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quarta-feira, 5 de setembro de 2007

:: As esquinas do mundo ::


A esquina da praça em qualquer cidade do planeta é ponto de referência e encontros...Escuto isto do meu colega João Garcia, e tenho pensamentos do meu tempo de guri, lá pelos meados de 78, quando vendia bijuterias na Borges de Medeiros, em frente ao Café Mateus, próximo ao cinema avenida, que naquela época ficava na esquina da Salgado Filho. Nos finais de tarde, sempre aparecia os “capas pretas”, discutiam, faziam gestos e partiam, mas voltavam no dia seguinte sempre nos finais de tarde. Eu nunca entendia sobre o que falavam.

O Garcia discursava sobre as esquinas no mundo, e relatou que em 1982, quando esteve em Moscou, uma senhora gorda e corada, falava ao megafone anunciando as ofertas no Armazém Geral, um modelo superado do shopping comunista russo. Era a esquina da Praça Vermelha. No mesmo ano em Estocolmo, parou na esquina da praça para tomar um táxi, que o levaria da estação de trens ao hotel. Em Lima, quatro edifícios de poucos andares, antigos, no centro da capital peruana, formam esquina com a Praça dos Trabalhadores, a Primeiro de Maio. Ali, aconteciam e acontecem os comícios mais quentes do Peru.

As mais lindas mulheres do mundo passam pela esquina da praça em Copacabana, rumo a praia. É na esquina da praça da Augusta em São Paulo que ficam os rapazes a espera do trotoir das moças. Na esquina do Central Park, na esquina da Praça de São Pedro. Na esquina... Enfim, o Mundo passa na esquina da praça.

Parei para analisar sua tese, e sou obrigado a concordar, que realmente muita coisa acontece nas esquinas, pena que nunca percebemos o que ali acontece, nem o que ali é dito, nem o que ali é feito, e nem quem anda por estas esquinas. Nas esquinas dos grandes centros, sempre ocorrem encontros, discussões políticas, combinações e outras coisas mais. Mas nas esquinas de nossas vilas, os maiores movimentos são de desocupados, desempregados e viciados, e nós continuamos a não prestar atenção ao que ocorre ali.

O João narra um pouco de sua infância, dizendo que não é diferente nas pequenas cidades. Pois, era na esquina da praça do Arroio Grande que ia ver o cartaz do filme que o Marabá iria passar no dia e no final de semana. Era ali, que ouvia o João Baixinho dar discursos contra as autoridades, curtindo uma bebedeira de convescote. Na esquina da praça ficava esperando as gurias passarem para ver se tinha alguma chance. Na esquina da praça combinava a galinhada e as serenatas. Galinhada de galinha roubada, e serenata com os seus colegas.

Escuto esta história, narrada com saudosismo, quando vem o comentário que foi lá no distante 1971, quando disse aos amigos que ia para a Escola Técnica em Pelotas e de onde nunca mais voltaria. Pois foi conhecer outras esquinas do Mundo, mas que nunca esquecera da esquina de sua cidade, e que voltaria para reencontrar com os antigos amigos na Esquina da Praça.
Nas esquinas de hoje, já não existe mais esta inocência, pelo contrário, muitos evitam as esquinas, pois é ali que pode ocorrer o assalto, é ali que os nossos “pequenos” podem ser abordados e apresentados para as drogas.

Sabe, gostaria de poder passar algum tempo, na esquina da praça, gostaria de fazer amizades, discutir pontos de vista a respeito da minha cidade, mas não consigo acreditar que isto seja possível, hoje as discussões sobre pontos de vista e questões políticas, não são mais debatidas nas esquinas e nem nas praças, mas sim na calada da noite e nos gabinetes, os maus políticos venceram e conseguiram fazer com que as pessoas de bem, perdessem o interesse pelas discussões nas esquinas e nas praças.

Espero poder um dia ver que tudo aquilo que faço possa dar um fruto, e espero seja dos bons, porque o trabalho é desgastante, e garanto a quem interessar que não desistirei dos meus ideais, pois espero num futuro bem distante, também relatar para um Kadu da vida as histórias sobre as esquinas do mundo.

Kadú Schwartzhaupt

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

:: Nem tudo está ganho, ou perdido ::


Esta semana tirei o domingo para dar umas voltas pelas rodas de amigos, aproveitei ainda para "tirar a febre" sobre as eleições de 2008.

Em duas regiões em que estive escutei que o PT leva de novo, mesmo juntando o PMDB nesse frentão que esta se formando.

Em outra região o pessoal aposta no Psol, dizem que é o PT lá da sua formação, dizem ainda que só foi para lá o pessoal que sabe trabalhar e convencer na busca do voto.
Num outro local em que estive, a discussão era sobre quem iria melar o frentão, já está surgindo até um buquemeque, com alguns nomes.

Juntando tudo e analisando, consegui chegar a uma pequena constatação, a eleição ainda não está decidida, e quem pensa que ganha a carreira sem entrar na cancha, já vai perdido.

Os partidos estão reavaliando suas estratégias, muitos foram com muita sede ao pote, e somente agora perceberam isto, está havendo muitas movimentações no tabuleiro de xadrez, mas só conseguirão colocar o atual prefeito em cheque se movimentarem as peças corretas.

Hoje não consigo ver nenhum pré-candidato com a vitória certa, muita coisa vai aparecer na campanha e com certeza poderá mudar o resultado da eleição, posso prever que esta campanha terá muita coisa tirada debaixo do tapete. Será uma campanha bem "pesada" e quem conseguir provar com mais veemência sua inocência será o vencedor.

Para a vereança estão surgindo novos nomes na política local, mas o povo sempre olha com desconfiança para quem esta querendo se aprochegar, acredito que haverá pouca renovação, devem se eleger no máximo três novos nomes, os outros serão nomes já conhecidos do eleitorado viamonense.

Kadú Schwartzhaupt

sábado, 25 de agosto de 2007

:: Primeiro filosofar, depois viver ::


Quero começar este texto de uma forma bem simples, primeiro dizer que todos somos sonhadores, que todos têm ambições, anseios, devaneios e coisas que o valham.


As vezes me esqueço da vida, e só penso na construção de um mundo melhor, chego a acreditar que posso tudo, que posso sozinho, mas mesmo assim mantenho meu espirito de grupo.
As vezes desconfio dos que me seguem, mas mesmo assim dou um voto de confiança, mas chega uma hora em que a indignação é muito grande.

Estou sempre semeando como pede meu avô, já com seus 87 anos, mas agora foi a gota dágua, pois descubro que só planto em terra podre, isso mesmo, preparo a terra, semeio, e fico regando, mas quando penso que vou colher, a minha plantação não vinga, pois vivo plantando em terra podre.

Sei que o texto acima pode deixar uma impressão ruim sobre a forma como penso, mas citei isto para de alguma forma poder dizer que as minhas investidas na política, foram asssim. Mais precisamente nas investidas deste ano, investi em pessoas que julgava serem integras, humildes, trabalhadoras, comprometidas com suas comunidades e principalmente honestas, me equivoquei, pois lhes faltavam o principal, a honestidade.

A partir de hoje, vou investir nos meus sonhos e nos meus devaneios, tenho certeza que jamais irei me trair. Apesar da indignação com estes que me trairam, não tenho raiva deles, pois ainda não atingiram o grau de maturidade necessários para serem grandes lideres, pois o medo que eles têm de ficarem desamparados é justamente o que os desampara. Para eles a minha pena, a minha angustia, a minha repulsa, e a velha frase do filósofo: "Primum vivere, deinde philosophare" (primeiro viver, depois filosofar) de Thomas Hobbes. É isto se vendem por um prato de comida, espero nunca ter que compra-los, pois se chegar a este ponto, prefiro ser um derrotado.

Kadú Schwartzhaupt