quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PENA

Reconhecia-se no lume do candeeiro.
A labareda da fogueira exibia, sem pudor,
Os contornos que lhe havia furtado.
Causava sensações incandescentes
Naqueles que ousavam se aproximar.
Marcava a ferro os que a tocavam 
Ou, simplesmente, a desejavam.
Causava a certeza
De ter encontrado a ansiada felicidade e
Ser detentora do pleno poder 
Tão buscado por muitos.
Como poderiam ser todos cegos ao mesmo tempo?
Será que ninguém nunca iria perceber 
A imensa jaula dourada em que habitava?
Alguém, um dia, se daria conta de abrir o escondido cadeado?
Será que a solidão, com seu negro capuz,
 não seria descoberta em toda sua maldade em algum momento?
Seguia sorrindo mecanicamente no salão lotado
Retribuindo, com desprezo, os lânguidos olhares.

14 comentários:

AC disse...

Gisa,
Há pessoas que gostam de estar em prisões só para ver o desfile de potenciais libertadores, esquecendo que há cadeados que só podem ser abertos pelo próprio enclausurado.

Beijo :)

Fê blue bird disse...

Amiga, pessoas assim nunca se libertam mesmo que abram as portas da jaula dourada.
Conheci algumas.

beijinhos

Sérgio Pontes disse...

Gostei bastante, beijinhos

ANTONIO CAMPILLO disse...

Excelente, Gisa. Seguimos hablando cuando vuelva.

Un fuerte abrazo.

José disse...

Olá Gisa!
Há pessoas que vivem enclausuradas, dentre de si próprias e perderam a chave do cadeado à muito tempo.

Boa noite,
beijinho,
José.

Palavras disse...

Oi Gisa,

lindo como sempre!
Todos nós temos nossas jaulas, onde nos trancamos silenciosamente por algum motivo...

Bjs

John Lester disse...

Seu blog é lindo. Beijo!

Anônimo disse...

As chances para se melhorar são para todos.
Beijos,

Andréya Rosa disse...

Ah pessoas que ao longo da vida ganham motivos pra se trancarem..
E a pessoas que nesse mesmo tempo gritam motivos a serem livres...
beijo minha querida...
Aqui , como sempre tudo muito lindo.

Jose Manuel Iglesias Riveiro disse...

Quien no vive en su jaula?. Todos nos hemos creado nuestra propia jaula, con los barrotes de nuestros miedos, nuestros complejos, obsesiones y deseos.
Solo rompiendo esos barrotes y mostrándonos como realmente somos, a quien de verdad deseamos, declarando sin miedo nuestros sentimientos seremos libres y felices.
Un gran beso querida amiga.

Ricardo Miñana disse...

Hola Gisa ¡precioso poema!,
es un grato placer pasar por tu espacio.
feliz semana.
un abrazo.

Julie Sopetrán disse...

Esa pena la producen las jaulas donde uno se encierra. Hermoso poema, Gisa. Bellísimo por su realidad. Un abrazo.

Carla Ceres disse...

Oi, Gisa! Adorei o poema. Às vezes, a solidão de cada um impede a visão da solidão de todos. Obrigada por visitar e comentar meu texto! Você é 10! Beijos!

OceanoAzul.Sonhos disse...

Penso que todos nós, ao longo da vida, ficamos presos a imensas coisas e dificilmente nos conseguimos libertar, pelos mais diversos motivos.

um abraço Gisa
oa.s