acompanha, porque os meus filhos vez por outra, trazem à tona esta saudade e procuro manter viva esta lembrança falando para o meu netinho (sete anos) da importância e do valor destes contatos, encontros, dentro da família. Muita saudade!

Lygia Prudente