Quem de nós, poetas,
pode cometer o desatino
de desatar os próprios nós?
O que seria da poesia
se, soltos como meninos,
vagássemos inocentes
apenas pelo paraíso?
É preciso purgação
atar e desatar laços
verter lágrimas
para cumprir o destino.
É preciso morrer muitas vezes
para se fazer poesia;
inventar mágoas
disfarçar sorrisos
porque é a tristeza que faz versos,
não a alegria!